terça-feira, 17 de abril de 2012

A terra treme


A terra treme, geme para não morrer de fome.
A água chora implora para não morrer de sede.
O ar inflama, clama para não morrer poluído.
O fogo arrefece, reza para não ser apagado.

Ouvem-se ecos...
Sons de ondas furiosas, ruídos de ventos incontroláveis,
brados de montanhas revoltadas.

Peixes borbulham quase afogados.
Pássaros não cantam, censurados.
Feras fogem de homens selvagens.

Ouvem-se ecos...
Clamores de mamíferos, ovíparos, répteis...
todos assustados, escondidos.

Ouvem-se ecos...
Súplicas de árvores centenárias,
apelos de girassóis indefesos e orquídeas machucadas.
Choram as florestas devastadas e as matas virgens queimadas.

Cantam no mar as robustas baleias,
dançam os bailarinos golfinhos,
brincam na neve os palhaços pingüins...
mas somente em filmes, livros, revistas e álbuns de fotografia.
Será que vai ser assim amanhã?

Ouvem-se ecos...
Ecos na atmosfera doente, que agoniza lentamente,
intoxicada, asfixiada pelo efeito estufa.
Ecos nos rios poluídos,
que outrora foram o cenário de passeios de barco.
Ecos nos ecossistemas aquáticos e terrestres.
Quanta dor e tristeza no país da biodiversidade!
Quantos crimes ambientais no país da impunidade!

No Ocidente e no Oriente,
terremotos, maremotos, furacões destroem civilizações.
Epidemias são fatais.
É o caos entre milhões de ecos globais.

E a natureza se vinga, explode, pune, castiga,
devasta, reage, responde aos absurdos possíveis
causados pelos homens insensíveis.
E muitos outros ecos ecológicos são captados
e minimizados pelos cinco sentidos humanos.

Meu Deus!
O que estão fazendo com sua obra mais preciosa?
Como será o futuro das próximas gerações?
Como será o Planeta nos próximos anos?


Luizinho Bastos
Referência: Ecos ecológicos

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