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quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Como deve se "armar" o Soldado de Cristo


Recebemos,
com muita satisfação em Cristo, muitas mensagens via e-mail de leitores católicos fieis, porém ainda inseguros quanto ao conhecimento dos fundamentos do catolicismo e das coisas da Igreja, a nos perguntar o que recomendamos para a solidificação da Fé. Tais leitores desejam, com toda a ajustiça, armarem-se com o escudo da Fé e a espada da Sabedoria, para que se tornem aptos a responder prontamente a todas as perguntas e repelir aos ataques dos seguidores de tantas seitas que se proclamam "cristãs" e alegam-se fiéis aos conteúdos e prescrições da Bíblia Sagrada, que elegem como única regra de fé e prática. 

A existência de tantos católicos confusos e angustiados só confirma a crise por que passa a Santa Igreja, que como o foram todas as outras da sua história, é uma provação para a nossa fé e pode servir de tentação e ocasião de queda para muitos católicos. A má formação de muitos padres, a catequese que foi e continua sendo descuidada, o desleixo para com a Liturgia e a pregação apostólica, aliados à falta de empenho na transmissão dos elementos mais essenciais da Fé, desgraçadamente, faz inúmeras vítimas, tanto do lado dito “progressista” como do lado chamado “tradicionalista”, causando feridas doutrinárias em inúmeros católicos de todas as áreas. Resolvemos preparar uma espécie de introdução elementar à Doutrina Católica, pois percebemos a grande necessidade que inúmeras pessoas de boa índole têm por essas orientações mais básicas. Vamos lá...


1. Situação atual da Igreja


Cremos que é a Graça Divina que impulsiona as pessoas a procuraram a Verdade de sempre, e que nunca muda, mesmo no meio deste imenso mar de relativismo que nos rodeia. Como dissemos, vivemos hoje um tempo de tremenda apostasia. Os valores cristãos de sempre estão sendo contestados: a "Sã Doutrina" da qual falou São Paulo é muitas vezes renegada, até mesmo dentro da própria Igreja. No Brasil e em toda a América Latina, a ideologia comunista-marxista tomou conta das universidades e colégios católicos, e também das mentes de boa parte do clero, na forma da famigerada "teologia da libertação" (ou 'TL', que de teologia não tem nada) mesmo já tendo sido condenada diversas vezes pelos Papas. Isso se reflete nas pregações, nas celebrações litúrgicas, nas posturas e atitudes, e colabora de maneira pesadíssima para a confusão e a corrupção de incontáveis fiéis.

Este é um longo assunto, e nós indicamos as aulas do Pe. Paulo Ricardo, que são extremamente elucidativas. Há uma série delas, que podem ser acessadas neste link: Curso Revolução e Marxismo Cultural. - São vários vídeos-aula neste endereço, e vale a pena assistir todos. É mais interessante começar pelo começo (Aula 1: Visão histórica). A boa notícia é: nestes nossos tempos difíceis, aqueles que são realmente fiéis aparecem, e hoje existe todo um movimento de resistência e essa revolução comunista-marxista que ameaça a Igreja.

Bem, a primeira coisa importante para se compreender é que a verdadeira doutrina cristã se fundamenta sobre três pilares: O Magistério, a Tradição e a Escritura.

O Caminho às vezes é difícil, mas a vitória é certa

2. Os três pilares da Fé Cristã

Todas as vezes que um chamado "evangélico" desafia um católico para um debate, pressiona o católico a comprovar tudo o que ele diz com base na Bíblia. Nesse momento, o católico comum se confunde, e acaba se perdendo, por não ter o hábito tão enraizado de ler a Bíblia regularmente, mas aí é que está o maior erro! O cristianismo nunca, jamais se fundamentou exclusivamente na Bíblia. Basta lembrar que nos primeiros séculos do cristianismo a Bíblia cristã simplesmente não existia! Todas as vezes que a Bíblia menciona "as Escrituras", está falando dos textos sagrados dos antigos judeus, a chamada Bíblia Hebraica, que é formada por 39 livros do Antigo Testamento divididos entre a Lei (Torá), os Profetas (Nebiim) e os Escritos (Ketubim).

Portanto, a Igreja primitiva não se orientava pela leitura da Bíblia, de modo algum: até porque haviam muitos livros circulando entre as primeiras comunidades cristãs, que se acreditava tivessem sido escritos pelos Apóstolos, e só foram considerados apócrifos (não autênticos) e inadequados para a instrução dos cristãos a partir do século IV, quando a Bíblia Cristã foi definitivamente canonizada pela Igreja Católica, - que até então era a única Igreja existente.

Porém, mesmo depois da canonização, os cristãos não tinham acesso a Bíblia, como hoje, por várias razões: primeiro, antes da invenção da Imprensa, a Bíblia era copiada à mão, e o custo dos materiais era caríssimo, assim como o da mão de obra dos copistas. Era totalmente impossível que cada fiel tivesse um exemplar da Bíblia em sua casa, para consultar quando quisesse, como acontece hoje. Segundo, na antiguidade a maioria do povo era iletrado, simplesmente não sabia ler, e muito menos compreender o conteúdo do Antigo Testamento e dos Evangelhos, dos Atos e das cartas dos Apóstolos.

Essa situação só começou a mudar a partir do século XV, com a invenção da Imprensa. A verdade é que somente de três ou quatro séculos para cá (dentro de um panorama de dois milênios de história do cristianismo!) é que a Bíblia foi aos poucos se tornando acessível para toda a população. Sendo assim, nós podemos comprovar, acima de qualquer dúvida, que a sola scriptura (doutrina protestante segundo a qual somente a Bíblia serve como regra de fé e prática para o cristão) é totalmente absurda!

Dos dois mil anos de cristianismo, em mais de mil e quinhentos anos os cristãos não tinham acesso à Bíblia! Não por acaso, foi a partir do século XV que surgiu e se estabeleceu o movimento protestante, erradamente chamado de "reforma". Por quê?

Ora, como é que se reforma uma casa? Simples: reconstruindo o que precisa ser reconstruído, corrigindo falhas, lixando, pintando, substituindo telhas, trocando o piso... Mas não seria reforma demolir toda a casa e construir outra no lugar! Pois foi exatamente isso o que Lutero, Calvino e os pais do protestantismo fizeram: demoliram a casa, reduzindo as bases da fé cristã original a pó e levantando outa construção no seu lugar. Uma construção totalmente irregular e desprovida de equilíbrio, diga-se de passagem, pois dispensou o equilíbrio necessário dos três pilares para se tentar se equilibrar sobre um só, que é a Escritura.

Sendo assim, como é que os cristãos sempre se conduziram no seguimento do Caminho, que é Cristo? Simples: observando a orientação do Magistério da Igreja e a Tradição dos Apóstolos. Este é um fato histórico incontestável, atestado em todos os documentos e registros disponíveis. O Magistério da Igreja está baseado na autoridade que o próprio Senhor Jesus Cristo conferiu aos seus Apóstolos, sendo Pedro o Sumo Pontífice, isto é, a mais alta autoridade. 


3. A importância e o papel da Escritura

Esta autoridade, por sua vez, sempre teve como um dos seus principais pontos de referência a instrução da Escritura, para interpretá-la e retransmiti-la devidamente ao povo. Se fosse para cada um ler a Bíblia, interpretar do seu jeito e entender como bem quisesse, Jesus Cristo não teria dado autoridade aos seus Apóstolos, como as próprias Escrituras atestam.

O Senhor entregou as Chaves do Reino dos Céus a Pedro, encarregou-o de conduzir o seu rebanho e ordenou a ele que confirmasse seus irmãos, isto é, a Igreja. Conhecendo esses simples fatos históricos, é muito simples quebrar a base da argumentação dos protestantes/"evangélicos": sempre que algum deles vier exigir do católico que "prove biblicamente" a sua fé, basta responder-lhes que a Palavra de Deus, por excelência, é Jesus Cristo, que deixou a sua Igreja Una neste mundo, sob a condução dos seus Apóstolos, aos quais Ele deu autoridade. Católico, diga sem medo e com segurança que você é membro da autêntica Igreja de Cristo, da qual o Senhor mesmo é a Cabeça e que é a coluna e o fundamento da Verdade (tudo isso está na Bíblia). Desafie quem ataca a Igreja com base em meia dúzia de versículos isolados do contexto a lhe mostrar onde é que a própria Bíblia ensina que devemos nos basear exclusivamente na Escritura como regra de fé e prática, desprezando a Sagrada Tradição da Igreja. Ele não vai encontrar tal passagem, porque ela não existe. Aí, mostre para ele onde a Bíblia diz que devemos preservar a Sagrada Tradição:

Em 2 Tessalonicenses 2, 15: "Então, irmãos, estai firmes e guardai a Tradição que vos foi ensinada, seja por palavras, seja por epístola nossa".

Aí está o Apóstolo Paulo declarando, objetivamente, que devemos guardar não somente o que está escrito (as epístolas dos Apóstolos formam a maior parte do Novo Testamento da Bíblia), mas também a Tradição Apostólica.

Em 2 Tessalonicenses 3, 6: "Mandamo-vos, porém, irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que vos afasteis de todo o irmão que anda desordenadamente, e não segundo a Tradição que de nós recebeu".

Mostre também onde a Bíblia afirma que a Igreja é a coluna e o sustentáculo da Verdade para o cristão (está em 1Tm 3,15), e não a Escritura sozinha. Mostre o que Jesus Cristo diz aos escribas e fariseus: "Vocês examinam as Escrituras, achando que têm nelas a vida eterna, mas elas falam de Mim, e vocês não querem vir a Mim, para que tenham a vida". (Jo 5,39-40)

Está claro como água! Não bastam somente as Escrituras: é preciso aderir à Igreja, sobre a qual o Senhor prometeu que as portas do Inferno nunca triunfariam, e com a qual Ele estaria até o fim do mundo! E mostre a essa pessoa o que está escrito em 2Pedro 1,20: "Antes de tudo, sabei que nenhuma profecia da Escritura é de interpretação pessoal".

Mais uma vez, a Palavra é direta: e Escritura não é para ser interpretada por cada um, de modo particular.

Aprenda também a esclarecer que a Bíblia não deixa margem de dúvida quanto a Pedro ter sido o primeiro Papa:

"Tu és Pedra e sobre esta pedra edifico a minha Igreja." - Jesus Cristo a Pedro (Mt 16,18)

"Vai e confirma os teus irmãos." - Jesus Cristo a Pedro ((Lc 22, 31-32)

"Apascenta o meu rebanho." - Jesus Cristo a Pedro (Jo 21, 14-27)

"O Senhor me escolheu dentre vós (a Igreja reunida no primeiro Concílio) para que da minha boca os pagãos ouvissem o Evangelho". - O próprio Apóstolo São Pedro dá testemunho da missão que lhe foi confiada diretamente por Jesus Cristo (At 15, 1-12)

Até aqui foi demonstrada e comprovada a autenticidade do primeiro e essencial passo na compreensão da genuína fé cristã e católica: nós não nos baseamos exclusivamente na Bíblia Sagrada. A nossa fé está solidamente fundamentada sobre três pilares: Magistério, Tradição e Escritura, e é imperioso que os católicos estejam preparados e fundamentados para defender esse princípio essencial.

Dito isso, o segundo passo é estar, sim, bem preparado para defender a fé católica também biblicamente. O católico precisa conhecer bem a Bíblia, lê-la com regularidade, memorizar os trechos que são claríssimos na comprovação da sua fé. Dizer que nos fundamentamos também no Magistério e na Tradição não quer dizer que desprezamos a Escrituras, ao contrário: como visto, a Bíblia é o terceiro apoio deste tripé sagrado. Precisamos conhecê-la bem, até para que possamos responder melhor aos nosso acusadores, muito embora não estejamos acorrentados a ela, nem dependemos exclusivamente do que está escrito para basear a nossa fé, pois não somos "religião do Livro", e sim religião do Espírito, da Verdade e da Vida.

Nesse sentido, deixamos um conselho de ouro: todo católico deveria buscar adquirir um exemplar da Bíblia de Jerusalém (o que pode ser feito aqui, aqui ou aqui, por exemplo) que é a melhor e mais fiel tradução dos textos sagrados para a língua portuguesa. Além disso, ela traz uma série de notas explicativas de rodapé, que são bastante precisas e devem ser lidas em conjunto com o texto. A leitura regular e diligente desta edição da Bíblia vale por um verdadeiro curso livre de Teologia.

Mas é importante manter em mente que a Bíblia não é um simples livro. Ela é uma biblioteca de 73 livros, que são bem diferentes entre si, com diversos estilos, escritos em épocas bem distantes umas das outras. A Bíblia, no Antigo Testamento (AT) contém mitologia e reflete certas tradições antiquíssimas, que já não somos mais capazes de compreender, hoje. Por isso, é importante adotar um plano de leitura. A primeira necessidade de um cristão é saber que Deus o ama e o escolheu. Por isso, uma boa dica é começar os estudos pela 1a Carta de São João. Depois, passar à leitura dos Evangelhos e dos demais livros do Novo Testamento (NT). Só depois de ler, estudar, reler e compreender bem o contexto do NT é que se deve passar, com muito cuidado, à leitura do AT, tendo em mente que os livros mais antigos da Bíblia estão repletos de metáforas, analogias e simbolismos.

E o católico nunca deve se esquecer de rezar pedindo a orientação divina para a compreensão da leitura (de qualquer leitura, não só da Bíblia Sagrada). Sugerimos esta: "Guiai, meu Senhor Jesus Cristo, suplico em vosso Santo Nome, pelo Poder do Espírito Santo, o meu entendimento na leitura do livro que tenho em mãos. Concedei-me o discernimento e a sabedoria para compreender o sentido mais profundo das palavras, e que assim eu me torne cada vez mais um espelho vosso neste mundo. Amém."


4. Outras fontes essenciais

Outra necessidade essencial para quem quer compreender a fé cristã católica é ler e compreender o Catecismo da Igreja Católica (CIC - download aqui). O Catecismo da Igreja contém praticamente todas as explicações mais fieis e seguras para o aprendizado da Fé de dois mil anos. O católico também pode e deve adquirir e guardar para consulta, sempre que precisar, o Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, que é uma espécie de resumo de todo o Catecismo, em forma de perguntas e respostas. É um livro bem menor e de leitura mais fácil, que pode ser adquirido na secretaria da sua paróquia ou em qualquer livraria católica, por um preço bem acessível.

O fiel católico deve também procurar conhecer os documentos oficiais da Igreja, as Cartas Apostólicas, Constituições, Bulas, Breves, Encíclicas, etc., além de conhecer cada vez mais e melhor as grandes obras clássicas católicas. Na medida do possível, ler Santo Agostinho, São Tomás de Aquino, as vidas dos grandes santos. Há um blog católico muitíssimo útil, que disponibiliza uma vasta biblioteca de grandes obras para download. Com uma breve pesquisa, encontra-se muita coisa boa. Deixamos aqui o link direto: Livros Católicos para Download.

Existe ainda um outro website muito interessante chamado Obras Raras do Catolicismo. Neste, podemos encontrar, entre outras grandes obras, a "Iniciação Teológica" do brilhante Pe. Penido (Pe. Maurílio Teixeira Leite Penido), em três volumes (Baixe aqui: Vol I - Vol II - Vol. III). Uma leitura que vale muito à pena.

Recomendaria, ainda, a leitura do livro "A Igreja de Cristo", de Carlos Martins Nabeto (download aqui). Um último endereço bastante útil para o download de obras católicas é o blog "Firmat Fides" (confira a lista aqui).


5. Conclusão
Como se pode ver, há muita coisa para estudar, mas você, fiel católico, não deve se preocupar: o mais importante você já tem, que é a boa vontade e a sincera intenção de conhecer e se formar um cristão católico consciente, esclarecido e instruído, apto a ser Sal da Terra e Luz do Mundo.

Humildemente, nos colocamos à disposição de todo este grande contingente de pessoas que desejam aprender mais sobre a própria Fé e solidificarem-se enquanto seguidores do Caminho, soldados de Cristo, cristãos enfim. Estamos à disposição, na medida de nossas capacidades, para todos aqueles que precisem de auxílio. Nosso Senhor Jesus Cristo nos abençoe e ilumine a todos, e Maria Santíssima nos  acompanhe na caminhada.


Fonte: http://vozdaigreja.blogspot.com/2003/01/como-deve-se-armar-o-soldado-de-cristo.html#ixzz2Jb4uGdVC