quinta-feira, 28 de abril de 2022

Como Maria fez da vontade de Deus o sentido da sua vida

 


Em certa ocasião disseram a Jesus: “Felizes as entranhas que Te amamentaram!” (Lc 11,27), ao que Ele respondeu: “Felizes, antes, os que ouvem a Palavra de Deus e a observam” (Lc 11,28).

Um olhar superficial poderia ver na resposta de Jesus uma falta de reconhecimento à sua mãe. Na verdade, as suas palavras são uma correção ao elogio inicial, direcionando-o para aquilo que, em Maria, é o mais exemplar e característico da sua fisionomia espiritual.

Em outra ocasião, em que falava às multidões, alguém Lhe disse que a sua Mãe e os seus irmãos O procuravam, ao que Ele respondeu: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?” E apontando para os discípulos com a mão disse: “Aqui estão minha mãe e meus irmãos, porque aquele que fizer a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, irmã e mãe” (Mt 12,48-49).

Novamente, o que para um olhar superficial pode parecer uma falta de reconhecimento é, na verdade, um elogio e uma descrição de Maria, a Mãe do Senhor. Ela, a cheia de graça (Cf. Lc 1,28), responde com um “Faça-se” pronto e generoso, ao que Deus Lhe propõe na Anunciação, por meio do anjo Gabriel (Cf. Lc 1,38). Ela é bendita entre as mulheres, como disse Isabel na Visitação (Cf. Lc 1,42), e é feliz porque crê nas promessas de Deus (Cf. Lc 1,45).

Uma leitura atenta das Sagradas Escrituras pode encontrar uma semelhança grande entre o “Faça-se” de Maria à vontade de Deus e o do seu Filho Jesus, que no horto das oliveiras orava: “Pai, se queres, afasta de Mim este cálice! Contudo, não a minha vontade, mas a Tua seja feita!” (Lc 22,42).




É difícil e misterioso determinar exatamente quem aprendeu de quem essa confiança inabalável em Deus Pai, essa obediência inquebrantável à sua vontade, se Jesus de Maria ou Maria de Jesus. Enquanto homem, Jesus certamente aprendeu muitas coisas de Maria e de José e as Sagradas Escrituras nos dizem que era-lhes submisso durante a sua infância e adolescência (Cf. Lc 2,51). Enquanto Filho de Deus, Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, Ele é, porém, o Mestre da sua Mãe e Ela a sua primeira discípula. Isso pode perceber-se na atitude habitual de Maria, de conservar e meditar os acontecimentos no coração, principalmente aqueles que desafiavam a sua compreensão e a de José. Nas Bodas de Caná, quando diz “Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2,5), compartilha com os serventes e com todos nós uma lição aprendida ao longo dos anos de convivência íntima com Jesus: de escuta atenta, de docilidade e pronta resposta ao que Deus nos pede.

obediência de Maria é, ao mesmo tempo, criativa e cheia de iniciativa. Para descobrir o que Deus quer de nós, é necessário estar bem dispostos, cultivar uma vida de oração e familiaridade com a Palavra de Deus. É necessário estar atento aos sinais, examinar as próprias intenções, conhecer os critérios evangélicos.

Por exemplo, por que Maria decide ir visitar a sua prima Isabel, depois da Anunciação? Não é algo que o Anjo lhe peça para realizar explicitamente. Porém, Ela toma essa decisão, certamente depois de fazer um discernimento, na presença de Deus e em espírito de oração.

Por outra parte, na inquietude que expressa ao Anjo: Como será isso, pois não conheço varão?”, alguns biblistas importantes descobrem a intenção de “não conhecer varão”, como uma espécie de intenção de consagrar-se virginalmente a Deus. A resposta do Anjo esclarece Maria: a sua maternidade não faria oposição, mas realizaria plenamente o que Ela intuía previamente como a sua vocação.

Assim, também nós devemos fazer como Maria, cultivar uma atitude constante de oração, de busca da vontade de Deus para nós, conservando os fatos no coração, procurando ler os sinais de Deus. A vida cristã é um caminho fascinante, no qual Deus constantemente nos surpreende, nos chama à generosidade, porque isso é o melhor para nós. Lembremos do grão de trigo, que somente dá fruto quando morre. Essa morte é a renúncia a alguma segurança que nos ata e nos impede de crescer e desenvolver-nos como pessoas e como filhos de Deus.



Membro do Sodalício de Vida Cristã desde 1996. Nascido no Peru em 1978, mora no Brasil desde 2001. Por muitos anos foi professor de Filosofia na Universidade Católica de Petrópolis. Atualmente faz parte da equipe de formação do Sodalício, é diretor do Centro de Estudos Culturais e desenvolve projetos de formação na Fé e evangelização da cultura para o Movimento de Vida Cristã.

terça-feira, 5 de abril de 2022

"Quando pecamos conscientemente, crucificamos Jesus novamente"!





"Quando pecamos conscientemente, crucificamos Jesus novamente"! ou` anulamos em nós mesmo o sacrifício de Cristo...!!!!

Quando pecamos (deliberadamente, por vontade própria, pois não há quem não peque), quando apostatamos da fé, estamos crucificando novamente para nós mesmos o Filho de Deus

A passagem bíblica diz o seguinte:

"Porque é impossível que os que já uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se fizeram participantes do Espírito Santo,
E provaram a boa palavra de Deus, e as virtudes do século futuro,
E recaíram, sejam outra vez renovados para arrependimento; pois assim, quanto a eles, de novo crucificam o Filho de Deus, e o expõem ao vitupério."
Hebreus 6:4-6

Semana Santa: tempo de reflexão e libertação

 


Semana Santa: tempo de reflexão e libertação


Estamos as portas da Semana Santa, tempo em que celebramos a paixão, morte e ressurreição de Jesus. Ao reviver os passos de Cristo da morte para a vida, da treva para a luz, somos igualmente convidados a uma transformação profunda. É como um processo de evolução pessoal, do qual sairemos melhores do que entramos. 

Não planejamos festas, diversão ou comemorações, pois quem comemorou foi os algozes de Cristo, com danças, onde bebiam e se embriagavam diante da condenação de Cordeiro de Deus. Ir a festas neste período é "zombar de Deus e da crucificação de seu Filho Jesus". Não façamos parte destas blasfêmia, não junte-se ao diabo, pois este só que a sua condenação, Cristo com sua morte e Ressurreição, a sua salvação

Semana Santa não é feriado

 


Muitos aguardam ansiosamente pela Semana Santa, tendo em vista ser alguns dias de “folga”, até porque quem não iria amar cinco dias de folga, festa, farra, descanso, sombra e água fresca, não é? Dessa forma quem não veria a semana santa como feriado? Para o calendário civil realmente a Semana Santa é feriado, mas eu te questiono, será que nós como cristãos podemos viver a Semana Santa como um simples feriadão de festas e descanso? A resposta é simples e clara: não!



A Semana Santa não é um feriado para quem é católico, em palavras mais claras, para quem crer nas Ressurreição. E sim, um momento de viver as dores de Cristo, de passar pela agonia da crucificação, de se entristecer ao ver o Salvador morrendo para nos dar a vida. Ter consciência maior sobre o perdão de nossos pecados, contemplando assim a Sua Magnífica Ressurreição e com Ele Ressuscitar! É o momento de viver a Cruz, e não apenas observá-la. Aquela Cruz que para os pagãos é loucura, mas para nós é o símbolo mais perfeito do AMOR.


O Domingo de Ramos é o primeiro dia da Semana Santa, que marca o início do caminho para o Calvário. Nele se celebra a aclamada entrada de Jesus em Jerusalém, poucos dias antes de sofrer as dores da morte, para depois vencê-la com a Sua Divina Ressurreição. Após o Domingo de Ramos, somos introduzidos de fato na Semana Santa e passamos a todos os dias viver um pouco do caminho de Cruz, vemos de “fora” a trama do povo que entregará Jesus na Sexta -Feira da Paixão.

Logo, podemos nós viver todo este sofrimento com festas? Podemos nós saber que enquanto Jesus morre, queimamos Judas e comemoramos a sua morte? Talvez comemorar não seja a sua intenção, mas responda a si mesmo, se um ente muito querido seu morresse e morresse no seu lugar, você iria fazer uma festa regada de bebidas e muita “curtição” bem na época de sua morte? Reflita!

No decorrer desta Semana, no Sábado Santo, ocorre a Vigília Pascal. É o momento em que o Senhor ressuscita, e mostra o seu poder sobre a morte. O Senhor, que morre na Cruz por todos nós, ressuscita, triunfa sobre o pecado e com Ele, nós também ressuscitamos. A Páscoa não é mais nada além do significado mais puro do Cristianismo: Jesus vence a morte e com isto nos dá vida! Vida eterna, vida cheia de luz e da alegria que nunca passará.

Você pode achar isso um exagero e que não há nenhum mal em curtir sua Semana Santa e aproveitar o sossego de um feriadão. Mas convenhamos, se você professa a fé católica, a Semana Santa é a semana mais importante de todas as semanas para você. Pois é aquela que dá o sentido ao ser católico, ao crer em Cristo, que Ressuscitado vence a morte e o pecado!