Mostrando postagens com marcador Pe Zezinho. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Pe Zezinho. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Por uma Igreja que pensa - Pe. Zezinho, scj

 Pe. Zezinho, scj

Leitores que não preparam as leituras.
Cantores que não ensaiam os cantos.
Coroinhas que não ensaiam sua parte.
Sacerdotes que não preparam seus sermões.
Catequistas que não lêem os documentos da Igreja.

Pregadores que não leram o catecismo.
Cantores de desafinados que insistem em liderar os cantos da missa.
Músicos sem ritmo e sem ensaios que tocam alto e errado.
Cantores que dão show de uma hora
sem perceber que a guitarra e o baixo estão desafinados.
De quebra, também um dos solistas...

Autores que não aceitam corrigir seus textos e suas letras,
antes de apresentá-los a milhões de irmãos na fé.
Cantores que teimam em repetir uma canção
cuja letra o bispo já disse que não quer que se cante mais.
Párocos que permitem que qualquer um lidere as leituras e o canto.
Párocos que permitem qualquer canção, mesmo se vier errada.

Sacerdotes que ensinam doutrinas condenadas pela Igreja,
práticas e devoções com ranços de heresia ou de desvio doutrinário.
Animadores de programas católicos com zero conhecimento de doutrina.
***
Parecemos um hospital que, na falta de médicos na sala de cirurgia,
permite aos secretários, porteiros e aos voluntários bem intencionados que operem o coração dos seus pacientes.

Há católicos aconselhando, sem ter estudado psicologia.
Há pregadores receitando, sem conhecer a teologia moral.
E há indivíduos ensinando o que lhes vem na cabeça,
porque, entusiasmados com sua fama e sua repercussão,
acham que podem ensinar o que o Espírito Santo lhes disse naquela hora.

Nem sequer se perguntam se de fato era o Espírito Santo que lhes falou
durante aquela adoração, ou aquela noite mal dormida!

Está faltando discernimento na nossa Igreja!
Como está parece a casa da mãe Joana,
onde todos falam e apenas uns poucos pensam no que falam.
Uma Igreja que não pensa acaba dando o que pensar!

Fonte: http://www.padrezezinhoscj.com/
Comentários para: online@paulinas.com.br

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Deus demais naquele grupo - Pe. Zezinho, scj

 Pe. Zezinho, scj

Inconformados com minha observação, os três rapazes e as duas moças que receberam catequese diferente da minha partiram para conclusões apressadas. Acharam que eu não tinha fé e que não amava a Deus de verdade. Se o amasse, nunca diria que alguém pode ter Deus demais na sua vida. Ouvi, pedi que mostrassem os textos bíblicos e os documentos da Igreja que suportassem seu ponto de vista, porque eu os tinha. Disse lá e torno a dizer com todas as letras: -"Alguns grupos de Igreja têm Deus demais na boca e no coração". Falam a Deus e de Deus 24 horas por dia, mas onde Deus está ou onde eles deveriam estar com Ele, nem sempre vão. Criaram vocábulos só do seu grupo e canções só do seu grupo e esperam que os outros descubram Deus do jeito que eles descobriram e o louvem como eles o louvam. Quando alguém aparece com outra proposta e outra descoberta, reagem negando que tal pessoa possa ter o que eles têm, já que fala, pensa e age de outro jeito!

Começa por aí! Sua fé é sistólica do que diastólica, mais sistólica do que católica.

Fonte: http://www.padrezezinhoscj.com/
Comentários para: online@paulinas.com.br

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Os infelizes - Pe. Zezinho, scj

 Pe. Zezinho, scj

Há infelizes que não fizeram por merecer sua infelicidade. Não eram e não são maus. Há os que a merecem: cuspiram no prato que comiam. Mas isso de ser feliz não é tão simples nem é tão mágico. Também não é tão difícil.

Há mistério nisso. Muitos queriam ser felizes e o são. Muitos queriam e não são. Não se sabe de ninguém que tenha orado a Deus pela graça de ser infeliz. Felicidade é o que todos buscamos. Ela consiste num grau suficiente de satisfação e na descoberta do bastante. É nesse bastante que muitos naufragam. Quando o "mais" se torna "demais" a infelicidade começa a se manifestar. Quando o suficiente começa a parecer "menos" é quando, também, o indivíduo começa a ser infeliz.

O problema não está, pois, no desejo: está na busca. Há quem busque de maneira factível e quem busque de maneira errada, portanto impossível. Bebida demais, comida demais, dinheiro demais, sucesso demais, projetos demais, conforto demais, tudo isso acaba em saturação e a saturação está longe de ser satisfação, posto que o satisfeito sabe que deve parar; enquanto que o saturado quer mais, mas não tem mais espaço para este mais que ele quer. Acaba insatisfeito.

O mundo tem bilhões de pessoas plenas e satisfeitas. Não querem mais do que possuem nem pretendem ser muito mais do que são. Vovós e vovôs felizes não querem outra coisa além da família que criaram, o conforto do lar que construíram e alguns encontros com amigos e familiares. Não se iludem com isso de ter mais. Chegaram ao bastante e ao suficiente. Vale dizer: ficaram sábios.

O ganancioso, o desesperado por dinheiro, o que não reparte, o que acumula, o que compra o que não precisa, o que precisa ter a mais recente novidade, o que devora e consome o melhor do melhor, o que não hesita em pisar e roubar para ter o que deseja pôs a sua felicidade no ter mais. Não lhe sobra espaço para ser mais. Faz um vale-tudo para chegar ao topo. Ma todo o topo termina em descida. Não admitindo descer, a infelicidade aparece, agora sem disfarce e sem amenidade.

Amigos tentam prevenir, mas não são ouvidos. Familiares tentam orientar, mas ele não ouve. Quer, porque quer, porque quer! Sabe, porque sabe, porque sabe! Ouve, mas não escuta. Para ter o que deseja faz o que acha preciso: vira traidor, assaltante ou quadrilheiro: rouba, desvia, engana, assalta, sobe o preço, mente mas quer aquele dinheiro, aquele lucro, aquele lugar , aquele posto. Se algo não dá certo acha alguns culpados; ele mesmo, nunca! É infelicidade solidamente construída. Não veio por acaso!

http://www.padrezezinhoscj.com/
Comentários para: online@paulinas.com.br

Canções que nada dizem - Pe. Zezinho, scj

 Pe. Zezinho, scj


Não há canções que nada dizem. Alguma coisa elas dizem, para quem as compôs, para quem as canta e para quem as repete. Podem não dizer nada para mim e pra você que temos outros gostos, outra cultura, outra fé e outras informações. Também não gostamos de certos sucos, certos alimentos e certas bebidas. Outros gostam! Se fazem bem ou mal, depende de cada organismo. A nós talvez não façam bem. Não digerimos como eles digerem!

Diga-se o mesmo de sambas, rocks e marchas, de ritmos de ontem, da música Disco, ou de como Beatles, Abba, Michael Jackson e Madonna. Há quem goste e detecte uma mensagem onde não detectamos. Rap, reggae, afro, clássico, hip hop são gêneros que dizem algo a algum grupo. Mas se quiserem trazê-lo para a liturgia é hora de enfrentá-los. Se nos enfrentam, sejam enfrentados!

Porque, uma coisa é a música que nos agrada e outra, a música de igreja que por definição não nos pertence. Um compositor de música religiosa supostamente é chamado a servir à catequese da sua igreja. Então, sua canção não pode servir apenas a um movimento, nem a uma só linha de espiritualidade. Se for o caso, não a cante numa missa onde há outros grupos, ou em qualquer encontro, pois seria impor sua maneira de pensar aos demais. A música religiosa tem que dizer o que a Igreja espera que seja dito em seus cultos e concentrações. Nem mesmo a letra nos pertencerá. Por isso, alguém mais abalizado precisa opinar sobre o que cantamos para todos os católicos.

O recado serve para músicos franciscanos, salesianos, dehonianos, da RCC, ou vicentinos. Há canções típicas de nossa linha de espiritualidade, cantáveis em nossos lugares de oração. Há outras, mais abrangentes, feitas para todos os católicos. Precisam transmitir a catequese de todos. Estas tem outro destino.

Leio algumas letras não religiosas e outras religiosas. Duas delas dizem egocentricamente: -"Preciso de um alguém que me dê o seu amor, que seja só para mim e que me faça feliz. Quero o amor mais sincero do jeito que eu o quero/do jeito que eu sempre quis E então eu serei feliz".

"Hei de amar somente a Deus, o resto pra mim é nada. Só a Deus eu amarei."

Uma Igreja cristã não pode assinar em baixo dessas duas canções, nem cantá-las porque são egoístas. Os autores pensaram apenas em si ao escrevê-las. Esqueceram que seriam cantadas para outras pessoas. No seu bojo tais canções traem fechamento. São dois gritos egoístas, ainda que uma delas seja supostamente religiosa. Falta nelas o essencial do que se entende por amor cristão: o amor ao próximo e nosso dever de também amá-lo.

Canções sempre dizem alguma coisa, mas canções religiosas não podem negar o catecismo. Por natureza, estão sujeitas à censura. Se uma palavra dela nega uma doutrina, a autoridade mande corrigi-la, cantar diferente ou, simplesmente, não mais cantá-la. Não basta ser bonita e fazer bem à banda que a executa. Tem que ser mensagem da Igreja. Se alguém insiste nela, já que fundou uma banda, funde também sua própria igreja! Mas, então, não a considere igreja cristã...

http://www.padrezezinhoscj.com/
Comentários para: online@paulinas.com.br

domingo, 1 de julho de 2012

Interpretar não é adaptar - Pe. Zezinho, scj



Pe. Zezinho, scj

Chega a ser preocupante o modo como alguns pregadores forçam determinadas passagens bíblicas para aplicá-las ao dia de hoje. Sem dúvida alguma todas as igrejas cristãs devem se basear nos ensinamentos bíblicos para o seu cotidiano. Podemos tirar inúmeras lições do passado e dos acontecimentos que marcaram a vida daqueles povos, mas não é certo, não é justo e não é honesto pegar passagens bíblicas e aplicar, sem mais nem menos, aos personagens de hoje.

Por isso foi longe demais aquele pregador entusiasmado que garantiu que Sadam Hussein era o Nabucodosor moderno e que aquele buraco onde ele estava escondido correspondia a determinada passagem bíblica, que a loucura de Nabucodonosor, que pastava e comia grama, equivalia a loucura de Sadam Hussein quando foi encontrado. A pregação era nitidamente pró-americana. Deveria ter dado um predecessor a George Bush.

Para quem quer adaptar a Bíblia ao seu pensamento qualquer passagem pode ser útil e qualquer fato de hoje pode ser ajustado ao fato da Bíblia. A imaginação humana não tem limites, mas daí a dizer que o profeta Isaías queria se referir a tanques, bombas atômicas, ao computador, aos moderníssimos aviões e aos raio lazer é muita ousadia. (Is 66,15) Muito provavelmente o profeta Isaías jamais pensou nessas coisas. Estava falando em linguagem figurada para os povos do seu tempo. Procuremos entender isso e compreenderemos melhor porque se deve ler a Bíblia. Ela é o passado que nos inspira, mas do presente precisamos cuidar com outros conhecimentos mais atualizados, porque as dores do nosso tempo certamente trarão outras profecias. Sem jamais esquecer a Bíblia, saibamos falar de coisas reais, mesmo que não haja passagens bíblicas para fundamentá-las. A Bíblia não disse e não diz tudo.

A maioria dos exegetas sérios de todas as igrejas desaconselha esse tipo de adaptação dos textos bíblicos. Com um pouquinho de esforço alguém poderia dizer que aqueles israelitas que comeram carne de codornizes, pássaros que, aos milhares vieram morrer no acampamento dos israelitas, por terem pedido carne a Moises, foram castigados com a gripe aviária. Já que muitos morreram da ingestão daquela carne.

Naquele tempo, dadas as precárias condições de higiene, é fácil imaginar que muitos apanharam doença por falta de cuidados e de limpeza. No deserto não havia geladeira. Quem quiser ficar com a versão da gripe aviária, provavelmente ficará. Vai parecer mais atual, mais moderno e mais sensacional, mas dificilmente bate com os fatos. Pregadores que acham para tudo uma passagem e uma frase da Bíblia lembram o radialista fanático por Shakespeare que, sempre que desejava mostrar alguma erudição citava uma frase e a atribuía a uma das peças de Shakespeare. Um dia alguém lhe pediu que indicasse o livro e a peça. O radialista saiu-se com essa: -Se não foi ele quem disse, é bem do estilo dele! Consertou, mas não resolveu.

http://www.padrezezinhoscj.com/
Comentários para: online@paulinas.com.br

Bênçãos altamente seletivas - Pe. Zezinho, scj

 Pe. Zezinho, scj


Abordo um tema relativamente frequente nesses dias de padre famosos. Falo da bênção especial de alguns sacerdotes em detrimento da bênção sacerdotal dada pela Igreja, na pessoa de qualquer um dos seus sacerdotes. Criou-se entre alguns fieis a ideia de que a bênção de um padre famoso vale mais do que a bênção de um bispo ou do que a bênção de outro. Falo do que aconteceu comigo e imagino que aconteça com outros sacerdotes mais conhecidos do que os demais. Lembro que mais conhecido não significa mais culto, nem mais sábio nem mais santo!

Alguns desses fieis chegam a afirmar que um sacerdote famoso tem bênção mais forte e mais poderosa do que a de um sacerdote anônimo. Já o disseram a mim! Explico que não é assim, mas insistem que assim é que é. Atribuem mais poder de bênção a quem tem mais poder de fogo, mais publicidade e mais divulgação. Nada mais errado!

Eu havia chegado cansado, com taxa alta de diabetes e pressão elevada a uma cidade onde deveria celebrar missa e, mais tarde, dar um show. Já faz tempo que deixei de ser um jovenzinho! Uma senhora me procurou pedindo que eu fosse ao hospital abençoar a sua mãe. Acreditava que minha bênção a curaria mais depressa. Perguntei-lhe se o pároco já havia visitado sua mãe. Disse que sim. Perguntei-lhe se algum outro sacerdote tinha estado com ela. Sim, um diácono e outros dois. E respondi serenamente: -

-Então, a senhora não precisa que eu vá. Se o sacerdote, que é seu pároco, já foi e se diácono e sacerdotes abençoaram sua mãe, ela está mais que abençoada, porque a bênção não é do padre: é da Igreja.Ela está abençoada. Eu tenho a missa das 19h para celebrar, tenho um problema de saúde no momento e tenho um show logo após a missa. Peço-lhe que me liberte deste compromisso, até porque eu não poderia fazer mais do que estes piedosos e bons sacerdotes já fizeram.

Ela não aceitou. Disse aos amigos e amigas que eu me recusara a ir ver uma enferma. Evidentemente, não explicou as razões. Isto revela uma dimensão da falta de catequese entre os católicos de hoje. Quando alguém acha que um padre famoso dará uma bênção melhor do que seu padre não tão famoso é porque não recebeu catequese adequada. Bênção de pároco pelo seu testemunho de pastor presente, talvez seja mais profunda do que bênção de padre famoso e de passagem. São, talvez, os mesmos fieis que acham que, no céu, há santos que podem mais que os outros e que existem orações de poder mais poderosas do que outras orações. Esquecem aquele que pede com santidade e humildade, mas não é tão famoso como o padre que fala na televisão. Como tenho o hábito de ensinar catequese sempre que posso, ensinei àquela senhora a catequese oficial da Igreja, mas ela tomou minha decisão como falta de amor ao próximo. E não adiantou eu prometer que iria no dia seguinte antes de viajar. Não aceitou! Fiz uma inimiga! Pensou nela, na sua mãe e na bênção de um padre famoso, quando, um dia antes, o pároco e três outros ministros tinham estado lá. Temos um longo caminho de catequese a percorrer na Igreja que se deixou envolver pelo poder da mídia...Nós padres de mídia temos muita catequese a dar ao povo que nos aplaude! Não estamos com essa bola toda!

http://www.padrezezinhoscj.com/
Comentários para: online@paulinas.com.br

sábado, 30 de junho de 2012

Igreja verdadeira - Pe. Zezinho, scj

Pe. Zezinho, scj

Um livro pode conter verdades e nem por isso ser verdadeiro. As outras passagens podem estar cheias de mentiras. Um locutor de rádio ou um cantor pode dizer algumas palavras em inglês e nem por isso pode afirmar que sabe inglês. O marketing contém verdades e nem por isso é verdadeiro. Se a equipe exaltar demais o produto de quem a contratou e se diminuir o produto concorrente, provavelmente estará mentindo.

Uma igreja pode conter verdades e nem por isso ser verdadeira. Se falsear os números, se omitir as passagens do livro santo que podem ir contra a sua pregação, se citar apenas as que lhe interessa, se mudar o sentido dos textos sempre a seu favor, se anunciar milagres sem submetê-los a exame acurado dos médicos e de outras cabeças, se encherem os fiéis de medo e de culpas, ou de falsa certeza, se ensinarem que a eles estão reservados os primeiros lugares aqui e na eternidade, podem até parecer verdadeiras, mas não são.

A Bíblia é um livro de verdades e, além disso, revela-se verdadeiro. Mostra o lado bom e o lado mau, os acertos e os erros da maioria dos seus personagens. Não faz marketing enganador ou maravilhoso de nenhum deles. Abraão, Sara, Agar, Isaque, Jacó, os filhos de Jacó, Rebeca, Moisés, Elias, os profetas, os reis, os apóstolos, de todos eles a Bíblia conta o lado bom e algum lado obscuro. Ou mandaram matar, ou se descontrolaram, ou puxaram mais para um do que para outro filho, ou mentiram para conseguir seus objetivos, ou se vingaram de maneira brutal, ou faltaram à palavra dada, ou quiseram ser mais do que os outros... Quem lê a Bíblia sabe disso.

Por isso, mostrar só o lado bom da nossa igreja e ocultar os pecados dos nossos, enquanto quase nos deliciamos em mostrar os pecados dos membros da outra igreja; mostrar em fotos e letras garrafais no jornal da nossa igreja os pecados de alguém da outra e nem mencionar a noticia de que um membro da nossa assassinou o colega num dos nossos templos é viver da mentira.

O que seria uma comunidade cristã verdadeira? Uma que faz mais do que contar algumas verdades. Uma que não faz uso da mentira para atingir os seus objetivos. O pregador que chamou a jovem para anunciar-se curada de um câncer naquele encontro de domingo e lhe deu três minutos ao microfone, mas negou-lhe, três meses depois, o acesso ao mesmo microfone para dizer que não tinha sido curada e pode pedir mais orações, mostrou de que lado está. O fiel pode anunciar que sua prece conseguiu o milagre, mas não pode anunciar que não o conseguiu! Seu microfone só vai à boca de quem mostra as maravilhas da sua igreja... Nesta busca desenfreada por novos testemunhos a meia verdade acontece mais do que imaginamos!

http://www.padrezezinhoscj.com/
Comentários para: online@paulinas.com.br

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Pregador que não lê - Pe. Zezinho, scj

 Pe. Zezinho, scj

Sou professor de comunicação e digo-o, alto e bom som: "-Tremo nas bases quando vejo um sacerdote que não lê. Lembra o médico que não se atualiza. Ninguém em sã consciência aceita ser operado por um médico jovem que, desde que saiu da faculdade, nunca mais abriu um livro de medicina." Pois há pregadores da fé na mesma situação. Não leram, não compraram, não lêem os documentos da Igreja, dos bispos do seu país e nem os da sua diocese. A aversão à leitura é tal que se pudessem queimariam seus livros e deixariam apenas os CDs e DVDs na sua estante.

Exagero um pouco, mas é o que temos visto a partir das pregações de alguns desses sacerdotes. Não há citação de nada, nem anotação, nem transmissão de nada que vem dos outros ou de outros movimentos. Vale o seu movimento, suas idéias,seu testemunho. Teólogos atuais? Nenhum. Antropólogos, filósofos, psicólogos são banidos de suas pregações. Repetem-0se à exaustão porque o único livro por ano que conseguem ler os cansa tremendamente. Não há tempo para leituras. Fariam maior bem á Igreja da qual são pregadores que das duas horas de adoração e canção diante do sacrário ficassem usassem uma para estudar a sua fé e atualizar os seus com conhecimentos de doutrina. Se fossem médicos e tivessem consultório estariam sem clientes, porque dizem a mesma coisa do mesmo jeito para qualquer problema.

A Igreja ordenou alguns pregadores sem conteúdo intelectual. Alguns mais conseguem formular uma sentença por inteiro. Pulam de uma para a outra sem ter concluído sue pensamento. Precisam urgentemente de um psicólogo, mas recusam-se a aceitar ajuda. Assim, temos pregadores na mídia que não conseguem terminar um pensamento e não é porque são interrompidos pelo apresentador. Eles mesmos se interrompem. A frase para no meio e logo vem outra que é seguida de outra que também não termina. Faltou livro ali!

Eis um tipo de púlpito que dói na Igreja. Esperava-se deste pregador que ensinasse ao povo a doutrina atualizada da fé, mas ele não termina o pensamento, não ele não abre uma revista, um livro sequer. Vai lá e fala docinho com os amigos e com o povo de coisas que sente, mas não consegue ser porta-voz da mais nova encíclica, do mais novo documento que pelo que se percebe ele ainda não leu! Tornou-se sacerdote católico para dizer o que pensa e não o que a Igreja pensa! Já que pretende converter os outros para Cristo, que tal se ele mesmo se convertesse para a doutrina da Igreja que o ordenou e lesse ao menos o que o Papa anda dizendo? Mas quem vai convencê-lo de que está em falta com a Igreja que o ordenou, porque se nega a emprestar-lhe o cérebro?...

http://www.padrezezinhoscj.com/
Comentários para: online@paulinas.com.br

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Maledicências - Pe. Zezinho, scj


 Pe. Zezinho, scj

É fácil falar contra nossos desafetos.
Se sua fama ou posição nos incomoda,
diminuí-los ajuda a derrubá-los e o espaço passa a ser nosso...

É fácil omitir-nos quando deveríamos falar.
Passamos por legais e o erro continua, graças à nossa covardia.
É fácil falar quando deveríamos ter calado.
É fácil lançar suspeitas, fácil falar sem provas.
É fácil tornar-se cúmplice de uma calunia
e acreditar sem exigir provas.

É fácil esquecer o quanto devemos à pessoa
de quem acabamos ou acabaram de falar mal.
Basta que um pouco a mais de mesquinhez.

Por causa de fofocas e maledicências
muitos grupos se desfizeram,
amigos se calaram e sumiram,
benfeitores se cansaram de ajudar,
vizinhos não mais se visitaram,
relacionamentos se desfizeram
até mortes aconteceram.

Por maledicências
famílias se desintegraram,
igrejas se estranharam,
e quem ajudava perdeu a motivação.
Retirou-se na sua dor.

Estava certo São Tiago quando falou sobre a língua:
é um pequeno órgão que se gloria de grandes coisas,
pequeno fósforo que põe fogo numa floresta.(Tiago 3,5)
Se alguém pretende ser religioso refreie sua língua.
É pavio aceso pelo inferno! (Tiago 3,6)
Aquele que controla a língua tem as rédeas da sua alma.

http://www.padrezezinhoscj.com/
Comentários para: online@paulinas.com.br

terça-feira, 26 de junho de 2012

Autores imperfeito de obras quase perfeitas - Pe. Zezinho, scj

 Pe. Zezinho, scj

O título é longo, mas a realidade é de fácil entendimento. Passei um tempo admirando a Pietá, a Monalisa e o Davi. Vi pessoalmente e, depois, tornei a vê-las com mais detalhes, num vídeo que adquiri sobre obras monumentais e seus autores. As obra são maravilhosas, a vida, nem tanto!
De fato, são obras que resistem ao tempo. Como aqueles artistas Michelangelo Buonarotti e Leonardo da Vinci conseguiram fazer o que fizeram, temperamentais, cheios de caprichos, disputas, invejas e ressentimentos como eram? Aí entra a obra e o autor. O autor humano nem sempre dura mais do que a sua obra e tem manchas e rachaduras que assustam. Não, suas obras!

Deus existiu antes e durante e existirá depois do Universo, se este acabar. O ser perfeito fez uma obra imperfeita, e as faz, porque se fizesse alguma obra perfeita teria feito outro deus. Neste caso, ele não seria o Deus único, mas apenas o deus numero um. Cairíamos na concepção dos gregos, que em sua mitologia, faziam de Uranos o deus numero um, mas não o Deus único, nem o Todo Poderoso. Para os gregos o todo poderoso era Zeus, um dos descendentes de Urano. Entre os latinos o nome era Júpiter.

Para os hebreus, mais tarde, israelitas e, mais tarde, judeus, bem como para nós cristãos, só há um Deus. No nosso caso, dizemos que ele é um só, mas é três pessoas. Jesus é o Filho encarnado. Outras religiões nos confrontam e discordam de nós. Nós, deles. Mas um fato permanece: cremos no perfeito que criou o imperfeito este, com tendência a aperfeiçoar-se.

Já, o ser humano é o imperfeito e cheio de defeitos que consegue criar algo quase sem defeitos. Isso mostra nossas contradições. Paulo, o excelente pregador, fala dessa dor que, como carvão em brasa, doeu em Isaias e Jeremias e dói fundo em cada pregador: a dor a incoerência e do sentir-se aquém da sua missão. Assim diziam Isaias, Jeremias e Paulo:

E com a brasa tocou a minha boca, e disse: Eis que isto tocou os teus lábios; e a tua iniqüidade foi tirada, e expiado o teu pecado. (Isaías 6, 7)

Não faço o bem que quero, mas o mal que odeio... Não sou, pois eu que o faz, mas o pecado que me domina. Em minha carne não habita o bem, porque o querer o em está em mim, mas nem sempre me vejo capaz de realizá-lo. Assim, não acabo sem fazer o bem que deveria fazer, e fazendo o mal que não quero. (Cf Rm 7, 14-19)

Assim veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: Antes que te formasse no ventre te conheci, e antes que saísses da madre, te santifiquei; às nações te dei por profeta. Então disse eu: Ah, Senhor DEUS! Eis que não sei falar; porque ainda sou um menino. Mas o SENHOR me disse: Não digas: Eu sou um menino; porque a todos a quem eu te enviar, irás; e tudo quanto te mandar, falarás. Jr 1,4-7

Na mística de todo pregador há que entrar esta realidade. Não somos o que pregamos. Falamos bonito, mas nem sempre vivemos bonito. Cabe aos fiéis saber a diferença entre o que ouvem e o que vêem e analisá-las. Abandonarão a fé por causa do pregador? Sua consciência o levará à decisão de ficar ou ir embora.

Jesus dá uma resposta ao dizer:

Na cadeira de Moisés estão assentados os escribas e fariseus. Todas as coisas, pois, que vos disserem que observeis, observai-as e fazei-as; mas não procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e não fazem; pois atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens; eles, porém, nem com o dedo querem movê-los; 5 E fazem todas as obras a fim de serem vistos pelos homens; pois trazem largos filactérios, e alargam as franjas das suas vestes, e amam os primeiros lugares nas ceias e as primeiras cadeiras nas sinagogas, e as saudações nas praças, e o serem chamados pelos homens; Rabi, Rabi.

O maior dentre vós será vosso servo. ( Mt 23,2-11)

Pregadores que falam bonito, mas não vivem de maneira admirável são convidados à conversão. Seus ouvintes são chamados ao discernimento. Uma religião não pode se assentar sobre a pessoa do pregador. Ninguém é tão modelo de vida que possa fazer discípulos cegamente fiéis a ele. Bom pregador é o que ensina seus fiéis a falar abertamente quando discordam dele. Quando a jovem é mandada embora da comunidade porque ousou corrigir o líder que ensina uma doutrina errada, sabemos quem está errado. O que se considera inquestionável. Quem está acima da catequese está fora do catolicismo!

http://www.padrezezinhoscj.com/
Comentários para: online@paulinas.com.br

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Sofrimento não aceito - Pe. Zezinho, scj

 Pe. Zezinho, scj

Milhões de pessoas aceitam o sofrimento. E espelham-se na vida dos mártires que os precederam, principalmente em Jesus de Nazaré, que para os cristãos é o mártir dos mártires. Para eles, Jesus explica a dor. Foram capazes de aceitá-la em virtude do testemunho e da força de Jesus. Mas não acontece com todos. Muitos não conseguem resolver a sua perplexidade diante da dor e da cruz de algum ente querido. É o que levou muitas mães, muitas filhas, muitos filhos e muitos pais a perderem a fé ou a mudarem de religião. Não aceitaram a explicação dada para o sofrimento que tiveram que enfrentar. Nenhuma palavra as confortou. A Bíblia lembra esta passagem:

Então se cumpriu o que foi dito pelo profeta Jeremias, que diz:"Em Ramá se ouviu uma voz, lamentação, choro e grande pranto: Raquel chorando os seus filhos, e não aceitando consolação, porque já não existem. ( Mt 2,17-18)

Uma jovem de 28 anos dizia: -"De agora em diante é Deus lá, onde e se Ele existir e eu aqui. Porque Ele não fez nada por meu pai. Deixou-o morrer como um cachorro, com câncer no palato. Saiba que estou de mal com o teu Deus e para sempre! Já nem me importo se um dia vou vê-lo, ou não. Ele me arrasou juntamente com meu pai. Se era para eu passar por isso preferia não ter nascido".

Um pai que perdeu a filha por estupro e violência disse a mesma coisa. Não aceitaria mais nenhuma religião na sua vida. Que os pregadores ficassem na suas igrejas e o deixassem em paz. Disse que me aceitaria como amigo, mas, por favor, que não eu não dissesse baboseiras porque lê romperia comigo. Deixou claro que o assunto da morte da filha é coisa entre ele e Deus. "-Se Deus existe Ele sabe que eu não quero mais nada com Ele." Garantiu que me ouviria se eu dissesse coisas inteligentes. Falei com ele três semanas depois. Continuamos amigos, mas mandou-me dizer a Deus que há um pai muito zangado com Ele aqui neste planeta!...

Recentemente um autor de livros bíblicos, famoso por seus estudos, publicou seu livro testemunhal, no qual disse que não acredita mais em Jesus, nem no cristianismo e nem em Deus. Perdeu a fé diante do sofrimento. Seu nome: Bart Herman.

Não adianta brigar ou argumentar, as pessoas têm reação intelectual, afetiva, ou emocional diante da própria dor ou diante das dores do mundo. E como foram ensinadas que Deus se importa, evidentemente para elas Deus, não se importou. Se Deus que é poderoso não fez nada, quando poderia fazer e não fez, Deus é omisso. Não querem saber do plano de Deus ou do lado bom de qualquer dor. Não aceitam o discurso. Para elas, a dor está por toda a parte e é algo ruim. Não aceitam hipóteses. Se Deus viu e não agiu e se quis, Deus é réu. Condenam-no.

Nós que cremos aceitamos. Eles não aceitam. Nessas horas, o melhor que podemos fazer é estar presentes, evitar palavras ingênuas e ser solidários. Num outro momento talvez eles mesmos queiram falar. Mas a pior alter-ajuda que se pode oferecer para um desses corações feridos são pos clichês de sempre. Cuidado com o "Deus quis, Deus sabe o que faz" A melhor expressão, usou-a uma senhora idosa no velório da jovem filha de uma parenta sua. Disse ela: "Não vou arriscar nenhuma palavra para consolar a sua dor. Mas, se você me aceitar aqui perto e chorando junto, eu fico! Do meu jeito pequeno, eu vou rezar por ela que partiu e por você que fica!

Ganhou um beijo e deu dois!

http://www.padrezezinhoscj.com/
Comentários para: online@paulinas.com.br

domingo, 24 de junho de 2012

Oração de anti-deslumbramento - Pe. Zezinho scj

 Pe. Zezinho scj


Sei que me ouves, Senhor. Atenderás se quiseres. Mas, como queres o meu bem e eu a tua glória, quero proclamar-te sem cair em deslumbramentos. Não quero esquecer, nem mesmo por um segundo, que não vi, não vejo e não verei tudo a teu respeito. Sei que existes, mas não sei quem és nem como és. És mais do que imagino e mais do que sei ou saberei.

Sou e serei de Ti eterno aprendiz, aluno que pouco sabe. Marcas presença, mas continuas misterioso, indizível, inefável e inenarrável. Há muito mais de Ti do que toda a sabedoria humana poderia apreender. Por mais que eu soubesse, quase nada eu saberia a teu respeito. Eu seria Deus se soubesse como és; eu que mal consigo saber como ages e mim...

Nunca direi, como dizem tantos pregadores, que basta orar com fé que atendes a qualquer prece e a qualquer suplicante, porque és misericordioso. Penso que, exatamente por seres misericordioso, é que não nos darás tudo do jeito que pedimos. Crianças pedem coisas erradas que os pais, por misericórdia, não concedem.

Entendo que poderás nos dar ou darás tudo o que pedirmos, mas não sei quando, nem está dito que é na hora e do jeito que pedirmos... És livre. Não sabes não amar nem odiar, mas atenderás apenas se quiseres. Mesmo atendendo, nem sempre atenderás do nosso jeito. Sabes do que realmente precisamos e nos darás o que nos convém; não o que achamos que nos convém.

Entrego-me ao teu mistério e à tua misericórdia, e peço, isto sim, que me ensines a confiar em Ti, como criança que se joga no colo da mãe, ou como adulto que se percebe profundamente amado.


Viverei de vislumbres. Ver-te, eu sei que não verei com os olhos da carne. Eles terão que morrer para que eu possa ver-te como és. Também não vejo a eletricidade, nem as ondas de rádio e, nem por isso deixo de saber que elas me cercam e até me invadem. Dia após dia, vejo suas conseqüências.

Eu mesmo sou conseqüência tua. Morrerei cercado dos teus sinais, mas ver-te, não verei! Teus sinais me falarão de Ti!...

http://www.padrezezinhoscj.com/
Comentários para: online@paulinas.com.br

sábado, 23 de junho de 2012

Não me deixes brincar de profeta - Pe. Zezinho, scj

 Pe. Zezinho, scj

Não permitas que eu brinque de ser teu porta-voz. Não me deixes brincar de profeta. Todo pregador, a seu modo é um profeta, mas nem todos são tão profetas quanto pensam ser. Muitos extrapolam das suas funções. Às vezes dizem que disseste o que nunca lhes foi dito. ( Jr 14,14) Sonham e acham que o sonho deles é o teu. (Jr, 23,25-26)
Inventam uma obra e gritam de cima dos telhados que tu a queres, quando são eles que a querem.

Não quero gritar ousadamente atrás de um microfone ou diante de uma câmera, que disseste o que não disseste, ou que pediste o que não pediste. Não usarei teu santo nome em vão. Quem fez isso acabou em crise. É terrível brincar de ser teu porta-voz quando não se é, ou inventar recados que certamente não lhe deste.

Quanto aos profetas que dizem falar em teu nome, espero que estejam dizendo a verdade. Deve ser terrível um impotente posar de porta-voz do Onipotente e, ainda por cima, garantir que não está mentindo. É melhor que não esteja!

http://www.padrezezinhoscj.com/
Comentários para: online@paulinas.com.br

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Ir ou não para o céu - Pe. Zezinho, scj

 Pe. Zezinho, scj

Impressiona-me tudo nos evangelhos, mas há três capítulos de João do 13 ao 17 e três passagens de Mateus:24,24-26, 25,31-46 e 7-15-21 que, para minhas pregações e para minha vida recordo com mais freqüência. João fala das últimas instruções de Jesus aos discípulos, numa ceia de cerca de três horas.

Imagino que, antes de ser preso, torturado e morto, pediu que quando se tornassem o numero um em algum lugar, fossem os que mais servissem; que se mantivessem unidos a Ele e uns aos outros para saberem viver no mundo sem ceder ao mundo.

Propôs que respondessem com amor e não com ódio ao ódio do mundo. Pediu para eles a alegria que Ele, Jesus, sentia... Humildade, unidade na diversidade com os outros pregadores e com o mundo, servir com alegria: eis ai quatro atitudes fundamentais para quem diz que ama a Deus e ao próximo.

Quem consegue isto é santo! Mateus alerta os que se acham santos renovados e santos, que não tenham tanta pressa em se achar candidatos aprovados para o céu. Nos textos acima citados Jesus diz que muitos que se acham candidatos porque pregaram uma religião espetaculosa com milagres, curas, exorcismos a toda a hora e em todo lugar não serão aprovados. E perguntarão por que, se encheram seus templos e lotaram paias e praças de ouvintes, derrubaram demônios e converteram milhões de almas para Ele.

Jesus é claro e convincente ao dizer que outros bem menos religiosos do que eles entrarão no céu; eles não. E Jesus então no capitulo 25,31-48 afirma que falaram bonito nos templos, mas não fizeram bonito!

Hoje ele talvez falasse de templos demais, emissoras demais, prédios maravilhosos, grandes concentrações, cruzadas, milagres e conversões, mas, poucas creches, asilos, hospitais, orfanatos, pouca presença lá onde existe algum rejeitado, pouco dialogo entre si, pouco acolhimento, braços demais na direção do céu e poucos na direção dos desassistidos pelo mundo.

Questionaria os que aplicaram os milhões arrecadados em obras monumentais, mas pouco em obras sociais. Onde coloquei minhas palavras? Onde apliquei o dinheiro que me confiaram? Onde e como semeei a Palavra de Deus? São perguntas que cada qual terá que se fazer responder antes daquele dia do Senhor, justo juiz. Os que acham que já ganharam e os que pensaram não ganharem o céu terão algumas surpresas... Releiamos Mateus 24, 24-26. Que mais ninguém diga que não foi alertado!

http://www.padrezezinhoscj.com/
Comentários para: online@paulinas.com.br

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Fé fácil - Pe. Zezinho, scj

 Pe. Zezinho, scj

Crer em Deus custou caro para Moisés, para Jacó, para Jeremias, para Paulo, para Pedro e os demais apóstolos, para Estevão, Agostinho, Gregório Magno, Maomé e para milhares de pregadores da sua existência. Todos eles sofreram profundamente enquanto buscavam um sentido para sua fé me Deus.

É do místico e papa Gregório Magno (540-604) a afirmação de que Deus é uma experiência angustiante e que é difícil alcançá-lo, porque ele permanece oculto numa escuridão impenetrável. Nada sabemos sobre Ele. Procurá-lo com sinceridade dói.

Moisés, Jeremias e Paulo tiveram vislumbres. Milhares morreram por afirmarem sua existência. A leitura da vida dos patriarcas e dos grandes santos e místicos mostra que ninguém chega a Deus sem atravessar a barreira do seu ego e a ciladas dos sentidos. Ambos nos puxam para trás. Libertar-se do egoísmo, do conforto e do orgulho dói. Sai-se esfolado da refrega, descrita simbolicamente na luta hercúlea de toda uma noite que Jacó travou com o anjo do Senhor. (Gn 32,35)

Fé fácil teve Salomão que mentiu para sua mãe e começou por matar seu irmão Adonias para não perder o trono. ( 1 Rs 2,24-28) Matou também quem servira seu pai. Construiu para Deus um templo majestoso e,logo depois,um ainda maior e mais rico palácio para si mesmo. Disse ter visto Deus duas vezes. Foi riquíssimo e teve tudo o que queria, começando pelas suas 300 mulheres e 700 concubinas que, segundo 1 Rs 11,3 lhe perverteram o coração. O rei que viu Deus duas vezes terminou por adorar Astarote deusa dos sidônios.

Com enorme aparato e com eficiente marketing Salomão se fez passar por vidente, todo poderoso, infalível, sábio e justo. A leitura de sua vida mostra um crente que foi deixando de ser bom. A fama, a riqueza e sua falsa noção de Deus o levaram a uma vida de luxo, de ira, de manipulação da fé e das pessoas ao seu redor. Morreu adorando Quemós, Moloque e outros deuses.

Ao que tudo indica não sofreu pela fé. Mudava de Deus a seu bel prazer. Este, o grande perigo da fé fácil e confortável que traz riquezas, fama e sucesso ao pregador. Ele nunca sabe se terminará seus dias no colo do verdadeiro Deus ou do Deus confortável e recompensador que ele criou.

Em tempos de igrejas de resultado e de pregadores que enriquecem a olhos vistos, convém lembrar homens como Gideão, Salomão, Jeremias, Paulo, e Simão o Mago. São histórias sobre quem serviu à verdade e quem a manipulou por riquezas e poderes.

http://www.padrezezinhoscj.com/
Comentários para: online@paulinas.com.br

terça-feira, 19 de junho de 2012

Catequese importante - Pe. Zezinho scj

 Pe. Zezinho scj

Expliquei ao jornalista o que entendo por catequese cristã. É a certeza de que Deus se importa conosco e de que devemos nos importar com a sua obra.

Um cristão só se torna importante quando se importa e quando abre a porta que dá para o mundo. Não se fecha, abre-se. Não se isola: participa. Não se deixa encurralar e sitiar e também não sitia nem encurrala. Dialoga e importa-se. Não crucifica, descrucifica!

Uma Igreja que se importa com o casal, com as crianças, com os jovens, com os adolescentes, com os anciãos, com os pobres e com o futuro do seu povo torna-se uma igreja importante: importante porque se importa!

Igrejas tornam-se interessantes quando se interessam e se mostram interessadas na sorte dos mais sofridos. Só pode falar de eternidade uma Igreja que tem tempo para quem precisa de seu tempo.

O repórter disse que gostava dos meus trocadilhos. Sorri e disse-lhe que brinquei com as palavras, mas não com a catequese. O cerne da questão é exatamente esse: interessar-se, importar-se, tentar entender e compreender, saber ler os sinais dos tempos. Isto, só se consegue quando se tem um coração atento e atencioso.

Ele agradeceu pela entrevista. Eu agradeci pela oportunidade que me dava de falar a milhares de pessoas. Emprestou-me a sua cultura de repórter, homem que busca a notícia e emprestei-lhe a minha cultura de sacerdote, homem que a analisa. Ele se importa e eu também. De certa forma, somos pessoas importantes. Importamo-nos!

http://www.padrezezinhoscj.com/
Comentários para: online@paulinas.com.br

sábado, 16 de junho de 2012

Cristãos belicosos - Pe. Zezinho, scj

Pe. Zezinho, scj

Quando em Mateus( ), Jesus afirma que não veio trazer a paz, mas a espada, a luta e o conflito e em ( ) diz a Pedro que não entre em conflito e guarde a espada na bainha porque os que usam da espada morrerão sob alguma espada há lições além dessa lição. A paz não se constitui de apenas um gesto.

Quando Jesus afirma em ( ), que devemos aprender com ele que é de coração manso e humilde temos três escolhas: ou cremos que a frase foi inserida no texto e que Jesus jamais diria isso, ou cremos que a frase esta fora de contexto ou admitimos que é mais uma passagem bíblica difícil de entender e explicar.

Os cristãos irados e belicosos usarão esta passagem ( ), mais a do chicote no templo para promover sua política holigerente, agressiva e demolidora.
Os calmos e conciliadores dirão que Jesus, estava falando da espada contra o pecado. Os outros dirão que Jesus certamente mais fala de paz do que de guerra.
O texto não pode se visto da pregação de Jesus. De lento ele não tinha nada.
Exigente sim, violento não!

A idéia de Jesus que uma espada nas mãos é absurda, polemica aberto a dialogo e se preciso a debate Jesus se mostrou mais a sua fome de justiça, não permitia que se calasse.Mas a sua capacidade de amar e perdoar não admitiria derramamento de sangue. Morrer pelos outros sim, matar nunca!

Por isso há textos nos evangelhos que nos deixam confusos, ele disse ou não disse? Disse desse jeito ou de outro jeito e o que chegou até nos foi esta frase?
Vale perguntar, Jesus de armas nas mãos ou de facão e espada não combinam.

http://www.padrezezinhoscj.com/
Comentários para: online@paulina

sábado, 9 de junho de 2012

Critica e autocrítica - Pe. Zezinho, scj

Pe. Zezinho, scj

Um dos empecilhos mais complicados para a espiritualidade de um pregador é a auto-crítica. Caiu de moda. São poucos os que a fazem ou que, após uma crítica, amiga ou maldosa, estão dispostas a fazer a auto-crítica, isto é, a conversão e o devido exame de consciência. A tendência é ignorar, ficar chateado, justificar, responder com estatísticas e com outros apoios. Voltar atrás, corrigir, admitir que não foi milagre, que a pessoa não foi curada, re-editar, regravar aquela frase infeliz, admitir que, como foi dito não estava claro, é coisa rara. Há sempre um subterfúgio para que tudo fique como está, para não se corrigir, não voltar atrás e não admitir o erro.

Somos todos fortemente tentados a manter o que dissemos, cantamos, escrevemos e profetizamos, mesmo quando é evidente que estávamos errados. Vem de longe a caturrice, a dura cerviz e a teimosia dos profetas e pregadores que aceitam profetizar, mas não aceitam que outros profetizem a respeito deles, aceitam pregar, mas não gostam que alguém lhes pregue.

Alunos que não aceitam a correção dos mestres, professores que ignoram a observação dos colegas, profetas que não admitem que o outro também o seja, especialistas que, de tão especialistas, reagem com ironia quando alguém, não tão especializado, lança-lhe uma pergunta incômoda. Quem não viu e não passou por isso? Se você é um simples licenciado não ouse questionar doutor. Ele sofrerá a tentação de ignorar sua pergunta. Afinal, que tese você defendeu?

Se ele é tido como profeta no seu movimento e no veículo por ele dirigido ou protagonizado seus adeptos e admiradores perguntarão quem é o sujeito que o critica se é menos famoso? E se o for, falarão de inveja!... Tudo isso porque a correção fraterna e a auto-crítica caíram de moda. Está em alta a auto-estima, pior do que isso, a alta-estima! Digo o que quero, profetizo como Deus me inspira e não aceito mudar.

Foi o que houve numa gravadora, quando um grupo cheio de alta-estima e convicto de que tinha uma profecia a viver, negou-se a corrigir o texto de uma canção que a diretora, formada em língua portuguesa e teologia pediu que fosse mudado. O texto dava a entender um velado subordinacionismo. Isto é, o autor dizia e o grupo cantava que " Ó filho que vens depois, nos trouxe quem vem depois de Ti". Descontado o erro de concordância, a intenção era boa. Pretendia dizer que para nós cristãos, o Filho se revelou e a seguir nos revelou o Pai e o Espírito Santo. Mas o texto não dizia isso! O rapaz bateu o pé e disse que o Espírito Santo lhe sugerira aquela frase daquele jeito. À editora não restou senão cancelar a gravação. O grupo não aceitava crítica nem admitiu fazer auto-crítica. Erraram gravemente porque a primeira proposta de João Batista e de Jesus., bem como a primeira atitude de quem de fato recebeu o Espírito é a conversão, o desejo de acertar, o diálogo e a capacidade de se corrigir caso tenha cometido algum erro. Está escancarado nos evangelhos. "Convertei-vos"... Quem não aceita que a Igreja ou irmãos que sabem mais, em nome da Igreja os advirtam e corrijam não entendeu o que é ser profeta.

Na mística do pregador, não aceitar correção é o mesmo que teimar em atravessar o sinal vermelho. Um dia, acaba esmagado pelo trem da História. Aquele velho e teimoso astrônomo que não aceitou novos telescópios, nem as novas descobertas da astronomia, nem a opinião de seus colegas mais estudiosos, prosseguiu impávido e desatualizado a anunciar como definitivo o que via na sua luneta de l950. Quando viu as fotos do gigantesco Hubble, primeiro não acreditou, depois chorou de frustração ao ver o quanto se fechara no seu pequeno e ultrapassado observatório. Ao não aceitar ver o universo por outros telescópios pregadores da fé correm o mesmo risco.

Sem auto-crítica acabaremos pregando como em l960, e a falar em "plêiade de moços" " mocidade miriádica" e a chamar Maria de "íris fúlgido", a conclamar os católicos num solene "eia, avante soldados da fé", e a jurar ante o "altar da pátria e da Igreja triunfante, em busca de um futuro e lustroso refulgir na glória celeste"... É, pois é!

http://www.padrezezinhoscj.com/
Comentários para: online@paulinas.com.br

domingo, 3 de junho de 2012

Toda vez que eu penso em Deus - Pe. Zezinho

 Pe. Zezinho
Toda vez que eu penso em Deus - e eu faço isso muitas vezes, embora eu ache que sejam menos vezes do que deveriam ser - toda vez que eu penso em Deus me vem a idéia de um ser supremo, acima de minha compreensão, maior do que tudo aquilo que possa imaginar, totalmente Ele mesmo, indescritível, inenarrável, todo poderoso, sábio, infinitamente sábio.
Deus não tem forma, ou pelo menos, não se parece com nada do que conhecemos. Não é um ser humano, mas é um ser; não é uma pessoa humana, mas é uma pessoa. Toda vez que eu penso em Deus, faço minha mente adaptar-se, até onde ela pode, ao infinito que Ele é e deixo de inventar imagens, figuras e conceitos que acabam sempre dando no limite e no humano.

Toda vez que eu penso em Deus, eu penso num ser ilimitado. Mas, há coisas que Ele não pode ser nem fazer. Por exemplo: odiar ou pecar. Isso é coisa que Deus não pode nem faz. Seria negar-se totalmente.
Toda vez que eu penso em Deus, eu penso em pureza; não penso em luz, não penso em energia, não penso em forças da natureza, não penso em coisas ou objetos ou acontecimentos. Tento repousar meu ser e minha mente, num ser infinito e totalmente diferente de tudo o que se conhece.
Se alguém me perguntasse qual é a idéia que eu tenho de Deus, eu demoraria meses e anos para explicar e não explicaria. Assim, eu resumo tudo da seguinte maneira: Não sei como Deus é. Não sei quem Deus é. Mas eu sei que Ele "é". Mais importante ainda: Ele me ama!
ORANDO
Ensina-me a pensar em Ti, todos os dias, muitas vezes ao dia, como fazem aqueles que amam. Porque em mim eu sei que Tu pensas. Ainda não aprendi esta virtude: pensar naquele que me criou. Toca meus pensamentos e meus sentimentos e ensina-me a contemplar-Te! Serei, então, muito mais feliz do que sou!

http://www.padrezezinhoscj.com/
Comentários para: online@paulinas.com.br

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Deus existe, e ama - Pe. Zezinho, scj

 Pe. Zezinho, scj


Deus existe, e se Ele existe, Ele ama. É inconcebível, vai contra a lógica, é totalmente inadmissível a ideia de que Deus possa odiar. Ele não seria Deus se odiasse. E se Ele amasse, ainda que só um pouco menos, também não seria Deus. Por isso, Deus existe e ama, porque amar para Deus é a mesma coisa que existir; existir, para Deus, é a mesma coisa que amar. Se Deus deixasse de amar Ele deixaria de existir.
Um ser humano pode existir e não amar, mas Deus não pode. Quando digo que Deus ama, afirmo que Deus existe. Quando afirmo que Deus existe, afirmo que Ele ama, e não apenas que Ele tem amor; como São João, eu digo que muito mais do que ter amor, Deus é o próprio amor.
Porque Deus ama, eu acredito piamente que Ele se importa com toda a sua criação e com cada ser que Ele criou. Minha crença em Deus tem que passar pela certeza de que Deus ama; no primeiro momento que eu negar que Deus ama, estarei negando Deus.
Digo mais: a descoberta do amor de Deus é a verdadeira descoberta da existência de Deus. Alguém que afirmasse a existência de Deus, mas duvidasse do Seu amor, não estaria acreditando na existência de Deus. Para crer que Deus existe, eu preciso crer que Ele ama. Pode até acontecer de eu não amá-Lo direito, mas não posso negar que Ele me ama. Por isso, essas duas expressões devem sempre andar juntas quando falamos de Deus. Existe e ama! Não é possível uma sem a outra. Eu posso existir e não amar. Deus não pode.

http://www.padrezezinhoscj.com/
Comentários para: online@paulinas.com.br