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terça-feira, 28 de março de 2017

A preguiça paralisa a vida, é preciso seguir adiante, diz Papa




O Evangelho do dia, que narra o episódio do paralítico curado por Jesus, foi o centro da homilia do Papa Francisco na Missa desta terça-feira, 28, na Casa Santa Marta.

O relato conta a história de um homem doente há trinta e oito anos e que estava deitado na beira de uma piscina, onde ficavam ali deitados cegos, coxos e paralíticos, esperando que a água se movesse. Diziam que quando um anjo descia e movimentava a água da piscina, os primeiros doentes que entrassem, depois do borbulhar da água, ficavam curados de qualquer doença que tivessem.

Vendo o homem deitado e sabendo que estava doente há tanto tempo, Jesus perguntou se ele queria ser curado, uma atitude bela, destacou o Papa Francisco. “Jesus sempre nos diz ‘Quer ficar curado? Quer ser feliz? Quer melhorar a sua vida? Quer estar cheio do Espírito Santo?’… a palavra de Jesus… Todos os outros que estavam ali – doentes, cegos, paralíticos – disseram: ‘Sim, Senhor, sim!’. Mas aquele homem, estranho, respondeu a Jesus: ‘Senhor, não tenho ninguém que me leve à piscina quando a água é agitada. Quando estou chegando, outro entra na minha frente’. Sua resposta é uma lamentação: ‘Veja, Senhor, como é ruim e injusta a vida comigo. Todos os outros podem entrar e se curar e eu tento há 38 anos, mas…’”

Francisco explicou que este homem era como a árvore plantada nos braços de um rio, com as raízes secas, que não podiam tocar a água. É possível constatar isso a partir do comportamento do homem, a partir de suas lamentações. “Sempre tentando dar a culpa ao outro: ‘Mas são os outros que vão antes de mim, eu sou um coitadinho que está aqui há 38 anos…”. Este é um pecado feio, o pecado da preguiça, que é pior do que ter o coração morno, bem pior. É viver, mas ‘viver sem vontade de ir avante, de fazer alguma coisa na vida; é perder a memória da alegria’. “Este homem não conhecia nem de nome a alegria, a havia perdido. Isto é pecado, é uma doença muito ruim”. ‘Mas eu estou bem assim, me acostumei… A vida foi injusta comigo…’. “Sente-se o ressentimento, a amargura do seu coração”.

Jesus não o repreendeu, explicou o Papa, mas lhe disse para levantar, pegar a cama e andar e, então, o paralítico se curou. Isso foi feito em um dia de sábado, os Doutores da Lei disseram que não era permitido carregar a cama e lhe perguntam quem o havia curado naquele dia. O Paralítico não tinha ainda agradecido Jesus, não lhe havia nem perguntado seu nome. “Levantou-se com a preguiça de quem vive porque o oxigênio é grátis”, disse o Papa.

“A preguiça – explicou Francisco – é um pecado que paralisa, que nos deixa paralíticos, que não deixa caminhar. Hoje também o Senhor olha por todos nós; todos temos pecados, mas vendo este pecado, nos diz: ‘Levanta’”.

“Hoje o Senhor diz a cada um de nós: ‘Levanta, pega a tua vida como ela é: boa, ruim, como for, pegue-a e vá adiante. Não tenha medo, vai adiante, com a tua cama’. (…) ‘Quer ser curado?’ – é a primeira pergunta que o Senhor nos faz hoje. ‘Sim, Senhor’. ‘Levanta’. E na antífona, no início da missa, havia aquele trecho tão bonito: ‘Vós, que tendes sede, vinde às águas – são grátis, não a pagamento – vinde e bebei com alegria’. E se dissermos ao Senhor ‘Sim, quero ser curado; sim, Senhor, ajuda-me porque quero me levantar’, saberemos como é a alegria da salvação”.


Publicado em 28 de março de 2017 por Papa Francisco

quarta-feira, 27 de abril de 2016

Papa: a vida sem Jesus é como um celular sem sinal

“Estou certo de que isso acontece também com vocês, que o celular fica sem sinal em alguns lugares...."
Perdoar e procurar o “sinal” de Jesus: estes foram os conselhos do Papa Francisco aos adolescentes reunidos no Estádio Olímpico de Roma.

A noite de testemunhos, oração e reflexão foi uma das etapas dos três dias de Jubileu que os jovens estão celebrando com o Papa Francisco. Pela manhã, o Pontífice confessou 16 rapazes e moças na Praça S. Pedro.

Obras de misericórdia
Na videomensagem veiculada no Estádio, Francisco agradeceu a presença dos jovens e falou dos lenços que muitos deles estavam usando com as Obras corporais de misericórdia. “Coloquem essas Obras na cabeça, porque são o estilo de vida cristão. Como sabem, as Obras são gestos simples, que pertencem à vida de todos os dias, permitindo reconhecer a Face de Jesus no rosto de tantas pessoas. Inclusive jovens! Jovens como vocês que têm fome, sede; que são prófugos ou forasteiros ou doentes e pedem a nossa ajuda e a nossa amizade”.

Perdoar e esquecer

Ser misericordiosos – prosseguiu o Papa – quer dizer ser capazes de perdoar, quando ofendemos ou somos ofendidos. “E isso não é fácil, eh? Não permaneçamos com o rancor ou com o desejo de vingança! Não serve para nada: é um cupim que come a alma e não nos permite ser felizes. Perdoemos! Perdoemos e esqueçamos a ofensa recebida, assim poderemos compreender o ensinamento de Jesus e ser seus discípulos e testemunhas de misericórdia.”

Sem Jesus, não há sinal

Francisco deu como exemplo a busca por sinal para falar no celular. “Estou certo de que isso acontece também com vocês, que o celular fica sem sinal em alguns lugares…. Pois bem, lembrem-se que se Jesus não está em nossa vida é como não ter sinal. Não se consegue falar e nos fechamos em nós mesmos. Devemos ficar onde há sinal! A família, a paróquia, a escola, porque deste modo sempre teremos algo de bom e verdadeiro a dizer.”

O Jubileu dos Adolescentes encerrou na segunda-feira.

(Rádio Vaticano)

Papa alerta contra clericalismo e diz que leigos são o coração da Igreja


VATICANO, 26 Abr. 16 / 12:30 pm (ACI).- O Papa enviou uma carta ao Presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina, o Cardeal Marc Ouellet, sobre o papel do leigo na vida pública e recorda que esta é uma das maiores riquezas do Concílio Vaticano II.

Por ocasião da Assembleia Plenária celebrada recentemente por tal Comissão sobre a missão dos fiéis na vida pública da América Latina, Francisco conta como foi a sua reunião com eles e trocaram algumas reflexões. Sobre isto mesmo, pede que “o espírito de discernimento e reflexão ‘não caia em saco quebrado’; nos ajude e continue estimulando a servir melhor ao Santo Povo fiel de Deus” e alerta acerca dos perigos do clericalismo.

O Pontífice assinala que os bispos “como pastores são continuamente convidados a olhar” o Santo Povo fiel de Deus (os leigos) para “proteger, acompanhar, sustentar e servir”.

“Um pai não se entende a si mesmo sem seus filhos. Pode ser bom trabalhador, profissional, esposo, amigo, mas o que o torna pai são seus filhos. O mesmo acontece conosco, somos pastores. Um pastor não se concebe sem um rebanho, ao qual está chamado a servir”.

O Pontífice também explica na mensagem que “servimos ao povo estando dentro dele”. “Muitas vezes, vamos na frente marcando o caminho, outras vezes, atrás para que ninguém fique atrasado, e não poucas vezes estão no meio deles para sentir bem o palpitar das pessoas”.

Um dos conselhos é que os bispos olhem “continuamente o Povo de Deus” porque “nos salva de certos nominalismos (slogans) que são belas frases, mas não conseguem sustentar a vida de nossas comunidades”.

“Por exemplo, recordo agora a famosa expressão: ‘é a hora dos leigos’, mas parece que o relógio parou”, assinalou.

Por sua vez, recorda que “todos entramos na Igreja como leigos”, pois “o primeiro sacramento, que sela para sempre nossa identidade e do qual deveríamos estar sempre orgulhosos, é o do batismo”.




Francisco destaca que o Batismo “nos faz bem lembrar que a Igreja não é uma elite dos sacerdotes, dos consagrados, dos bispos, mas todos formamos o Santo Povo fiel de Deus”.

“Esquecermos isso acarreta vários riscos e deformações tanto em nossa própria vivência pessoal como comunitária do ministério que a Igreja nos confiou. Somos, como bem assinala o Concílio Vaticano II, o Povo de Deus, cuja identidade é a dignidade e a liberdade dos filhos de Deus, em cujos corações habita o Espírito Santo como em um templo. O Santo Povo fiel de Deus está ungido com a graça do Espírito Santo, portanto, na hora de refletir, pensar, avaliar, discernir, devemos estar muito atentos a esta unção”.

Clericalismo

Na mensagem o Papa argentino pede uma especial atenção ao clericalismo, “fruto de uma má vivência da eclesiologia exposta pelo Vaticano II”.

“Esta atitude não só anula a personalidade dos cristãos, mas também gera uma tendência a diminuir e desvalorizar a graça batismal que o Espírito Santo colocou no coração das pessoas. O clericalismo anula a personalidade dos cristãos e leva a uma ‘homologação’ do laicato. Tratando-o como mandatário, limita as diversas iniciativas e esforços e, ousaria dizer, as audácias necessárias para poder levar a Boa Nova do Evangelho a todos os âmbitos da atividade social e sobretudo política”.

Além disso, “o clericalismo longe de impulsionar as distintas contribuições, propostas, pouco a pouco vai apagando o fogo profético que a Igreja toda está chamada a dar testemunho no coração de seus povos.

O clericalismo esquece que a visibilidade e a sacramentalidade da Igreja pertencem a todo o povo de Deus (cf. LG 9-14) e não só a poucos eleitos e iluminados”.

Pastoral popular e leigos na vida pública

Outro ponto que o Pontífice trata na mensagem é o da pastoral popular. “Foi dos poucos espaços onde o povo (inclusive seus pastores) e o Espírito Santo puderam se encontrar sem o clericalismo que busca controlar e frear a unção de Deus sobre os seus”.

O Papa pede confiar “em nosso Povo, em sua memória e em seu ‘olfato’, confiemos que o Espírito Santo atua em e com eles, e que este Espírito não é somente ‘propriedade’ da hierarquia eclesiástica”.

Em relação à missão dos leigos na vida pública, o Santo Padre destaca que em muitas cidades se descarta as pessoas e onde não há esperança. Mas os leigos na vida pública podem “procurar um modo para poder encorajar, acompanhar e estimular todas as tentativas e esforços que hoje são feitos para manter vivas a esperança e a fé, em meio a tantas contradições, especialmente com os mais pobres. Significa como pastores nos comprometer em meio do nosso povo e, com nosso povo, sustentar a fé e sua esperança”.

“Não é o pastor a dizer ao leigo o que ele deve fazer e dizer, ele sabe tanto ou melhor que nós. Não é o pastor a ter que estabelecer o que os fiéis devem dizer nos diversos âmbitos. Como pastores, unidos ao nosso povo, nos faz bem nos perguntarmos como estamos estimulando e promovendo a caridade e a fraternidade, o desejo de bem, de verdade e da justiça”.

O Papa também denuncia que muitas vezes a Igreja gerou uma ‘elite laical’ acreditando que “são leigos comprometidos aqueles que trabalham em coisas ‘dos padres’, esquecendo e negligenciando o crente que muitas vezes gasta sua esperança na luta cotidiana para viver a fé”.

Francisco assegura que “devemos reconhecer que o leigo, por sua realidade, por sua identidade, porque imerso no coração da vida social, pública e política, porque participante de formas culturais que se geram constantemente, precisa de novas formas de organização e de celebração da fé”.

“Os ritmos atuais são tão distintos (não digo melhor ou pior) aos que vivíamos há 30 anos!”, clama na mensagem.

Enfim, “isto requer imaginar espaços de oração e de comunhão com características novas, mais atrativas e significativas – especialmente – para os habitantes urbanos”.

Em relação a isto, fala da ‘inculturação’: “um processo que os pastores são chamados a estimular animando as pessoas a viver sua fé onde estão e com quem estão. A inculturação é aprender a descobrir como uma determinada porção do povo de hoje, aqui e agora na história, vive, celebra e anuncia sua fé”, assegura.

Ao terminar, o Papa pede não perder a memória, “nos desarraigar de onde viemos e, portanto, não saberemos também aonde vamos”.

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Papa Francisco com a camisa do Terço dos Homens de João Câmara





Um momento que ficará guardado na mente e no coração dos integrantes do Movimento Terço dos Homens da Paróquia Nossa Senhora Mãe do Homens de João Câmara.

Na manhã desta quarta-feira, 28 de outubro, na Praça de São Pedro em Roma, o coordenador do Terço do Homens, de João Câmara, Francisco Guilherme (Dadai) jogou a camisa do Movimento representando o Rio Grande do Norte e o Santo Padre a tomou pela mão.

Dadai integra um grupo de irmãos católicos que está em Roma juntamente com o Padre Fábio Pinheiro. Fazem parte também da comitiva, o comerciante Marcelo Torquato e a esposa; Severino Pinheiro e esposa, o vice-prefeito Josafá Araújo e esposa e a professora Ozélia Medeiros.

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Papa Francisco: a Ideologia do gênero é contrária ao plano de Deus

VATICANO, 15 Abr. 15 / 03:38 pm (ACI/EWTN Noticias).- A criação do homem e da mulher, com o sacramento do matrimônio, são “um maravilhoso dom que Deus instituiu à humanidade”. Este foi o tema da mais recente catequese do Papa Francisco na Audiência Geral desta quarta-feira,15, na Praça de São Pedro, à que compareceram milhares de fiéis.
Antes de começar o seu discurso, o Papa explicou que “esta catequese e a próxima serão sobre a diferença e a complementariedade entre o homem e a mulher, que estão no vértice da criação divina; as duas catequeses que seguirão depois serão sobre outros temas do Matrimônio”.
Durante a sua explicação, o Papa Francisco denunciou a ideologia de gênero ou teoria do gênero e mostrou uma série de preocupações que se derivam dela. Pedindo a todos os fiéis e principalmente às famílias que mostrem a beleza da aliança entre o homem e a mulher, animou a vivê-la “para o bem”.
O Papa começou recordando o Livro da Gênesis, onde lemos que Deus, depois de ter criado o universo inteiro, “criou o ser humano à sua imagem: criou-os homem e mulher.”
Francisco sublinhou que “a diferença sexual está presente em muitas formas de vida. Não só o homem e nem só a mulher são imagem de Deus, mas ambos, como casal, são imagem de Deus Criador. “Isto nos diz que não só o homem tomou em si a imagem de Deus, não só a mulher tomou em si a imagem de Deus, mas também o homem e a mulher, como casal, são imagem de Deus”.
Portanto, a diferença entre eles tem em vista a comunhão e a geração, e não a contraposição nem a subordinação. “Somos feitos para ouvir-nos e ajudar-nos reciprocamente. Sem esse enriquecimento recíproco, não se pode entender profundamente o que significa ser homem e mulher”, disse o Papa.
Continuando, disse que “a cultura moderna e contemporânea abriu novos espaços, novas liberdades e novas profundidades para o enriquecimento da compreensão destas diferenças”, mas denunciou que “introduziu também muitas dúvidas e muito ceticismo”.
Depois enumerou uma série de exemplos: “Pergunto-me, por exemplo, se a chamada teoria do gênero não é expressão de uma frustração e resignação, com a finalidade de cancelar a diferença sexual por não saber mais como lidar com ela. Neste caso, corremos o risco de retroceder”, alertou.
“A eliminação da diferença, com efeito, é um problema, não uma solução. Para resolver seus problemas de relação, o homem e a mulher devem dialogar mais, escutando-se, conhecendo-se e amando-se mais”.
Aliás “devem tratar-se com respeito e colaborar com a amizade”. E “com estas bases humanas, sustentadas pela graça de Deus, é possível projetar a união matrimonial e familiar que dure para a vida inteira”. “A união matrimonial e familiar é algo sério, não só para os cristãos, é para todos”, assinalou.
Nesse sentido, exortou os intelectuais a que “não abandonem este tema, como se fosse algo secundário pelo empenho em favor de uma sociedade mais livre e justa”.
“Deus confiou a terra à aliança do homem e da mulher: a falência desta aliança gera a aridez dos afetos no mundo e obscurece o céu da esperança”.
“Os sinais são visíveis e preocupantes”, disse, indicando duas reflexões que merecem atenção:
A primeira, relacionada à importância da mulher e seu papel na sociedade. Sobre isto manifestou que “sem dúvida devemos fazer muito mais a favor da mulher, se queremos dar mais força à reciprocidade entre homens e mulheres. É necessário, de fato, que a mulher não seja somente mais ouvida, mas que a sua voz tenha um peso real, uma autoridade reconhecida na sociedade e na Igreja.
O Pontífice citou como exemplo o modo como Jesus no Evangelho considerou as mulheres num período em que eram relegadas a segundo plano: “Em um contexto menos favorável que o nosso, manda uma luz potente, que ilumina um caminho que leva longe, do qual percorremos somente uma parte”, trata-se pois “de um caminho a percorrer-se com mais criatividade e mais audácia”.
A segunda reflexão diz respeito ao tema do homem e da mulher criados à imagem de Deus. “Me pergunto se a crise de confiança coletiva em Deus não estaria relacionada à crise da aliança entre homem e mulher, já que a comunhão com Deus está intimamente ligada à comunhão do casal humano.”
O Pontífice esclareceu que a Escritura “nos diz que a comunhão com Deus se comprova na comunhão do casal humano e que a perda da confiança no Pai celeste gera divisão e conflito entre o homem e a mulher”.
Eis então a grande responsabilidade da Igreja e de todos os fiéis e das famílias cristãs para redescobrir a beleza do projeto criador que grava a imagem de Deus também na aliança entre o homem e a mulher”.
O Papa concluiu dizendo que “a terra enche-se de harmonia e confiança quando a aliança entre o homem e a mulher é vivida no bem. Jesus nos encoraja explicitamente ao testemunho desta beleza, que é a imagem de Deus”, concluiu o Papa.

acidigital - Por Álvaro de Juana

terça-feira, 20 de maio de 2014

Francisco: "Dinheiro, poder e vaidade não dão a paz que nos dá o Espírito Santo"

Como todas as manhãs, o Papa presidiu uma missa na capela da Casa Santa Marta, da qual participaram algumas dezenas de pessoas.

“Quem acolhe o Espírito Santo no coração terá uma paz sólida e sem fim; ao contrário daqueles que optam por confiar de modo ‘superficial’ na tranquilidade
oferecida pelo dinheiro e o poder”. Este foi ensinamento proposto por Francisco em sua homilia. “A paz das coisas e a paz da Pessoa, do Espírito Santo: a primeira corre sempre o risco de desaparecer (hoje você é rico e amanhã, não); e a segunda é definitiva, ninguém pode te tirar”, completou o Papa.

Ele começou pelo Evangelho de João, pela leitura do dia: Jesus está para enfrentar a Paixão, mas antes, anuncia aos discípulos: “Eu vos dou a minha paz”. Esta paz é completamente diferente da “paz que o mundo nos dá, que oferece tranquilidade, até certa alegria, mas só até certo ponto”, disse, citando o exemplo:

“Eu estou em paz porque tenho já tudo preparado para viver a vida inteira... não tenho que me preocupar”. Esta é a paz que nos dá o mundo. “Não terei problemas porque tenho dinheiro”. Esta é a paz da riqueza. Mas Jesus nos diz para não confiarmos nesta paz e adverte: “Os ladrões existem, e podem roubar sua riqueza!”. A paz do dinheiro não é definitiva. “Os metais enferrujam, a Bolsa de Valores pode cair e você perde todo o dinheiro! Esta não é uma paz segura: é superficial, temporária”.

Avaliando outros tipos de paz mundana, Francisco citou a ‘do poder’, que – disse – também não funciona: um golpe de Estado e você a perde; e a ‘da vaidade’, que o Papa definiu como uma “paz de conjuntura: “Hoje você é respeitado e amanhã, insultado”, assim como Jesus entre Domingo de Ramos e Sexta-feira Santa. “Totalmente diferente é a paz que nos doa Jesus”, assegurou:

“A paz de Jesus é uma Pessoa, é o Espírito Santo! No dia da Ressurreição ele vai ao cenáculo e diz “A paz esteja convosco, recebam o Espírito Santo”. Esta é a paz de Jesus; é uma Pessoa, um presente grande. E quando o Espírito está em nosso coração, ninguém pode nos tirar a paz, ninguém!”. “Temos que mantê-la!, é uma paz grande, definitiva; é uma paz que nos foi doada por uma Pessoa, uma Pessoa que está dentro do nosso coração e nos acompanha toda a vida. Foi a paz que o Senhor nos deu”.

O Papa explicou que “nós recebemos esta paz com o Batismo e com a Crisma, mas principalmente, devemos recebê-la como uma criança, que ganha um presente, sem condições, de coração aberto”.

“Se vocês têm esta paz do Espírito, se têm o Espírito dentro de vocês e sabem disso, não deixem seu coração se intimidar. Estejam certos! Paulo dizia que para entrar no Reino dos céus é preciso passar por muitas tribulações, mas todos nós, temos tantas, pequenas, grandes...! ‘Não se perturbe nem deixe que se intimide seu coração’... e esta é a paz de Jesus. A presença do Espírito faz que o nosso coração esteja em paz, não anestesiado, mas em paz, com a paz que somente a presença de Deus nos dá”.

Fonte do site da Rádio Vaticano

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

A Igreja suporta a revolução de Francisco?




Por Juan Arias*

O papa Francisco, ao contrário de seus antecessores que mediam e pesavam as palavras, gosta de provocar. E não o faz através de pesadas encíclicas ou documentos pontifícios. Provoca os católicos nas ruas e praças, como há dois mil anos o fazia o profeta inconformista de Nazaré.

Sua última provocação ocorreu na quarta-feira passada conversando com os fiéis em Roma. Disse-lhes, como a coisa mais normal do mundo, que ao cristão que "não se considere um pecador” é melhor que “não vá à missa".

Mais ainda, segundo Francisco, os que vão à missa para aparentar que “são melhores que os outros”, melhor que fiquem em casa. Não há espaço para eles na igreja.

Advertiu também, com humor, os fiéis para que quando forem à missa não façam “fofocas”, comentando, por exemplo, como está vestida a fulana de tal. Talvez se referisse às cerimônias de casamento. Francisco, quando era cardeal arcebispo de Buenos Aires, ironizava ao comentar que muitos católicos assistem a esse tipo de cerimônia sem se importar com a missa, e mais "como está vestida a noiva e as suas convidadas”.

Entendimento e misericórdia

O novo papa latino-americano está ressuscitando a Igreja do entendimento e da misericórdia após séculos de inquisição. Está pulando centenas de anos de teologia e doutrina patrística para levar a Igreja às suas origens, quando ainda não existiam tribunais de inquisição e quando no centro de tudo estava a teologia do perdão, e não a do castigo.

Até a chegada de Francisco, os pontífices mediam cada palavra e até suas encíclicas tinham que passar pela censura da Congregação para a Doutrina da Fé e do jornal oficial do Vaticano, L´Osservatore Romano. Não eram livres para dizer o que sentiam com espontaneidade.

Lembro de só um papa, João XXIII -pelo que dizem parecido com Francisco- que, quando visitava algum bairro pobre na periferia de Roma, ao falar improvisando, dizia com humor aos jornalistas que o acompanhavam: “Melhor que tomem nota, porque é possível que amanhã o que eu estou dizendo não saia publicado no L´Osservatore Romano”. E era verdade -o censuravam.

Francisco surge quebrando velhos tabus. Não se sente de mãos atadas quando fala, nem se preocupa excessivamente com a possibilidade de suas palavras poderem ou não deixar de cabelo em pé certos teólogos conservadores.

Sente-se seguro porque ele fez um link com a Igreja primitiva, e mais ainda, com os textos bíblicos, antes de que fossem domesticados pelas diversas teologias ao longo dos séculos. A afirmação de que se um cristão não se sente pecador é melhor que não vá à missa não deixará de soar quase como uma heresia a muitos católicos conformistas.

Uma Igreja de pecadores

No entanto, essa volta à ideia de uma Igreja não triunfante, não de justos e santos senão de pecadores, não de eleitos senão dos que buscam a piedade e a misericórdia, Francisco está resgatando dos evangelhos, dos ensinamentos diretos do profeta judeu.

Três passagens dos evangelhos de Lucas e João dariam plena razão à última provocação de Francisco. A primeira é quando é acusado pelos fariseus de ter ido com seus apóstolos comer na casa de um publicano, uma categoria considerada como de “pecadores”. Jesus aproveita a crítica feita pelos que se acham bons e diz: “Eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores, ao arrependimento", e acrescenta: “Os sãos não precisam de médico, mas sim os enfermos". (Lucas 5, 27-32)

No mesmo evangelho (18, 9-14), aos que se consideravam justos (sem pecados) e “menosprezavam os outros”, propôs a seguinte parábola: dois homens foram rezar no templo, um era fariseu (justo) e o outro publicano (pecador). O fariseu, em pé, para ser visto melhor, rezou assim: “Ó Deus, graças te dou porque eu não sou como os outros, ladrões, injustos, adúlteros, nem como esse publicano aí. Eu jejuo duas vezes por semana e dou ao templo o dízimo de tudo o que ganho”.

Por trás dele, em um canto, o publicano pecador não ousava nem levantar os olhos e batia no peito dizendo: “Senhor, ajudem-me porque eu sou um pecador”. Jesus resume: “Digo-vos que o publicano voltou à sua casa justificado, e não o fariseu”.

Quem atira a primeira pedra?

No evangelho de João (8,2), um grupo de homens quis colocar à prova a fama de misericordioso de Jesus com os pecadores e levaram à força até ele uma mulher flagrada em adultério: "A lei manda matá-la (por apedrejamento). Tu, pois, que dizes?". Queriam que Jesus se declarasse contra a lei judaica. Não sabemos o que respondeu, porque escrevia na terra do templo com o dedo, enquanto a mulher, humilhada, se encontrava jogada no chão, em uma cena que deixava enlouquecido o famoso cineasta ateu italiano Pier Paolo Pasolini, que me perguntava incrédulo: "Mas por que os apóstolos não se interessaram em nos contar o que Jesus escrevia?".

Sabe-se apenas que quando Jesus propôs aos acusadores que atirassem a primeira pedra os que “estivessem sem pecado”, estes começaram a ir embora, "começando pelos mais velhos". À mulher em pecado, Jesus pergunta: "Ninguém te condena? Eu tampouco, vai em paz e não peques mais".

Os legalistas, incapazes de misericórdia, não perdoaram, no entanto, o profeta pelo seu gesto de misericórdia com a adúltera e o levaram à cruz ainda muito jovem.

Francisco está ressuscitando a Igreja que preferia perdoar que condenar, entender o coração humano em vez de anatematizar, convencido como está que a Igreja que, por exemplo, faz do confessionário (em expressão sua) um "local de tortura", não responde à sonhada por seu fundador: uma Igreja que não condena ninguém e que deixa o julgamento final nas mãos de Deus, de quem dizia o profeta Isaías que é mais mãe do que pai.

Não parece Francisco, efetivamente, mais uma mãe que fecha os olhos às travessuras de seus filhos que um pai severo sempre disposto a castigar? "Quem sou eu para julgar um homossexual?", disse aos jornalistas no avião de volta do Brasil.

Francisco está sendo severo só contra os que violentam os menores inocentes, isto é, contra os pedófilos dentro da Igreja. Bem mais que seus antecessores. E também nisso segue as impressões do mestre que chegou a pedir a pena de morte para quem escandalizasse as crianças. "Melhor seria que colocassem uma pedra de moinho no pescoço e o jogassem no mar", disse a seus discípulos.

Francisco é, na verdade, o primeiro papa a surpreender desde o primeiro momento ao confessar com coragem: "Eu também peco".

Quanto aguentará a Igreja tradicional essa revolução repentina?
*Juan Arias é correspondente no Brasil do El País, onde esta reportagem foi publicada originalmente.
17/02/2014 | domtotal.com

domingo, 29 de setembro de 2013

Francisco aos catequistas: sejam criativos, não tenham medo de romper os esquemas para anunciar o Evangelho


Cidade do Vaticano, 28 set (SIR) - O Papa encontrou na tarde desta sexta-feira, na Sala Paulo VI, os participantes do Congresso Internacional sobre a Catequese organizado no âmbito do Ano da Fé. Em seu discurso, o Pontífice ressaltou que "a catequese é um pilar para a educação da fé". "É preciso bons catequistas!", exclamou, agradecendo aos presentes por esse serviço "à Igreja e na Igreja". 

"Mesmo se por vezes pode ser difícil, há muito trabalha, se esforça e não se veem os resultados desejados, educar na fé é belo! Talvez seja a melhor herança que podemos dar: a fé! Educar na fé" para que cresça. Ajudar as crianças, os adolescentes, os jovens a conhecer e a amar sempre mais o Senhor é uma das aventuras educacionais mais bonitas, se constrói a Igreja! ´Ser´ catequistas! Não trabalhar como catequistas, eh! – observou. Isso não serve! Eu trabalho como catequista porque gosto de ensinar... Mas se você não é catequista, não serve! Não será fecundo! Não será fecunda! "Catequista é uma vocação: ´ser catequista´, essa é a vocação; não trabalhar como catequista. Vejam bem, não disse ´trabalhar como catequista, mas sê-lo´, porque envolve a vida. E assim se conduz ao encontro com Jesus com as palavras e com a vida, com o testemunho".

Francisco convidou a recordar aquilo que Bento XVI disse: "A Igreja não cresce por proselitismo. Cresce por atração". "E aquilo que atrai – precisou o Papa – é o testemunho. Ser catequista significa dar testemunho da fé; ser coerente na própria vida. E isso não é fácil! Não é fácil. Nós ajudamos, conduzimos ao encontro com Jesus com as palavras e com a vida, com o testemunho." Em seguida, recordou aquilo que São Francisco de Assis dizia a seus confrades: "Preguem sempre o Evangelho e se fosse necessário também com as palavras". Mas antes vem o testemunho: "que as pessoas vejam o Evangelho em nossa vida. E ´ser´ catequistas requer amor, amor sempre mais forte a Cristo, amor a seu povo santo. E esse amor não se compra nas casas comerciais; não se compra nem mesmo aqui em Roma. Esse amor vem de Cristo! É um presente de Cristo! É um presente de Cristo! E se vem de Cristo parte d´Ele e nós devemos partir novamente de Cristo, desse amor que Ele nos dá. O que significa esse partir novamente de Cristo, para um catequista, para vocês, também para mim, porque também eu sou um catequista? O que significa? O Papa respondeu com três coisas. Em primeiro lugar, partir novamente de Cristo significa ter familiaridade com Ele. Mas ter familiaridade com Jesus: Jesus o recomenda com insistência aos discípulos na Última Ceia, quando se aproxima a viver a doação mais alta de amor, o sacrifício da Cruz. Jesus utiliza a imagem da videira e dos ramos e diz: permaneçam em meu amor, permaneçam junto a mim, como os ramos na videira.

"Se estivermos unidos a Ele – observou Francisco – podemos dar fruto, e essa é a familiaridade com Cristo. Permanecer em Jesus!" É um permanecer apegado a Ele, "com Ele, falando com Ele: mas, permanecer em Jesus". "A primeira coisa para um discípulo – prosseguiu – é estar com o Mestre, ouvi-lo, aprender d´Ele. E isso vale sempre, é um caminho que dura a vida inteira." O Papa contou um episódio: "Numa de minhas saídas, aqui em Roma, numa missa aproximou-se um senhor, relativamente jovem e me disse: ´Padre, prazer conhecê-lo, mas não creio em nada! Não tenho o dom da fé! Entendia que era um dom... ´Não tenho o dom da fé! O que me diz?´ ´Não desanime. Cristo lhe quer bem. Deixe-se olhar pelo Senhor! Nada mais que isso´. E isso digo a vocês: deixem-se olhar pelo Senhor! – exortou o Santo Padre: "Entendo que para vocês não è tão simples: especialmente para quem é casado e tem filhos, é difícil encontrar um tempo longo de calma. Mas, graças a Deus, não é necessário fazer todos do mesmo modo; na Igreja há variedade de vocações e variedade de formas espirituais; o importante é encontrar o modo adequado para estar com o Senhor; e isso se pode, é possível em qualquer estado de vida." O Papa acrescentou o segundo elemento: "partir novamente de Cristo significa imitá-lo no sair de si e ir ao encontro do outro. Essa é uma experiência bonita, e um pouco paradoxal. Por qual motivo? Porque quem coloca no centro da própria vida Cristo, se descentra! Quanto mais se une a Jesus e Ele se torna o centro da sua vida, mais Ele o faz sair de si mesmo, o descentra e abre você aos outros. "O coração do catequista vive sempre esse movimento de ´sistole – diastole´: união com Jesus – encontro com o outro. Sistole – diastole. Se falta um desses dois movimentos, não bate mais, não pode viver." O terceiro elemento, que está sempre nessa linha: "partir novamente de Cristo significa não ter medo de ir com Ele às periferias".

De fato, o Pontífice exortou a não ter medo de caminhar com Jesus às periferias: "Se um catequista se deixa tomar pelo medo, é um covarde; se um catequista está tranquilo acaba por tornar-se uma estátua de museu; se um catequista é rígido torna-se estéril. Pergunto-lhes: alguém de vocês quer ser covarde, estátua de museu ou estéril?" Francisco pediu criatividade e nenhum medo de sair dos próprios esquemas: isso caracteriza um catequista. Quando permanecemos fechados em nossos esquemas, nossos grupos, nossas paróquias, nossos movimentos – explicou – ocorre o que acontece a uma pessoa fechada em seu quarto: adoecemos. A certeza que deve acompanhar todo catequista – acrescentou Francisco é que Jesus caminha conosco, nos precede. "Quando pensamos ir longe, a uma periferia extrema, Jesus está lá."
SIR

terça-feira, 30 de julho de 2013

O Papa não liberou o homossexualismo! Isto é invenção da imprensa. Entenda o porquê…

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Eu sabia que isso ia acontecer, só não esperava que fosse tão rápido. Mais cedo ou mais tarde a imprensa acabaria fazendo o que faz de melhor (ou de mais nojento): Distorcer as palavras do Santo Padre. O Pontífice tinha razão quando disse ainda na sua saída de Roma para o Brasil, que estar ao lado dos jornalistas era como estar cercado de “lobos ferozes”.
Mesmo o Papa tendo falado de compromisso e responsabilidade, mesmo discursando contra a “cultura do provisório, do relativo”, defendendo o valor da família e do matrimônio, os jornalistas ativistas (ou ativistas jornalistas) insistem em tentar criar uma imagem de um Papa progressista, nem que para isso eles tenham que “manipular” a informação.
Nós católicos precisamos ter muito cuidado com a leitura que a mídia faz das declarações dos Papas, Cardeais, Bispos e Padres. Quando escrevem ou falam fé e a Igreja, a grande maioria dos jornalistas e teólogos (os formadores de opinião), querem forçar a barra, no intuito de militar contra a Igreja de Cristo e a favor de um “progressismo” que não ajuda em nada a Igreja – ao contrário, que ferem os grandes valores do cristianismo.
Ainda no avião enquanto regressava a Roma o Papa Francisco concedeu uma entrevista aos jornalistas da sua comitiva no avião. O Pontífice abordou temas espinhosos; entre eles, a questão da homossexualidade.
Aqui um grande parênteses: Não falou nada de novo em matéria moral. Leia o que ele disse:
“Se uma pessoa é gay e procura Deus e tem boa vontade, quem sou eu, por caridade, para julgá-lo? O Catecismo da Igreja Católica explica isso muito bem. Diz que eles não devem ser discriminados por causa disso, mas integrados na sociedade.”
Bastou esta frase para que vários portais de notícias festejassem o que na opinião deles seria o consentimento da igreja para o ato homossexual. Nada mais falso. Antes da frase acima ele falou algo que a imprensa fez questão de não citar:
“Segundo o Catecismo da Igreja Católica, a orientação homossexual não é pecado, mas os atos, sim.”
Para não deixar nenhuma dúvida, vamos ler o trecho do Catecismo ao qual o próprio Papa remete. Assim não deixemos que haja dúvidas sobre um provável desacordo entre as palavras do Papa e o ensinamento moral da Igreja. Leiamos o parágrafo 2358:
“Um número não negligenciável de homens e de mulheres apresenta tendências homossexuais profundamente enraizadas. Esta inclinação objetivamente desordenada constitui, para a maioria, uma provação. Devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á para com eles todo sinal de discriminação injusta. Estas pessoas são chamadas a realizar a vontade de Deus em sua vida e, se forem cristãs, a unir ao sacrifício do Senhor as dificuldades que podem encontrar por causa de sua condição.” (CIC§2358)
Moral da história: a Igreja continua condenando o pecado, não o pecador. E, justamente porque o ama, chama-o à conversão, à castidade. Por causa de sua condição, eles não devem ser injustamente discriminados, mas tratados com respeito e dignidade. Este é o ensinamento da Igreja e esta é a referência do Papa.
Agora a grande prova da maldade da imprensa em deturpar as palavras do Papa, foi a omissão de um trecho da entrevista. Quado perguntado sobre porque não falou aos jovens sobre questões polêmicas como o aborto ou o “casamento” gay, o Santo Padre disse:
“A Igreja já se expressou perfeitamente sobre isso. Eu não queria voltar a falar sobre isso. Não era necessário voltar a falar sobre isso, como também não era necessário falar sobre outros assuntos. Eu também não falei sobre o roubo, sobre a mentira. Para isso, a igreja tem uma doutrina clara. Queria falar de coisas positivas, que abrem caminho aos jovens. Além disso, os jovens sabem perfeitamente qual a posição da igreja”.
Não satisfeito, o repórter perguntou:
E a (posição) do papa?
O resultado foi uma resposta do Papa Francisco, digna do Papa Francisco (que mais pareceu um golpe de direita no queixo):
(A posição do Papa) É a da Igreja, eu sou filho da Igreja”.
A questão é: Porque nenhum meio de comunicação noticiou este fato?
Talvez encontremos a resposta quando perguntamos: A quem interessa o “lobby gay”? A quem interessa o “lobby abortista”? Termino esta matéria indicando o excelente texto doWagner Moura do blog “O Possível e o extraordinário”.
Pax Domini

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Papa Francisco: "me sinto mal quando vejo um padre com um carro chique"


O Santo Padre encontrou-se na tarde deste sábado, 6 de junho, na Sala Paulo VI, no Vaticano, com os seminaristas, noviços, noviças, e os jovens que estão no caminho vocacional. Em sua reflexão, o Papa Francisco chamou a atenção para um perigo constante, ou seja, a cultura do provisório:

"Eu não culpo vocês. Reprovo esta cultura do provisório que não nos faz bem, pois uma escolha definitiva hoje é muito difícil. Na minha época era mais fácil, porque a cultura favorecia uma escolha definitiva tanto para a vida matrimonial, quanto para a vida consagrada ou sacerdotal, mas nesta época não é fácil uma escolha definitiva. Nós somos vítimas desta cultura do provisório".

O Papa frisou que o chamado é primeiramente uma alegria que não nasce do possuir o último modelo de smartphone, de moto ou carro: 

"Digo realmente a vocês que me sinto mal quando vejo um sacerdote ou uma religiosa com um carro chique. Não pode ser assim! Reconheço que o carro seja necessário, pois nos ajuda a nos mover com facilidade. Comprem um carro mais simples. E se você gostou do carro bonito, pense nas muitas crianças que morrem de fome. Somente isso".

O Santo Padre destacou que a "alegria nasce do sentir-se dizer: Você é importante para mim. É isso que Deus nos faz entender. Ao nos chamar, Deus nos diz: Você é importante para mim, eu te quero bem, conto contigo. Entender isso é o segredo de nossa alegria. Sentir-se amados por Deus, sentir que para Ele não somos números, mas pessoas. Sentir que é Ele quem nos chama. Tornar-se sacerdote, religioso e religiosa não é antes de tudo uma escolha nossa, mas a resposta a um chamado e um chamado de amor".

"Essa alegria é contagiosa. Não pode haver santidade na tristeza", disse o Santo Padre que deu uma forte indicação aos jovens sobre o voto de castidade, "um caminho que amadurece na paternidade e maternidade pastoral":

"Vocês, seminaristas e religiosas consagrem o seu amor a Jesus, um grande amor; o coração é para Jesus e isso nos leva a fazer o voto de castidade, o voto de celibato. Mas os votos de castidade e do celibato não terminam no momento do voto, continua. Quando um sacerdote não é pai de sua comunidade, quando uma religiosa não é mãe de todos aqueles com os quais trabalha, se tornam tristes. Este é o problema. A raiz da tristeza na vida pastoral é a falta de paternidade e maternidade que vem da maneira de viver mal esta consagração, que nos deve levar à fertilidade. Não se pode pensar num sacerdote ou numa religiosa que não são fecundos: isso não é católico! Isso não é católico! Esta é a beleza da consagração: é a alegria, a alegria".

Enfim, o Papa convidou os presentes a saírem de si mesmos para encontrar Jesus na oração e sair para encontrar os outros, e acrescentou: "Eu desejo uma Igreja missionária":

"Deem sua contribuição em favor de uma Igreja assim: fiel ao caminho que Jesus quer. Não aprendem conosco, que não somos mais jovens; não aprendam conosco aquele esporte que nós, os velhos, muitas vezes fazemos: o esporte da reclamação. Não aprendam conosco o culto da reclamação. É uma deusa que se lamenta sempre. Sejam positivos, cultivem a vida espiritual e, ao mesmo tempo, sejam capazes de encontrar as pessoas, especialmente as desprezadas e desfavorecidas. Não tenham medo de sair e caminhar contracorrente. Sejam contemplativos e missionários. Tenham sempre Nossa Senhora com vocês. Rezem o Terço, por favor. Não o abandonem. Tenham sempre Maria em sua casa e rezem por mim, porque eu também preciso de orações, pois sou um pobre pecador".

Fonte: Rádio Vaticano


Da redação do Portal Ecclesia