quinta-feira, 25 de abril de 2013

25.04 - São Marcos, Evangelista



 Ser testemunha do Senhor ressuscitado
Marcos 16,15-20

Naquele tempo:Jesus se manifestou aos onze discípulos,
15 e disse-lhes: 'Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura!
16 Quem crer e for batizado será salvo. Quem não crer será condenado.
17 Os sinais que acompanharão aqueles que crerem serão estes:
expulsarão demônios em meu nome, falarão novas línguas;

18 se pegarem em serpentes ou beberem algum veneno mortal
não lhes fará mal algum;
quando impuserem as mãos sobre os doentes, eles ficarão curados'.
19 Depois de falar com os discípulos,
o Senhor Jesus foi levado ao céu, e sentou-se à direita de Deus.
20 Os discípulos então saíram e pregaram por toda parte.
O Senhor os ajudava e confirmava sua palavra
por meio dos sinais que a acompanhavam.
Reflexão
O evangelho de são Marcos é o mais curto se comparado aos demais, mas traz uma visão toda especial, de quem conviveu e acompanhou a paixão de Jesus quando era ainda criança. Ele pregou quando seus apóstolos se espalhavam pelo mundo, transmitindo para o papel, principalmente, as pregações de são Pedro, embora tenha sido também assistente de são Paulo e são Barnabé, de quem era sobrinho.

 
Marcos, ou João Marcos, era judeu, da tribo de Levi, filho de Maria de Jerusalém, e, segundo os historiadores, teria sido batizado pelo próprio são Pedro, fazendo parte de uma das primeiras famílias cristãs de Jerusalém. Ainda menino, viu sua casa tornar-se um ponto de encontro e reunião dos apóstolos e cristãos primitivos. Foi na sua casa, aliás, que Cristo celebrou a última ceia, quando instituiu a eucaristia, e foi nela, também, que os apóstolos receberam a visita do Espírito Santo, após a ressurreição. Mais tarde, Marcos acompanhou são Pedro a Roma, quando o jovem começou, então, a preparar o segundo evangelho. Nessa piedosa cidade, prestou serviço também a são Paulo, em sua primeira prisão. Tanto que, quando foi preso pela segunda vez, Paulo escreveu a Timóteo e pediu que este trouxesse seu colaborador, no caso, Marcos, a Roma, para ajudá-lo no apostolado.
 
Ele escreveu o Evangelho a pedido dos fiéis romanos e segundo os ensinamentos que possuía de são Pedro, em pessoa. O qual, além de aprová-lo, ordenou sua leitura nas igrejas. Seu relato começa pela missão de João Batista, cuja "voz clama no deserto". Daí ser representado com um leão aos seus pés, porque o leão, um dos animais símbolos da visão do profeta Ezequiel, faz estremecer o deserto com seus rugidos.

Levando seu Evangelho, partiu para sua missão apostólica. Diz a tradição que são Marcos, depois da morte de são Pedro e são Paulo, ainda viajou para pregar no Chipre, na Ásia Menor e no Egito, especialmente na Alexandria, onde fundou uma das igrejas que mais floresceram. Ainda segundo a tradição, ele foi martirizado no dia da Páscoa, enquanto celebrava o santo sacrifício da missa. Mais tarde, as suas relíquias foram trasladadas pelos mercadores italianos para Veneza, cidade que é sua guardiã e que tomou são Marcos como padroeiro desde o ano 828.
 
O Evangelho de hoje faz parte do apêndice do Evangelho de Marcos (Mc 16,9-20) que traz a lista de algumas aparições de Jesus: a Madalena (Mc 16,9-11), a dois discípulos a caminho do campo (Mc 16,12-13) e aos doze apóstolos (Mc 16,14-18). Esta última aparição junto com a descrição da ascensão ao céu (Mc 16,19-20) constitui o evangelho de hoje.

Marcos 16,15-18: A missão de anunciar a Boa Nova a toda a criatura. Depois de ter criticado a falta de fé dos discípulos, Jesus lhes confere a missão: "Vão pelo mundo inteiro e anunciem a Boa Notícia para toda a humanidade. Quem acreditar e for batizado, será salvo. Quem não acreditar, será condenado”. Aos que tiverem a coragem de crer na Boa Nova e que são batizados, Jesus promete os seguintes sinais: expulsarão demônios, falarão línguas novas, pegarão em serpentes e não serão molestados pelo veneno, imporão as mãos aos doentes e eles ficarão curados. Isto acontece até hoje:

* expulsar os demônios: é combater o poder do mal que estraga a vida. A vida de muitas pessoas ficou melhor pelo fato de terem entrado na comunidade e de terem começado a viver a Boa Nova da presença de Deus em sua vida.

* falar línguas novas: é começar a comunicar-se com os outros de maneira nova. Às vezes, encontramos uma pessoa que nunca vimos antes, mas parece que já a conhecemos há muito tempo. É porque falamos a mesma língua, a linguagem do amor.

* vencer o veneno: há muita coisa que envenena a convivência. Muita fofoca que estraga o relacionamento entre as pessoas. Quem vive a presença de Deus dá a volta por cima e consegue não ser molestado por este veneno terrível.

* curar doentes: em todo canto, onde aparece uma consciência mais clara e mais viva da presença de Deus, aparece também um cuidado especial para com as pessoas excluídas e marginalizadas, sobretudo para com os doentes. Aquilo que mais favorece a cura é a pessoa sentir-se acolhida e amada.

Para um confronto pessoal
1) Qual o meu compromisso com a missão de anunciar a Boa Nova a toda a criatura?
2) Combato o poder do mal que estraga a vida?
Reflexão 2:

No Evangelho de hoje Jesus apareceu para seus discípulos e pediu que continuasse seu projeto de libertação. As obras iniciadas não poderiam ser paradas, pois aqueles que acompanharam de perto a vivacidade de Jesus tinham que dar sustância para o crescimento do Reino.

A preocupação de Jesus com seu projeto fez a comunidade de Marcos refletir um pouco mais. Marcos sentia a necessidade de levar novas reflexões de ânimo para ascender à chama do trabalho missionário. Ao voltar-se para as palavras de Jesus, propõe-se na comunidade o ardor apostólico, pois aqueles que levarem avante as riquezas das bem-aventuranças serão protegidos de todos os males e nada de errado apoderar-se das suas entranhas. Nas palavras do Mestre Marcos relata: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura!”

A missão da comunidade de Marcos consistia no anúncio da palavra revelada pelo Pai. O Evangelho não poderia alimentar somente um grupo fechado de cristãos, o Santo Evangelho deveria ultrapassar as fronteiras da ignorância e da intransigência do mundo romano. Nada poderia segurar ou tentar aniquilar o anúncio da boa-nova.

Jesus lutou para que o homem conhecesse de perto o caminho que levasse ao encontro do Senhor e para tanto seus discípulos deveriam fazer o Evangelho alcançar os quatro cantos da terra.

A bela frase citada pelo evangelista Marcos ainda é contemporânea. Hoje somos a comunidade de cristãos que deve levar o anúncio da paz, da fraternidade e da unidade. Para que isso aconteça é preciso ser humilde. Aceitar os ensinamentos do Mestre e, na humildade, levar para serem degustadas por todas as pessoas. Somos a comunidade de Marcos que tem a missão de não deixar a luz ser ofuscada por elementos estranhos. Somos, com todo respeito e amor, a comunidade cristã, presente e preocupada, com o Reino da igualdade.
 
O evangelista Marcos ainda escreve nas palavras de Jesus: “quem crer e for batizado será salvo. Quem não crer será condenado”. Neste argumento de comprometimento não temos como escapar do serviço. Buscamos na igreja o batismo para fazer parte da família de Cristo, comprometemos com a igreja de servi-la em todas as circunstâncias, tudo isso para garantir o passaporte para o céu. Mas em contra partida esquecemos-nos de levar o anúncio do Evangelho e fazemos de conta que não lembramos mais das promessas feitas pelos nossos pais e padrinhos. Assim, a luz acesa no círio pascal vai se apagando com o tempo. Nada mais será claro e o caminho começa a ficar cheio de percalços. Os tropeços serão inevitáveis e a meta não será alcançada.
 
Então ouvimos frases soberbas de cristão desatento de que Deus se esqueceu de atender seus pedidos, foi abandonado pelo criador e, portanto não tem mais fé. Perdeu a esperança e a crença no Deus Verdadeiro. Isto não passa de fraqueza e desamor com o Criador. Ele fez de tudo para nos atender, até enviou seu filho amado para ser massacrado pelos malvados e, nós, nos momentos de rejeição do Criador sopramos blasfêmias “imperdoáveis”.
 
Precisamos revitalizar nossa fé e fazermos como os discípulos após o encontro com Jesus. Levantar a cabeça e partir para o campo de batalha. Não ter medo de falar de Deus e do seu amor para com seu povo. Apresentar com vontade e querer o Deus da vida e da alegria. Este Deus que caminha com seu povo desde formação do primeiro homem e da primeira mulher faz-se presente em todo tempo e espaço. Quer o bem dos filhos que souberam encontrá-lo para pedir, agradecer e louvar pelas maravilhas que fizestes. 
 
Portanto, ir pelo mundo e anunciar a palavra de Jesus é a nossa missão de cristão que almejamos um dia morar na eterna casa celestial junto com o Criador. Para isso formos batizados e selamos o compromisso como fiel e amoroso com o Reino da paz.
Fonte: http://viverminhavocacao.blogspot.com.br/2013_04_25_archive.html

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