quarta-feira, 11 de abril de 2012

Aborto e obscurantismo - Pe. Zezinho, scj


 Pe. Zezinho, scj

Sou apenas um padre pequeno até no apelido. Mas lecionando comunicação há mais de 30 anos tenho discernimento suficiente para saber o que é campanha pró-aborto e o que é campanha pró-vida. Consultei advogados que me disseram que o Brasil é signatário da Declaração Universal de Direitos Humanos e que o artigo 3º daquela Declaração afirma que todo ser humano tem direito à vida. Também me informaram que a Declaração sobre os Direitos da Criança da ONU afirma que a criança deve ser protegida e receber cuidados especiais tanto antes quanto após seu nascimento. Parecem e são artigos progressistas...

Não obstante há colunistas chamando de obscurantista, ultrapassada e mezozóica a religião que defende a mesma coisa que a ONU. Negam o direito de todos os nascituros e determinam aleatoriamente, a partir de que semana eles passam a gozar de algum direito. Baseiam-se em opinião que vai contra o que diz a ONU e o que diz o artigo 2º do Código Civil que defende o direito do nascituro desde a concepção e negam o artigo 5º que diz que o direito à vida é inviolável.

As igrejas não fazem outra coisa além de seguir a Constituição as decisões da ONU, cujas leis defendem a vida desde a concepção. No entanto o que se lê em colunas de jornal e revistas, assinado por jornalistas de renome é que defensores da vida e da Constituição são retrógrados e obscurantistas, defensores de dogmas ultrapassados. Sua intenção de modificar estes artigos é clara e manifesta. A Constituição diz que são intocáveis ( artigo 60, parágrafo 4º, inciso IV) e as igrejas também o afirmam. Mas de repente somos todos obsoletos, dogmáticos, do período jurássico, tudo porque defendemos o direito à vida, desde o momento da concepção.

Quem é o jurássico e o mezozóico? Quem defende a vida e os mais frágeis em todas as suas instâncias ou quem decide que, pelo bem da grávida que não quer ser mãe, um feto pode ser interrompido, sem que isto configure crime? Entre Madre Tereza de Calcutá que ia á ruas cuidar da vida e os que jogam bombas em trens, prédios metrôs, quem é o mais moderno e quem é jurássico? Entre quem defende uma vida humana em desenvolvimento e quem a suprime quem é o avançado?

Acham adjetivos negativos para quem defende o feto e vocábulos suaves e agradáveis para quem luta por sua interrupção. Há, pois uma diferença entre o conceito e a campanha. E não se diga é coisa de ateu contra religioso, porque há muitos ateus que, tanto quanto nós, defendem o direito do nascituro, também desde a sua concepção. O que está em jogo é o conceito de vida e morte, de crime e castigo, de lei universal e de luta pela primazia do indivíduo. Resume-se na luta para que se conceda a um casal que não está feliz com seu feto, o direito de abortá-lo sem que seu ato se configure criminoso. E garantem que os países que permitem são modernos e os que proíbem são jurássicos. Campanha por campanha, ficamos com os direitos do nascituro!

http://www.padrezezinhoscj.com/
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