segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Luz demais - Pe. Zezinho, scj


 Pe. Zezinho, scj

Luzes em excesso pode ser fenômeno do qual o pregador não consegue se furtar numa festa ou em determinado momento de sua vida. Não a procurava. Mas procura excessiva por repórteres, programas de rádio e televisão e por luzes pode ser deslumbramento. Quem fala a milhões tem que estar mais preparado do que os outros. Fala para gente que não vê e diante dos quais não poderá se explicar, caso ensine algo contra a opinião da Igreja.

Convém alertar a todos os pregadores, aos antigos e aos novos sobre esse risco, caso não o tenham percebido. Estar em tudo que é programa é como ir para a rua e segurar todos os cartazes que lhe caírem em mão, ou como levar sempre o mesmo cartaz, mas entrar em passeata, ou em procissão errada. Jesus certamente mandou ir, mas como tudo o que vem da sua boca, este ir supõe critérios. Não se vai de qualquer jeito, nem a qualquer lugar. Não vale tudo para evangelizar. Há programas onde um sacerdote não deve ir. Há outros, nos quais, se for, terá que saber como se conduzir, para que o apresentador não lhe faça perguntas que não estavam combinadas.

Fez bem aquele jovem sacerdote que, num programa de rádio perguntado pela entrevistadora se guardava o celibato, respondeu sorrindo:

-Guardo sim. E guardo com tal respeito que nem vou lhe responder a esse tipo de invasão da minha privacidade
Ela, querendo se justificar, retrucou:
-Mas o senhor é figura pública e, se veio aqui, é porque quis correr o risco.
E ele:
-Vim aqui porque vocês foram lá me convidar para falar sobre a invasão e o assentamento no Km 15. Não vim falar de minha vida pessoal, nem da sua. Vim falar do problema e do conflito que está afetando a nossa cidade

Para ele não valia qualquer pergunta. Não era um deslumbrado! Foi lá servir e, como a repórter o achou um homem bonito e charmoso, desviou-se do seu papel de repórter. Nem ao repórter é ético perguntar o que bem entende quando a pauta é outra, nem ao pregador convém falar de si, quando quem precisa de destaque é o outro.

Que o rádio e televisão permaneçam sendo o que são: veículos que a gente usa quando ajudam a evangelização e quando não atraem em demasia a atenção sobre a nossa pessoa. Se aparecermos demais, deixemos aquelas luzes esfriarem longe de nós. Que elas não nos ofusquem! São meios modernos, mas não podem virar moda, nem objetivo numero um.

www.padrezezinhoscj.com
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