terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

A verdadeira causa da renúncia do Papa...

 
¡Siempre renuncias, Benedicto! = (Todas as renúncias, Bento!)

“Tenho 23 anos e ainda não entendo muitas coisas. E há muitas coisas que não se podem entender as 8h da manhã quando te acordam para dizer em poucas palavras: “Daniel, o papa renunciou.” Eu apressadamente contestei: “Renunciou?”. A resposta era mais que óbvia, “Renunciou, Daniel, o papa renunciou!”.

O papa renunciou. Assim amanheceu ...
escrito em todos os jornais, assim amanheceu o dia para a maioria, assim rapidamente alguns tantos perderam a fé e outros muitos a reforçaram. Poucas pessoas entendem o que é renunciar.

Eu sou católico. Um de muitos. Desses que durante sua infância foi levado à missa, cresceu e criou apatia. Em algum ponto ao longo da estrada deixei pra lá toda a minha crença e a minha fé na Igreja, mas a Igreja não depende de mim para seguir, nem de ninguém (nem do Papa). Em algum ponto da minha vida, voltei a cuidar da minha parte espiritual e assim, de repente e simplesmente, prossegui um caminho no qual hoje eu digo: Sou católico. Um de muitos sim, mas católico por fim. Mas assim sendo um doutor em teologia, ou um analfabeto em escrituras (desses que há milhões), o que todo mundo sabe é que o Papa é o Papa. Odiado, amado, objeto de provocações e orações, o Papa é o Papa, e o Papa morre sendo Papa. Por isso hoje quando acordei com a notícia, eu, junto a milhões de seres humanos, nos perguntamos “por que?”. Por que renuncia senhor Ratzinger? Sentiu medo? Sentiu a idade? Perdeu a fé? A ganhou? E hoje, 12 horas depois, creio que encontrei a resposta: O senhor Ratzinger renunciou toda a sua vida.

Simples assim.

O papa renunciou a uma vida normal. Renunciou ter uma esposa. Renunciou ter filhos. Renunciou ganhar um salário. Renunciou a mediocridade. Renunciou as horas de sono pelas horas de estudo. Renunciou ser só mais um padre, mas também renunciou ser um padre especial. Renunciou preencher a sua cabeça de Mozart, para preenchê-la de teologia. Renunciou a chorar nos braços de seus pais. Renunciou a, tendo 85 anos, estar aposentado, desfrutando de seus netos na comodidade de sua casa e no calor de uma lareira. Renunciou desfrutar de seu país. Renunciou seus dias de folga. Renunciou sua vaidade. Renunciou a defender-se contra os que o atacavam. Sim, isso me deixa claro que o Papa foi, em toda sua vida, muito apegado à renuncia.

E hoje, voltou a demonstrar. Um papa que renuncia a seu pontificado quando sabe que a Igreja não está em suas mãos, mas nas mãos de alguém maior, parece ser um Papa sábio. Nada é maior que a Igreja. Nem o Papa, nem seus sacerdotes, nem os laicos, nem os casos de pedofilia, nem os casos de misericórdia. Nada é maior que ela. Mas ser Papa nesse tempo do mundo, é um ato de heroísmo (desses heroísmos que acontecem diariamente em nosso país e ninguém nota). Recordo sem dúvida, as histórias do primeiro Papa. Um tal… Pedro. Como morreu? Sim, em uma cruz, crucificado igual ao teu mestre, mas de cabeça para baixo. Hoje em dia, Ratzinger se despede de modo igual. Crucificado pelos meios de comunicação, crucificado pela opinião pública e crucificado pelos seus irmãos católicos. Crucificado pela sombra de alguém mais carismático. Crucificado na humildade que tanto dói entender. É um mártir contemporâneo, desses que se pode inventar histórias, a esses que se pode caluniar e acusar a vontade, que não respondem. E quando responde, a única coisa que faz é pedir perdão. “Peço perdão pelos meus defeitos”. Nem mais, nem menos. Quanta nobreza, que classe de ser humano. Eu poderia ser mórmon, ateu, homossexual e abortista, mas ver uma pessoa da qual se dizem tantas coisas, que recebe tantas críticas e ainda responde assim… esse tipo de pessoa, já não se vê tanto no mundo.

Vivo em um mundo onde é engraçado zombar o Papa, mas que é um pecado mortal zombar um homossexual (e ser taxado como um intolerante, fascista, direitista e nazista). Vivo em um mundo onde a hipocrisia alimenta as almas de todos nós. Onde podemos julgar um senhor de 85 anos que quer o melhor para a Instituição que representa, mas lhe indagamos com um “Com que direito renuncia?”. Claro, porque no mundo NINGUÉM renuncia a nada. Ninguém se sente cansado ao ir pra escola. Ninguém se sente cansado ao ir trabalhar. Vivo um mundo onde todos os senhores de 85 anos estão ativos e trabalhando (sem ganhar dinheiro) e ajudam às massas. Sim, claro.

Mas agora sei, senhor Ratzinger, que vivo em um mundo que vai sentir falta do senhor. Em um mundo que não leu seus livros, nem suas encíclicas, mas que em 50 anos se lembrará como, com um simples gesto de humildade, um homem foi Papa, e quando viu que havia algo melhor no horizonte, decidiu partir por amor à sua Igreja. Vá morrer tranquilo senhor Ratzinger. Sem homenagens pomposas, sem um corpo exibido em São Pedro, sem milhares aclamando aguardando que a luz de seu quarto seja apagada. Vá morrer, como viveu mesmo sendo Papa: humildemente.

Bento XVI, muito obrigado por renunciar.”

Fonte: http://oehd.wordpress.com/2013/02/12/siempre-renuncias-benedicto/

3 comentários:

  1. Realmente é um bélissimo texto, conheci o conteúdo atráves de uma pesquisa para uma prova de Português da 2ª série do ensino médio, onde a matéria é atualidade, e claro, a renuncia do Papa não poderia ficar fora.
    Parabéns e muito sucesso ao blog.

    E aproveitando também uma frase do texto que me marcou muito, fiz uma critica públicamente em meu Face, caso queira le-lá:






    Ygor Marques Heradão


    ‎"Vivo em um mundo onde é engraçado zombar o Papa, mas que é um pecado mortal zombar um homossexual (e ser taxado como um intolerante, fascista, direitista e nazista)."
    Frase sensacional que vi na internet, pesquisando sobre a renuncia do Papa Bento XVI, para um trabalho escolar.

    Realmente... Esses ATEUS que também são defensores dos direitos iguais e blablabla, se tornam bixos, verdadeiros monstros, quando acham que alguém praticou preconceito à outra pessoa, por ser homossexual ou algo do tipo (eu não tenho preconceito, e sei claramente que é um pecado enorme, também); mas e quando eles é que o fazem com os cristãos? Quando tiram sarro do Papa, pois ouviram lá naquela rede de televisão conhecida como manipuladora, que o Papa renunciou pra não ser acusado de lavagem de dinheiro, de corrupção e etc.; ele nem ao menos se deu ao trabalho de procurar um material descente, algo que realmente possa levar em conta, e já retirou todas as rédias do bom senso, atacando não só o Papa, mas a toda uma cultura, a igreja, aos religiosos, e ao ser HUMANO. Como alguém que prega os direitos iguais ao ser humano (homossexualismo/raça/cor) pode então desprezar a maior comunidade do Planeta? Sim, desprezar e humilhar os cristãos. É realmente estranho isso, não?

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  2. Só mentes iluminadas podem assim pensar. Diz um ditado, se apontas um dedo a alguém, quatro estarão virados contra ti. É fácil criticar, mesmo sem fundamentos, mas reconhecer os feitos de alguém e lisonjeá-lo, talvez para ganhar algo em troca, mas abnegadamente, poucos o fazem. Sim, a renúncia não significa fracasso ou traição, pelo contrário, pode até significar vitória. A Igreja precisa de Pastores como esse. Quando nos sentimos cansados, para o bem do rebanho, passamos as nossas responsabilidades àquele que julgamos possuir maiores capacidades para prosseguir. Esperamos que muitos políticos que se agarram ao poder, mormente em África e Ásia, aprendam com Ratzinger.

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  3. Só mentes iluminadas podem assim pensar. Diz um ditado, se apontas um dedo a alguém, quatro estarão virados contra ti. É fácil criticar, mesmo sem fundamentos, mas reconhecer os feitos de alguém e lisonjeá-lo, talvez para ganhar algo em troca, mas abnegadamente, poucos o fazem. Sim, a renúncia não significa fracasso ou traição, pelo contrário, pode até significar vitória. A Igreja precisa de Pastores como esse. Quando nos sentimos cansados, para o bem do rebanho, passamos as nossas responsabilidades àquele que julgamos possuir maiores capacidades para prosseguir. Esperamos que muitos políticos que se agarram ao poder, mormente em África e Ásia, aprendam com Ratzinger.

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