Nas estantes do aeroporto, conto aproximadamente 33 livros contra nós, católicos. Aqueles autores não nos amam. Isso, no maior país católico do mundo. Os católicos passam, olham os títulos e quase nenhum reage. Não há a mesma quantidade contra os evangélicos ou contra os judeus ou os ateus. A vidraça da vez somos nós. As editoras descobriram que isso vende!
Os católicos, faz tempo que não reagem. São alvo fácil de mirar. Muçulmanos, judeus e pentecostais reagiriam com mais veemência. Livros contra eles, uns poucos. Contra nós, muitos! É que estamos aqui há 500 anos e formamos a maioria! Incomodamos!
Não se vê naquelas estantes nenhuma vida de santo, nenhum catecismo, nenhum livro defendendo a Igreja. Alguma intenção têm os autores e os donos dessas livrarias, ao divulgar apenas os livros que lançam dúvidas sobre nós, a maioria religiosa deste país. Perceberam que não reagimos. Alguém está querendo nos prejudicar, sem a menor intenção de mostrar os dois lados. Alguém adquire apenas os livros que nos questionam, e não quer se dar ao trabalho de ver também o outro lado da moeda.
Valeria a pena os católicos refletirem sobre isso. Estamos encurralados em guetos e livrarias católicas, enquanto irmãos de outras religiões expõem seus livros em livrarias de aeroporto. Será o esquema de vendas? Será a falta de presença dos nossos divulgadores junto a essas livrarias? Seria acomodação? O fato é que nas grandes livrarias encontram-se muitas obras contra nós. A favor, pouquíssimas.
Talvez devamos rever os nossos métodos. Estamos sendo cada vez mais empurrados para o gueto. Não é isso o que queremos, mas é o que vai acontecer, se não soubermos entrar lá e mostrar também o nosso lado. Que a mídia e o marketing da Igreja se organize! Talvez sejamos tímidos demais!
Nisso têm razão os que defendem a existência de um marketing católico. Os outros estão sabendo escolher as esquinas, a mídia e as lojas. Nós estamos presos à sacristia e aos templos e a bem poucas lojas chamadas católicas que, afinal, nem sempre têm livros de história da nossa fé, da nossa Filosofia ou da nossa Teologia; às vezes, nem os documentos principais da nossa igreja... Algumas livrarias têm apenas os livros da espiritualidade do grupo ao qual pertencem os donos. É triste, mas é verdade.
O fato é que eles estão lá e nós não estamos! Reagiremos, ou continuaremos em clima de gueto, quando somos maioria, falando e escrevendo sobre nós, para nós, e em alguns casos apenas para alguns de nós? Estão dizendo que nós já éramos. Ficamos, fugimos, ou um dia ocuparemos aquelas mesmas estantes? Quando? Referência: Ao país dos meus sonhos - Pe. Zezinho, scj
http://www.padrezezinhoscj.com/
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