segunda-feira, 26 de setembro de 2011

PERU COM PENAS DE PAVÃO - Pe. Zezinho, scj

 Pe. Zezinho, scj

Não digo nomes, porque há os sinceros e bons. Mas é um alerta para quem corre atrás dos que se proclamam intercessores de milagres garantidos e infalíveis. Pedir é uma coisa, garantir é outra! Uma senhora com câncer no pulmão pediu-me uma bênção e uma cura. Perguntou-me se eu, em nome de Jesus, podia garantir a sua cura, já que o médico não garantira.

Delicadamente eu lhe disse que abençoaria e que, em nome de Jesus, lhe oferecia uma cura "possível", mas não "garantida". Nãos sabia de ninguém que teria sido curado do pulmão pela imposição das minhas mãos. Eu não poderia lhe dar esta certeza. Decepcionou-se e foi a um pregador que atua no rádio e na televisão em nome de Jesus. Ele costuma declarar, diante das câmeras, sem nenhuma verificação de médicos, nem atestado de outros que a pessoa está curada ali mesmo, no ato. Reproduz os primeiros dias do cristianismo. Milhares vão vê-lo e deixam nossa igreja para ouvir suas pregações.

Ele garantiu-lhe a cura. Afinal, a Igreja dele é uma igreja de resultados. Garantiu-lhe que ela estava curada ali mesmo! Glórias a Jesus! A família saiu feliz, criticando a Igreja Católica e o padre que não acredita em milagres. Mas sabiam eles que eu mesmo já recebi milagres e que conheço muita gente que foi curada. Mal sabiam que muitas vezes vou a Aparecida, pedir milagres por pessoas feridas no corpo e na alma e que envio muita gente para lá. Mal sabiam que recorro às carmelitas e clarissas parta que orem por alguém que precisa do milagre!

Mas uma coisa é pedir, esperar e confiar e outra é proclamar ou garantir uma cura, aos estardalhaços num intenso marketing diante de câmeras e microfones. Esta garantia eu, pregador da fé serena, não posso dar. Só Deus sabe se dará ou não dará o milagre solicitado.

Dois meses depois o problema voltou ainda mais agudo. Não houve meios de ela chegar perto daquele microfone... Voltou ao hospital com a resistência baixíssima e veio a óbito. O pregador que lhe garantiu a cura deveria ser processado pelos filhos dela. Brincou de porta voz de Deus. Anunciou uma cura que não ocorreu e aproveitou-se para fazer marketing da mesma.

http://www.padrezezinhoacj.com/

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