sexta-feira, 7 de junho de 2013

Solenidade do Sagrado Coração de Jesus - Ano C



 Lucas 15,3-7

Naquele tempo:
3 Jesus contou aos escribas e fariseus esta parábola:
4 'Se um de vós tem cem ovelhas e perde uma,
não deixa as noventa e nove no deserto,
e vai atrás daquela que se perdeu, até encontrá-la?
5 Quando a encontra, coloca-a nos ombros com alegria,
6 e, chegando a casa, reúne os amigos e vizinhos, e diz: 'Alegrai-vos comigo!
Encontrei a minha ovelha que estava perdida!'
7 Eu vos digo: Assim haverá no céu mais alegria por um só pecador que se converte, do que por noventa e nove justos que não precisam de conversão.
Reflexão
 
A devoção ao Sagrado Coração de Jesus é uma das expressões mais difundidas da piedade eclesial, tal como refere recentemente o “Directório sobre a Piedade Popular e a Liturgia” da Congregação para o Culto Divino. Os Pontífices romanos têm salientado constantemente o sólido fundamento na Sagrada Escritura desta maravilhosa devoção.
 
Como consequência das aparições de Nosso Senhor a Santa Margarida Maria Alacoque no mosteiro de Paray-le-Monial a partir de 1673, este culto teve um incremento notável e adquiriu a sua feição hoje conhecida. Nenhuma outra comunicação divina, fora as da Sagrada Escritura, receberam tantas aprovações e estímulos da parte do Magistério da Igreja como esta.
 
Entre os documentos mestres nesta matéria encontramos a encíclica de Pio XII, Haurietis aquas, de 15 de Maio de 1956. Pio XII salienta que é o próprio Jesus que toma a iniciativa de nos apresentar o Seu Coração como fonte de restauração e de paz: “Vinde a mim, todos vós, que estais cansados e oprimidos, que Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para o vosso espírito. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”. (Mt. 11, 28-30)
 
Não é por acaso que as aparições a Santa Margarida Maria se deram num momento crucial em que se pretendia afirmar secularização e que a devoção ao Sagrado Coração apareceu sempre como o mais característico de todos os movimentos que resistiram à descristianização da sociedade moderna. 
A liturgia deste dia convida-nos a contemplar a bondade, a ternura e a misericórdia de Deus pelos homens – por todos os homens, sem exceção. Como imagem privilegiada para exprimir esta realidade, a Palavra de Deus utiliza a figura do Pastor: Deus é o Pastor que, com amor, cuida do seu rebanho.
 
O Evangelho trás uma mensagem maravilhosa, da misericórdia do amor de Deus, por sua Igreja. O Evangelho nós conta que Nosso Senhor está falando com os discípulos, e também com os fariseus e escribas. Os fariseus eram pessoas que pregavam a moral, e as leis religiosas judaicas, mas não viviam o que pregavam. Acreditavam serem os únicos com as verdades do Velho Testamento, e autos-suficientes para cobrar as normas, os ritos, e impor leis que era um fardo para o povo Judeu.
 
 Esse Grupo de Judeus foram os responsáveis pela perseguição de Jesus, que terminou com sua morte na cruz. Muitas vezes vemos Jesus censurando esse grupo de judeus pela suas hipocrisias, e por estar querendo pó-lo em contradição, para leva-ló ao tribunal para condena-ló. Os escribas eram pessoas que tinham por oficio, registrar as leis e normas, copiarem texto sagrados do Pentateuco, os proféticos e os sapiensais para os fariseus, e as comunidades judaicas.
 
São Lucas usa da imagem do bom pastor, nesta parabóla para falar do amor e a misericórdia de Deus. O Senhor é o próprio Pastor que cuida de cada um de nós. A ovelha é um animal que precisa de cuidados e direcionamentos. Qualquer descuido elas podem ficar doentes, machucarem, cair em buracos ou ser presa de predadores.
O senhor nós compara com as ovelhinhas que precisa de cuidados e atenção. Esta ovelha somos cada um de nós, que muitas vezes com os nossos pecados, afastamos de Deus.
 
Isso quer dizer que o nosso Deus se preocupa com os pobres excluídos, marginalizados no caminho?! Esse Evangelho e para encher-nós, de esperanças e fé os nossos corações! Aos olhos de Deus todos nós somos iguais, Ele olha para cada um de nós, como pessoas únicas, não importa a condição em que estejamos. Deus é amor!
 
O pastor verificou que faltava uma ovelha no seu rebanho, e por isso ficou triste, afrito, preocupado, ansioso, pela ausência da ovelhinha, e vai em sua procura, deixa as noventa e nove num lugar deserto e protegido, de ladrões e predadores, e busca a fujona. O rebanho só é completo com a volta da ovelhinha perdida!
 
O pastor da parabóla tem orgulho das suas ovelhas, e coloca em primeiro lugar os cuidados do rebanho. O Reino de Deus só e completo, com a presença de todos os filhos de Deus.
 
Jesus revela que somos os valores fundamentais do Reino de Deus! Irmãos a nossa lógica humana é egoísta, e as vezes até desumana. Quantos de nós não deixaria a ovelha marginalizada no caminho perdida, e contentaríamos com as noventa e nove? Não e assim que acontecem muitas vezes na comunidade? Vamos em busca do irmãozinho que se afastou da igreja? Preocupamos se eles estão bem, ou se correm risco de ir para outras pastagens? Os lobos estão lá fora, só esperando para dar o bote!?
 
Hoje o Senhor está também procurando por discípulos, que esteja disposto a deixar as noventa e nove, na sua comunidade, pois já estão bem alimentadas pela palavra que lá é semeada, e ir em busca de almas que o Evangelho não as encontrou, estão a deriva e perdidas, sequiosas por águas refrescantes do Espirito Santo!
 
Cada um de nós tem um pouco de pastor, e um pouco de ovelha. Existem varias formas de pastor e de ovelhas. Precisamos discernir, e tomar muito cuidado! um bom missionário se apega ao Espírito Santo para evangelizar! Que evangelizador seriamos para Jesus sem o Espírito Santo?!
 
Cuidado!!! Com os anti-cristo hipócritas, vestidos de lobos! Outros apriscos realmente são de Deus, pois semeiam e testemunham sã doutrina nós corações das ovelhinhas do Senhor! E nós ovelhas que já bebemos da água do Espírito, é nosso dever sabermos escolher o aprisco do verdadeiro Pastor, arrebanhar as ovelhas sedentas para Jesus.
 
É preciso pregar o Evangelho na unção do Espírito. Paulo pregava a palavra com poder do fogo do Espírito Santo, e as pessoas não enxergavam Paulo, mas o Senhor Jesus ressuscitado. E as pessoas era tocadas pelo Evangelho, curadas e libertadas do mal!
Que nós também quando estivermos em missão, sejamos homens e mulheres humildes e cheios do Espírito, que não preguemos a palavra para nós aparecer, porque quem tem de aparecer, e o Senhor Jesus. O Bom Pastor!
 
Jesus termina esta parabóla dizendo: que o Pastor foi atrás da ovelha perdida e a encontrou, encontrando-a colocou-a nos ombros, e a trouxe muito contente para casa. E fez uma festa, convidou seus amigos dizendo: Alegrai comigo, porque encontrei a minha ovelhinha perdida. Foi por isso que Deus no seu amor infinito, enviou seu filho único, para nós encontrar e resgatar da morte eterna. Jesus é o nosso Salvador, o bom Pastor!
 
O Senhor falou também que haverá festa no céu por um só pecador convertido, do que por noventa e nove justos que já goza da graça de Deus. É alegria que sobe ao céu, e festeja no céu o acontecimento!
 
A OVELHINHA QUE SE EXTRAVIOU - Padre Bantu Mendonça K. Sayla
 
No estudo da parábola da ovelha perdida extraímos lições espirituais que devem ser bem compreendidas. O amor de Deus alcança todos os perdidos. Assim como o pastor ama as ovelhas e não pode sossegar enquanto uma única lhe falta, também Deus, em grau infinitamente mais alto, ama todo perdido. Nenhuma das ovelhas extraviadas do redil de Deus é desprezada, nem abandonada sem socorro. Cristo salvará a cada um que se queira deixar redimir do abismo da corrupção e dos espinheiros do pecado.
 
O Pastor sai pelos caminhos e valados, procurando a alma triste e desamparada que não sabe mais voltar. Porque assim diz o SENHOR Deus: Eis que eu mesmo procurarei as minhas ovelhas e as buscarei.
 
O pastor que descobre a ausência de uma ovelha, não contempla indiferentemente o rebanho que está seguro no redil, dizendo: Tenho noventa e nove, e custar-me-á muita perturbação ir em busca da desgarrada. Ela que volte; abrir-lhe-ei a porta do redil e a deixarei entrar. Não; logo que a ovelha se afasta, o pastor enche-se de cuidados e apreensões. Conta e reconta o rebanho. Quando se certifica de que realmente uma ovelha se perdeu, não dormita. Deixa as noventa e nove no redil, e sai em busca da ovelha desgarrada. Quanto mais escura e tempestuosa a noite, e quanto mais perigoso o caminho, tanto maior é a apreensão do pastor e tanto mais diligentemente a procura. Faz todos os esforços possíveis para encontrar a ovelha perdida. Quando alguém que vagou longe no pecado procura voltar para Deus, encontrará suspeita e crítica. Há os que duvidarão de que o arrependimento seja genuíno, ou insinuarão: “Ele não tem estabilidade; não creio que resista.” Tais pessoas não fazem a obra de Deus, porém a de Satanás, que é o acusador dos irmãos. Por suas críticas, o maligno espera desencorajá-las, afastá-las ainda mais da esperança e de Deus. Contemple o pecador arrependido a alegria do Céu pela volta daquele que se perdera. Confie no amor de Deus e não desanime de maneira alguma pelo escárnio e suspeita dos fariseus.
 
A parábola mostra bem claramente que as almas transviadas não ficarão perdidas no labirinto das paixões, nem nas furnas onde medram os abrolhos. Como a ovelha desgarrada, elas serão procuradas, ainda mesmo que seja preciso deixar de cuidar daquelas que atingiram já uma altura considerável, ainda mesmo que as noventa e nove ovelhas fiquem estacionadas num local do monte, os encarregados do rebanho sairão ao campo em procura da que se perdeu.
 
O Pai não quer a morte do ímpio; não quer a condenação do mau, do ingrato, do injusto, mas sim a sua regeneração, a sua salvação, a sua vida, a sua felicidade. Ainda que seja preciso, para a regeneração do Espírito, nascer ele na Terra sem mão ou sem pé entrar na vida manco ou aleijado; ainda que lhe seja preciso renascer no mundo sem os olhos, por causa dos “tropeços”, por causa dos “escândalos”, a sua salvação é tão certa como a da ovelha que se havia perdido e lembrada na parábola, porque todos esses pobres que arrastam o peso da dor, os seus guias e protetores os assistem para conduzi-los ao porto seguro da eterna bonança.
 
Espírito de comiseração pelos pecadores, leva-me a buscar quem vive transviado pelo pecado e pelo egoísmo, e a manifestar-lhe a grandeza do amor do coração de Jesus.
 
"Alegrai-vos comigo, porque encontrei a minha ovelha perdida." - João XXIII (1881-1963), Diário da Alma, 1901

Sinto que o meu Jesus Se vai aproximando cada vez mais de mim. Permitiu que, nestes dias, eu caísse ao mar, me afundasse na consideração das minhas misérias, da minha soberba, para me fazer compreender mais a imperiosa necessidade que tenho Dele. Quando estava prestes a afundar-me, Jesus, caminhando sobre as águas, veio sorridente ao meu encontro para me salvar. Eu queria dizer-Lhe, como Pedro: «Afasta-Te de mim, que sou um homem pecador» (Lc 5, 8); mas a ternura do Seu coração, a suavidade do Seu tom de voz, advertiu-me: «Não tenhas medo» (Lc 5, 10).
 
Nada temo, ao Vosso lado. Descanso no Vosso peito; como a ovelha perdida, escuto os latejos do Vosso coração; Jesus, sou Vosso, uma vez mais, sempre Vosso. Contigo sou verdadeiramente grande; débil talo de junco sem Ti, sou uma coluna apoiado em Ti. Não me hei-de esquecer nunca da minha miséria, para recear sempre de mim mesmo; mas, embora humilhado e confuso, devo, com confiança crescente, abraçar-me ao Vosso coração, porque a minha miséria é o trono da Vossa misericórdia e do Vosso amor. 
A ovelha perdida

Eram cem ovelhas que o pastor possuía
Eram cem ovelhas que o pastor levou
Sucedeu uma tarde que ao conta-las todas
Lhe faltava,lhe faltava uma e triste chorou

As noventa e nove deixou no aprisco
É pelas montanhas a busca-la foi
Encontrou-a perdida, tremendo de frio
Curou suas feridas,a pôs em seus ombros
E ao redil voltou

Esta triste estória, volta a repetir-se
A cada nova ovelha, que perdida vai
Sem Deus e sem consolo, sem Deus e sem consolo
Sem o seu perdão

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