quarta-feira, 14 de março de 2012

Retrato de mulher


Eu sou um pouco de tudo.
Prisão e liberdade, sol e chuva, um vulcão.
E toda a suavidade da brisa do mar.
Dou crença e luta, amor e verdade.

Sou a solidão e a verdade de quem acredita num amanhã melhor.
Sou menina adolescente, sou mulher senhora de si, dos seus sentimentos e do seu coração.
Sou filha que ama, mãe que sofre, avó que se enternece e chora.

A madrugada me acorda e a lua me adormece.
Sou pé no chão, descalça de preconceitos.
Vivo a vida e a vejo com olhos de esperança.
Sou menina de rua e mulher de casa:
recolhendo e tecendo retalhos de pequenas orações que sobem ao céu como incenso de panelas fumegantes e perfumadas.

Fruto do sacramento diário.
Paisagem simples da mulher que vive o seu tempo, os seus sonhos e a sua fé.
Sou menina de rua e mulher de casa: que se perfuma, que luta e acordou para a vida.


Marineuza Pozzo

Nenhum comentário:

Postar um comentário