Cidade do Vaticano (RV) – Da África à América Latina: esta foi, séculos atrás, a rota que milhões de africanos foram obrigados a percorrer na época do período colonial.
Com propósitos bem diferentes, esta é também a rota da próxima viagem de Bento XVI. Em novembro passado, ele visitou o Benin, para entregar ao episcopado africano a Exortação Apostólica Pós-sinodal Africae Munus. Agora, daqui dois dias, dará início a sua 23ª viagem, que desta vez o levará ao México e a Cuba. Podemos fazer uma leitura desta viagem como Bento XVI na rota dos afro-descentes? Quem nos responde é nossa colega do Programa Português-África, Dulce Araújo, que acompanhou inclusive a estada do Pontífice na cidade beninesa de Ouidah:
"Claro que sim, aliás este foi o título de um dos editoriais que fizemos para o nosso site sobre a África, sobre Bento XVI na rota dos afro-descendentes, na rota dos escravos, poderíamos dizer, que é também o título de um projeto que a UNESCO está promovendo há mais de uma década. Precisamente porque o Papa no Benin esteve em Ouidah, onde entregou a Exortação Apostólica pós-sinodal aos bispos na África, à Igreja na África, e estávamos ainda lá quando foi anunciada a viagem agora em março do Papa ao México e a Cuba. E a ideia que me veio é que o Papa encontrava-se nesta rota porque México e Cuba são dois pontos de chegada daqueles milhões de africanos que partiram da África como escravos e que partiram lá de Ouidah, onde se encontra precisamente a "porta do não-retorno", por onde eles passaram e nunca mais voltaram à África e a "porta do perdão", que é um sinal de pedido de perdão do mundo pelo grande crime que foi cometido na história da humanidade – um crime que o Papa João Paulo II definiu o "holocausto esquecido".
Portanto o Papa vai agora a México e Cuba, penso que será também uma bênção para esses milhões de africanos que se encontram na América e no Caribe e aos quais as Nações Unidas dedicaram todo o ano de 2011, precisamente para recordar os males que eles ainda sofrem devido à escravatura, devido ao racismo e para que a cooperação internacional dê mais atenção a isso, lute seriamente contra esses estigmas da escravatura e permita e facilite a participação e a integração dos afro-descendentes em tudo aquilo que é vida social, em tudo aquilo que é gozo dos Direitos Humanos."
Com propósitos bem diferentes, esta é também a rota da próxima viagem de Bento XVI. Em novembro passado, ele visitou o Benin, para entregar ao episcopado africano a Exortação Apostólica Pós-sinodal Africae Munus. Agora, daqui dois dias, dará início a sua 23ª viagem, que desta vez o levará ao México e a Cuba. Podemos fazer uma leitura desta viagem como Bento XVI na rota dos afro-descentes? Quem nos responde é nossa colega do Programa Português-África, Dulce Araújo, que acompanhou inclusive a estada do Pontífice na cidade beninesa de Ouidah:
"Claro que sim, aliás este foi o título de um dos editoriais que fizemos para o nosso site sobre a África, sobre Bento XVI na rota dos afro-descendentes, na rota dos escravos, poderíamos dizer, que é também o título de um projeto que a UNESCO está promovendo há mais de uma década. Precisamente porque o Papa no Benin esteve em Ouidah, onde entregou a Exortação Apostólica pós-sinodal aos bispos na África, à Igreja na África, e estávamos ainda lá quando foi anunciada a viagem agora em março do Papa ao México e a Cuba. E a ideia que me veio é que o Papa encontrava-se nesta rota porque México e Cuba são dois pontos de chegada daqueles milhões de africanos que partiram da África como escravos e que partiram lá de Ouidah, onde se encontra precisamente a "porta do não-retorno", por onde eles passaram e nunca mais voltaram à África e a "porta do perdão", que é um sinal de pedido de perdão do mundo pelo grande crime que foi cometido na história da humanidade – um crime que o Papa João Paulo II definiu o "holocausto esquecido".
Portanto o Papa vai agora a México e Cuba, penso que será também uma bênção para esses milhões de africanos que se encontram na América e no Caribe e aos quais as Nações Unidas dedicaram todo o ano de 2011, precisamente para recordar os males que eles ainda sofrem devido à escravatura, devido ao racismo e para que a cooperação internacional dê mais atenção a isso, lute seriamente contra esses estigmas da escravatura e permita e facilite a participação e a integração dos afro-descendentes em tudo aquilo que é vida social, em tudo aquilo que é gozo dos Direitos Humanos."
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