Mas o que é matrimônio? O Catecismo da Igreja Católica nos diz que “a aliança matrimonial, pela qual o homem e a mulher constituem entre si uma comunhão da vida toda, é ordenada por sua índole natural ao bem dos cônjuges e à geração e educação da prole, e foi elevada, entre os batizados, à dignidade de sacramento por Cristo Senhor.” (nº 1601). Essa promessa de aliança entre homem e mulher é feita diante da comunidade e de Deus, que abençoa esta união. Mas precisamos entender que isso também faz parte de um chamado.
Não é apenas a escolha pessoal de alguém com a qual se identifica e deseja com ela viver para sempre. Essa união que foi querida e abençoada por Deus desde o inicio da Criação (Gn 2, 24), também é sinal de um chamado divino, portanto seria impossível de se manter nessa união se não fosse por amor. E o modelo desse amor, capaz de dar a vida pelo outro, é o próprio Jesus.
Ele foi sinal de um amor total, que permanece para sempre e muito fecundo. Assim devem ser os esposos que assumem essa vocação matrimonial: um amor total em que se compartilha as alegrias e tristezas, dores e sofrimentos, vitórias e conquistas; um amor que é para sempre até a morte porque é fiel e verdadeiro; um amor fecundo porque não está fechado em si mesmo, mas gera e acolhe a vida, colaborando com Deus na obra da Criação.
É esse amor, tendo Cristo como modelo, que fará com que os cônjuges se realizem e se sintam felizes por estarem vivendo sua vocação. É preciso que os casais redescubram a beleza da vida matrimonial, que não seja apenas uma “experiência” para ver se vai dar certo, mas um ato de fé e de entrega à vontade de Deus.
Dessa forma, aquele que assumiu essa vocação saiba que a sua santificação passa pelo seu matrimônio. Ao assumir seu compromisso e obrigações familiar e conjugal percorrerá assim um caminho de santidade. A cruz não faltará certamente, mas o amor tudo supera. A quem Deus chama a uma vocação Ele jamais desampara e com certeza dará os meios necessários para superar as dificuldades. Por isso rezemos para que não faltem na Igreja homens e mulheres dispostos a responderem ao chamado divino à vida matrimonial. Que vivem intensamente a sua vocação como um caminho para a santidade no amor.
Pe. Paulo Alves
Mestre em Teologia Dogmática e Professor de Liturgia
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