segunda-feira, 21 de julho de 2014

SANTO DO DIA - 21/07

21/07
Dolores Baldi
Ser missionária era seu sonho. E este sonho ela o realizou no Brasil. Em outubro de 1931 deixou a Itália e veio viver a aventura missionária em nosso país. Quero lhes falar de Irmã Dolores Baldi, primeira missionária da Congregação das Irmãs Paulinas.

Ela não era, nem é ainda muito conhecida, contudo foi o instrumento dócil e forte na mãos de Deus e a mola propulsora que fez acontecer, no Brasil, a Instituição e todas as obras das Irmãs Paulinas. A Congregação das Irmãs Paulinas foi fundada pelo Padre Tiago Alberione com a colaboração de Irmã Tecla Merlo, em 1915, na Itália e teve, no Brasil, sua primeira expansão no exterior. E Irmã Dolores Baldi foi a escolhida.

Quem foi Irmã Dolores Baldi? Ela mesma nos conta sua história: Não conheci minha mãe. Ela morreu dois meses depois de me haver dado a luz. Fui confiada aos cuidados de uma ama que me amamentou, de meu pai e de minha irmã mais velha, então, com 15 anos. Éramos cinco irmãos: três mulheres e dois homens.

Cresci num ambiente familiar unido, cristão, sereno e alegre. Aos 12 anos, porém, após breve tempo de doença, meu pai faleceu e logo depois, minha irmã, vítima de uma epidemia. E como minha outra irmã já havia se casado coube a mim os deveres de uma dona-de-casa: comprar, vender e cuidar de meus dois irmãos. Aos quatorze anos comecei a sentir o desejo de ser missionária, para dedicar-me à catequese. Aos 17 anos esse apelo se tornou mais forte. Falei com meu pároco e ele me aconselhou a pensar melhor e entregar o meu futuro nas mãos de Deus. Ele saberia abrir-me o caminho missionário. Com o casamento de meu irmão pensei que estivesse livre, mas com a morte prematura de minha cunhada tive que cuidar de meus dois sobrinhos pequenos.

Após um ano, a convite de meu pároco, participei de um retiro orientado pelo Padre Tiago Alberione. Entusiasmei-me com a espiritualidade e missão da Família Paulina, conversei com Padre Alberione que me aconselhou a entrar na Congregação, ainda não aprovada, mas já em plena atividade. Ingressei, sempre, porém, com o desejo de ir às missões. Esperançosa de um dia ser missionária, como me prometiam, comecei o noviciado. E antes mesmo de professar os votos religiosos, a Superiora me chamou e disse que o Fundador havia me destinado para a missão no Brasil. Apesar de algumas preocupações, vibrei de alegria. Tinha, então, 21 anos. Comigo iriam uma irmã das Discípulas do Divino Mestre e um seminarista dos paulinos.

No dia 06 de outubro de 1931, diante dos Fundadores e de minha formadora, pronunciei a fórmula da profissão religiosa prometendo, com a ajuda divina, entregar-me a Deus e à missão conforme o carisma Paulino. Foi então que recebi o nome de Dolores, pois, o meu nome de batismo era Tersila. Entregando-me o livro do Evangelho, um crucifixo e um terço, o Fundador deu-me as últimas recomendações: "Nossa Senhora das Dores, ao pé da cruz, colaborou para a salvação de todas as pessoas. Santifica-te e os brasileiros se santificarão. O Arcebispo de São Paulo não quer as Paulinas. Vocês fiquem escondidas por algum tempo, vistam-se de branco ou de vermelho - isso não tem importância - e esperem".

Este foi o início de uma caminhada de mais de 70 anos no Brasil vivendo e partilhando na Igreja local uma evangelização inculturada a serviço do Evangelho e com os meios de comunicação social. Em 1966, quando a Congregação das Irmãs Paulinas no Brasil já contava com duas centenas de membros, muitas obras iniciadas, muitas casas construídas, Irmã Dolores foi chamada para a Itália e mais tarde para Portugal, deixando em todos os lugares sua marca de missionária exemplar.

Em 1976, a pedido das Irmãs brasileiras, ela voltou ao Brasil, dedicando-se então, não mais à direção da província, mas à atividades comuns nas comunidades. Mais tarde transferiu-se para a casa das irmãs idosas dedicando-se a pequenas tarefas. Em todo lugar e sempre, Irmã Dolores foi exemplo de oração, entusiasmo apostólico, humildade e acolhimento. Sempre atenta, participava e alegrava-se com os progressos na missão. Por ocasião dos 60 anos de consagração a Deus, entre outras coisas dizia: Os Fundadores me entregaram o que tinham de mais precioso: o Evangelho, o crucifixo e o terço. Os fundamentos foram sólidos e minha tarefa era construir com simplicidade e aos poucos, com erros e falhas, mas sem desanimar, na obediência e com amor. A semente foi lançada no Brasil brotou e cresceu pela sua força íntima que é Deus.

Após breves dias hospitalizada, com 89 anos, no dia 21 de julho de 1999, transferiu-se para a Casa do Pai  Celeste a fim de continuar intercedendo por nós e apostando na eficácia da missão de anunciar o Evangelho com os meios de comunicação social. Irmã Dolores tinha um carisma pessoal, uma personalidade forte e caráter marcante. Seu modo de ser e de viver traçou o estilo de vida e de missão de muitas pessoas. Abriu caminhos novos, com fé e coragem, para uma geração que viria mais tarde.

Um dos centros da missão das Irmãs Paulinas traz com muita gratidão o nome de: "Casa Irmã Dolores Baldi". Ela está aí apontando para todos sua norma de vida missionária: "confiança absoluta em Deus e ir em frente com coragem".

Ir. Maria Belém, FSP
Santo Lourenço de Brindisi
Geralmente as chamadas "crianças superdotadas", aquelas que demonstram um dom excepcional para alguma especialidade, quando crescem parecem "perder os poderes" e se nivelam às demais pessoas. São poucas as exceções que merecem ser recordadas. Mas,com certeza, uma delas foi Júlio César Russo, que nasceu no dia 22 de julho de 1559 em Brindisi, na Itália.

Seu nome de batismo, mostrava claramente a ambição dos pais, que esperavam para ele um futuro brilhante como o do grande general romano. Realmente, anos depois, lá estava ele à frente das forças cristãs lutando contra a invasão dos turcos muçulmanos, que ameaçava chegar ao coração da Europa, depois de ter dominado a Hungria. Só que não empunhava uma espada, mas sim uma cruz de madeira. Nesta ocasião já vestia o hábito franciscano, respondia pelo nome de Lourenço e era o capelão da tropa, além de conselheiro do chefe do exército romano, Filipe Emanuel de Lorena.

Vejamos como tudo aconteceu. Aos seis anos de idade, o então menino Júlio César encantava a todos com o extraordinário dom de memorizar as páginas de livros, em poucos minutos, para depois declamá-las em público. E cresceu assim, brilhante nos estudos. Quando ficou órfão aos catorze anos de idade, foi acolhido por um tio, que residia em Veneza. Nesta megalópole, pôde desenvolver muito mais os seus talentos, para os estudos.

Mas a religião o atraia de forma irresistível. Dois anos após chegar a Veneza ele atendeu ao chamado e ingressou na Ordem dos frades menores de São Francisco de Assis. Em seguida se juntou aos capuchinhos de Verona, onde recebeu a ordenação e assumiu o novo nome, em 1582. Depois completou sua formação na universidade de Pádua. Voltou para Veneza em 1586, como professor dos noviços da Ordem, sempre evidenciando os mesmos dotes da infância.

Tornou-se especialista em línguas e sua erudição o levou à ocupar altos postos de sua Ordem e também à serviço do Sumo Pontífice. Foi provincial em Toscana, Veneza, Gênova, Suíça e comissário no Tirol e na Baviera, pregando firmemente a ortodoxia católica contra a reforma protestante. Além de animar as autoridades e o povo na luta contra a dominação dos turcos muçulmanos. Lourenço foi, inclusive, o Superior Geral da sua própria Ordem e embaixador do Papa Paulo V, com a missão de intermediar príncipes e reis em conflito.

Lourenço de Brindisi morreu no dia do seu aniversário em 1619, durante sua segunda viagem à Península Ibérica, na cidade de Lisboa, em Portugal. Foi canonizado em 1881 e recebeu o título de "Doutor da Igreja" em 1959, outorgado pelo Papa João XXIII. A sua festa é celebrada, um dia antes do aniversário de sua morte, acontece no dia 21 de julho. 

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