Ele não está
aqui. Ressuscitou!
Lucas 24,1-121 No primeiro dia da semana, bem de madrugada,
as mulheres foram ao túmulo de Jesus, levando os perfumes que haviam preparado.
2 Elas encontraram a pedra do túmulo removida.
3 Mas ao entrar, não encontraram o corpo do Senhor Jesus
4 e ficaram sem saber o que estava acontecendo.
Nisso, dois homens com roupas brilhantes pararam perto delas.
5 Tomadas de medo, elas olhavam para o chão, mas os dois homens disseram:
'Por que estais procurando entre os mortos aquele que está vivo?
6 Ele não está aqui. Ressuscitou!
Lembrai-vos do que ele vos falou, quando ainda estava na Galiléia:
7 'O Filho do Homem deve ser entregue nas mãos dos pecadores,
ser crucificado e ressuscitar ao terceiro dia'.
8 Então as mulheres se lembraram das palavras de Jesus.
9 Voltaram do túmulo e anunciaram tudo isso aos Onze e a todos os outros.
10 Eram Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago.
Também as outras mulheres que estavam com elas contaram essas coisas aos apóstolos.
11 Mas eles acharam que tudo isso era desvairio, e não acreditaram.
12 Pedro, no entanto, levantou-se e correu ao túmulo.
Olhou para dentro e viu apenas os lençóis.
Então voltou para casa, admirado com o que havia acontecido.
Reflexão
"No primeiro dia da semana, bem de madrugada, as
mulheres foram ao túmulo de Jesus, levando os perfumes que haviam
preparado". (Lucas 24,1). Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago,
quando chegaram ao local onde Jesus havia sido sepultado, viram que a pedra o
tumulo havia sido removida, e o corpo de Jesus não estava lá. Dois homens de
roupas brilhantes apareceram para elas e disseram: “Por que estais procurando
entre os mortos aquele que está vivo?” “Ele não está aqui, ressuscitou!
" (Lucas 24, 5.6) A tristeza dá lugar a alegria, a vida venceu a morte, a
escuridão foi vencida pela luz. As mulheres são as portadoras da boa notícia, e
foram até os onze contar o que acontecera. Porém, eles não acreditaram como as
mulheres que Jesus havia ressuscitado. Pedro foi ao túmulo e vendo apenas os
lençóis ficou admirado com o que viu. As palavras de Jesus agora faziam sentido,
agora entendera, Ele está vivo.
Jesus está vivo! Ele ressuscitou! E junto com ele
renascemos para uma vida nova. E é essa alegria, nesta noite de sábado que vamos
reviver. A luz vence as trevas, e Jesus nos faz participantes de sua vitória
sobre a morte. Esta noite é única, outra igual não há e não haverá. E como as
mulheres do evangelho fizeram, devemos anunciar e comunicar a todos que Jesus
ressuscitou dos mortos, Ele está vivo, no meio de nós, em cada um de nós. Jesus
acompanha a cada um de nós sempre, e é essa fé, essa confiança que nos leva a
acreditar que podemos lutar por um mundo melhor, acreditar que pessoas possam
mudar, que a humanidade pode mudar. Nós somos responsáveis por essa mudança,
somos os anunciadores da boa nova.
Jesus está junto do Pai, intercedendo por todos
nós, ele não nos deixou, quando fomos batizados, recebemos seu Espírito Santo,
por isso Cristo está e permanece em nós. Cristo também se faz presente e real na
Eucaristia, no pão e no vinho. Então neste Sábado Santo, nesta noite de alegria,
não existe mais tristeza, nossos pecados são perdoados, as lágrimas? Enxuguemos
todas as lágrimas, a vida venceu a morte.
“Eis agora a Páscoa, nossa festa, em que o real
Cordeiro se imolou: marcando nossas portas, nossas almas, com seu divino sangue
nos salvou! Ó Noite de alegria verdadeira, que prostra o Faraó e ergue os
hebreus, que une de novo ao céu a terra inteira, pondo na treva humana a luz de
Deus!”
“Ó sublime mistério desta Noite Santa! Noite na
qual revivemos o extraordinário evento da Ressurreição! Se Cristo tivesse
permanecido prisioneiro do sepulcro, a humanidade e toda a criação, de certo
modo, teriam perdido o próprio sentido. Mas Vós, Cristo, realmente
ressuscitastes!” João Paulo II, Vigília Pascal, Vaticano, 19 de Abril de
2003.
A história da salvação converge
para esse momento. Na cidade santa, representante da história salvífica, Deus
manifesta sua grande ação salvadora, a morte e a ressurreição do Messias. Mas é
preciso escutar as Escrituras para compreender a mensagem divina proferida pelos
“anjos”: “Por que procurais o vivente entre os mortos? Não está aqui, mas
ressuscitou”.
No primeiro dia da semana, dia da
nova criação, Deus ressuscita Jesus. As mulheres que vão ao túmulo o encontram
vazio e não entendem o que se passa. A boa-nova da ressurreição de Jesus não
pode ser compreendida diante do túmulo vazio, mas somente mediante o anúncio
divino. Os “homens com vestes resplandecentes” convidam as mulheres a rememorar
o que Jesus havia ensinado a respeito de sua morte e ressurreição. Ao
lembrarem-se das palavras do Mestre, as mulheres anunciam aos Onze e aos outros
o acontecido no túmulo vazio. No entanto, eles não acreditam.
As mulheres representam o elo
entre o túmulo aberto e as aparições do Ressuscitado. Essas aparições revelarão
o sentido do sepulcro vazio, que não fala por si só, mas deve ser complementado
pela palavra, mediante a experiência com o Ressuscitado, que explicará as
Escrituras aos discípulos para que compreendam tudo o que devia
acontecer.
Nesse relato, a mensagem central
é mostrar que o Vivente não deve ser procurado no túmulo, entre os mortos.
Porque o Deus da vida não podia abandonar seu Filho na região dos mortos. A
morte de Jesus não foi sua derrota, e sim sua exaltação, seu êxodo para o Pai.
Mas essa revelação vem de cima. E os discípulos só poderão anunciar a boa-nova
da ressurreição de Jesus quando fizerem a experiência com o Ressuscitado. Eles
deverão fazer a passagem da dúvida à certeza, da incredulidade à fé. E isso
ocorrerá quando fizerem a experiência do encontro com o Vivente.
Comentário global das leituras: A
graça venceu o pecado, o perdão venceu a violência!
As leituras de hoje têm como
objetivo retomar a história da salvação.
Em primeiro lugar, Deus criou e
mantém, com sua providência, a ordem da criação e a vitalidade de todos os
seres. A beleza da criação provoca no ser humano a admiração por sua harmonia e
estabilidade, levando-o à contemplação e à adoração do Criador. Mas a
complexidade da criação também desperta o interesse do ser humano para
conhecê-la e explorar os seus segredos, pois essa capacidade foi dada por Deus à
humanidade. Contudo, o único ser do universo capaz de conhecer não pode
prescindir da responsabilidade para com a preservação da obra de
Deus.
O segundo passo da ação salvífica
de Deus exige uma resposta do ser humano. Deus quis fazer aliança com a
humanidade, e, para que isso se realize, faz-se necessária a firme decisão
consciente do ser humano de aceitar o senhorio absoluto de Deus, mostrando em
todos os momentos da vida que o ama acima de tudo.
Nesse relacionamento íntimo entre
Deus e a humanidade, confiança e esperança estão sempre juntas. Ao entregar a
própria vida nas mãos de Deus, o ser humano fica seguro de que não será
decepcionado.
Exemplo disso são os hebreus que
encontraram vida e liberdade quando tudo parecia perdido, pois o Senhor lhes deu
a completa vitória sobre os inimigos. Deus estava empenhado em livrar de
qualquer ameaça o povo da aliança e preservá-lo da destruição, ficando à frente
dele na saída do Egito, na travessia do mar, no deserto e na terra
prometida.
Apesar de todas as infidelidades
do povo escolhido, Deus nunca o esqueceu nem deixou de tratá-lo com amor, sempre
chamando Israel e renovando a aliança com ele. Assim, Deus foi agindo na
história com o firme propósito de dar a salvação a todo ser humano. A
humanidade, por sua vez, quase sempre respondeu a tão grande propósito com a
rebeldia do pecado. Muitas vezes o ser humano reconheceu sua responsabilidade
nas afrontas a Deus, pediu perdão e recomeçou a caminhada de fé. Outras vezes, o
ser humano permaneceu na sua obstinação e orgulho contra o Senhor. Até que nos
foi enviado o Salvador para plenificar a obra de redenção, que começou com a
criação. Mesmo assim, o Filho de Deus foi rejeitado, sofrendo, por nossa culpa,
a morte na cruz. Mas Deus o ressuscitou nesta noite grandiosa que hoje
celebramos. Jesus Cristo, o Filho do Altíssimo, nossa páscoa e nossa
ressurreição, garantia de nossa união definitiva com Deus.
PISTAS PARA
REFLEXÃO
1. Várias situações podem fazer
com que a páscoa não seja atuante em nossas vidas. Que situações poderiam ser
essas?
2. Será que estamos conscientes
de que a ressurreição de Jesus não é um prêmio que o Pai lhe deu por seu bom
comportamento, como se faz com uma criança, mas que, na verdade, Cristo
ressuscitou por nossa causa?
3. “Se Cristo não ressuscitou, vã
é nossa fé” (1Cor 15,14.17). E, se nós não soubermos o significado da
ressurreição de Cristo como garantia de nossa união definitiva com o Pai e da
filiação divina que nos foi dada nesse mistério, vã continuará sendo a nossa fé,
que nem mesmo poderá ser chamada de cristã.
Fonte: http://viverminhavocacao.blogspot.com.br/2013/03/sabado-santo-vigilia-pascal-ano-c.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário