terça-feira, 4 de outubro de 2011

A sábia harmonia da natureza


Nenhuma estrela subestima outra estrela; algumas brilham mais, outras brilham menos, mas nem por isso são adversárias.

Nenhuma ave julga o vôo ou o canto de outra ave, todas são livres para cantar e voar.

O lírio não inveja a orquídea, e esta não menospreza o botão de rosa prestes a desabrochar, pois todos perfumam conforme seus dons e carismas.

Não há rivalidade entre as árvores; se uma dá mais frutos ou se outra demora anos para produzir. A seiva é igual em todas; não faz distinção nem descriminação.

O sol não se incomoda com o passeio das nuvens, pois a chuva tem sua vez e a sombra tem seu espaço.

Na fauna, nenhum animal se envergonha por não saber nadar ou por não saber voar. Alguns são mais ferozes, outros mais pacatos e amorosos, porém não reclamam do que têm, nem de como vivem, não desperdiçam o que lhes é dado, não desobedecem e amam ao criador sobre todas as coisas.

E o arco-íris? Ora, ele não se queixa de se manifestar tão poucas vezes com suas sete cores mágicas. Também nunca criticou a lua, que paira todas as noites com suas quatro fases.

O verão dá boas-vindas ao outono, que deseja prosperidade ao inverno, que saúda com alegria a chegada da primavera, e esta acolhe com flores o regresso do verão.

O peixe foi feito para borbulhar, a fêmea para parir, o lobo para uivar, a serpente para rastejar, o vento para soprar... e nós, seres humanos?

Qual a razão de tanta desarmonia social?
Como podemos evoluir se nosso íntimo está em ruínas?

Contemplemos a sábia harmonia da natureza.
Percebamos que existe uma característica para cada organismo, um espaço para cada espécie, um dom para cada ser; e nesse cenário de perfeita sincronia e harmonia, há algo de infinito em que devemos participar e construir com nossos gestos e virtudes.

Oxalá, sobre toda a mística universal que nos rege nós, seres humanos, possamos nos aproximar de um passarinho sem que ele fuja, de uma planta sem feri-la, conviver com os animais sem agredi-los, respeitar a vida e os direitos dos semelhantes, oferecendo-lhe flores, poemas, sorrisos, canções...

Então a natureza contemplará a sábia harmonia dos seres humanos.


Luizinho Bastos
Referência: Ecos ecológicos

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