Agradeço, bem no fundo, por ver tudo o que nasce; tomo parte do perpétuo movimento da vida, do incessante ciclo de vida, nascimento, morte e renascimento.
Tudo morre no outono, mas nada nos faz lembrar a morte; a decomposição é perfumada, o solo é um tapete de úmidas folhas mortas.
O túmulo do outono é o berço da primavera. A natureza não desespera.
O inverno é apenas a dor do parto antes do milagre do nascimento.
Surgem então novas folhas, as campânulas sorriem, e os patinhos nadam em torno de sua mãe, a vida começa mais uma vez.
E eu também levei uma criança dentro de mim, sofri as dores do parto e transmiti a vida.
Agora, não mais relembro aquele grande sofrimento.
Curvo minha cabeça por tantas graças: conheci a dor e a alegria, e me tornei parte do grande ritmo da vida.
Um toque de sua suavidade
Folhas caindo, amarelas, verdes e marrons, atapetando silenciosamente o solo, cobrindo, revivificando a terra seca do verão.
Gradual e calmamente, um a um, os dias passam, sem pressa, revivificando a mente devastada e marcada pelo sofrimento.
As folhas que caem, os dias que passam,
são, cada um, um toque de suavidade,
restaurando o solo para o renascimento.
Mary Hathaway
Do livro: Celebrando a maternidade - Paulinas
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