quarta-feira, 20 de junho de 2012
Se houvesse amor não haveria fome.
Se houvesse amor não haveria fome.
Nem sempre é lixo o que se joga fora,
mas desperdício feito por capricho.
É luxo torpe que ao vilão devora
forçar os outros a catar no lixo.
Sinal de mesquinhez é sempre o luxo,
que tão fingidamente esconde o lixo
da pobre gente que, ostentando luxo,
faz gente pobre chafurdar no lixo.
Nem sempre o que se joga fora é lixo.
Também o desperdício faz o luxo,
forçando muitos a buscar no lixo
a sobra suja dos que têm só luxo.
Já não se sabe se é luxo ou lixo
toda sujeira que se esbanja à toa.
Chama-se luxo o que de fato é lixo,
na vida fútil, regalada e boa.
Nem só no luxo existe muito lixo.
Também no lixo se mistura o luxo.
Por imprudência seja ou por capricho,
pra este é lixo o que praquele é luxo.
Não teve luxo o Deus onipotente,
que veio ao lixo deste mundo e quis
salvar o luxo e o lixo desta gente
que só amando pode ser feliz.
Arnaldo Álvaro Padovani
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