sábado, 30 de junho de 2012

Eu não sou digno... (Mt 8,5-17)

Quantas pessoas escuto dizer que a Missa é sempre a mesma coisa. Antes de entender o mistério da Santa Missa, concordava com isso, achava mesmo repetitivo, sempre as mesmas palavras, respostas, mesmos gestos, todavia, quando passei a entender o tesouro que é, nunca mais nenhuma Missa foi igual para mim, nem mesmo aquelas que celebro duas vezes no mesmo dia.
Certo dia, estava mal com alguma coisa, não me recordo exatamente o que era, mas achei que não deveria comungar, que precisava me confessar antes. Estava decidida, mas quando o Padre continuou a oração depois da Paz, e toda a comunidade inclusive eu, dissemos em voz alta e em bom som: SENHOR, NÃO SOU DIGNO DE QUE ENTREIS EM MINHA MORADA, MAS DIZEI UMA SÓ PALAVRA E SEREI SALVO.  Aquela frase, que na verdade é tirada dessa passagem teve um significado diferente para mim. O soldado falava de casa, estrutura imóvel, material, mas eu falo aqui de alma. De fato não somos dignos de Cristo, mas Ele nos quis assim, humanos, pecadores, quis tanto que bastando uma palavra Sua, tudo que era velho torna-se novo, o que era morte transforma-se em vida.
A fé daquele homem foi suficiente para que seu empregado fosse curado e ele expressou sua fé naqueles dizeres, e porque é tão difícil para nós sermos participantes deste milagre diário, se formos à Missa todos os dias, todos os dias iremos proferir essas palavras, mas porque mesmo assim, não acreditamos que Deus poderá entrar dentro de nossa casa e fazer o milagre?
Somos, sim, pecadores e devemos sempre procurar o caminho reto, não devemos nos acomodar na benevolência e misericórdia de Deus, porque Ele também pedirá contas de nossos atos, mas devemos, sim, nos sentir amados e queridos, dignos não por merecimento, mas por bondade de Deus e tomar posse desse Amor, sabendo que nada poderá nos separar do Amor de Deus, pois somente com uma palavra Ele nos livra de toda tristeza, rancor, angústia, precisamos somente, abrir nossos ouvidos e coração à voz de Deus, que é suave e doce.
Ah! Pra terminar a história, comunguei naquele dia, mas logo depois da Missa fui procurar o Padre pra me confessar.

Ana Luíza Medeiros


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