Como você tem
rezado?
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:23b Em verdade, em verdade vos digo:
se pedirdes ao Pai alguma coisa em meu nome, ele vo-la dará. 24 Até agora nada pedistes em meu nome; pedi, e recebereis;
para que a vossa alegria seja completa. 25 Disse-vos estas coisas em linguagem figurativa.
Vem a hora em que não vos falarei mais em figuras,
mas claramente vos falarei do Pai.26 Naquele dia pedireis em meu nome,
e não vos digo que vou pedir ao Pai por vós,27 pois o próprio Pai vos ama, porque vós me amastes
e acreditastes que eu vim da parte de Deus. 28 Eu saí do Pai e vim ao mundo; e novamente parto do mundo e vou para o Pai.
Reflexão:
João 16,23b: Os
discípulos tem pleno acesso ao Pai. É a certeza que Jesus dirige aos
seus discípulos: pode se dirigir à paternidade de Deus em união com Ele. A
mediação de Jesus leva os discípulos até o Pai. É vidente que o papel de Jesus
não é o de se substituir aos «seus»: não os assume mediante uma atitude de
intercessão, mas os une a si, e com comunhão com Ele, eles apresentam suas
necessidades e seus problemas.
Os discípulos tem a
certeza que Jesus tem toda a riqueza do Pai: «Em verdade, em verdade vos digo:
se pedirdes ao Pai em meu nome, ela vo-lo dará» (v.23). Assim, em unhão com Ele,
o pedido torna-se eficaz. O objetivo de qualquer pedido ao Pai deve estar sempre
relacionado com Jesus, quer dizer, com seu amor e com seu compromisso de dar a
vida pelo homem (Jo 10,10). A oração dirigida ao Pai em nome de Jesus, em união
com Ele (Jo 14,13; 16,23), é aceita.
Até agora os discípulos
não pediram nada em nome de Jesus, mas o poderão fazer depois da glorificação
(Jo 14,13s) quando receberem o Espírito que os iluminará plenamente sobre a
identidade do próprio Jesus (Jo 4,22ss) e criará a união com Ele. Os seus
poderão pedir e receber em plenitude a alegria quando passarem da visão sensível
dEle à da fé.
João 16,24-25: Os
crentes são assumidos na relação entre o Filho e o Pai. Em 16,26 Jesus
volta a falar da lição criada pelo Espírito que permitirá aos seus de apresentar
todo pedido ao Pai em união com ele. Isto acontecerá «naquele dia». O quer dizer
«naquele dia pedirdes?». É o dia em que virá até os seus e lhes comunicará o
Espírito (Es 20,19.22). Será então que os discípulos conhecerão a relação entre
Jesus e o Pai e serão ouvidos e e aceitos. Não será necessário que Jesus se
insira entre o Pai e os discípulos para interceder em favor deles, não porque
acabou sua mediação, mas porque eles acreditaram na encarnação do Verbo, e,
sendo estritamente unidos a Cristo, serão amados pelo Pai como ele ama o Filho
(Jo 17, 23.26). Em Jesus, os discípulos experimentarão o contato direto com o
Pai.
João 16,26-28: A
oração ao Pai. Rezar consiste, então, em ir ao Pai através de Jesus;
dirigir-se ao Pai em nome de Jesus. Uma atenção particular merece a expressão de
Jesus nos v.26-27: «e não vos digo que vou pedir ao Pai por vós, pois o próprio
Pai vos ama». O amor do Pai pelos discípulos se fundamenta na adesão pelos
«seus» a Jesus na fé em sua proveniência, quer dizer, o reconhecimento de Jesus
como dom do Pai.
Após ter assimilado a si os
discípulos, Jesus parece se afastar de sua condição de mediador, mas na
realidade permite que só o Pai nos pegue e nos agarre: «Pedi e recebereis para
que vossa alegria seja completa» (v.24). Inseridos na relação com o Pai através
da união com Ele, a nossa alegria é completa e a oração perfeita. Deus oferece
sempre seu amor ao mundo todo, mas esse amor adquire o sentido de reciprocidade
só se a pessoa responde. O amor é incompleto se não for recíproco: até que a
pessoa não o aceita fica pela metade. No entanto os discípulos o aceitam quando
começa, a amar Jesus e assim tornam operacional o amor do Pai. A oração é esta
relação de amor. Afinal, a história de cada um de nós se identifica com a
história de sua oração, também naqueles momentos que não parecem ser: a
ansiedade já é oração e também a busca, a angústia.
Para uma avaliação pessoa
Para uma avaliação pessoa
1) Minha oração pessoal e
comunitária acontece num momento de traquilidade, de paz e de grande
calma?
2) Que esforço faço em
crescer na amizade com Jesus? Estás convencido para chegar a uma real identidade
através da comunhão com Ele e no amor ao próximo?
O que é
rezar?
Segundo o que aprendemos e acreditamos, rezar é dizer em voz baixa ou
apenas em pensamento uma oração, uma súplica ou um pedido a Deus.
Jesus nos ensina a oração do Pai-Nosso e coloca-nos na condição de
filhos de Deus, quando diz: Pai ‘nosso’. Ele não nos ensina a rezar chamando a Deus de ‘Pai de Jesus’ mas,
nosso também, e é aí que nós recebemos o Pai celeste, do Filho Encarnado, e
passamos a ser também chamados ‘filhos de Deus’.
Pedir a Deus o que quero ou preciso, em nome de Jesus, é colocar-me
na condição de filho amado que sou, assim como Jesus é amado pelo Pai.
Por exemplo:
‘Senhor eu te peço, em nome de Teu Filho Jesus, que cuide da saúde da minha
mãe.’ Assim, estou pedindo como se o próprio Jesus pedisse ao Pai, porque peço
em nome de Jesus. E assim, o Pai que atende o Filho, também me atenderá, se
assim for vontade d’Ele.
É
preciso ter fé para que nossas palavras verbalizem a confiança que temos em Deus
e a nossa entrega seja perfeita, assim como Jesus se entregou e confiou-se ao
plano divino do Pai. É preciso deixar Jesus rezar dentro do nosso coração para que nossa
alegria seja completa!
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