Eu quero um filho que quando receber um SIM, o faça com alegria e responsabilidade e quando um NÃO, o aceite sem revolta e agressões.
Tanto o SIM como o NÃO de um pai são sempre dados com amor e, sobretudo, com responsabilidade.
Eu quero um filho que aproveite intensamente a sua infância e a sua juventude, mas que saiba ser esse um tempo curto e passageiro, no qual se constrói o futuro.
Que saiba escolher bem as suas amizades, sem nunca se esquecer que o seu pai é seu melhor e mais autêntico amigo, mesmo que não lhe pareça tão simpático e solidário como os outros.
Afinal, os amigos não têm maior responsabilidade entre si, no que diz respeito à educação e a formação um do outro, mas os pais autênticos vivem na constante ocupação de formar e educar seus filhos.
Eu quero um filho para o qual eu possa mostrar os caminhos, caminhando sempre que possível com ele.
Mesmo que, às vezes, isso não lhe pareça.
Quero um filho que observe meus atos e ouça minhas palavras, sem ser demasiadamente crítico nem demasiadamente subserviente.
Que questione sim, e que o faça sempre que quiser, mas com o respeito que se deve aos pais, aos mestres e aos mais velhos.
Eu quero um filho que não me veja apenas como um "quebra-galhos" nas horas de aperto, mas que compartilhe comigo suas dúvidas e suas certezas, suas vitórias e derrotas, sem outra intenção que não seja o compartilhar.
E quando quiser, ouvindo sugestões.
Que não precisa ser um gênio, nem o melhor aluno da escola, nem o jovem mais forte, mas que seja alegre sem ser debochado e irresponsável.
Que receba o dom da vida como um presente inestimável dado, não por mim que sou apenas um instrumento, mas por alguém infinitamente maior, que é o Pai de todos nós.
Eu não quero um filho só para as alegrias da hora do seu nascimento ou das festas de seus primeiros aniversários.
Eu quero um filho, que seja filho, amigo e companheiro por toda a vida...
Evaldo A. D'Assumpção
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