terça-feira, 6 de março de 2012

Maria, Esposa do Espírito Santo

Excelente texto retirado do site do Opus Angelorum:
"O Espírito e a Esposa dizem "Vem!" E aquele que ouve diga: "Vem!" Aquele que o deseja, receba gratuitamente a água da vida!" (Ap. 22, 17)

Todo o Tempo Pascal é coroado pelo Pentecostes e esta vida é precedida por nove dias de expectativa, a contar da Quinta Feira da Ascensão. Aquela novena preparatória foi uma vivência cada vez mais intensa do "Vem!", do cumprimento das palavras do Mestre: "Tenho-vos dito isto, enquanto estou convosco. Mas o Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em Meu Nome, Esse ensinar-vos-á todas as coisas e vos recor- dará tudo o que vos tenho dito" (Jo. 14,26).
Mas será que o dia de Pentecostes foi a primeira vinda do Paráclito? Não teria já anteriormente havido outros Pentecostes", isto é, outras descidas do Espírito Santo na criação?

NO ALVOR DA CRIAÇÃO

"Deus é Amor" (Jo. 4,8. 16) no Seu modo de Ser e de Existir, mas o Amor em Pessoa no seio Trinitário é o Espírito Santo. Ele é a expressão pessoal do doar-Se, desse Ser-Amor (S. Th. I a, pp 37-38). O Espírito enquanto consubstancial ao Pai e ao Filho na Divindade é Amor e Dom incriado do Qual deriva como de uma fonte, toda a dádiva em relação às criaturas, que são dom criado: mediante a criação Ele doa a existência a todas as coisas.

O princípio do dar-se Divino, que se identifica com o próprio mistério da criação, lemos: "No princípio, Deus criou os céus e a terra, e o Espírito de Deus pairava sobre as águas" (Gn. 1,1-2). Isto significa, não só o chamamento à existência das criaturas espirituais (criou os céus), mas também das materiais (criou a terra: o ser humano e todo o universo). Noutras palavras: o dom da existência inclui também a presença do Espírito de Deus na criação e, isto é o início da comunicação salvífica de Deus às coisas que cria.

Contudo São Paulo ensina-nos: "N'Ele (no Filho) foram criadas todas as coisas nos Céus e na Terra, as visíveis e as invisíveis... Tudo foi criado por ele e para Ele" (Col. 1,16). Com estas palavras paulinas fica claro que tudo existe directamente por causa do Filho. Opina o Doutor da Igreja João Duns Scoto que, mesmo que não houvesse pecado para redimir (cfr. Lectura paris, III, d. 7, q. 4), o Verbo sempre se uniria à nossa carne e habitaria entre nós, sendo o "Emanuel" (Is.7,14), que quer dizer "Deus está connosco" conforme explicaria o Anjo (cfr. Mt.1,23). Mas não podemos separar esta realidade da palavra Mariana: "Faça-se em Mim segundo a tua palavra!" (Lc. 1,37).

Por isso Deus ao "pensar" na criação e ao saber no Seu eterno presente da existência do pecado dum terço dos anjos (cfr. Ap. 12,4) e dos homens, também pensou na única resposta válida da criatura ao Criador: "Eu sou a serva do Senhor" (Lc. 1,37). Deste modo quando Ele "estendia os Céus" (Prov. 8,27) para o Seu Filho, Maria já estava no Seu eterno presente. "Quando sujeitava os abismos ao curso de leis invioláveis, quando estabelecia a abóbada dos Céus e punha as fontes das águas em equilíbrio; quando punha ao mar o seu termo e lhe impunha como lei que não violasse os seus limites; quando lançava os fundamentos da Terra, Eu já estava com Ele dispondo todas as coisas" (Prov. 8,27-30a).

Por conseguinte podemos afirmar: por Maria nos veio a criação e com ela a presença do Espírito, pois também por Seu intermédio nos foi dado o Criador conforme nos ensina o Evangelista: "Tudo foi feito por meio do Verbo e sem Ele nada foi feito" (Jo. 1,3).


NO MISTÉRIO DA ENCARNAÇÃO

Com o pecado original o homem perdeu a sua dignidade original e com ele foi quebrada toda a ordem do universo (cfr. Rom.8,19-22).

Mas o Pai une a maldição da serpente à Redenção: "Farei reinar a inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta esmagar-te-á a cabeça, ao tentares mordê-la no calcanhar" (Gn.3,15). Com estas palavras o Pai exprimiu o Seu consentimento à Encarnação de Seu Filho. Por isso Ele "quis ser, por meio de Seu amado Filho, não só Criador da humanidade mas também o autor generoso da nova Criação" (Prefácio Comum III). E na "plenitude dos tempos, Deus enviou o Seu Filho, nascido de mulher, nascido sujeito à Lei" (Gal. 4,4).

São Gabriel ao explicar como se daria a Encarnação afirma: "O Espírito Santo virá sobre Ti e a força do Altíssimo estenderá sobre Ti a Sua sombra" (Lc. 1,35).

Aí o Espírito faz n'Ela o Seu Pentecostes no começo da "nova criação". Diz-nos São Luís Maria G. Montfort que "sendo o Espírito Santo estéril em Deus, isto é, não produzindo nenhuma outra Pessoa Divina, tornou-Se fecundo por Maria, que desposou. Foi com Ela e n'Ela que formou a Sua obra-prima: um Deus feito homem. Não se quer dizer com isto que a SSma. Virgem de ao Espírito Santo a fecundidade, como se Ele a não tivesse... O que se quer dizer é que o Espírito Santo pôs em acção a Sua fecundidade por intermédio da Virgem, de quem Se quer servir, embora disso não tenha necessidade absoluta, para produzir n'Ele e por Ela Jesus Cristo" (TVD nº 21).

NO JORDÃO

"Por aqueles dias, aconteceu que Jesus veio de Nazaré da Galileia e foi baptizado por João no rio Jordão, e, logo ao subir da água, ele viu os céus se rasgando e o Espírito, como uma pomba, descer até Ele, e uma voz veio dos céus: "Tu és o Meu Filho amado, em Ti Me comprazo" (Mc. 1,9-11).

Desta forma o Espírito Santo ungiu e consagrou a SSma. Humanidade do Filho de Deus. Noutras palavras: aquela carne e aquele sangue imaculado que Maria Lhe deu na Encarnação e alimentou durante 30 anos na Sua vida oculta, agora está preparada pelo Espírito para começar o Seu ministério público.

No Jordão o Consolador fez a Sua terceira vinda e ao mesmo tempo cumpre o que Isaías anunciara: "Eis o Meu servo, que Eu amparo, o Meu eleito, no Qual a Minha alma põe a Sua complacência; fiz repousar sobre Ele o Meu Espírito, para que leve às nações a verdadeira justiça" (Is. 42,1).

Este "Pentecostes" sobre Jesus no Seu Baptismo foi ao mesmo tempo o sinal que o Pai tinha dado a João para reconhecer o Messias (cfr. Jo. 1,32-34).

Desde essa hora a direcção do Espírito Santo na humanidade de Jesus, na qual reside, começa a manifestar-se. Ele parecia estar circunscrito aos limites normais da Sua actividade humano e de Seu raio de acção. É por isso que tudo o que Jesus faz é movido pelo Espírito desde a primeira coisa após o Seu Baptismo. "Em seguida, o Espírito conduziu Jesus ao deserto, a fim de ser tentado pelo demónio" (Mt. 4,1).


NO CALVÁRIO

Nas horas que a Mãe das Dores passou junto à Cruz de Seu Filho, realizou-se a plenitude do mistério do Espírito do Amor em relação a Ela.

Em Nazaré o Consolador gerou n'Ela a "Cabeça da Igreja" (Col. 1,18). Ora na ordem da criação, "a mesma mãe não pode dar à luz a cabeça sem os membros, nem os membros sem a cabeça. Do mesmo modo na ordem da graça, a Cabeça e os membros nascem duma mesma Mãe" (TVD nº 32).

Para essa geração dos membros do Seu Filho, o Paráclito baixa sobre Ela como num Pentecostes, quando estava sob a Cruz. Aqui não é mais um Anjo que Lhe anuncia a Sua nova maternidade, é o próprio Deus Humanado que da Cruz diz-Lhe: "Mulher, eis aí o teu filho!" (Jo. 19,26). Em Nazaré Maria tinha dito o Seu "SIM" em palavras; no Calvário repetiu-o silenciosamente ao aceitar ser recebida em casa do discípulo (cfr. Jo. 19,27).

Aqui deu-se a "Anunciação" da Maternidade Eclesial da Mãe, mas para que Ela concebesse, a morada do Espírito teve que ser rasgada: "Chegando a Jesus e vendo-o já morto, não Lhe quebraram as pernas, mas um dos soldados transpassou-Lhe o lado com uma lança e logo saiu sangue e água" (Jo. 19,34). O sangue (cfr. Lv. 1,5ss; Ex. 24,8ss) testemunha a realidade do sacrifício do cordeiro imolado para a salvação do mundo (cfr. Jo. 6,51). A água, é símbolo do Espírito e da Sua fecundidade (cfr. nota "E" da Bíblia de Jerusalém sobre Jo. 19,34).

Esta fecundidade pousou sobre a Mãe do novo Povo de Deus, que daria à luz 50 dias após a Páscoa.

NO CENÁCULO DE JERUSALÉM

M. Join Lambert e P. Grelot ("Temps" in VTB, 1053/4), afirmam: "Entre a Ascensão e o fim dos tempos, em que sedará a segunda vinda de Cristo, situa-se o tempo da Igreja".

Por isso no momento da Ascensão Maria estava presente quando Jesus fez a promessa: "O Espírito Santo descerá sobre vós e d'Ele recebereis a força. Sereis, então, Minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e Samaria, e até aos confins da terra" (Act. 1,8). Continua São Lucas a narrativa: "Então, do monte que se chama das Oliveiras, voltaram a Jerusalém... Tendo entrado na cidade subiram à sala superior, onde habitualmente ficavam. Todos unânimes, eram assíduos à oração com algumas mulheres, entre as quais Maria, Mãe de Jesus" (Act. 1,12-14).

Se pela força das Suas súplicas Ela abriu o Coração do Pai para a Encarnação do Verbo, e conseguiu o que os desejos dos Patriarcas, os suspiros dos Reis ou as ânsias dos Profetas se mostraram ineficazes, também foi pela beleza do Seu ser e preces que o Espírito Santo Se deixou novamente atrair, e desce por Ela à Igreja, que dá à luz de manhã cedo ao chegar o décimo dia depois da Ascensão (cfr. Act. 2, 1-4a).

EM CADA CRISTÃO

"Este derramar o Espírito sobre a comunidade - afirma Schenackenburg - é um equivalente comparável à unção pessoal do Messias no Baptismo para a Sua actividade terrestre" (KNT, 60). Assim o Espírito desce sobre os membros da comunidade, como desceu sobre Cristo e toma posse deles, enquanto toma posse dos Doze.

A estes é comunicado o Espírito Santo e tornam-se os portadores e transmissores originários do Espírito e como tais testemunhas da Ressurreição e era com grande poder que davam esse testemunho (cfr. Act. 4,33). Os "Doze", cheios do Espírito Santo, enchem o mundo com este Espírito.., sempre em novos Pentecostes (cfr. Act. 8.14-17; 10,44-47; 19,1-7; Rom. 15,16).

Afirma São Luís Maria G. Montfort: "O procedimento que a SSma. Trindade teve na primeira vinda de Jesus Cristo, tem-no ainda todos os dias, duma maneira invisível, na Santa Igreja, tê-lo-ão até à consumação dos séculos" (TVD n. 22).

Assim Deus Espírito Santo quer formar em Maria e por Maria os eleitos e diz-Lhe: "Lança raízes entre os Meus eleitos" (Ecli. 24, 13). Lança raízes com os Meus Dons em Ti nos Meus ungidos, a fim de que cresçam de virtude em virtude e de graça em graça!
Que o Entendimento produza novas almas virgens e consagradas que,
entendendo o chamamento divino digam o SIM e inflamem o mundo!

Que a Sabedoria dê novos teólogos e doutores da Igreja que,
penetrando rectamente nos divinos Mistérios, renovem a Igreja!

Que o Conselho suscite novos Sacerdotes e Ministros Sagrados que,
com a sua palavra sarem tantas chagas nos corações!

Que a Ciência produza novos pais e mães que,
iluminados pela ciência divina, transformem os seus lares em santuários!

Que a Fortaleza gere novos mártires e confessores que,
com o seu heroísmo sejam semente de novos cristãos.

Que o Santo Temor conceba novos jovens puros e renovados,
de modo a serem suave incenso que sobe ao céu!

Que a Piedade conceda novos templos que,
com a sua piedade aqueçam todos os recantos do mundo!

"Depois de Maria lançar as Suas raízes numa alma, opera nela maravilhas de graça... Maria produziu com o Espírito Santo a maior maravilha: o Homem-Deus! E produzirá, consequentemente as coisas mais admiráveis que hão-de existir nos últimos tempos: a formação e educação de grandes santos" (TVD n. 35).

"Tendo-A encontrado numa alma, o Espírito Santo Seu Esposo, voa para lá, entra plenamente e comunica-Se a essa alma abundantemente e na mesma medida em que a alma dá lugar à Sua Esposa; e uma das grandes razões por que o Espírito Santo não opera agora maravilhas retumbantes nas almas é porque não encontra nelas uma união bastante íntima com a Sua fiel e indissolúvel Esposa... E indissolúvel Esposa, porque desde que o Amor Incriado A desposou para Jesus Cristo, a Cabeça dos eleitos, e Jesus Cristo nos eleitos, nunca mais A repudiou, porque ela foi sempre fiel e fecunda" (TVD n. 36).



NA CONSUMAÇÃO

O sétimo e definitivo Pentecostes se dará no momento da realização da visão joanina: "Vi, então, um novo céu e uma nova Terra, porque o primeiro céu e a primeira Terra haviam desaparecido, e o mar já não existia" (Ap. 21,1).

Das cinzas do primeiro céu e da primeira terra que foram corrompidos pelo pecado, mas abertos pela Redenção ao retorno à Casa do Pai pela acção santificadora do Espírito em Maria, surgirá o novo e definitivo Céu e Terra "liberta enfim, da corrupção do pecado e da morte" (Or. Euc. IV). E surgirá como "a cidade santa, a nova Jerusalém... bela como uma esposa que se ataviou pare o seu esposo. E ouvi outra grande voz, que dizia: "Eis aqui o tabernáculo de Deus entre os homens! Habitará com eles, serão o Seu povo e o próprio Deus estará com eles" (Ap. 21,3).

Pensando EM Maria o Pai pronunciou o "Faça-se!" no alvor da criação. COM a cooperação de Maria o Filho operou a Redenção na plenitude dos tempos; POR Maria o Espírito realizará a entrada nesta Cidade Santa dos que estiverem à direita do Rei da Glória, juntamente com os Anjos fiéis e a criação santificada.

Não é por acaso que a Igreja na sua liturgia nas Missas Marianas apresenta a Nova Jerusalém como imagem d'Aquela que invocamos como "Porta do Céu".

Por Maria todos entrarão na Casa do Pai, a Cidade de Deus e aí "Ele enxugará as lágrimas dos seus olhos; não haverá mais morte, nem pranto, nem gritos, nem dor, porque as primeiras coisas passaram" (Ap. 21,4).

Esta definitiva maravilha se realizará graças à palavra "d'Aquele que estava sentado no trono, que disse: "Eis que renovo todas as coisas!... E acrescentou:

"Está feito! Eu sou o Alfa e o Ómega, o princípio e o fim. Aquele que tiver sede dar-lhe-ei a beber gratuitamente da fonte da água da vida. O que vencer, possuirá estas coisas; Eu serei Seu Deus e ele será Meu filho!" (Ap. 21 ,5-6)

A esposa do Espírito Santo - Margarida Hulshof

Gostaria de receber uma reflexão sua sobre o título dado à Virgem Maria: “Imaculada Esposa do Espírito Santo”. Alguns contestam o título por não distinguirem o sentido da palavra, que em português induz à confusão. Em outras línguas existem termos distintos para definir a esponsalidade por um lado, e o convívio marital por outro. A Igreja é “Esposa” de Cristo, e Jesus é o “divino Esposo da alma”.                                            
 (Pe. Fabiano Kachel SVD – S. José dos Pinhais/PR.)
De fato, na língua portuguesa as palavras “esposa” e “mulher” são usadas como sinônimos, assim como “esposo” e “marido”. Não existe, como em outras línguas, uma distinção entre o sentido de “esponsalidade” ou o laço de união (aliança) de caráter primordialmente espiritual e ontológico, relacionado principalmente ao compromisso mútuo de amor e de fidelidade que o casal assume, e a relação física, que vem a ser uma consequência e uma expressão dessa união vital, mas está longe de esgotar o seu sentido e o seu conteúdo.
Algumas pessoas me perguntam por que dei ao meu último livro, que trata da Igreja, o título “A Noiva do Cordeiro” e não “A Esposa do Cordeiro”, já que “esposa” é o termo usado na Bíblia. Respondo que o fiz justamente para evitar essa confusão a que o leitor alude; pois, quando a Bíblia se refere à Igreja como “esposa” de Cristo, não o faz com o sentido de uma vida conjugal em andamento (que é como entendemos essa palavra em português), mas sim com o sentido hebraico do compromisso esponsal que Maria tinha com José quando foi visitada pelo anjo: como diz o Evangelho, ela era “desposada” com José, mas ainda não moravam juntos, pois o casamento não tinha sido celebrado (Mt 1,18). No Apocalipse, a “esposa” do Cordeiro é a noiva que está pronta, preparada e enfeitada, esperando a chegada do noivo no dia do casamento (Ap 19,7-9). Este se consumará no fim dos tempos, quando a Igreja, que já é “desposada” com Cristo, estiver totalmente “pronta”, imaculada (purificada pela graça) e enfeitada com as virtudes do seu esposo. O sentido bíblico é de celebração de bodas, e, em nossa língua, a palavra usada nesse contexto é “noiva”, não “esposa”.
No caso de Maria e do Espírito Santo, ainda mais do que no caso de Cristo e da Igreja, trata-se de um matrimônio místico, fundado no mistério de Deus. Aliás, todo matrimônio tem esse sentido místico, e por isso é indissolúvel, e por isso é comparado à união de Cristo com a Igreja (Ef 5,25-32). Por isso é um sacramento, que é tradução da palavra mistério.
O “matrimônio” de Maria com o Espírito Santo se dá num plano ainda mais íntimo, mais espiritual e mais profundo – além de totalmente único e exclusivo. O que não impede que ambos os mistérios estejam intimamente relacionados: Maria é imagem e modelo da Igreja por sua disponibilidade e fidelidade, e é mãe da Igreja-corpo de Cristo por ter dado à luz a cabeça desse corpo. Como disse São Luiz Maria Grignion de Montfort, nenhuma mãe dá à luz apenas a cabeça de seus filhos, mas também o seu corpo, e por isso Maria é também mãe do corpo místico de Cristo, que é a Igreja. Daí a importância da presença de Maria em Pentecostes, quando a Igreja foi gerada no Espírito Santo. Essa presença assinala “o vínculo indissolúvel de Maria com o Espírito, e, por meio do Espírito, com Cristo e com a Igreja” (A. Amato, Dicionário de Mariologia). Ou seja, é por causa de sua íntima e sobrenatural união com o Espírito Santo que Maria é mãe de Cristo, e também da Igreja. Por outro lado, Jesus é o elo que une Maria ao Espírito Santo, não segundo a carne, mas segundo o Espírito .
A Igreja é corpo de Cristo e, ao mesmo tempo, esposa de Cristo – dupla comparação que deixa de parecer contraditória quando nos lembramos de que os esposos são chamados a formar um só corpo, uma só carne (Gn 2,24). Nossa sociedade moderna, que perdeu a dimensão mística do matrimônio, pensa apenas na união física, esquecendo que Deus se refere principalmente à união do ser, à unidade de vida e de identidade, que se faz sempre em Deus e por Deus. Somente em Deus o ser humano encontra seu pleno sentido, e é por isso que a união física, quando separada do pleno compromisso esponsal na dimensão do mistério ou da vocação divina do homem, é uma violência e uma ofensa à dignidade humana – ou seja, um pecado.
Em sua pergunta, o leitor parece ter em mente as hesitações presentes no meio teológico, no sentido de reconhecer oficialmente o título de “Esposa do Espírito Santo”, atribuído a Maria por muitos santos e doutores em mariologia antigos e modernos, entre eles São Francisco de Assis, São Luís de Montfort, Santo Afonso de Ligório, São Maximiliano Kolbe e Raniero Cantalamessa .
Tal título se fundamenta, obviamente, no fato de que a encarnação de Jesus aconteceu pela ação do Espírito Santo, que se uniu a Maria de forma tão íntima a ponto de gerar nela o milagre da humanidade de Jesus. Apesar do evidente caráter “esponsal” dessa ligação, as hesitações parecem basear-se no fato de que Maria era também, inegavelmente, esposa de José, ainda que ambos vivessem em castidade.
Para resolver esse dilema, basta aceitar que Maria foi esposa de José na ordem jurídica e temporal, mas é esposa do Espírito Santo na ordem sobrenatural... São dois planos diferentes, que não se misturam, e por isso mesmo não se excluem.
Outro motivo para a reserva dos teólogos é o risco de causar confusão na mente dos fiéis, fazendo-os pensar, talvez, que o Espírito Santo tenha infundido em Maria algo de sua substância própria, a qual, unida à humanidade de Maria, teria gerado a humanidade de Jesus. Na verdade, o Espírito Santo não é o “pai” de Jesus, pois toda a humanidade de Jesus foi formada unicamente por Maria. A ação do Espírito Santo em Maria consistiu em realizar nela o milagre da encarnação, possibilitando – graças à abertura e disponibilidade dela – que essa geração sobrenatural acontecesse.
Já vi um exemplo desse tipo de confusão quando, anos atrás, um leitor escreveu perguntando quem era, afinal, o pai de Jesus, se Deus-Pai ou o Espírito Santo... É difícil, para as pessoas, abstrair das limitações terrenas e entender que, no plano sobrenatural, as coisas não obedecem aos mesmos parâmetros. Por isso a Encarnação, como a Trindade, é um Mistério... porque vai muito além daquilo que conhecemos e sabemos explicar. Não é algo oculto – pois nos foi revelado – mas precisa ser aceito pela fé, que ultrapassa e completa a razão.
O pai de Jesus, como sabemos, é Deus-Pai – embora também saibamos que as três Pessoas da Trindade sempre agem juntas, e que as atribuições específicas de cada uma são definidas principalmente por razões pedagógicas, para facilitar a compreensão. Em sua humanidade Jesus não tem pai, apenas mãe. Mas, independentemente desses detalhes, o caráter esponsal da união entre Maria e o Espírito Santo é unanimemente reconhecido... mesmo que, oficialmente, ainda se prefira usar outros termos para expressar esse mistério. 

Obrigado a ti, mulher - mensagem do dia


Obrigado a ti, mulher-mãe, que te fazes ventre na alegria e no sofrimento de uma experiência única: que te tornas o sorriso de Deus pela criatura que é dada à luz; que te fazes guia dos seus primeiros passos, amparo do seu crescimento, ponto de referência por todo o caminho da vida.

Obrigado a ti, mulher-esposa, que unes irrevogavelmente o teu destino ao de um homem, numa relação de recíproco dom, a serviço da comunhão da vida.

Obrigado a ti, mulher-filha e mulher-irmã, que te levas ao núcleo familiar e à vida social, a tua sensibilidade,
intuição, generosidade e constância.

Obrigado a ti, mulher-trabalhadora, empenhada na vida social, econômica, artística e política, pela contribuição indispensável que dásà elaboração de uma cultura capaz de conjugar razão e sentimento e a uma concepção da vida
sempre aberta ao sentido do "mistério".

Obrigado a ti, mulher-consagrada, que, a exemplo da maior de todas as mulheres, a mãe de Cristo, te abres com docilidade e fidelidade ao amor de Deus, ajudando a Igreja e a humanidade inteira a viver para com Deus uma resposta "esponsal", que exprime a comunhão que ele quer estabelecer com sua criatura.

Obrigado a ti, mulher, pelo simples fato de seres mulher!
Com a percepção que é própria da tua feminilidade, enriqueces a compreensão do mundo e contribuis para a verdade plena das relações humanas.


Extraído da carta do papa João Paulo II às mulheres, 1995

O púlpito amigo - Pe Zezinho, scj

 Pe Zezinho, scj

Eram colegas de seminário. Amigos de um dizer ao outro o que achava correto. Foi assim por mais de quinze anos. Tornaram-se sacerdotes com diferença de dez meses. Nunca trabalharam na mesma cidade. Viam-se de vez em quando.

Um dia, começaram a chegar ao ouvidos do padre X alguns fatos negativos sobre o Padre Y. Procurou-o para saber qual a verdade. Padre Y negou peremptoriamente. Era inocente daquelas acusações. Padre X apostou nele.

Um dia, viu e ouviu pessoalmente. Era verdade. Padre Y destratava o povo, vivia uma vida de luxo, mancomunara-se aos ricos, falava, pensava e buscava dinheiro de maneira ostensiva. Outra vez procurou o amigo e disse o que pensava. A resposta foi fria e dura:- "Cuide de você mesmo que também tem seus pecados. Também sei dos seus podres. Quando eu precisar de conselhos, pedirei".

Triste com a reação do colega, Padre X ainda assim tentou quatro a cinco vezes chamá-lo ao bom senso. Não deu certo. Dois anos depois o colega acabou deixando o ministério, uniu-se a uma divorciada e foi viver numa outra cidade, bem de vida e mal de paz.

Um dia encontraram-se num restaurante. Padre X cumprimentou-o. O ex colega e ex padre Y acenou a contragosto. Nenhuma palavra. A amizade azedara de vez. O bispo soube do acontecido. Perguntou ao seu sacerdote se ele se sentiria melhor omitindo-se.

Não! Não sentiria! Amigos devem falar. Só é bom amigo quem arrisca a perder uma amizade, mas vai lá e fala. Hoje, formador de sacerdotes ele mantém a mesma postura. Se tiver que falar, fala. Se o aluno se incomodar, ao menos ouviu o que deveria ter ouvido.

http://www.padrezezinhoscj.com/
Comentários para: online@paulinas.com.br

SANTO DO DIA - 06/03/12

06/03
Santa Coleta
Santa Coleta nasceu em Córbia, diocese de Amiens, em 13 de janeiro de 1381. Em honra a São Nicolau, seus pais lhe deram o nome de Nicoleta, por já estarem em idade avançada quando a menima nasceu. Ficou sob os cuidados de um abade do convento beneditino em Córbia, quando ficou orfã, distribuiu tudo o que possuía aos pobres e ingressou na Ordem Terceira de São Francisco, pronunciando o voto de reclusão. Por três anos viveu numa pequena cela. Dali saiu para empreender a ordem franciscana. Foi nomeada superiora de todos os conventos de Clarissas que viesse a fundar ou reformar, logo alcançando França, Espanha, Flandres e Sabóia. Santa Coleta morreu em Gand, Bélgica, no dia 6 de março de 1447.
Santa Rosa de Viterbo
A santidade é uma graça que o Espírito Santo quer dar a todos, porém é Ele que vai no tempo Dele manifestando para o mundo este dom dado a quem luta diariamente. Por exemplo Santa Rosa que lembramos neste dia muito cedo começou a externar atitudes extraordinárias e coragem e amor ao Senhor. Nasceu em Viterbo em 1233 de pobre e humilde família; quando tinha apenas três anos conta-se que pela sua oração Jesus reviveu uma tia. Com sete anos Rosa pegou uma forte doença que foi meio para sua vida de consagração, pois Nossa Senhora apareceu a ela restituindo a saúde e chamando a total entrega de vida. Santa Rosa antes mesmo de alcançar idade, resolveu e vestir um hábito franciscano, já que sua meta era entrar na Ordem de Santa Clara de Assis. Menina cheia do Espírito Santo não ficou parada diante dos hereges cátaros que semeavam a rejeição às autoridades, assim com o próprio Imperador da Alemanha que prepotente protegia os hereges e buscar o prejuízo da Igreja. Santa Rosa com apenas doze anos era instrumento eficaz nas mãos Pai Celeste, por isso anunciava o Evangelho e denunciava as artimanhas de Satanás na época. Banida pelo imperador continuou profetizando, até o imperador morreu, ela voltou como heroína para Viterbo e mesmo sem ser aceita com dezesseis anos pelas Irmãs Clarissas, Santa Rosa perseverou no caminho da santidade até pegar uma doenças que a levou com dezoito anos para a Eterna Morada de Deus.

LITURGIA DIÁRIA -06/03/2012

Terça-feira, 6 de Março de 2012
Primeira Leitura:  Isaías 1,10.16-20


II SEMANA DA QUARESMA
(roxo - ofício do dia)


Leitura do Livro do Profeta Isaías.

10Ouvi a palavra do Senhor, magistrados de Sodoma, prestai ouvidos ao ensinamento do nosso Deus, povo de Gomorra. 16Lavai-vos, purificai-vos. Tirai a maldade de vossas ações de minha frente. Deixai de fazer o mal! 17Aprendei a fazer o bem! Procurai o direito, corrigi o opressor. Julgai a causa do órfão, defendei a viúva. 18Vinde, debatamos — diz o Senhor. Ainda que vossos pecados sejam como púrpura, tornar-se-ão brancos como a neve. Se forem vermelhos como o carmesim, tornar-se-ão como lã. 19Se consentirdes em obedecer, comereis as coisas boas da terra. 20Mas se recusardes e vos rebelardes, pela espada sereis devorados, porque a boca do Senhor falou!

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.



Salmo (Salmos 49)

— A todos que procedem retamente, eu mostrarei a salvação que vem de Deus.
— A todos que procedem retamente, eu mostrarei a salvação que vem de Deus.

— Eu não venho censurar teus sacrifícios, pois sempre estão perante mim teus holocaustos; não preciso dos novilhos de tua casa nem dos carneiros que estão nos teus rebanhos.
— Como ousas repetir os meus preceitos e trazer minha Aliança em tua boca? Tu que odiaste minhas leis e meus conselhos e deste as costas às palavras dos meus lábios!
— Diante disso que fizeste, eu calarei? Acaso pensas que eu sou igual a ti? É disso que te acuso e repreendo e manifesto essas coisas aos teus olhos.
— Quem me oferece um sacrifício de louvor, este sim é que me honra de verdade. A todo homem que procede retamente, eu mostrarei a salvação que vem de Deus.



Evangelho (Mateus 23,1-12)


— O Senhor esteja conosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, 1Jesus falou às multidões e aos seus discípulos e lhes disse: 2“Os mestres da Lei e os fariseus têm autoridade para interpretar a Lei de Moisés. 3Por isso, deveis fazer e observar tudo o que eles dizem. Mas não imiteis suas ações! Pois eles falam e não praticam. 4Amarram pesados fardos e os colocam nos ombros dos outros, mas eles mesmos não estão dispostos a movê-los, nem sequer com um dedo.
5Fazem todas as suas ações só para serem vistos pelos outros. Eles usam faixas largas, com trechos da Escritura, na testa e nos braços, e põem na roupa longas franjas.
6Gostam de lugar de honra nos banquetes e dos primeiros lugares nas sinagogas. 7Gostam de ser cumprimentados nas praças públicas e de serem chamados de Mestre. 8Quanto a vós, nunca vos deixeis chamar de Mestre, pois um só é vosso Mestre e todos vós sois irmãos. 9Na terra, não chameis a ninguém de pai, pois um só é vosso Pai, aquele que está nos céus. 10Não deixeis que vos chamem de guias, pois um só é vosso Guia, Cristo. 11Pelo contrário, o maior dentre vós deve ser aquele que vos serve. 12Quem se exaltar será humilhado, e quem se humilhar será exaltado”.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

Comentário do Evangelho

A hipocrisia na prática da lei

Mateus, inserindo este discurso de Jesus em seu evangelho, chama a atenção para a hipocrisia dos escribas e fariseus e reforça as advertências às suas comunidades para que não se deixem seduzir por suas doutrinas. Eles impõem pesados e insuportáveis fardos aos outros, porém, eles mesmos não os tocam, nem sequer com o dedo. Pedro, diante da Igreja de Jerusalém, defendeu a liberdade da fé dos gentios, sem a imposição da Lei, afirmando: "Por que tentais a Deus, impondo ao pescoço dos discípulos um jugo que nem nossos pais, nem mesmo nós pudemos suportar?" (At 15,10).
Porém, o jugo de Jesus é leve e suave: é a humildade e o serviço, na alegria da comunhão de vida com o próximo e com Deus.


Oração
Pai, que os maus exemplos jamais me influenciem, fazendo-me desviar de teu caminho. Seja teu Filho Jesus meu único modelo de vida.

O Evangelho do dia 67/03/2012 ( terça-feira)

Ano B - Dia: 06/03/2012


Há um só Pai!

Leitura Orante




Mt 23,1-12

Então Jesus falou à multidão e aos seus discípulos. Ele disse: Os mestres da Lei e os fariseus têm autoridade para explicar a Lei de Moisés. Por isso vocês devem obedecer e seguir tudo o que eles dizem. Porém não imitem as suas ações, pois eles não fazem o que ensinam. Amarram fardos pesados e os põem nas costas dos outros, mas eles mesmos não os ajudam, nem ao menos com um dedo, a carregar esses fardos. Tudo o que eles fazem é para serem vistos pelos outros. Vejam como são grandes os trechos das Escrituras Sagradas que eles copiam e amarram na testa e nos braços! E olhem os pingentes grandes das suas capas!Eles preferem os melhores lugares nos banquetes e os lugares de honra nas sinagogas. Gostam de ser cumprimentados com respeito nas praças e de ser chamados de "mestre". Porém vocês não devem ser chamados de "mestre", pois todos vocês são membros de uma mesma família e têm somente um Mestre. E aqui na terra não chamem ninguém de pai porque vocês têm somente um Pai, que está no céu. Vocês não devem também ser chamados de "líderes" porque vocês têm um líder, o Messias. Entre vocês, o mais importante é aquele que serve os outros. Quem se engrandece será humilhado, mas quem se humilha será engrandecido.

Leitura Orante

Preparo-me para a Leitura Orante, cumprimentando,
com todos os internautas,
a Jesus, como Mestre:
Em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo.
Jesus Mestre, santificai minha mente e aumentai minha fé.
Jesus, Mestre vivo na Igreja, atraí todos à vossa escola.
Jesus Mestre, libertai-me do erro, dos pensamentos inúteis e das trevas eternas.
Jesus Mestre, caminho entre o Pai e nós, tudo vos ofereço e de vós tudo espero.
Jesus, caminho da santidade, tornai-me vosso fiel seguidor.
Jesus caminho, tornai-me perfeito como o Pai que está nos céus.
Jesus vida, vivei em mim, para que eu viva em vós.
Jesus vida, não permitais que eu me separe de vós.
Jesus Vida, fazei-me viver eternamente na alegria do vosso amor.
Jesus verdade, que eu seja luz para o mundo.
Jesus caminho, que eu seja vossa testemunha autêntica diante dos homens.
Jesus vida, fazei que minha presença contagie a todos com o vosso amor e a vossa alegria.
Bem-aventurado Tiago Alberione

1. Leitura (Verdade)

- O que a Palavra diz?
Leio com atenção, na Bíblia, o texto de hoje em Mt 23,1-12.
Jesus se apresenta como um Mestre diferente. A maior preocupação do bem-aventurado Tiago Alberione sempre foi levar todos a Cristo: "A Família Paulina tem uma só espiritualidade: viver integralmente o Evangelho, seguir o Divino Mestre Caminho, Verdade e Vida. Esta espiritualidade ele assim definiu: " viver 'em Cristo', santificando: a mente, porque ele é a Verdade; a vontade, porque ele é o Caminho; o coração, porque ele é a Vida".

2. Meditação (Caminho)

- O que a Palavra diz para mim?
Considero, como refletem os bispos na Conferência de Aparecida, Jesus como único Mestre que tem palavras de vida eterna: "O chamado que Jesus, o Mestre faz, implica numa grande novidade. Na antiguidade, os mestres convidavam seus discípulos a se vincular com algo transcendente e os mestres da Lei propunham a adesão à Lei de Moisés. Jesus convida a nos encontrar com Ele e a que nos vinculemos estreitamente a Ele porque é a fonte da vida (cf. Jo 15,1-5) e só Ele tem palavra de vida eterna (cf. Jo 6,68). Na convivência cotidiana com Jesus e na confrontação com os seguidores de outros mestres, os discípulos logo descobrem duas coisas originais no relacionamento com Jesus. Por um lado, não foram eles que escolheram seu mestre foi Cristo quem os escolheu. E por outro lado, eles não foram convocados para algo (purificar-se, aprender a Lei...), mas para Alguém, escolhidos para se vincular intimamente a sua pessoa (cf. Mc 1,17; 2,14). Jesus os escolheu para "que estivessem com Ele e para enviá-los a pregar" (Mc 3,14), para que o seguissem com a finalidade de "ser d'Ele" e fazer parte "dos seus" e participar de sua missão. O discípulo experimenta que a vinculação íntima com Jesus no grupo dos seus é participação da Vida saída das entranhas do Pai, é se formar para assumir seu estilo de vida e suas motivações (cf. Lc 6,40b), viver seu destino e assumir sua missão de fazer novas todas as coisas." (DAp 131).

3. Oração (Vida)

- O que a Palavra me leva a dizer a Deus?
Rezo a
Oração da Campanha da Fraternidade 2012
Senhor Deus de amor,
Pai de bondade,
nós vos louvamos e agradecemos
pelo dom da vida,
pelo amor com que cuidais de toda a criação.

Vosso Filho Jesus Cristo,
em sua misericórdia, assumiu a cruz dos enfermos
e de todos os sofredores,
sobre eles derramou a esperança de vida em plenitude.

Enviai-nos, Senhor, o Vosso Espírito.
Guiai a vossa Igreja, para que ela, pela conversão
se faça sempre mais, solidária às dores e enfermidades do povo,
e que a saúde se difunda sobre a terra.
Amém.

4. Contemplação(Vida/ Missão)

- Qual o meu novo olhar a partir da Palavra?
Vou vivenciar o meu ser discípulo de Jesus Mestre vivendo a fraternidade. E colocarei no cume de todas as minhas «referências» Jesus Mestre.

Bênção

- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

Sugestão
- Se você quiser receber em seu endereço eletrônico o Evangelho do Dia, acesse o seguinte endereço e preencha o formulário de cadastro. http://www.paulinas.org.br/loja/CentralUsuarioLogin.Aspx
ou, assine RSS para receber por e-mail em:
http://leituraorantedapalavra.blogspot.com/

- Campanha da Fraternidade 2012. Conheça o tema e subsídios: http://bit.ly/wdPtAd
Acesse também: http://comunicacatequese.blogspot.com/

I. Patrícia Silva, fsp
 

segunda-feira, 5 de março de 2012

Hino da CF 2012

Hino da CF 2012

1. Ah! Quanta espera, desde as frias madrugadas,
Pelo remédio para aliviar a dor!
Este é teu povo, em longas filas nas calçadas,
A mendigar pela saúde, meu Senhor!

Tu, que vieste pra que todos tenham vida, (Jo 10,10)
Cura teu povo dessa dor em que se encerra;
Que a fé nos salve e nos dê força nessa lida, (Mc 5, 34)
E que a saúde se difunda sobre a terra! (Cf Eclo 18,8)

2. Ah! Quanta gente que, ao chegar aos hospitais,
Fica a sofrer sem leito e sem medicamento!
Olha, Senhor, a gente não suporta mais,
Filho de Deus com esse indigno tratamento!

3. Ah! Não é justo, meu Senhor, ver o teu povo
Em sofrimento e privação quando há riqueza!
Com tua força, nós veremos mundo novo, (Cf Ap 21,1-7)
Com mais justiça, mais saúde, mais beleza!

4. Ah! Na saúde já é quase escuridão,
Fica conosco nessa noite, meu Senhor, (Cf Lc 24,29)
Tu que enxergaste, do teu povo, a aflição
E que desceste pra curar a sua dor. (Cf Ex. 3,7-8)

5. Ah! Que alegria ver quem cuida dessa gente
Com a compaixão daquele bom samaritano. ( Lc. 10,25-37)
Que se converta esse trabalho na semente
De um tratamento para todos mais humano!

6. Ah! Meu Senhor, a dor do irmão é a tua cruz!
Sê nossa força, nossa luz e salvação! (Cf. Sl. 27,1)
Queremos ser aquele toque, meu Jesus, (Cf. Mc. 5,20-34)
Que traz saúde pro doente, nosso irmão!


Letra: Roberto Lima de Souza
Música.: Júlio Cézar Marques Ricarte

Obrigado, mulher - mensagem do dia


Obrigado a ti, mulher-mãe,
que te fazes ventre na alegria
e no sofrimento de uma experiência única...

Obrigado a ti, mulher-esposa,
que unes irrevogavelmente
o teu destino ao de um homem...

Obrigado a ti, mulher-filha e mulher-irmã,
que levas ao núcleo familiar e à vida social a tua sensibilidade, intuição, generosidade e constância...

Obrigado a ti, mulher-trabalhadora,
empenhada na vida social, econômica,
artística e política...

Obrigado a ti, mulher-consagrada,
que, a exemplo da maior de todas as mulheres, a mãe de Cristo, te abres com docilidade e fidelidade ao amor de Deus...

Obrigado a ti, mulher,
pelo simples fato de seres mulher!


João Paulo II

Mulher - mensagem do dia


Tu és o rosto feminino de Deus,
a flor-rainha da nova sociedade.
Corajosa, poetisa, plena de sonhos,
estrela-guia da humanidade.

Tu és o rosto feminino de Deus,
espalhando amor pela natureza.
Peregrina e filha do universo
com sua energia, magia e beleza.

Tu és o rosto feminino de Deus,
em ti estão as asas do futuro.
Em tuas mãos, o segredo da vida.
Em teu coração, o horizonte da Pátria livre.

A vida bem-me-quer!
Parabéns, mulher!


Luizinho Bastos
Adorno 9 - Paulinas

Terra de Santa Cruz - Pe. Zezinho, scj


 Pe. Zezinho, scj

O Brasil já teve este nome. Era dedicado à memória da cruz. Continua ser terra de santas cruzes e de tantas cruzes porque há milhões de brasileiros crucificados no isolamento, no preconceito, no desemprego, nas drogas, em lares desfeitos e no abandono. São cruzes visíveis, patentes.
Alguns se autocrucuficaram, mas a maioria foi crucificada, não teve oportunidade, nem lar, nem escolas e ninguém foi até eles. Não sabem o suficiente para sair da sua situação.
O país tem exigências que eles não conseguem cumprir faltou-lhes escolas, ou família ou uma boa igreja. São os brasileiros crucificados.
Nossas leis os esqueceram, nossa justiça não lhe fez justiça, nossas igrejas nem sempre os acolheu, nossos políticos nem sempre os defendeu ou representaram. O fato é que de geração após geração eles não conseguiram sair da pobreza na qual nasceram.
Um dia o Brasil será uma nação pensada e organizada para todos. Agora é uma nação que beneficia quem já tem. Excepcionalmente, em algum programa dá remédios ou comida para os mais pobres, mas não lhe dá oportunidade de emprego.
Somos vítima da conjuntura internacional, mas somos também vítimas da conjuntura estruturais que tem mantido o Brasil sobre frágeis estacas há séculos. Nossos fundamentos não são sólidos. Não fomos e não somos um país pensado para todos. O jantar é ainda de quem chega primeiro, pegam sempre os melhores pedaços e o que sobra vão para a maioria que chega depois, por que não tem como chegar na hora. Faltou a escola.
E no carro do país, a escola seria o acelerador, a falta de escola e de família seria o freio. Apesar dos esforços de alguns governos, o país continua de freio de mão puxado. Direitos humanos e justiça distributiva ainda são palavrões no Brasil.
Num país onde muitos ricos e muitos religiosos acham que o outro é menos, vai ser difícil criar uma democracia sólida, as cabeças estão impregnadas na mais valia.
O Brasil vai mal por causa dessas duas frases: sou mias escolhido que você. Valho mais que você. Entre nós o verbo ter continua mais forte do que o verbo ser.

http://www.padrezezinhoscj.com/
Comentários para: online@paulinas.com.br

SANTO DO DIA - 05/03/12

05/03
São José da Cruz
São José da Cruz, nasceu na cidade de Ísquia, próximo de Nápoles, no ano de 1625. Foi batizado com o nome de Caitano. Era admirador de São Francisco de Assis, procurando encarnar em si o exemplo de vida evangélica do Pobrezinho de Assis, ingressando, portanto na Ordem dos franciscanos.

Fundou o primeiro convento da Ordem no ano de 1671 em Piemonte, tornando-se mestre de noviços e depois provincial e geral da Ordem de Franciscana, se despojando de tudo. Possuía somente um hábito de pano grosso, que usou 65 anos e até sua morte.

São José da Cruz dedicou toda a sua vida aos pobres, socorrendo-os em suas necessidades. Morreu no ano de 1737, com 84 anos de idade. Foi canonizado por Gregório XVI.

LITURGIA DIÁRIA -05/03/2012

Segunda-feira, 5 de Março de 2012
Primeira Leitura:  Daniel 9,4b-10


II SEMANA DA QUARESMA
(roxo - ofício do dia)

Leitura da Profecia de Daniel.

4b“Eu te suplico, Senhor, Deus grande e terrível, que preservas a aliança e a benevolência aos que te amam e cumprem teus mandamentos; 5temos pecado, temos praticado a injustiça e a impiedade, temos sido rebeldes, afastando-nos de teus mandamentos e de tua lei; 6não temos prestado ouvidos a teus servos, os profetas, que, em teu nome, falaram a nossos reis e príncipes, a nossos antepassados e a todo povo do país.
7A ti, Senhor, convém a justiça; e a nós, hoje, resta-nos ter vergonha no rosto: seja ao homem de Judá, aos habitantes de Jerusalém e a todo Israel, seja aos que moram perto e aos que moram longe, de todos os países, para onde os escorraçaste por causa das infidelidades cometidas contra ti.
8A nós, Senhor, resta-nos ter vergonha no rosto: a nossos reis e príncipes, e a nossos antepassados, pois que pecamos contra ti; 9mas a ti, Senhor, nosso Deus, cabe misericórdia e perdão, pois nos temos rebelado contra ti, 10e não ouvimos a voz do Senhor, nosso Deus, indicando-nos o caminho de sua lei, que nos propôs mediante seus servos, os profetas”.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.



Salmo (Salmos 78)

— O Senhor não nos trata como exigem nossas faltas.
— O Senhor não nos trata como exigem nossas faltas.

— Não lembreis as nossas culpas do passado, mas venha logo sobre nós vossa bondade, pois estamos humilhados em extremo.
— Ajudai-nos, nosso Deus e Salvador! Por vosso nome e vossa glória, libertai-nos! Por vosso nome, perdoai nossos pecados!
— Até vós chegue o gemido dos cativos: libertai com vosso braço poderoso os que foram condenados a morrer!
— Quanto a nós, vosso rebanho e vosso povo, celebraremos vosso nome para sempre, de geração em geração vos louvaremos.



Evangelho (Lucas 6,36-38)

— O Senhor esteja conosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
36“Sede misericordiosos, como também o vosso Pai é misericordioso. 37Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados. 38Dai e vos será dado. Uma boa medida, calcada, sacudida, transbordante será colocada no vosso colo; porque com a mesma medida com que medirdes os outros, vós também sereis medidos”.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

Comentário do Evangelho

Não julgar, mas perdoar

Enquanto Mateus qualifica Deus como perfeito ("Sede perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito" - Mt 5,48), Lucas qualifica Deus como misericordioso ("Sede misericordiosos como vosso Pai é misericordioso"). A perfeição tem um sentido muito amplo, e pode significar até autossuficiência e poder. A misericórdia, por sua vez, significa relação amorosa e humilde com o próximo. Em Jesus, Deus revela-se como sendo amor e misericórdia.
O "julgar" no texto de Lucas é empregado com o sentido de "condenar". O exercício do julgamento crítico dos fatos para melhor compreensão da realidade é saudável. A distorção está em condenar as pessoas, pois todas são filhas de Deus e objeto do seu amor misericordioso.
Na oração do Pai-Nosso, em Mateus, pedimos que sejamos perdoados, assim como nós perdoamos. Mantendo esta mesma estrutura, podemos orar: não nos condeneis, como nós não condenamos, dai-nos, como nós damos...
A medida boa recebida em recompensa é uma forma de expressão para a compreensão de que a felicidade e a alegria que almejamos estão em viver em comunhão de vida com os irmãos. Perdoando, não condenando, partilhando, removendo as estruturas que geram pobres e ricos, é assim que descobrimos nossa vida em Deus, já neste mundo.


José Raimundo Oliva

Oração
Pai, dispõe meu coração para o perdão, pois este é o caminho pelo qual estabeleço minha comunhão contigo.

O Evangelho do dia 05/03/2012 ( segunda-feira)

Ano B - Dia: 05/03/2012


Não julguem...não condenem...perdoem
Leitura Orante


Lc 6,36-38

"Tenham misericórdia dos outros, assim como o Pai de vocês tem misericórdia de vocês.
Não julguem os outros, e Deus não julgará vocês. Não condenem os outros, e Deus não condenará vocês. Perdoem os outros, e Deus perdoará vocês. Dêem aos outros, e Deus dará a vocês. Ele será generoso, e as bênçãos que ele lhes dará serão tantas, que vocês não poderão segurá-las nas suas mãos. A mesma medida que vocês usarem para medir os outros Deus usará para medir vocês".

Leitura Orante

Preparo-me para a Leitura da Palavra orando,
com todos os internautas:
Em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Divino Espírito Santo, amor eterno do Pai e do Filho, eu te adoro, louvo e amo.
Peço-te perdão por todas as vezes que te ofendi em mim e no meu próximo.
Espírito de verdade, consagro-te a minha
inteligência, imaginação e memória, ilumina-me.
Dá-me conhecer Jesus Cristo Mestre.
Revela-me o sentido profundo do seu Evangelho e tudo o que ensina a Santa Igreja.

1. Leitura (Verdade)

- O que a Palavra diz?
Leio atentamente, na Bíblia, o texto de hoje: Lc 6,36-38.
Jesus me recomenda a ser misericordioso como o Pai é comigo.
E explica o que é ser misericordioso: é ser como o Pai, ou seja, não julgar, não condenar, perdoar, numa palavra: ser bom.

2. Meditação(Caminho)

- O que a Palavra diz para mim?
Olho para o mundo de hoje. Parece que este mundo morre por falta de misericórdia. Os crimes estão globalizados. Por outro lado, a misericórdia de Deus, que é infinita, também está por toda parte. Basta aceita-la. Mas, muitos a rejeitam, ou a desconsideram. João Paulo II dizia: "Ajudem o homem moderno a experimentar o amor misericordioso de Deus! Lá onde dominam o ódio, a sede de vingança, lá onde a guerra semeia a dor e a morte de inocentes, a graça da misericórdia é necessária para apaziguar os espíritos e os corações e fazer jorrar a paz. Lá onde falta respeito à vida e à dignidade do homem, o amor misericordioso de Deus é necessário. A misericórdia é necessária para fazer com que cada injustiça do mundo encontre seu fim no esplendor da verdade".
São Paulo nos lembra: "Deus, que é rico em misericórdia, pelo grande amor com que nos amou, quando estávamos mortos pelos nossos pecados, deu-nos a vida por Cristo.
( Ef 2,4-5).

3. Oração (Vida)

- O que a Palavra me leva a dizer a Deus?
Rezo com toda Igreja a
Oração da Campanha da Fraternidade 2012
Senhor Deus de amor,
Pai de bondade,
nós vos louvamos e agradecemos
pelo dom da vida,
pelo amor com que cuidais de toda a criação.

Vosso Filho Jesus Cristo,
em sua misericórdia, assumiu a cruz dos enfermos
e de todos os sofredores,
sobre eles derramou a esperança de vida em plenitude.

Enviai-nos, Senhor, o Vosso Espírito.
Guiai a vossa Igreja, para que ela, pela conversão
se faça sempre mais, solidária às dores e enfermidades do povo,
e que a saúde se difunda sobre a terra.
Amém.

4. Contemplação(Vida/ Missão)

- Qual o meu novo olhar a partir da Palavra?
A cada pessoa que eu encontrar, no meu trabalho, estudo, em casa, na rua, no metrô, no ônibus, na rua, vou ter um olhar de misericórdia e dizer-lhes ainda que em silêncio o que Paulo sugere: "Quando for ter com vocês levarei muitas bênçãos de Cristo" ( Rm 15,29).

Bênção

- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
-Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

Sugestões

- Se você quiser receber em seu endereço eletrônico o Evangelho do Dia, acesse o seguinte endereço e preencha o formulário de cadastro. http://www.paulinas.org.br/loja/CentralUsuarioLogin.Aspx
ou, assine RSS para receber por e-mail em:
http://leituraorantedapalavra.blogspot.com/

- Campanha da Fraternidade 2012. Conheça o tema e subsídios:  http://bit.ly/wdPtAd  
Acesse também: http://comunicacatequese.blogspot.com/

I. Patrícia Silva, fsp

domingo, 4 de março de 2012

O Terço é a Palavra de Deus


Rosário: oração da paz e da família
Em uma entrevista à revista Veja, o prof. Jeremy Rifkin afirma que “todas as noites um bilhão de pessoas vão para a cama com fome”. Fome de pão, fome de arroz, fome de frutas e verduras.
É uma dor muito doida a da fome! Mas há outros tipos de fome: a fome de compreensão, de diálogo, de perdão. E uma fome ainda mais intensa: a fome de Deus. Quantas pessoas vão para a cama diariamente com fome de Deus!
Por essas pessoas podemos ter duas atitudes: rezar por elas e/ou ajudá-las a rezar. A oração é o maior dos alimentos para matar a fome de Deus.
UM DOCUMENTO

No dia 16 de outubro do ano de 2002, quando completava o 24.º aniversário de pontificado, João Paulo II deu à Igreja um grande presente: a Carta Apostólica sobre o Rosário da Virgem Maria, propondo que de outubro de 2002 a outubro de 2003 se celebrasse o Ano do Rosário.

HISTÓRIA DO ROSÁRIO

No século XII, nos mosteiros católicos, em diferentes horas do dia, costumava-se rezar os 150 salmos bíblicos. Alguns monges, por serem analfabetos, substituíam os salmos por 150 ave-marias, dividindo-as em três grupos de cinqüenta e contando as ave-marias em nós feitos nos cordões.
No século XIV, um monge dividiu as 150 ave-marias em 15 dezenas e, a partir do século seguinte, começou-se a meditar em cada dezena algum momento da vida de Jesus.
O Papa Pio V, em 1569, definiu o rosário com a estrutura que tivemos até nossos dias, isto é, 15 mistérios, dezenas de ave-marias, pai-nosso etc.
Leão XIII, no século XIX, promoveu a devoção do rosário e dedicou o mês de outubro a Nossa Senhora do Rosário.
João Paulo II recomendou: “Que a oração do rosário volte a ser a oração da família, que é a igreja doméstica.” (06/06/1987); “O rosário é a grande oração contemplativa, muito útil às pessoas de hoje, preocupadas com tantas coisas” (25/04/1987).
A história do Rosário demonstra tratar-se de uma oração de todo o povo cristão.
O Rosário passou a ser rezado por ricos e pobres, por gente da cidade e do campo, de todas as idades e profissões.
São Vicente de Paula afirmava que, depois da Santa Missa, o que mais faz descer graças é o Rosário.
Pio IX, momentos antes de morrer, afirmou: “o Rosário dará aos que o rezam os rios de paz de que nos fala a Sagrada Escritura”.
Rosário vem de rosa. Cada Ave-Maria bem rezada é uma rosa, uma flor que vai formando o buquê que entregamos à nossa Mãe.
O Rosário é um tesouro a descobrir. Dê um terço de presente, ensine alguém a rezá-lo. Dê-se esse presente, se você ainda não o tem.

MISTÉRIOS DO ROSÁRIO

O movimento das capelinhas do Instituto Secular Schöenstatt é um dos grandes promotores do rosário nas famílias

Os mistérios, contemplados no Rosário, apresentam as etapas fundamentais da vida de Jesus Cristo:
anúncio da encarnação, nascimento, adolescência, missão na vida pública, paixão, morte, ressurreição e ascensão. Eles destacam também os fatos principais da vida de Maria Santíssima.
O rosário, em sua estrutura tradicional, contemplava três séries de mistérios: mistérios da alegria (gozosos), da glória (gloriosos) e da dor (dolorosos). Quando rezávamos uma série desses mistérios, dizíamos que tínhamos rezado “um terço”.
João Paulo II, em outubro de 2002, completou a reflexão dos mistérios, acrescentando os “mistérios luminosos”, que dão especial relevo à vida de Jesus, valorizando a solidariedade entre os casais, a Igreja missionária, o Reino de Deus e a Eucaristia.

MISTÉRIOS LUMINOSOS OU DA LUZ
1 - Batismo de Jesus (Mt 3,13-17).
2 - Auto-revelação de Jesus nas bodas de Caná (Jo 2, 1-11).
3 - Jesus anuncia o Reino de Deus com o convite à conversão (Mc 1, 14-15).
4 - Transfiguração de Jesus (Lc 9, 28-36).
5 - Instituição da Eucaristia (Mt 26, 26-28).
Cristo é a luz do mundo. “Quem me segue...” - disse Jesus - “terá a luz da vida” (Jo 8,12).
Nós, cristãos, somos “filhos da luz” (cf. Ef 5,8). E os discípulos de Jesus são chamados a levar a luz de Cristo ao mundo inteiro.
O rosário, tradicionalmente dividido em três partes (daí o nome do terço), passa agora a compreender quatro partes. Com esta mudança, vemos ressaltadas melhor as características de Jesus.

ROSÁRIO E CONTEMPLAÇÃO

Rezar o Rosário todo, ou uma de suas partes, é reservar um tempo de silêncio e de serenidade para mergulhar na contemplação do mistério d’Aquele que “é a nossa paz”.
Paulo VI afirmou: “Sem contemplação, o Rosário é um corpo sem alma e sua recitação corre o perigo de tornar-se uma repetição mecânica de fórmulas já condenadas por Jesus: “Na oração não multipliqueis palavras como os gentios que imaginam que serão ouvidos graças ao seu palavreado” (Mt 6,7).


Rosário vem de rosa. Cada Ave-Maria bem rezada é uma rosa, uma flor que vai formando o buquê que entregamos à nossa Mãe.

O Rosário é um tesouro a descobrir. Dê um terço de presente, ensine alguém a rezá-lo. Dê-se esse presente, se você ainda não o tem.


INCENTIVOS E PROMESSAS

A reza do terço é a prática que nossa Senhora mais recomendou em suas aparições.
1858: em Lourdes, Nossa Senhora rezou o terço com Bernardette.
1917: em Fátima, pediu: “Rezem o terço todos os dias”.
1981: em Medjugorje, Ela repete seguidamente: “Rezem o terço!”.
Nossa Senhora prometeu ao Beato Alain De La Roche que todos aqueles que rezarem o Rosário terão: Sua proteção na vida – uma morte feliz – uma grande glória no céu e, aos que propagarem a devoção do Rosário, promete socorrer em todas as necessidades.
Em 1953, um avião com 25 passageiros voava de Dublin, na Irlanda, para Birminghan, na Inglaterra. Tudo normal a bordo. Mas, pouco antes da chegada, um dos motores, e em seguida o outro, entram em pane. A comissária, em atitude de completa calma, avisa os passageiros do perigo, dando as necessárias instruções. Em seguida, num gesto decidido, ajoelha-se no meio do corredor do avião e exclama: “Minhas senhoras e meus senhores, eu acho que chegou a hora de juntarmos nossas mãos para a oração.”
Dizendo isso, tirou o seu Rosário do bolso, rezou em voz alta o ato de contrição, pediu proteção e iniciou a reza.
As primeiras pessoas, que chegaram ao local do acidente, mal conseguiram acreditar no que viram. Um a um os passageiros arrastam-se para fora daqueles destroços sem ferimento algum, ilesos. Milagre? Homens sem fé diriam ser mero acaso. Mas a perícia inglesa foi obrigada a concluir: “Isso aí é, simplesmente, milagre!”
Seja como for, disse um dos passageiros, sabemos que foi, sem dúvida alguma, a boa Mãe do Céu que quis recompensar a confiança da corajosa aeromoça.

CONVITE

Que bom seria se, a partir deste ano, acolhendo o convite do papa, os cristãos individualmente e as famílias procurassem recuperar esta maravilhosa tradição que pode contribuir muito na construção de uma sólida espiritualidade individual e familiar.
O Rosário foi para muitas famílias, e continua sendo para outras, a oração da família e a oração pela família. Muitos lembram aqueles encontros com saudade. Com certeza, favorecia a união e a espiritualidade familiar. É preciso não perder, ou recuperar, esta preciosa herança.
A família que reza o Rosário segue o exemplo da família de Nazaré: põe Jesus no centro, partilha com Ele alegrias e sofrimentos, coloca nas suas mãos necessidades e projetos, de Jesus recebe a esperança e a força dos pequenos.
Rezar o Rosário com os filhos, educando-os desde a tenra idade para este momento diário de espiritualidade familiar, pode não trazer a solução de todos os problemas, mas é uma ajuda espiritual que não se deve subestimar.
Peçamos à mãe, que o Filho nos atenderá! Ou como dizia um santo: “Planta Maria, colhe Jesus”.

O ROSÁRIO É A PALAVRA DE DEUS

Havia uma senhora muito simples, que vendia verduras na vizinhança. Certo dia, Tia Teca, conhecida por todos, foi vender suas verduras na casa de um senhor e lá perdeu o Rosário. Passados alguns dias, Tia Teca retornou à casa dele.
Esse veio logo zombar:
- Você perdeu seu Deus?
Ela, humildemente, respondeu:
- Eu ? Perder o meu Deus? Nunca!
Então ele pegou o Rosário e disse:
- Não é este o seu Deus?
- Graças a Deus, o senhor encontrou o meu Rosário.
Muito obrigada!
- Por que você não troca este cordão com estas sementinhas pela Bíblia?
- Por que a Bíblia eu não sei ler, mas com o Rosário eu medito toda a Palavra de Deus e guardo-a no meu coração.

Ele perguntou:
- Medita a Palavra de Deus? Como assim? Poderia me explicar?
- Posso sim. - Respondeu Tia Teca, mostrando o Rosário.
- Quando eu pego na Cruz, lembro-me que o Filho de Deus, pregado na cruz, derramou todo o seu sangue para salvar a humanidade. Este primeiro grão me lembra que há um só Deus Onipotente.

Os três seguintes me lembram as três pessoas da Santíssima Trindade:
Pai, Filho e Espírito Santo. O quinto grão me faz lembrar a oração que o Senhor mesmo nos ensinou, o Pai-nosso.
- É, nisso você tem razão.
– Disse o senhor.
– Mas a Bíblia não é só isso!
- Certamente que não.

Mas lembre-se de que o Rosário tem quatro séries de mistérios, já que, o Papa João Paulo II acrescentou mais uma série, chamando-os: “mistérios luminosos”. Eles dão especial relevo à vida de Jesus entre o povo. De manhã, quando me levanto para iniciar minha luta do dia-a-dia, eu rezo os Mistérios Gozosos, lembrando-me do humilde lar de Maria em Nazaré, que também refletem sobre a chegada e a infância de Jesus;  Ao meio dia, no meu cansaço e fadiga do trabalho, eu rezo os Mistérios Dolorosos, que me fazem lembrar a dura caminhada de Jesus Cristo para o Calvário, e sobre a paixão e morte na cruz; Quando chega o final do dia, com as lutas vencidas, eu rezo os Mistérios Gloriosos, que me fazem lembrar que Jesus venceu a morte para dar a Salvação a toda humanidade, e que também nos levam a refletir sobre a ressurreição e ascensão de Jesus e a coroação de Maria. Cada quarto do Rosário, que possui cinco mistérios, me faz lembrar as Cinco Chagas de N. S. Jesus Cristo, cravado na cruz.
- E veja bem, cada mistério tem dez Ave-Marias, que recordam os Dez mandamentos que Deus mesmo escreveu nas Tábuas da Lei que entregou a Moisés.
- Diga-me agora, meu amigo: onde está a idolatria?

Ele, depois de ouvir tudo isso, disse:

- EU NÃO SABIA DISSO. ENSINA-ME, TIA TECA, A REZAR O ROSÁRIO!”

Entrevista com o Papa
Por que o Rosário é chamado de “compêndio do Evangelho”?
João Paulo II: Porque os mistérios contemplados no Rosário: infância, vida pública, paixão, morte e ressurreição de Jesus, são a essência do Evangelho.
Qual é a atitude que prevalece nos mistérios gozosos?
JP II: É a alegria que se irradia do evento da Encarnação. Essa alegria está presente já na Anunciação (“Alegra-te, cheia de graça”), na visita a Isabel (João “estremeceu de alegria” no ventre da mãe), mas explode no nascimento (O Anjo aos pastores: “vos anuncio uma grande alegria”).
Qual é o sentido dos mistérios dolorosos?
JP II: Os mistérios dolorosos são o cume, o ponto mais alto da revelação do amor que Cristo tem para com os homens e constituem a fonte da salvação da humanidade.
Esses mistérios “levam a reviver a morte de Cristo e a penetrar no abismo do amor de Deus pelo homem”.

Qual o sentido dos mistérios gloriosos?
JP II: A contemplação do rosto de Cristo não pode parar na imagem do Crucificado. Ele é o Ressuscitado! Contemplando o Ressuscitado, o cristão “descobre novamente as razões da própria fé e revive a alegria daqueles que viram o Ressuscitado.”
Por que o Rosário é conhecido como oração da paz?
JP II: A razão é bem simples e concreta: as dificuldades apresentadas neste início de milênio levam-nos a concluir que somente uma intervenção do Alto é capaz de orientar os corações daqueles que vivem em situações de conflito e daqueles que regem os destinos das nações.
O Rosário é, por natureza, uma oração voltada para a paz, pois consiste na contemplação de Cristo, Príncipe da paz e nossa paz (Ef 2,14).
O Rosário é a oração da paz também pelos frutos de caridade que produz.
Em anos recentes, diariamente e sobretudo nos meses de maio e outubro, muitas famílias rezavam o terço. Será que poderíamos chamar o Rosário de “Oração da família”?
JP II: Com certeza! Desde sempre o Rosário foi oração da família e pela família. Muitos problemas das famílias de hoje derivam do fato de ser cada vez mais difícil juntar os pais e os filhos e os raros momentos em que isso acontece acabam sendo absorvidos pela televisão.
A retomada da recitação do Rosário inseriria na vida diária da família imagens bem diferentes: as do mistério que salva, Jesus Cristo. A família que reza unida reproduz, em certa medida, o clima da família de Nazaré (RVM 41).
Pe. Sóssio Pezzella

Eu moro no coração do Pai - mensagem do dia





Fui chamado desde toda a eternidade.
Escolhido como ser inteligente.
Minha vida para o Pai não tem idade. Pois nasci para viver eternamente.

Eu moro no coração do Pai
e o Pai mora no meu coração.

Pai eterno me incluiu no seu projeto.
Deu a dimensão divina à minha história.
Me envolveu com seu amor e seu afeto.
Como herança reservou a sua glória.

Minha vida tem que ser uma resposta.
Ao amor que desde sempre me foi dado.
A meu Pai jamais irei virar as costas.
Pois eu sei que eternamente fui amado.


José Acácio Santana

ERAS TÚ, SENHOR

Eras tu, Senhor, e meus olhos permaneceram cegos
à nudez de tua fome e de tua miséria.
Eras tu, Senhor, e meus ouvidos se fizeram surdos
a teu clamor por trabalho e justiça.
Eras tu, Senhor, e minha boca se manteve cerrada
quando mendigavas o calor de uma palavra.
Eras tu, Senhor, e meus braços se cruzaram
diante de tuas mãos estendidas em súplica.
Eras tu, Senhor, e meus pés se recusaram
a dar um passo quando tuas pernas
fraquejaram ao peso do sofrimento.
Eras tu, Senhor, e meu rosto se converteu em pedra
quando, tímido, ensaiavas pedir um sorriso.
Eras tu, Senhor, e neguei minha alma
quando nela querias morar.
Eras tu, Senhor, e o medo fechou
as portas da minha casa,
quando, triste e só, rondavas minha rua.
Eras tu, Senhor, e eu te excluí, uma vez mais e sempre,
do meu Caminho, de minha Verdade e de minha Vida.
Alfredo J. Gonçalves
do livro: Mensagens para o ano todo Vol.3

Lugares de Oração - Pe. Zezinho, scj

 Pe. Zezinho, scj

Alguns lugares de oração são grandiosos, tem torres, pátios, espaço gigantesco. Outros também são grandiosos e até luxuosos, tem poltronas, fundo infinito, ar condicionado, conforto para quem deve sentar, orar e ouvir a palavra de Deus. Alguns lugares são pobres, paupérrimos até, há desconforto para o fiel que vai ali orar, mas são lugares de oração. Outros são razoavelmente confortáveis, silenciosos o suficiente para que o fiel converse com o Deus em que ele crê. Outros são lojinhas compradas e transformadas em pequenos cubículos de oração onde cabem 100 ou 200 fieis no máximo, mas ali também se prega e se anuncia a palavra de Deus, ali também se ora. Há capelinhas onde mal cabem 4 pessoas, mas também são lugares de oração.
Independentes de serem grandes santuários, gigantescos monumentos à fé ou da fé ou pequenos cubículos, os lugares de oração se bem compreendidos e utilizados, servem a maiores objetivos. Colocar a criatura em contato com o Criador e os irmãos e irmãs que crêem no criador em contato uns com os outros. Bendita a cidade que tem muitos lugares de oração, pobres as cidades onde os lugares de oração se transformam em ambientes para atacar o outro lugar de oração, a outra igreja, a outra fé e o outro jeito de crer.
Por isso é fundamental que os fieis compreendam, lugares de oração deveriam ser lugares de paz e de diálogo. Se não for, não são lugares de oração. Mas o que não devem absolutamente não podem, é transformar-se em lugares de arrecadação. Isso nunca está em Marcos 12, 40. Igrejas não deveriam ser agencias bancárias e nem os púlpitos caixas registradoras.

http://www.padrezezinhoscj.com/
Comentários para: online@paulinas.com.br

SANTO DO DIA - 04/03/12

04/03
São Casimiro
O Santo que comemoramos hoje foi proclamado padroeiro da juventude Lituânia chama-se Casimiro que significa Grande no comandar. O seu nome tornou-se profecia ao passo que foi comandando todo o seu pensar, falar e agir para Cristo, isto no Espírito Santo. Casimiro era filho do rei da Polônia, nasceu com o título de grão-duque da Lituânia, sua terra natal, em 1458. De família real e Católica, Casimiro podia se envolver em perigos políticos por isso renunciou o direito ao trono, acolheu a voz do Papa sobre a situação; livremente optou pelo celibato e com a ajuda da mãe e rainha começou a receber forte educação espiritual do cônego de Cracóvia. São Casimiro com dezessete anos e debilitado pelo excesso de penitência começou a ajudar o pai no governo da Lituânia, usando sempre da força da oração, prudência e tudo permeado pelo seu amor profundo ao Santíssimo Sacramento e a Nossa Serhora. Admirado pelos súditos e amado pelo povo foi vítima de tuberculose , a qual foi a causa do Santo príncipe Casimiro em 1484.