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domingo, 4 de agosto de 2013

18º Domingo do Tempo Comum



Ser rico diante de Deus


Lucas 12,13-21

Naquele tempo:
13 Alguém, do meio da multidão, disse a Jesus:
'Mestre, dize ao meu irmão que reparta a herança comigo.'
14 Jesus respondeu:
'Homem, quem me encarregou de julgar ou de dividir vossos bens?'
15 E disse-lhes:
'Atenção! Tomai cuidado contra todo tipo de ganância,
porque, mesmo que alguém tenha muitas coisas,
a vida de um homem não consiste na abundância de bens.'
16 E contou-lhes uma parábola: 'A terra de um homem rico deu uma grande colheita.
17 Ele pensava consigo mesmo: 'O que vou fazer?
Não tenho onde guardar minha colheita'.
18 Então resolveu: 'Já sei o que fazer!
Vou derrubar meus celeiros e construir maiores;
neles vou guardar todo o meu trigo, junto com os meus bens.
19 Então poderei dizer a mim mesmo:
- Meu caro, tu tens uma boa reserva para muitos anos.
Descansa, come, bebe, aproveita!'
20 Mas Deus lhe disse: 'Louco! Ainda nesta noite, pedirão de volta a tua vida
.E para quem ficará o que tu acumulaste?'
21 Assim acontece com quem ajunta tesouros para si mesmo,
mas não é rico diante de Deus.'


Reflexão
 

O episódio narrado no evangelho de hoje é relatado só pelo Evangelho de Lucas e não possui outro semelhante nos outros evangelhos. Faz parte da longa descrição da viagem de Jesus, da Galileia até Jerusalém (Lc 9,51 a 19,28), em que Lucas insere a maioria das informações que conseguiu reunir sobre Jesus e que não se encontra nos outros três evangelhos (cfr. Lc 1,2-3). O evangelho de hoje traz a resposta de Jesus à pessoa que lhe pede para ser mediador na partilha de uma herança.
 
Lucas 12,13: Um pedido para distribuir a herança. “Alguém, do meio da multidão, disse a Jesus: ‘Mestre, dize ao meu irmão que reparta a herança comigo’”. Ainda hoje, a distribuição da herança entre os familiares é uma questão delicada e, muitas vezes, ocasião de disputas e de tensão sem fim. Naquele tempo, a herança tinha a que ver com a identidade das pessoas (1 Re 21,1-3) e com sobrevivência (Nm 27,1-11; 36,1-12). O maior problema era a distribuição das terras entre os filhos do falecido pai. Sendo a família grande, havia o perigo que a herança se dividisse em pequenos pedaços de terra que não teria mais conseguido garantir a sobrevivência de todos. Por isto, para evitar a pulverização da herança e manter vivo o nome da família, o primogênito recebia o dobro dos outros filhos (Dt 21,17. cfr. 2Rs 2,11).
 
Lucas 12,14-15: Resposta de Jesus: atenção à ganância. Jesus responde: “Homem, quem me encarregou de julgar ou de dividir vossos bens?” Na resposta de Jesus aparece a consciência que ele tem da missão. Jesus não se sente enviado por Deus a responder aos pedidos de ser juiz entre parentes que brigam entre si pela distribuição da herança. Mas o pedido daquele homem o leva à missão de orientar as pessoas, porque “Atenção! Tomai cuidado contra todo tipo de ganância, porque, mesmo que alguém tenha muitas coisas, a vida de um homem não consiste na abundância de bens”. Fazia parte de sua missão iluminar as pessoas sobre o sentido da vida. O valor de uma vida não consiste em possuir muitas coisas, mas em ser rico para deus (Lc 12,21). Porque, quando o lucro ocupa o coração, o homem não sabe como distribuir a herança com equidade e com a paz.
 
Lucas 12,16-19: A parábola que faz pensar ao sentido da vida. Em seguida Jesus narra uma parábola para ajudar as pessoas para refletir sobre o sentido da vida: “A terra de um homem rico deu uma grande colheita. Ele pensava consigo mesmo: ‘O que foi fazer? Não tenho onde guardar minha colheita’”. O homem rico era mesmo fixado com a preocupação pelos seus bens que aumentavam improvisamente por causa de uma colheita abundante. Pensa só em acumular para garantir para si uma vida sem preocupações. Ele pensa comigo mesmo: “Já sei o que vou fazer! Vou derrubar meus celeiros e construir maiores; neles vou guardar todo o meu trigo, junto com os meus bens. Então poderei dizer a mim mesmo: Meu caro, tu tens uma boa reserva para muitos anos. Descansa, come, bebe, aproveita!’”
 
Lucas 12,20: Primeira conclusão da parábola. “Mas Deus lhe disse: ‘Louco! Ainda nesta noite, pedirão de volta a tua vida. E para quem ficará o que tu acumulaste?’” A morte é uma chave importante para descobrir o verdadeiro sentido da vida. Torna tudo relativo, porque faz ver tudo o que passa e o que fica. Quem busca só ter e esquece ser, perde tudo na hora da morte. Aqui é evidente uma referência aos livros sapienciais: porque acumular os bens nesta vida, se não sabem onde acabarão os bens que acumulaste, se não sabes o que fará deles o herdeiro a quem os deixastes? (Ecl 2,12.18-19.21).
 
Lucas 12,21: Segunda conclusão da parábola. “Assim acontece com quem ajuda tesouro para si mesmo, mas não é rico diante de Deus”. Como se tornar rico para Deus? Jesus dá várias sugestões e conselhos: Quem quer ser o primeiro, seja o último (Mt 20,27; Mc 9,35; 10,44); é melhor dar que receber (At 20,35); o maior é o menor (Mt 18,4; 23,11; Lc 9,48) salva sua vida que a perde (Mt 10,39; 16,25; Mc 8,35; Lc 9,24).

 
Para uma avaliação pessoal
 1. O homem pede a Jesus para ajudá-lo na partilha da herança. E tu o que pedes a Jesus em tuas orações?
2. O consumismo cria necessidade e desperta em nós a vontade de lucro. O que tu fazes para não ser vítima do lucro, imposto pelo consumismo?

sábado, 3 de agosto de 2013

Sábado da 17ª Semana Tempo Comum



Quanto custa ser fiel

Mateus 14,1-12

1 Naquele tempo, a fama de Jesus chegou aos ouvidos do governador Herodes.
2 Ele disse a seus servidores: 'É João Batista, que ressuscitou dos mortos;
e, por isso, os poderes miraculosos atuam nele.'
3 De fato, Herodes tinha mandado prender João, amarrá-lo e colocá-lo na prisão,
por causa de Herodíades, a mulher de seu irmão Filipe.
4 Pois João tinha dito a Herodes: 'Não te é permitido tê-la como esposa.'
5 Herodes queria matar João, mas tinha medo do povo,
que o considerava como profeta.
6 Por ocasião do aniversário de Herodes,
a filha de Herodíades dançou diante de todos, e agradou tanto a Herodes
7 que ele prometeu, com juramento, dar a ela tudo o que pedisse.
8 Instigada pela mãe, ela disse: 'Dá-me aqui, num prato, a cabeça de João Batista.'
9 O rei ficou triste, mas, por causa do juramento diante dos convidados,
ordenou que atendessem o pedido dela.
10 E mandou cortar a cabeça de João, no cárcere.
11 Depois a cabeça foi trazida num prato,
entregue à moça e esta a levou para a sua mãe.
12 Os discípulos de João foram buscar o corpo e o enterraram.
Depois foram contar tudo a Jesus.


Reflexão

O evangelho de hoje escreve como João Batista foi vítima da corrupção e da prepotência do governo de Herodes. Foi morto sem processo, durante um banquete do rei com os grandes do reino. O texto nos traz muitas informações sobre o tempo em que Jesus viveu e sobre como era usado o poder pelos poderosos da época.

Mateus 14,1-2. Quem é Jesus para Herodes. O texto inicia informando a opinião que Herodes tem de Jesus: “É João Batista, que ressuscitou dos mortos; e, por isso, os poderes miraculosos atuam nele”. Herodes tentava entender Jesus a partir dos medos que povoavam sua mente após o assassinato de João. Herodes era muito supersticioso e escondia o medo atrás da ostentação de sua riqueza e de seu poder.

Mateus 14,3-5: A causa escondida do assassinato de João. Galileia, terra de Jesus, foi governada por Herodes Antipas, filho do rei Herodes, o Grande, do ano 04 antes de Cristo até o ano 39 depois de Cristo. No total 43 anos! Durante o tempo da vida de Jesus, não houve mudanças de governo na Galileia! Herodes era o senhor absoluto de tudo, não prestava contas a ninguém, fazia o que lhe passava pela cabeça. Prepotência, falta de qualquer ética, poder absoluto, sem qualquer controle por parte do povo! Mas quem mandava na Palestina, desde o ano 63 antes de Cristo, era o Império Romano. Herodes, na Galileia, para não ser deposto, procurava agradar Roma em tudo. Insistia sobretudo numa administração eficaz que aumentasse as entradas do Império. Sua preocupação era a sua promoção e sua segurança. Por isso reprimia qualquer tipo de subversão. Mateus afirma que o motivo do assassinato de João foi ele tinha denunciado Herodes, porque tinha se casado com Herodíades, esposa de seu irmão Filipe. Flávio José, escritor judeu daquela época, informa que o verdadeiro motivo de João Batista era o medo de Herodes de um levante popular. Herodes gostava de ser chamado de benfeitor do povo, mas na realidade era um tirano (Lc 22,25). A denúncia de João contra Herodes foi a gota que fez derramar o colo: “Não te é permitido tê-la como esposa”. E João foi preso.

Mateus 14,6-12: A trama do assassinato. Aniversário e banquete, com danças e orgias! Marcos informa que a festa contava com a presença “dos grandes de sua corte, os oficiais e os notáveis da Galileia” (Mc 6,21). É este o ambiente em que se trama o assassinato de João Batista. João, o profeta, era uma viva denúncia deste sistema corrupto. Por isto foi eliminado com o pretexto de um problema de vingança pessoal. Tudo isto revela a fraqueza moral de Herodes. Tanto poder acumulado nas mães de um homem incapaz de se controlar! No entusiasmo da festa e do vinho, Herodes faz um juramento leviano a Salomé, a jovem bailarina, filha de Herodíades. Supersticioso como era, pensava que devia manter este juramento, e responder ao capricho da menina; por isso ordena ao soldado de trazer a cabeça de João sobre um prato e de o entregar à bailarina, que depois o leva à mãe. Para Herodes a vida dos súbditos não valia nada. Disponha deles como usava de qualquer objeto de sua casa.

As três características do governo de Herodes: a nova Capital, o latifúndio e a classe de funcionários:
a) A Nova Capital. Tiberíades foi inaugurada quando Jesus tinha só 20 anos. Foi chamada assim para agradar a Tibério, o imperador de Roma. Aí moravam o ricos senhores de terras, os soldados, policiais, os juízes muitas vezes insensíveis (Lc 18,1-4). Para esta cidade era levado o dinheiro fruto dos impostos e do trabalho das pessoas. Era aí que Herodes realizava suas orgias de morte (Mc 6,21-29). Tiberíades era a cidade dos palácios do Rei, onde viviam os que vestiam roupas finas (cfr. Mt 11,8). Não se tem notícia que Jesus tivesse entrado naquela cidade. b) O latifúndio. Os estudiosos informam que durante o longo governo de Herodes, aumento o latifúndio prejudicando as pequenas propriedades. O Livro de Henoc denuncia os donos da terras e expressa a esperança dos pequenos: “Então os poderosos e os grandes não serão mais donos da terra!” (Hen 38,4). O ideal dos tempos antigos era este: “Sentará cada um tranqüilo debaixo da videira e mais ninguém o espantará” (1 Mc 14,12; Mq 4,4; Zc 3,10). Porém a política do governo de Herodes tornava impossível este ideal.
c) A Classe dos funcionários. Herodes criou uma classe de funcionários fieis ao projeto do rei: escribas, comerciantes, proprietários de terras, fiscais, agentes aduaneiros, militares, policiais, juízes e chefes locais. Em cada aldeia havia um grupo de pessoas que apoiava o governo. Nos evangelhos, alguns fariseus estão ao lado dos herodianos (Mc 3,6; 8,15; 12,13), e isto espelha a aliança entre poder religioso e poder civil. A vida das pessoas nas aldeias era muito vigiada, seja pelo governo seja pela religião. Era preciso muita coragem para iniciar algo de novo, como fizeram João e Jesus! Era a mesma coisa que atrair sobre si o ódio dos privilegiados, seja do poder religioso seja do poder civil.
Para uma avaliação pessoal
1. Conheces casos de pessoas que morreram vítimas da corrupção e da dominação dos poderosos? E aqui entre nós, na nossa comunidade e na igreja, existem vítimas do autoritarismo e do demasiado poder?
2. Herodes, o poderoso, que pensava ser o dono da vida e da morte das pessoas, era um desprezível aos olhos dos grandes e um adulador corrupto diante da menina. Mesquinhez e corrupção marcavam o exercício do poder de Herodes. Compara tudo isso com o exercício do poder religioso e civil hoje, nos diferentes níveis da sociedade e da Igreja.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

6ª-feira da 17ª Semana Tempo Comum



Como vai a fé na família?

Mateus 13,54-58

Naquele tempo:
54 Dirigindo-se para a sua terra, Jesus ensinava na sinagoga,
de modo que ficavam admirados. E diziam:
'De onde lhe vem essa sabedoria e esses milagres?
55 Não é ele o filho do carpinteiro?
Sua mãe não se chama Maria, e seus irmãos não são Tiago, José, Simão e Judas?
56 E suas irmãs não moram conosco? Então, de onde lhe vem tudo isso?'
57 E ficaram escandalizados por causa dele. Jesus, porém, disse:
'Um profeta só não é estimado em sua própria pátria e em sua família!'
58 E Jesus não fez ali muitos milagres, porque eles não tinham fé.

Reflexão

O evangelho de hoje conta como foi a visita de Jesus à Nazaré, sua comunidade de origem. A passagem por Nazaré foi dolorosa para Jesus. O que antes era a sua comunidade, agora já não é mais. Alguma coisa mudou. Onde não há fé, Jesus não pode fazer milagre.

Mateus 13, 53-57ª: Reação do povo de Nazaré frente a Jesus. É sempre bom voltar para a terra da gente. Após longa ausência, Jesus também voltou e, como de costume, no dia de sábado, foi para a reunião da comunidade. Jesus não era coordenador, mesmo assim ele tomou a palavra. Sinal de que as pessoas podiam participar e expressar sua opinião. O povo ficou admirado, não entendeu a atitude de Jesus: "De onde lhe vêm essa sabedoria e esses milagres?” Jesus, filho do lugar, que eles conheciam desde criança, como é que ele agora ficou tão diferente? O povo de Nazaré ficou escandalizado e não o aceitou: “Não é ele o filho do carpinteiro?” O povo não aceitou o mistério de Deus presente num homem comum como eles conheciam Jesus. Para poder falar de Deus ele teria de ser diferente. Como se vê, nem tudo foi bem sucedido. As pessoas que deveriam ser as primeiras a aceitar a Boa Nova, estas eram as que se recusavam a aceitá-la. O conflito não é só com os de fora de casa, mas também com os parentes e com o povo de Nazaré. Eles recusam, porque não conseguem entender o mistério que envolve a pessoa de Jesus: “Sua mãe não se chama Maria, e seus irmãos não são Tiago, José, Simão e Judas? E suas irmãs, não moram aqui conosco? Então, de onde vem tudo isso?" Não deram conta de crer. 

Mateus 13, 57b-58: Reação de Jesus diante da atitude do povo de Nazaré. Jesus sabe muito bem que “santo de casa não faz milagre”. Ele diz: "Um profeta só não é honrado em sua própria pátria e em sua família". De fato, onde não existe aceitação nem fé, a gente não pode fazer nada. O preconceito o impede. Jesus, mesmo querendo, não pôde fazer nada. Ele ficou admirado da falta de fé deles. 

Os irmãos e as irmãs de Jesus.

A expressão “irmãos de Jesus” é causa de muita polêmica entre católicos e protestantes. Baseando-se neste e em outros textos, os protestantes dizem que Jesus teve mais irmãos e irmãs e que Maria teve mais filhos! Os católicos dizem que Maria não teve outros filhos. O que pensar disso? Em primeiro lugar, as duas posições, tanto dos católicos como dos protestantes, ambas têm argumentos tirados da Bíblia e da Tradição das suas respectivas Igrejas. Por isso, não convém brigar nem discutir esta questão com argumentos só de cabeça. Pois trata-se de convicções profundas, que têm a ver com a fé e com o sentimento de ambos. Argumento só de cabeça não consegue desfazer uma convicção do coração! Apenas irrita e afasta! Mesmo quando não concordo com a opinião do outro, devo sempre respeitá-la. Em segundo lugar, em vez de brigar em torno de textos, nós todos, católicos e protestantes, deveríamos unir-nos bem mais para lutar em defesa da vida, criada por Deus, vida tão desfigurada pela pobreza, pela injustiça, pela falta de fé. Deveríamos lembrar algumas outras frases de Jesus: “Eu vim para que todos tenham vida, e a tenham em abundância”(Jo 10,10). “Que todos sejam um, para que o mundo creia que Tu, Pai, me enviaste”(Jo 17,21). “Não o impeçam! Quem não é contra nós é a favor”(Mc 10,39.40).


Para um confronto pessoal
1. Em Jesus algo mudou no seu relacionamento com a Comunidade de Nazaré. Desde que você começou a participar na comunidade, alguma coisa mudou no seu relacionamento com a família? Por que?
2. A participação na comunidade tem ajudado você a acolher e a confiar mais nas pessoas, sobretudo nos mais simples e pobres?  

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

5ª-feira da 17ª Semana Tempo Comum



Saber tirar do tesouro coisas novas e velhas

Mateus 13,47-53

Naquele tempo, disse Jesus à multidão:
47 'O Reino dos Céus é ainda como uma rede lançada ao mar
e que apanha peixes de todo tipo.

48 Quando está cheia, os pescadores puxam a rede para a praia,
sentam-se e recolhem os peixes bons em cestos e jogam fora os que não prestam.

49 Assim acontecerá no fim dos tempos:
os anjos virão para separar os homens maus dos que são justos,

50 e lançarão os maus na fornalha de fogo.
E ai, haverá choro e ranger de dentes.

51 Compreendestes tudo isso?'
Eles responderam: 'Sim.'
52 Então Jesus acrescentou:
'Assim, pois, todo mestre da Lei,
que se torna discípulo do Reino dos Céus, é como um pai de família
que tira do seu tesouro coisas novas e velhas.'

53 Quando Jesus terminou de contar essas parábolas, partiu dali.

Reflexão

O evangelho de hoje nos apresenta a última parábola do Discurso das Parábolas. A história da rede lançada ao mar. Esta parábola se encontra só no evangelho de Mateus, sem nenhum paralelo com os outros três.

Mateus 13,47-48: A parábola da rede lançada ao mar. “O Reino dos Céus é ainda como uma rede lançada ao mar e que apanha peixes de todo tipo. Quando está cheia, os pescadores puxam a rede para a praia, sentam-se e recolhem os peixes bons em cestos e jogam fora os que não prestam”. A comparação narrada era bem conhecida pelas pessoas da Galileia que viviam ao redor do lago. Era o trabalho delas. A história espelha o final de um dia de trabalho. Os pescadores saem para pescar com um único objetivo: lançar a rede e apanhar muitos peixes, arrastar a rede até à praia, escolher os peixes bons para levar para casa e jogar fora os que nos servem. Descreve a satisfação do pescador, no final de um dia de trabalho cansativo e massacrante. Esta história deve ter iluminado o rosto dos pescadores que ouviam Jesus com um sorriso de satisfação. O pior era chegar para a praia no final de um dia de trabalho e não ter pescado nada (Jo 21,3).

Mateus 13,49-50: A aplicação da parábola. Jesus aplica a parábola, ou melhor dá uma sugestão para que as pessoas possam discutir e aplicar a parábola em suas vidas: “Assim acontecerá no fim dos tempos: os anjos virão para separar os homens maus dos que são justos, e lançarão os maus na fornalha de fogo. E ai, haverá choro e ranger de dentes”. Como entender esta fornalha de fogo? São imagens fortes para descrever o destino daqueles que se separam de Deus ou não querem saber nada de Deus. Em cada cidade existe o lixão, onde se lançam os detritos e a sujeira. Aí existe um fogo permanente que queima a sujeira. O lixão de Jerusalém estava localizado num vale chamado Geena, onde, na época dos reis, havia uma fornalha até para queimar os falsos deuses. Por isso, a fornalha da Geena tornou-se o símbolo da exclusão e da condenação. Não é Deus quem exclui. Deus não quer a exclusão e a condenação de ninguém, quer que todos tenham vida e vida em abundância. Cada um de nós exclui a si mesmo.

Mateus 13,51-53: O final do Discurso das Parábolas. No fim do Discurso das Parábolas, Jesus conclui com a seguinte pergunta: “Compreendestes tudo isso?' Eles responderam: 'Sim.'” E Jesus termina a explicação com outra comparação que descreve o resultado que quer obter com as parábolas: “Por isso todo mestre da Lei, que se torna discípulo do Reino dos Céus, é como um pai de família que tira do seu tesouro coisas novas e velhas”.
Dois pontos para esclarecer:
(a) Jesus compara o doutros da lei ao pai de família. O que faz o pai de família? “Tira de seu tesouro coisas novas e coisas velhas”. A educação em casa se dá através da transmissão aos filhos e às filhas daquilo que os pais receberam e aprenderam com o tempo. É o tesouro da sabedoria familiar onde está guardada a riqueza da fé, os usos da vida e muitas outras coisas que os filhos aprendem com o passar do tempo. Jesus quer agora que na comunidade as pessoas responsáveis pela transmissão da fé sejam como o pai de família. Assim como os pais são responsáveis pela vida em família, assim estas pessoas responsáveis pelo ensino devem entender as coisas do Reino e transmiti-las aos irmãos e às irmãs na comunidade.
(b) Trata-se de um doutor da Lei que se torna discípulo do Reino. Havia, portanto, doutores da lei que aceitavam Jesus, e nele viam aquele que revelava o Reino. Assim acontece com um doutor quando descobre em Jesus o Messias, o filho de Deus? Tudo o que ele estudou para poder ser doutor da lei continua a ser válido, mas recebe uma dimensão mais profunda e uma finalidade mais ampla. Uma comparação pode esclarecer o que acabamos de afirmar. Num grupo de amigos um apresenta uma foto, onde se vê um homem de rosto severo, com o dedo levantado, quase agredindo o público. Todos pensam que se trate se uma pessoa inflexível, exigente, que não permite intimidade. Naquele momento, chega um jovem, vê a foro e exclama: “É meu pai!” Os outros os olham e comentam: “Pai severo, verdade?” Ele responde: “Não, não! É muito afetuoso. Meu pai é advogado. Essa foto foi tirada no tribuna, enquanto denunciava o crime de um latifundiário que queria expulsar uma família pobre da casa onde morava há muitos anos! Meu pai ganhou a causa. E aquela família ficou na casa!” Todos o olham e dizem: “Bacana! Simpático!” Quase por milagre, a foto iluminou aquele rosto e ele assumiu outra luz. Aquele rosto, tão severo, adquiriu os traços de uma grande ternura! As palavras do filho, nascidas de sua experiência de filho, mudaram tudo, sem mudar nada! As palavras e os gestos de Jesus, nascidas de sua experiência de filho, sem mudar uma letra ou uma vírgula, iluminaram a partir de dentre a sabedoria acumulada pelo doutor da Lei. E assim Deus que parecia tão distante e severo, adquiriu os traços de um Pai de bondade e de enorme ternura!
Para uma avaliação pessoal
1. A experiência do Filho penetrou em ti e mudou teu olhar, ajudando-te a descobrir as coisas de Deus de outro modo?
2. O que te revelou o Discurso das Parábolas sobre o Reino?

sábado, 6 de julho de 2013

Sábado da 13ª Semana Tempo Comum



A alegria de estar com Jesus
Mateus 9,14-17

Naquele tempo:
14 Os discípulos de João aproximaram-se de Jesus e perguntaram:
'Por que razão nós e os fariseus praticamos jejuns, mas os teus discípulos não?'
15 Disse-lhes Jesus:
'Por acaso, os amigos do noivo podem estar de luto
enquanto o noivo está com eles?
Dias virão em que o noivo será tirado do meio deles. Então, sim, eles jejuarão.

16 Ninguém coloca remendo de pano novo em roupa velha,
porque o remendo repuxa a roupa e o rasgão fica maior ainda.

17 Também não se coloca vinho novo em odres velhos,
senão os odres se arrebentam, o vinho se derrama e os odres se perdem.
Mas vinho novo se coloca em odres novos, e assim os dois se conservam.'



Reflexão

 Mateus 9,14: A pergunta dos discípulos de João em torno da prática do jejum. O jejum é um costume muito antigo, praticado por quase todas as religiões. O próprio Jesus o praticou durante quarenta dias (Mt 4,2). Mas ele não insiste com os discípulos para que façam o mesmo. Deixa a eles a liberdade. Por isso, os discípulos de João Batista e dos fariseus, que eram obrigados a jejuar, querem saber porque Jesus não insiste no jejum: "Nós e os fariseus fazemos jejum. Por que os teus discípulos não fazem jejum?"

Mateus 9,15: A resposta de Jesus. Jesus responde com uma comparação em forma de pergunta: “Vocês acham que os amigos do noivo podem estar de luto, enquanto o noivo está com eles?” Jesus associa o jejum com luto, e ele se considera o noivo. Enquanto o noivo está com os amigos do noivo, isto é, durante a festa do casamento, estes não precisam jejuar. Durante o tempo em que ele, Jesus, estiver com os discípulos, é festa de casamento. Não precisam nem podem jejuar. Um dia, porém, o noivo vai ser tirado. Será um dia de luto. Aí, se quiserem, poderão jejuar. Jesus alude à sua morte. Sabe e sente que, se ele continuar neste caminho de liberdade, as autoridades vão querer matá-lo.


Mateus 9,16-17: Vinho novo em odre novo! Nestes dois versículos, o evangelho de Mateus traz duas sentenças soltas de Jesus sobre o remendo novo em pano velho e sobre o vinho novo em odre novo. Estas palavras jogam uma luz sobre as discussões e conflitos de Jesus com as autoridades religiosas da época. Não se coloca remendo de pano novo em roupa velha. Na hora de lavar, o remendo novo repuxa o vestido velho e o estraga mais ainda. Ninguém coloca vinho novo em odre velho, porque o vinho novo pela fermentação faz estourar o odre velho. Vinho novo em odre novo! A religião defendida pelas autoridades religiosas era como roupa velha, como odre velho. Tanto os discípulos de João como os fariseus, os dois procuravam renovar a religião. Na realidade, porém, faziam apenas remendos e, por isso, corriam o perigo de comprometer e estragar tanto a novidade deles como os costumes antigos. Não se deve querer combinar o novo que Jesus trouxe com os costumes antigos. Ou um, ou outro! O vinho novo que Jesus trouxe faz estourar o odre velho. Tem que saber separar as coisas. Muito provavelmente, Mateus traz estas palavras de Jesus para orientar as comunidades dos anos 80. Havia um grupo de judeu-cristãos que queriam reduzir a novidade de Jesus ao tamanho do judaísmo de antes da vinda de Jesus. Jesus não é contra o que é “velho”. O que ele não quer é que o velho se imponha ao novo e, assim, o impeça de manifestar-se. Não se pode reler o Vaticano II com mentalidade pré-conciliar, como alguns procuram fazer hoje.

Para um confronto pessoal

1. Quais os conflitos em torno de práticas religiosas que, hoje, trazem sofrimento para as pessoas e são motivo de muita discussão e polêmica? Qual a imagem de Deus que está por trás de todos estes preconceitos, normas e proibições?
2. Como entender a frase de Jesus: “Não colocar remendo de pano novo em roupa velha”? Qual a mensagem que você tira de tudo isto para a sua comunidade hoje?

sexta-feira, 5 de julho de 2013

6ª-feira da 13ª Semana Tempo Comum


Quero misericórdia e não sacrifício

Mateus 9,9-13

Naquele tempo:9 Partindo dali, Jesus viu um homem chamado Mateus,sentado na coletoria de impostos, e disse-lhe: 'Segue-me!'
Ele se levantou e seguiu a Jesus.10 Enquanto Jesus estava à mesa, em casa de Mateus,vieram muitos cobradores de impostos e pecadorese sentaram-se à mesa com Jesus e seus discípulos.11 Alguns fariseus viram isso e perguntaram aos discípulos:
'Por que vosso mestre come com os cobradores de impostos e pecadores?'12 Jesus ouviu a pergunta e respondeu:'Aqueles que têm saúde não precisam de médico, mas sim os doentes.13 Aprendei, pois, o que significa: `Quero misericórdia e não sacrifício'.De fato, eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores'.
 


Reflexão

O Sermão da Montanha ocupou os capítulos 5 a 7 do evangelho de Mateus. A parte narrativa dos capítulos 8 e 9, tem como finalidade mostrar como Jesus praticava o que acabava de ensinar. No Sermão da Montanha, ele ensinou o acolhimento (Mt 5,23-25.38-42.43). Agora, ele mesmo o pratica acolhendo leprosos (Mt 8,1-4), estrangeiros (Mt 8,5-13), mulheres (Mt 8,14-15), doentes (Mt 8,16-17), endemoninhados (Mt 8,28-34), paralíticos (Mt 9,1-8), publicanos (Mt 9,9-13), pessoas impuras (Mt 9,20-22), etc. Jesus rompe com as normas e costumes que excluíam e dividiam as pessoas, isto é, o medo e a falta de fé (Mt 8,23-27) e as leis da pureza (9,14-17), e não faz segredo das exigências para os que querem segui-lo. Eles terão que ter a coragem de largar muita coisa (Mt 8,18-22). Assim, nas atitudes e na prática de Jesus, aparece em que consistem o Reino e a observância perfeita da Lei de Deus.  

Mateus 9,9: O chamado para seguir Jesus. As primeiras pessoas chamadas para seguir Jesus eram quatro pescadores, todos judeus (Mt 4,18-22). Agora, Jesus chama um publicano, considerado pecador e tratado como impuro pelas comunidades mais observantes dos fariseus. Nos outros evangelhos, este publicano se chama Levi. Aqui, o nome dele é Mateus que significa dom de Deus ou dado por Deus. As comunidades, em vez de excluir o publicano como impuro, devem considerá-lo como um Dom de Deus para a comunidade, pois a presença dele faz com que a comunidade se torne sinal de salvação para todos! Como os primeiros quatro chamados, assim o publicano Mateus larga tudo que tem e segue Jesus. O seguimento de Jesus exige ruptura. Mateus largou a coletoria, sua fonte de renda, e foi atrás de Jesus! 

Mateus 9,10: Jesus senta à mesa junto com pecadores e publicanos. Naquele tempo, os judeus viviam separados dos pagãos e dos pecadores e não comiam com eles na mesma mesa. Os judeus cristãos deviam romper este isolamento e criar comunhão de mesa com os pagãos e os impuros. Foi isto que Jesus ensinou no Sermão da Montanha como sendo uma expressão do amor universal de Deus Pai. (Mt 5,44-48). A missão das comunidades era oferecer um lugar aos que não tinham lugar. Mas esta nova lei não era aceita por todos. Em algumas comunidades, as pessoas vindas do paganismo, mesmo sendo cristãs, não eram aceitas na mesma mesa (cf. At 10,28; 11,3; Gal 2,12). O texto do evangelho de hoje mostra como Jesus comia com publicanos e pecadores na mesma casa e na mesma mesa. 

Mateus 9,11: A pergunta dos fariseus. Para os judeus era proibida a comunhão de mesa com publicanos e pagãos, mas Jesus nem liga. Ele até faz uma confraternização com eles. Os fariseus, vendo a atitude de Jesus, perguntam aos discípulos: "Por que o mestre de vocês come com os cobradores de impostos e os pecadores?" Esta pergunta pode ser interpretada como expressão do desejo deles de quererem saber por que Jesus agia assim. Outros interpretam a pergunta como crítica deles ao comportamento de Jesus, pois durante mais de quinhentos anos, desde os tempos do cativeiro na Babilônia até à época de Jesus, os judeus tinham observado as leis da pureza. Esta observância secular tornou-se para eles um forte sinal identidade. Ao mesmo tempo, era fator de sua separação no meio dos outros povos. Assim, por causa das leis da pureza, não podiam nem conseguiam sentar na mesma mesa para comer com pagãos. Comer com pagãos significava contaminar-se, tornar-se impuro. Os preceitos da pureza legal eram rigorosamente observados, tanto na Palestina como nas comunidades judaicas da Diáspora. Na época de Jesus, havia mais de quinhentos preceitos para preservar a pureza. Nos anos setenta, época em que Mateus escreve, este conflito era muito atual. 


Mateus 9,12-13: Eu quero misericórdia e não sacrifício. Jesus ouviu a pergunta dos fariseus aos discípulos e responde com dois esclarecimentos. O primeiro é tirado do bom senso: "As pessoas que têm saúde não precisam de médico, mas só as que estão doentes”. O outro é tirado da Bíblia: “Aprendam, pois, o que significa: Eu quero a misericórdia e não o sacrifício”. Por meio destes dois esclarecimentos Jesus explicita e esclarece a sua missão junto ao povo: “Eu não vim para chamar os justos, e sim os pecadores". Jesus nega a crítica dos fariseus, nem aceita os argumentos deles, pois nasciam de uma idéia falsa da Lei de Deus. Ele mesmo invoca a Bíblia: "Eu quero misericórdia e não sacrifício!" Para Jesus a misericórdia é mais importante que a pureza legal. Ele apela para a tradição profética para dizer que a misericórdia vale mais para Deus do que os todos sacrifícios (Os 6,6; Is 1,10-17). Deus tem entranhas de misericórdia, que se comovem diante das faltas do seu povo (Os 11,8-9).

Para um confronto pessoal
1. Hoje, na nossa sociedade, quem é o marginalizado e o excluído? Por que? Na nossa comunidade temos preconceitos? Quais? Qual o desafio que as palavras de Jesus colocam para a nossa comunidade hoje?
2. Jesus manda o povo ler e entender o Antigo Testamento que diz: "Quero misericórdia e não sacrifício". O que Jesus quer com isto para nós hoje?

quinta-feira, 4 de julho de 2013

5ª-feira da 13ª Semana Tempo Comum


Coragem, filho,
os teus pecados estão perdoados!
Mateus 9,1-8

Naquele tempo:
1 Entrando em um barco,
Jesus atravessou para a outra margem do lago e foi para a sua cidade.
2 Apresentaram-lhe, então, um paralítico deitado numa cama.
Vendo a fé que eles tinham, Jesus disse ao paralítico:
'Coragem, filho, os teus pecados estão perdoados!'
3 Então alguns mestres da Lei pensaram: 'Esse homem está blasfemando!'
4 Mas Jesus, conhecendo os pensamentos deles, disse:
'Por que tendes esses maus pensamentos em vossos corações?
5 O que é mais fácil, dizer:
'Os teus pecados estão perdoados', ou dizer: 'Levanta-te e anda'?

6 Pois bem, para que saibais que o Filho do Homem
tem na terra poder para perdoar pecados,

- disse, então, ao paralítico - 'Levanta-te, pega a tua cama e vai para a tua casa.'
7 O paralítico então se levantou, e foi para a sua casa.
8 Vendo isso, a multidão ficou com medo
e glorificou a Deus, por ter dado tal poder aos homens.

Reflexão

O evangelista Mateus abre agora uma nova sessão intermediária sobre os milagres e as controvérsias, em abertura ao Discurso da Missão. No texto de hoje, Mateus focaliza o poder de Jesus de perdoar os pecados e já inicia o choque com os fariseus.

Mateus 9,1: Jesus foi para sua cidade. Neste caso a cidade de Cafarnaum, onde Jesus tinha fixado sua residência para poder realizar sua atividade de anunciador do Reino. Cafarnaum era uma cidade-chave porque localizada ao longo da estada romana que de Cesareia Marítima, sede do pró-cônsul, ligava a cidade de Damasco, sede da Província da Síria. Era uma cidade onde passavam muitas pessoas, comerciantes, militares, funcionários do império...

Mateus 9,2: “Vendo a fé que eles tinham”. Temos aqui um exemplo de como Mateus deixa de lado os particulares, se preocupando sobretudo do ensinamento que quer apresentar. Como Jesus consegue reconhecer a fé dos homens que carregavam a cama onde estava o paralítico? O sabemos através da narração de Marcos: tiveram que abrir uma abertura no teto porque não conseguiam entrar em casa por causa da multidão que se apinhava à porta (Mc 2, 3-4)“Coragem, filho, os teus pecados estão perdoados!”. Jesus visa a cura da alma antes daquela do corpo e realiza a cura física só em vista daquela. Mas já esta palavra apresentava uma premissa de cura, porque as doenças corporais eram consideradas como conseqüências de um pecado cometido pelo doente ou pelos seus pais (cfr. Mt 8, 29; Jo 5, 14, 9,2).

Mateus: 9,3: “Então alguns mestres da lei pensaram: “Esse homem está blasfemando!”. Eram os escribas. Na origem eram secretários da administração do rei. Mas tarde, sobretudo após o exílio babilônico (586-538 a.C.), pela capacidade de poderem ler e escrever, tornaram-se os guias espirituais do povo, interpretando e ensinando a lei de Moisés e as Escrituras. Com os sumos sacerdotes e os anciãos faziam parte do Sinédrio, o supremo órgão de governo da religião judaica. Eles estranham que um simples homem (assim viam Jesus) pudesse se atribuir o poder de perdoar os pecados.
Mateus 9,4-6: “Levanta-te, pega a tua cama e vai para tua casa”. Perdoar os pecados, isto é as falta cometidas contra Deus e contra os semelhantes. que na maioria das vezes passam despercebidas porque ficam gravadas no interior a consciência das pessoas, é mais difícil que curar uma pessoa de seus males físicos, que todos podem ver. Então é mais fácil “perdoar” com as palavras, porque isso não se pode verificar exteriormente. Jesus realiza o gesto exterior para fazer ver que o poder dele é capaz de apagar os erros e as faltas que só o indivíduo sabe que tem.

Mateus: 9,7-8: A multidão ficou com medo e glorificou a Deus. Aqui Mateus explica o motivo pelo qual a multidão fica maravilhada com o gesto de Jesus e dá graças a Deus: «por ter dado tal poder aos homens». Note-se o plural. Mateus pensa talvez aos ministros da Igreja que receberam este poder de Cristo.

Para uma avaliação pessoal

1. A tentação de julgar os outros está sempre presente no coração humano. Esta tentação está presente também em nossa comunidade? Como lidamos com isso?
2. Jesus tem o poder de perdoar e sabemos que perdoa sempre quando estamos realmente arrependidos e queremos mudar de vida. Como a nossa comunidade pratica o perdão? Há ressentimentos ou perdão é total? Comigo acontece a mesma coisa, ou digo que perdôo, mas na verdade é só de boca para fora?
Fonte: http://viverminhavocacao.blogspot.com.br/2013_07_04_archive.html

quarta-feira, 3 de julho de 2013

03.07 - Evangelho de São Tomé, apóstolo



Meu senhor e meu Deus
João 20,24-29

24 Tomé, chamado Dídimo, que era um dos doze,
não estava com eles quando Jesus veio.
25 Os outros discípulos contaram-lhe depois: "Vimos o Senhor!".
Mas Tomé disse-lhes: "Se eu não vir a marca dos pregos em suas mãos,
se eu não puser o dedo nas marcas dos pregos
e não puser a mão no seu lado, não acreditarei"
26 Oito dias depois, encontravam-se os discípulos novamente reunidos em casa,
e Tomé estava com eles. Estando fechadas as portas,
Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: "A paz esteja convosco".
27 Depois disse a Tomé: "Põe o teu dedo aqui e olha as minhas mãos.
Estende a tua mão e coloca-a no meu lado. E não sejas incrédulo, mas fiel".
28 Tomé respondeu: "Meu Senhor e meu Deus!"
29 Jesus lhe disse: "Acreditaste, porque me viste?
Bem-aventurados os que creram sem terem visto!"

Reflexão

Hoje, na festa de São Tomé, o evangelho coloca diante de nós o encontro de Jesus ressuscitado com o apóstolo Tomé que queria ver para poder crer. Foi por isso que muitos o chamam de incrédulo Tomé. Na realidade, a mensagem deste evangelho é bem diferente. É muito mais profunda e atual.

João 20,24-25: A dúvida de Tomé. Tomé, um dos doze, não estava presente quando Jesus apareceu aos discípulos na semana anterior. Tomé não crê no testemunho dos outros que diziam: “Nós vimos o Senhor”. Ele coloca condições: "Se eu não vir a marca dos pregos nas mãos de Jesus, se eu não colocar o meu dedo na marca dos pregos, e se eu não colocar a minha mão no lado dele, eu não acreditarei". Tomé é exigente. Quer ver para crer! Ele não quer um milagre para poder crer. Não! Ele quer ver os sinais nas mãos, nos pés e no lado. Ele não crê num Jesus glorioso, desligado do Jesus humano que sofreu na cruz. No tempo em que João escreve, fim do primeiro século, havia pessoas que não aceitavam a vinda do Filho de Deus na carne (2Jo 7; 1Jo 4,2-3). Eram os gnósticos que desprezavam a matéria e o corpo. É para criticar os gnósticos que o evangelho de João traz a preocupação de Tome em “ver para crer”. A dúvida de Tomé também deixa transparecer como era difícil crer na ressurreição! 

João 20,26-27: Não seja incrédulo, mas tenha fé. O texto diz “seis dias depois”. Isto significa que Tomé foi capaz de sustentar sua opinião durante uma semana inteira contra o testemunho dos outros apóstolos. Cabeçudo mesmo! Graças a Deus, para nós! Assim, seis dias depois, durante a reunião da comunidade, eles têm novamente uma experiência profunda da presença de Jesus ressuscitado no meio deles. As portas fechadas não podem impedir que ele esteja no meio dos que nele acreditam. Até hoje é assim! Quando estamos reunidos, mesmo com todas as portas fechadas, Jesus está no meio de nós. E até hoje, a primeira palavra de Jesus é e será sempre: "A Paz esteja com vocês!" O que chama a atenção é a bondade de Jesus. Ele não critica nem xinga a incredulidade de Tomé, mas aceita o desafio e diz: "Tomé, vem cá colocar seu dedo nas feridas!". Jesus confirma a convicção de Tomé e das comunidades, a saber: o ressuscitado glorioso é o crucificado torturado! O Jesus que está na comunidade, não é um Jesus glorioso que não teria mais nada em comum com a nossa vida de gente. Mas é o mesmo Jesus que viveu nesta terra e ele traz no corpo as marcas da sua paixão. As marcas da paixão estão hoje no sofrimento do povo, na fome, nas marcas de tortura, de injustiça. É nas pessoas que reagem, lutam pela vida e não se deixam abater, que Jesus ressuscita e se faz presente no meio de nós. É neste Cristo que Tomé acredita, e nós também! 
João 20,28-29: Felizes os que não viram e creram. Com ele digamos: "Meu Senhor e meu Deus!" Esta entrega de Tomé é a atitude ideal da fé. E Jesus completa com a mensagem final: "Você acreditou porque viu! Felizes os que não viram e no entanto creram!" Com esta frase, Jesus declara felizes a todos nós que estamos nesta mesma condição: sem termos visto acreditamos que o Jesus que está no nosso meio, é o mesmo que morreu crucificado!

O envio: "Como o Pai me enviou, eu envio vocês!" É deste Jesus, ao mesmo tempo crucificado e ressuscitado, que recebemos a missão, a mesma que ele recebeu do Pai (Jo 20,21). Aqui, na segunda aparição, Jesus repete: "A paz esteja com vocês!" Esta repetição acentua a importância da Paz. Construir a paz faz parte da missão. Paz, significa muito mais do que só ausência de guerra. Significa construir uma convivência humana harmoniosa, em que as pessoas possam ser elas mesmas, tendo todas o necessário para viver, convivendo felizes e em paz. Esta foi a missão de Jesus, e é também a nossa missão. Jesus soprou e disse: “Recebei o Espírito Santo” (Jo 20,22). É só mesmo com a ajuda do Espírito de Jesus que seremos capazes de realizar a missão que ele nos deu. Em seguida, Jesus comunicou o poder de perdoar os pecados: "Aqueles a quem vocês perdoarem os pecados serão perdoados e aqueles a quem retiverdes serão reti­dos!". O ponto central da missão de paz está na reconciliação, na tentativa de superar as barreiras que nos separam. Este poder de reconciliar e de perdoar é dado à comunidade (Jo 20,23; Mt 18,18). No evangelho de Mateus é dado também a Pedro (Mt 16,19). Aqui se percebe que uma comunidade sem perdão nem reconciliação já não é comunidade cristã. Numa palavra, nossa missão é criar comunidade a exemplo da comunidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Para um confronto pessoal
1) Na sociedade de hoje, as divergências e tensões de raça, classe, religião, gênero e cultura são enormes e crescem cada dia. Como realizar hoje a missão da reconciliação?
2) Na sua família e na sua comunidade existe alguma semente de mostarda que aponta para uma sociedade reconciliada?


São Tomé, apóstolo
Embora na nossa memória a presença de são Tomé faça sempre pensar em incredulidade e nos lembre daqueles que "precisam ver para crer", sua importância não se resume a permitir a inclusão na Bíblia da dúvida humana. Ela nos remete, também, a outras fraquezas naturais do ser humano, como a aflição e a necessidade de clareza e pé no chão. Mas, e principalmente, mostra a aceitação dessas fraquezas por Deus e seu Filho no projeto de sua vinda para nossa salvação.

São três as grandes passagens do apóstolo Tomé no livro sagrado. A primeira é quando Jesus é chamado para voltar à Judéia e acudir Lázaro. Seu grupo tenta impedir que se arrisque, pois havia ameaças dos inimigos e Jesus poderia ser apedrejado. Mas ele disse que iria assim mesmo e, aflito, Tomé intima os demais: "Então vamos também e morramos com ele!" 
 
Na segunda passagem, demonstra melancolia e incerteza. Jesus reuniu os discípulos no cenáculo e os avisou de que era chegada a hora do cumprimento das determinações de seu Pai. Falou com eles em tom de despedida, conclamando-os a segui-lo: "Para onde eu vou vocês sabem. E também sabem o caminho". Tomé queria mais detalhes, talvez até tentando convencer Jesus a evitar o sacrifício: "Se não sabemos para onde vais, como poderemos conhecer o caminho?". A resposta de Jesus passou para a história: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim".

E a terceira e definitiva passagem foi a que mais marcou a trajetória do apóstolo. Foi justamente quando todos lhe contaram que o Cristo havia ressuscitado, pois ele era o único que não estava presente ao evento. Tomé disse que só acreditaria se visse nas mãos do Cristo o lugar dos cravos e tocasse-lhe o peito dilacerado. A dúvida em pessoa, como se vê. Mas ele pôde comprovar tanto quanto quis, pois Jesus lhe apareceu e disse: "Põe o teu dedo aqui e vê minhas mãos!... Não sejas incrédulo, acredita!" Dessa forma, sua incredulidade tornou-se apenas mais uma prova dos fatos que mudaram a história da humanidade. 
 
O apóstolo Tomé ou Tomás, como também é chamado, tinha o apelido de Dídimo, que quer dizer "gêmeo e natural da Galiléia". Era pescador quando Jesus o encontrou e o admitiu entre seus discípulos.

Após a crucificação e a ressurreição, pregou entre os medos e os partas, povos que habitavam a Pérsia. Há também indícios de que tenha levado o Evangelho à Índia, segundo as pistas encontradas por são Francisco Xavier no século XVI. Morreu martirizado com uma lança, segundo a antiga tradição cristã. Sua festa é comemorada em 3 de julho.
Oração
Em nome do Pai do Filho e do Espírito Santo.
Glorioso apóstolo São Tomé que depois de haverdes
duvidado da ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo
obtivestes a graça de tocar com vossas mãos as chagas
sacratíssimas do corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo
que então vos disse: bem aventurados os que não viram
e creram eu vos peço humildemente a graça de obterdes
da misericórdia do Senhor as luzes para o meu espírito.
Proteja-me e inspira-me São Tomé apóstolo mártir
(medite alguns minutos sobre aquilo que lhe causa dúvida).
Pelo sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo assim seja Amém!

terça-feira, 2 de julho de 2013

3ª-feira da 13ª Semana Tempo Comum


Jesus está no barco

Mt 8, 23-27
23 Então Jesus entrou na barca, e seus discípulos o acompanharam.
24 E eis que houve grande agitação no mar,
de modo que a barca estava sendo coberta pelas ondas.
Jesus, porém, estava dormindo.
25 Os discípulos se aproximaram e o acordaram, dizendo:
"Senhor, salva-nos, porque estamos afundando!"
26 Jesus respondeu:
"Por que vocês têm medo, homens de pouca fé?"
E, levantando-se, ameaçou os ventos e o mar, e tudo ficou calmo.
27 Os homens ficaram admirados e disseram:
"Quem é esse homem, a quem até o vento e o mar obedecem?"

Reflexão

Mateus escreve para as comunidades de judeus convertidos dos anos setenta que se sentiam como um barquinho perdido no mar revolto da vida, sem muita esperança de poder alcançar o porto desejado. Jesus parecia estar dormindo no barco, pois não aparecia para elas nenhum poder divino para salvá-las da perseguição. Em vista desta situação de angústia e desespero, Mateus recolheu vários episódios da vida de Jesus para ajudar as comunidades a descobrir, no meio da aparente ausência, a acolhedora e poderoso presença de Jesus vencedor que domina o mar (Mt 8,23-27), que vence e expulsa o poder do mal (Mt 9,28-34) e que tem poder de perdoar os pecados (Mt 9,1-8). Com outras palavras, Mateus quer comunicar esperança e sugerir que não há motivo para as comunidades terem medo. Este é o motivo do relato da tempestade acalmada do evangelho de hoje.

Mateus 8,23: O ponto de partida: entrar no barco. Mateus segue o evangelho de Marcos, mas o abrevia e o ajeita dentro do novo esquema que ele adotou. Em Marcos, o dia foi pesado de muito trabalho. Terminado o discurso das parábolas (Mc 4,3-34), os discípulos levaram Jesus no barco e, de tão cansado que estava, Jesus dormiu em cima de um travesseiro (Mc 4,38). O texto de Mateus é bem mais breve. Ele apenas diz que Jesus entrou no barco e os discípulos o acompanhavam. Jesus é o Mestre, os discípulos seguem o mestre. 

Mateus 8,24-25: A situação desesperadora: “Estamos afundando!”  O lago da Galiléia é cercado de altas montanhas. Às vezes, por entre as fendas das rochas, o vento cai em cima do lago e provoca tempestades repentinas. Vento forte, mar agitado, barco cheio de água! Os discípulos eram pescadores experimentados. Se eles achavam que iam afundar, então a situação era perigosa mesmo! Mas Jesus nem sequer acorda, e continua dormindo. Eles gritam: "Senhor, salva-nos, porque estamos afundando!" Em Mateus, o sono profundo de Jesus não é só sinal de cansaço. É também expressão da confiança tranqüila de Jesus em Deus. O contraste entre a atitude de Jesus e dos discípulos é grande! 

Mateus 8,26: A reação de Jesus: “Por que vocês têm medo?”  Jesus acorda, não por causa das ondas, mas por causa do grito desesperado dos discípulos. Ele se dirige a eles e diz: “Por que vocês têm medo? Homens de pouca fé!” Em seguida, ele se levanta, ameaça os ventos e o mar, e tudo fica calmo. A impressão que se tem é que não era preciso acalmar o mar, pois não havia nenhum perigo. É como quando você chega na casa de um amigo e o cachorro, preso na corrente, ao lado do dono, late muito contra você. Mas você não precisa ter medo, pois o dono está aí e controla a situação. O episódio da tempestade acalmada evoca o êxodo, quando o povo, sem medo, passava pelo meio das águas do mar (Ex 14,22). Jesus refaz o êxodo. Evoca ainda o profeta Isaías que dizia ao povo: “Quando passares pelas águas eu estarei contigo!” (Is 43,2). Por fim, o episódio da tempestade acalmada evoca e realiza a profecia anunciada no Salmo 107:
23 Desciam de navio pelo mar, comerciando na imensidão das águas.
24 Eles viram as obras de Javé, suas maravilhas em alto-mar.
25 Ele falou, levantando um vento impetuoso, que elevou as ondas do mar.
26 Eles subiam até o céu e baixavam até o abismo, a vida deles se agitava na desgraça.
27 Rodavam, balançando como bêbados, e de nada adiantou a perícia deles.
28 Na sua aflição, clamaram para Javé, e ele os libertou de suas angústias.
29 Ele transformou a tempestade em leve brisa e as ondas emudeceram.
30 Ficaram alegres com a bonança, e ele os guiou ao porto desejado. (Sl 107,23-30)


Mateus 8,27: O espanto dos discípulos: “Quem é este homem?” Jesus perguntou: “Por que vocês têm medo?” Os discípulos não sabem o que responder. Admirados, se perguntam: “Quem é este homem a quem até o mar e o vento obedecem?” Apesar da longa convivência com Jesus, ainda não sabem direito quem ele é. Jesus parece um estranho para eles! Quem é este homem? 

Quem é este homem? Quem é Jesus para nós, para mim? Esta deve ser a pergunta que nos leva a continuar a leitura do Evangelho, todos os dias, com o desejo de conhecer sempre melhor o significado e o alcance da pessoa de Jesus para a nossa vida. É desta pergunta que nasceu a cristologia. Ela nasceu, não de altas considerações teológicas, mas sim do desejo dos primeiros cristãos de encontrar sempre novos nomes e títulos para expressar o que Jesus significava para eles. São dezenas os nomes, títulos e atributos, desde carpinteiro até filho de Deus, que Jesus recebe: Messias, Cristo, Senhor, Filho amado, Santo de Deus, Nazareno, Filho do Homem, Noivo, Filho de Deus, Filho do Deus altíssimo, Carpinteiro, Filho de Maria, Profeta, Mestre, Filho de Davi, Rabboni, Bendito o que vem em nome do Senhor, Filho, Pastor, Pão da vida, Ressurreição, Luz do mundo, Caminho, Verdade, Vida, Videira, Rei dos judeus, Rei de Israel, etc., etc. Cada nome, cada imagem, é uma tentativa para expressar o que Jesus significava para eles. Mas um nome, por mais bonito que seja, nunca chega a revelar o mistério de uma pessoa, muito menos da pessoa de Jesus. Jesus não cabe em nenhum destes nomes, em nenhum esquema, em nenhum título. Ele é maior, ultrapassa tudo! Ele não pode ser enquadrado. O amor capta, a cabeça, não! É a partir da experiência viva do amor que os nomes, os títulos e as imagens recebem o seu pleno sentido. Afinal, quem é Jesus para mim, para nós?

Para um confronto pessoal
1. Qual era o mar agitado no tempo de Jesus? Qual era o mar agitado na época em que Mateus escreveu o seu evangelho? Qual é hoje o mar agitado para nós? Alguma vez, as águas agitadas do mar da vida já ameaçaram afogar você? O que te salvou?
2. Quem é Jesus para mim? Qual o nome de Jesus que melhor expressa minha fé e meu amor?