Como vai a fé na
família?
Naquele tempo:
54 Dirigindo-se para a sua terra, Jesus ensinava na sinagoga,
de modo que ficavam admirados. E diziam:
'De onde lhe vem essa sabedoria e esses milagres?
55 Não é ele o filho do carpinteiro?
Sua mãe não se chama Maria, e seus irmãos não são Tiago, José, Simão e Judas?
56 E suas irmãs não moram conosco? Então, de onde lhe vem tudo isso?'
57 E ficaram escandalizados por causa dele. Jesus, porém, disse:
'Um profeta só não é estimado em sua própria pátria e em sua família!'
58 E Jesus não fez ali muitos milagres, porque eles não tinham fé.
Reflexão
O evangelho de hoje conta como foi a visita de Jesus
à Nazaré, sua comunidade de origem. A passagem por Nazaré foi dolorosa para
Jesus. O que antes era a sua comunidade, agora já não é mais. Alguma coisa
mudou. Onde não há fé, Jesus não pode fazer milagre.
Mateus 13, 53-57ª: Reação do povo de Nazaré frente a Jesus.
É sempre bom voltar para a terra da gente. Após longa ausência, Jesus
também voltou e, como de costume, no dia de sábado, foi para a reunião da
comunidade. Jesus não era coordenador, mesmo assim ele tomou a palavra. Sinal de
que as pessoas podiam participar e expressar sua opinião. O povo ficou admirado,
não entendeu a atitude de Jesus: "De onde lhe vêm essa sabedoria e
esses milagres?” Jesus, filho do lugar, que eles conheciam desde
criança, como é que ele agora ficou tão diferente? O povo de Nazaré ficou
escandalizado e não o aceitou: “Não é ele o filho do
carpinteiro?” O povo não aceitou o mistério de Deus presente num
homem comum como eles conheciam Jesus. Para poder falar de Deus ele teria de ser
diferente. Como se vê, nem tudo foi bem sucedido. As pessoas que deveriam ser as
primeiras a aceitar a Boa Nova, estas eram as que se recusavam a aceitá-la. O
conflito não é só com os de fora de casa, mas também com os parentes e com o
povo de Nazaré. Eles recusam, porque não conseguem entender o mistério que
envolve a pessoa de Jesus: “Sua mãe não se chama Maria, e seus
irmãos não são Tiago, José, Simão e Judas? E suas irmãs, não moram aqui conosco?
Então, de onde vem tudo isso?"
Não deram conta de crer.
Mateus 13, 57b-58: Reação de Jesus
diante da atitude do povo de Nazaré.
Jesus sabe muito bem que “santo de casa não faz milagre”. Ele diz: "Um profeta só não é honrado em sua própria pátria e em sua
família". De fato, onde não existe aceitação nem fé, a gente
não pode fazer nada. O preconceito o impede. Jesus, mesmo querendo, não pôde
fazer nada. Ele ficou admirado da falta de fé deles.
Os irmãos e as irmãs de Jesus.
A expressão
“irmãos de Jesus” é causa de muita polêmica entre católicos e protestantes.
Baseando-se neste e em outros textos, os protestantes dizem que Jesus teve mais
irmãos e irmãs e que Maria teve mais filhos! Os católicos dizem que Maria não
teve outros filhos. O que pensar disso? Em primeiro
lugar, as duas posições, tanto dos católicos como dos protestantes, ambas têm
argumentos tirados da Bíblia e da Tradição das suas respectivas Igrejas. Por
isso, não convém brigar nem discutir esta questão com argumentos só de cabeça.
Pois trata-se de convicções profundas, que têm a ver com a fé e com o sentimento
de ambos. Argumento só de cabeça não consegue desfazer uma convicção do coração!
Apenas irrita e afasta! Mesmo quando não concordo com a opinião do outro, devo
sempre respeitá-la. Em segundo lugar, em vez de brigar em torno de textos, nós
todos, católicos e protestantes, deveríamos unir-nos bem mais para lutar em
defesa da vida, criada por Deus, vida tão desfigurada pela pobreza, pela
injustiça, pela falta de fé. Deveríamos lembrar algumas outras frases de Jesus:
“Eu vim para que todos tenham vida, e a
tenham em abundância”(Jo 10,10). “Que todos sejam um, para
que o mundo creia que Tu, Pai, me enviaste”(Jo 17,21). “Não o impeçam! Quem não
é contra nós é a favor”(Mc 10,39.40).
Para um confronto
pessoal
1. Em Jesus algo mudou no seu relacionamento com a
Comunidade de Nazaré. Desde que você começou a participar na comunidade, alguma
coisa mudou no seu relacionamento com a família? Por que?
2. A participação na comunidade tem ajudado você a
acolher e a confiar mais nas pessoas, sobretudo nos mais simples e pobres?
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