Na lei que Deus deu aos israelitas, uma pessoa leprosa foi considerada imunda (Lv 13,2-3). A doença foi vista como uma praga. "Às vezes, a praga foi enviada por Deus para repreender o povo desobediente" (Lv 14,34). Pessoas leprosas eram publicamente identificadas e afastadas da congregação para não contaminar outros. Eram excluídos do meio familiar e social. Rejeitados pela sociedade, passavam a viver sozinhos ou em grupos, longe das pessoas sadias, condenados à morte em isolamento. Os judeus pensavam até que seriam contaminados se a sombra de um leproso incidisse sobre eles. O sacerdote no templo era o responsável para identificar quem era leproso excluindo-o da comunidade com conseqüências sociais, religiosas e pessoais. Compete a ele também comprovar a cura. O leproso curado deveria celebrar a purificação com um ato religioso de sacrifício.
Um leproso que se aproxima de Jesus de joelhos pede: "Se queres, tens o poder de curar-me". Jesus cheio de compaixão humana transgride a Lei, toca o leproso e o cura, como um sinal do poder e da presença do Reino de Deus na história humana, para beneficiar a todos que necessitavam de ajuda. Pela Lei judaica quem tocasse um leproso, também se tornava impuro, mas essa tradição não era importante para Jesus. O que importava era o bem estar daquele homem, e vê-lo incluído novamente na sociedade. Jesus envia o homem já curado, ao sacerdote e fazer sua oferenda conforme a Lei, e pede para que ele não comentasse nada com ninguém. E ao partir o homem começa a proclamar, testemunhando o que Jesus fizera por ele. Com a cura do leproso, Jesus é Aquele para quem nada é impossível: Ele pode expulsar os demônios (Mar. 1:21-28), Ele tocou e curou a sogra de Pedro(Mar. 1:29-31), Ele tocou e curou um leproso (Mar. 1:40-45). Todos que Jesus tocava eram curados, e mudavam para melhor.
Queridos irmão e irmãs, que sejamos também tocados por Jesus, que possamos abrir o coração e pedir ajuda, socorro para que sejamos libertos nossos pecados, de nossos preconceitos (de raça, cor, religião, formação, contra a mulher...) e possamos compreender melhor o mal da exclusão que existe no mundo, para que tenhamos sentimentos de misericórdia, a sensibilidade e o carisma de Cristo com todos os excluídos e marginalizados.
Mª Elian
Nenhum comentário:
Postar um comentário