Jesus em casa
Com uma curta narrativa, de exclusividade sua, o evangelista Marcos faz uma referência à família de Jesus. Marcos a articula com outra, que virá em seguida, logo após a narrativa do conflito com os escribas. Depois da escolha dos doze, no alto da montanha, Jesus volta para casa e ajuntam-se, de novo, as multidões dos excluídos (ochlós). A "casa" é o ponto de convergência, não a sinagoga. Marcos insiste no contraste entre a sinagoga e a casa, entre a rejeição dos escribas e a aclamação das multidões. Jesus está acompanhado de seus discípulos. Eles "não podiam nem se alimentar". Isto é, era-lhes perturbada a tranquilidade necessária para se alimentarem da palavra de Jesus. A notícia corre e os familiares de Jesus ficam sabendo. Vêm para detê-lo. Alegam: "Está ficando louco". Pode-se pensar que sua família queria protegê-lo do risco a que se expunha, com seu procedimento. Tendo em vista a timidez do amor humano, discípulos e familiares de Jesus, empenhados em protegê-lo, teriam, em um dado momento, oferecido resistência à sua missão. Jesus lança-se em seu ministério após um processo humano de amadurecimento ("... crescia em sabedoria... e graça..." - Lc 2,52). Maria, sua mãe, e sua família também passam por um processo de crescimento para chegar à compreensão da missão de Jesus. Por este processo passaram os discípulos e passamos, também, cada um de nós e nossas comunidades.
José Raimundo Oliva
Oração
Pai, a manifestação de tua misericórdia, por meio de Jesus, é motivo de imenso júbilo. Que eu saiba expressá-lo, com todo o vigor, sem medo das censuras e maledicências.
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