Os Ritos Iniciais tem a finalidade de preparar a Assembleia Cristã a uma comunhão para ouvir e meditar a Palavra de Deus e celebrar e louvar o Memorial da nossa Salvação. Divide-se em:
1. Monição
2. Procissão e Canto de Entrada
3. Saudação e Acolhida
4. Ato Penitencial
5. Senhor tende piedade (Kyrie Eleison)
6. Hino de Louvor (somente aos domingos, festas e solenidades, exceto na Quaresma e no Advento)
7. Oração do dia (oração coleta)
Monição de Abertura
É o comentário inicial. Tem o caráter de motivar a assembleia a celebrar os mistérios de Cristo inserindo no tempo litúrgico ou festa a ser celebrado. É o momento de acolher a comunidade, de situar a celebração, de colocar as intenções. Não se deve dizer que vamos acolher o celebrante fulano e nem que vamos acolher a procissão de entrada.
Em primeiro lugar, não acolhemos o padre, pois é ele que nos acolhe na celebração em nome de Cristo, por outro lado somos todos celebrantes, a Igreja celebra a Missa. A procissão de entrada não tem o sentido de acolhimento. No final da monição deve-se convidar a comunidade ficar de pé para o canto de entrada ou para iniciarmos a celebração. Quando for radiada, podemos dizer que a Missa será presidida pelo padre fulano, apenas no sentido de orientar os ouvintes.
Procissão e Canto de Abertura
A procissão de entrada não tem caráter de receber o presidente da celebração, como dissemos, mas é sinal da Assembléia Cristã, da Igreja Peregrina, que se dirige ao altar do Senhor para louvá-lo e suplicá-lo. O Canto de Entrada deve promover a união da assembleia e inseri-la no mistério litúrgico a ser celebrado. Não se escolhe qualquer canto, devem-se respeitar os cantos do Hinário Litúrgico da CNBB ou cantos devidamente selecionados que refletem a ação litúrgica do dia
Saudação e Acolhida
O padre e os ministros ao chegar ao altar o saúdam em sinal de reverência a Deus que se encontra nesse lugar sagrado. O padre beija o altar no mesmo sentido. O altar é sinal do túmulo de Cristo, no qual Jesus é oferecido para a expiação dos nossos pecados, por isso o crucifixo o acompanha. Logo após, é motivado o Sinal-da-cruz, sinal de nossa fé, por esse sinal fomos batizados e nos colocamos a serviço de Deus e dos irmãos. Pela Saudação o sacerdote acolhe os fiéis com as palavras dos apóstolos, que estão no Novo Testamento, isso congrega a Cristo desejando-os a paz
Ato Penitencial
Não tem caráter de sacramento de penitência e reconciliação, ou seja, não absolve os pecados. É um convite diante da misericórdia de Deus ao arrependimento, que perdoa pecados de caráter venial. Pecado é toda ofensa a Deus, uma falta contra a razão, a verdade, a reta consciência, uma falta ao amor verdadeiro para com Deus, a si e ao próximo, são desejos contrários a leis eternas. Fere a natureza humana e ofende a solidariedade.
Distinguimos dois graus de pecado: venial e mortal. Pecado mortal é todo pecado que destrói a caridade no coração do homem por uma infração grave da Lei de Deus, desviando o homem de Deus ao preferir um bem inferior. Pecado venial é todo pecado que deixa subsistir (perdurar) a caridade, embora a ofenda ou fira, quando não se observa, em matéria leve, a medida prescrita pela lei moral, ou quando se desobedece a lei moral em matéria grave, mas sem pleno conhecimento ou consentimento desses.
O pecado venial acarreta em vícios e possa se transformar em pecados mortais, por isso a importância do Sacramento da Confissão. O Ato penitencial pode ser substituído nos domingos e festas pelo rito de Aspersão, de preferência no tempo quaresmal e pascal para recordação do Batismo, ou em festas do padroeiro e domingos de ramos por uma procissão.
Hino de Louvor (Glória)
Não é um hino trinitário, é cristológico e muito menos se refere ao ato penitencial. É um louvor antiquíssimo da Igreja, que tem origem na Igreja do Oriente, cantado ou rezado nas solenidades, festas e domingos. No começo era reservado ao bispo, depois como um hino de Natal por causa de suas primeiras palavras. Aos poucos se inseriu na festa da páscoa.
Hoje é cantado em todos os domingos, com exceção no tempo da Quaresma e no Advento. Devem-se evitar glórias abreviados, seguindo o texto integral. “O texto (deste) hino não pode ser substituído por outro” (IGMR, n. 53).
Oração do dia
Reúne numa só oração todas as orações e intenções dos fiéis e insere no mistério da celebração do dia. A pausa colocada depois que o sacerdote diz ‘oremos’ convida a assembleia a colocar suas orações: louvores e súplicas. Em seguida, de braços erguidos, o sacerdote eleva a Deus as nossas orações. O ‘Amém’ é nosso sim, assim seja feito.
Liturgia da Palavra
A liturgia da palavra divide-se em:
1. Entronização da Bíblia (facultativa)
2. Primeira Leitura (Na vigília pascal são sete e na vigília de pentecostes são até quatro com seus respectivos salmos)
Proclamação do Evangelho
É o momento de ouvirmos o próprio Cristo falar. Em sinal de acolhida fazemos três sinais da cruz: uma na fronte, pois ouviremos a Palavra e guardaremos na mente; outra na boca, para proclamar a mensagem ouvida; e outra no coração, sinal de amor a Palavra que vamos vivê-la. Não se faz o sinal-da-cruz depois disso. Na Missa, ele é proclamado primeiramente pelo diácono e na falta deste o sacerdote. A mensagem de Jesus Salvador é uma só, porém foi escrita por quatro evangelistas: Mateus, Marcos, Lucas e João.
3. Salmo responsorial.
4. Segunda Leitura
5. Sequência (facultativa no decorrer do ano, exceto Páscoa, Pentecostes e Corpus Christi)
6. Aclamação do Evangelho
7. Evangelho
8. Homilia
9. Profissão da fé (Símbolo – somente aos domingos, festas e solenidades)
10. Oração dos fiéis (ou da comunidade ou universal)
Primeira Leitura
Deve ser proclamada do ambão, a mesa da palavra, no Lecionário, livro próprio da missa. É geralmente uma leitura do Antigo Testamento ou dos Atos dos Apóstolos, no tempo pascal.
Salmo Responsorial
É uma resposta de louvor a primeira leitura, como o nome sugere. Não é preenchimento de espaço, nem lhe é permitido substituí-lo por canto de meditação ou outro canto compatível. O salmo responsorial é aquele do dia que está no Lecionário. De preferência seja cantado em domingos, festas e solenidades.
De preferência, cantar o refrão ou repetir se for rezado, junto com o salmista.
Segunda Leitura
Geralmente são cartas de são Paulo, cartas apostólicas ou o livro do Apocalipse, no tempo pascal. Durante a semana é omitida. A Segunda Leitura nos domingos e solenidades mostra a experiência da Igreja Primitiva, a doutrina cristã e orientações práticas da vida de comunidade, favorecendo a viver na fé.
Sequência
Facultativa na maior parte do ano litúrgico, é um hino cristão cantado antes da Aleluia. Os mais conhecidos e próprios são a Sequência Pascal, a Sequencia de Pentecostes, a Sequência de Corpus Christi e a Sequência de Nossa Senhora das dores.
Aclamação ao Evangelho
É um momento de louvor a Jesus que vai falar. Tal aclamação constitui um rito próprio, geralmente com estrofes da Palavra de Deus encontrados no próprio Lecionário com o refrão de aleluias, exceto na Quaresma. No Advento se canta aleluia. No tempo quaresmal ao invés de cantar aleluia é proposto um versículo no Lecionário com um refrão de louvor a Jesus.
Proclamação do Evangelho
É o momento de ouvirmos o próprio Cristo falar. Em sinal de acolhida fazemos três sinais da cruz: uma na fronte, pois ouviremos a Palavra e guardaremos na mente; outra na boca, para proclamar a mensagem ouvida; e outra no coração, sinal de amor a Palavra que vamos vivê-la. Não se faz o sinal-da-cruz depois disso. Na Missa, ele é proclamado primeiramente pelo diácono e na falta deste o sacerdote. A mensagem de Jesus Salvador é uma só, porém foi escrita por quatro evangelistas: Mateus, Marcos, Lucas e João.
Homilia
É um momento de reflexão, interpretação e atualização da Palavra de Deus. Quem o faz é o sacerdote. É a ocasião de meditarmos e refletirmos a Palavra hoje e ver na pessoa do sacerdote o próprio Cristo que nos ensina. Os leigos e leigas também podem fazer pregação fora da Missa, desde que sejam capacitadas em estudos bíblicos e teológicos, o que é recomendado para os que presidem a Celebração da Palavra. Logo após a homilia é recomendado um momento de silêncio.
Profissão de Fé
Também chamado de Símbolo Apostólico, pois o recebemos dos Apóstolos, é a ocasião mais bela da Liturgia da Palavra. É quando a assembleia cristã levanta e reza ou canta a sua fé. Essa atitude quer expressar a fé na Palavra proclamada e meditada, estando prontificados a pô-la em prática. Existem duas fórmulas: o Símbolo Apostólico, no qual mais usamos e é resumido, e o Niceno-constantinopolitano, mais bem elaborado. O Símbolo é rezado somente em domingos, festas e solenidades, podendo ser cantado ou rezado em dois coros alternando entre um refrão e outro.
Oração da Comunidade
Encerra a Liturgia da Palavra, sendo um momento em que a Assembléia Cristã suplica a Deus pelas suas necessidades de maneira universal.
Geralmente as intenções seguem essa ordem:
a. Pelas necessidades da Igreja Universal;
b. Pelos poderes públicos da nação e pela salvação de todo o mundo;
c. Pelos que sofrem quaisquer dificuldades;
d. Pela comunidade local;
e. Em celebrações rituais tais como: matrimônio, confirmação (crisma), exéquias, as intenções podem referir-se a essas circunstâncias.
Observação: As orações devem estar em sintonia com a liturgia celebrada e com a vida da comunidade.
Liturgia Eucarística
A oração da eucarística ou anáfora é uma oração rezada apenas pelo sacerdote, com três aclamações que são rezadas conjuntamente com a assembleia: o santo, a anamnese ou memorial e o amém. As outras aclamações eucarísticas são próprias do Brasil. Atualmente existem 13 anáforas no rito latino, numeradas em algarismo romano da seguinte forma: I ou cânon romano, II, III, IV, V, VI-A, VI-B, VI-C, VI-D, VII, VIII, IX, X, XI.
A oração eucarística mais antiga é a II da Tradição de São Hipólito (séc. III), restaurada e adaptada pelo Concílio Vaticano II por Paulo VI, fora essa o cânon romano (I) data do século IX.
A Liturgia Eucarística se divide em:
1. Preparação das Oferendas;
2. Oração Eucarística;
3. Rito da Comunhão.
Preparação das Oferendas
a. Procissão dos dons ou oferendas; (pão, vinho, água, símbolos, etc.)
b. Apresentação das oferendas; (quando o padre oferta o pão e o vinho)
c. Purificação; (lava as mãos)
d. Convite a oração; (orai irmãos e irmãs…) o povo aclama: Receba (o) Senhor por tuas mãos…
e. Oração sobre as oferendas; (segunda)
Oração Eucarística
a. Prefácio (geralmente está ligado com a festa que está sendo celebrada)
b. Santo, rezado ou cantado;
c. Epíclese (Invocação do Espírito Santo);
d. Consagração – Narrativa do memorial; sentado, ajoelhado ou em pé, olhando pro mistério), não é momento de dispersão.
e. Anamnese – memorial; (ainda parte da consagração)
f. Oblação; (agradecimentos)
g. Intercessões; (pedidos pela igreja, celebrantes, falecidos, sociedade)
h. Doxologia; ( por Cristo… Só o padre) sem estender as mãos.
Rito da Comunhão
a. Oração do Senhor; ( Pai nosso que estais nos céus; perdoai-nos; sem o amém)
b. Embolismo; (continuação do pai nosso)
c. Doxologia; (conclusão do embolismo)
d. Rito da Paz; (cantado ou não) pode ser omitido também;
e. Fração do Pão; (quando o padre faz a fração)
f. Cordeiro de Deus; (cantado ou rezado) não precisa estender as mãos)
g. Convite ao Banquete; (felizes os convidados…)
h. Comunhão e canto; (interiorização, oração) sentado ou ajoelhado
i. Silêncio; (pós comunhão)
j. Oração pós comunhão; (terceiro oremos)
Ritos Finais
Avisos: são recados paroquiais e da comunidade de forma breve e de importância geral. Pode ser lida nesse momento uma reflexão de maneira geral.
Bênção final: a fórmula dessa bênção pode ser simples ou solene de acordo com a festa celebrada. Ressalta a bênção de Deus pela ação celebrada, que por si só é uma bênção a celebração.
Envio ou despedida: “ITE MISSA EST” (vós estais dispensados) , antiga despedida na missa em latim, que significa “Vos sois enviados” ou “É o envio”. O “Ide em paz e o Senhor vos acompanhe” remete o envio a missão, porque tudo aquilo que ouvimos, meditamos e celebramos devem ser agora vividos. A Missa termina e começa a Missão. Relembramos que desse modo não podemos sair da Igreja antes de sermos enviados.
Dispersão com o canto, sair da igreja depois que a equipe celebrativa se retirou do presbitério.
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