segunda-feira, 1 de julho de 2013

2ª-feira da 13ª Semana Tempo Comum



Exigências para seguir Jesus.

Mateus 8,18-22

Naquele tempo;
18 Vendo uma multidão ao seu redor,
Jesus mandou passar para a outra margem do lago.
19 Então um mestre da Lei aproximou-se e disse:
'Mestre, eu te seguirei aonde quer que tu vás.'
20 Jesus lhe respondeu:
'As raposas têm suas tocas e as aves dos céus têm seus ninhos;
mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça.'

21 Um outro dos discípulos disse a Jesus:
'Senhor, permite-me que primeiro eu vá sepultar meu pai.'
22 Mas Jesus lhe respondeu:
'Segue-me, e deixa que os mortos sepultem os seus mortos.'

Reflexão

Desde a 10ª Semana do Tempo Comum até à 12ª Semana, por três semanas, meditamos os capítulos de 5 a 8 do evangelho de Mateus. Continuando a meditação do capítulo 8, o evangelho de hoje apresenta as condições para seguir Jesus. Jesus decide passar para outro lado do lago, e uma pessoa pede para poder segui-lo (Mt 8,18-22).

Mateus 8,18: Jesus ordena passar para outra margem do lago. Recebeu e curou todos os doentes que as pessoas tinham lhe trazido (Mt 8,16). Muitas pessoas estavam ao redor dele. Vendo esta multidão, Jesus decidiu passar para outra margem do lago. No evangelho de Marcos, do qual Mateus tirou grande parte das suas informações, o contexto é diferente. Jesus tinha acabado de fazer o discurso sobre as parábolas (Mc 4,3-34) e disse: “Vamos para o outro lado!" (Mc 4,35), e, como já estava no barco (cfr. Mc 4,1-2), os discípulos o levaram para o outro lado. Jesus estava tão cansado que começou a dormir sobre uma almofada (Mc 4,38).

Mateus 8,19: Um doutor da Lei quer seguir Jesus. Na hora em que Jesus decide atravessar o lago, um doutor da lei se aproxima e diz: “Mestre, eu te seguirei aonde quer que tu vás”. Um texto paralelo de Lucas (Lc 9,57-62) trata o mesmo tema, porém de maneira ligeiramente diferente. Para Lucas, Jesus tinha decidido ir para Jerusalém onde teria sido condenado e morto. Indo para Jerusalém, entrou no território da Samaria (Lc 9,51-52), onde três pessoas pedem para segui-lo (Lc 9,57.59.61). No evangelho de Mateus, que escreve para os judeus convertidos, a pessoa que quer seguir Jesus é um doutor da lei. Mateus insiste sobre o fato que uma autoridade dos judeus reconhece o valor de Jesus e pede para seguí-lo. Em Lucas, que escreve para os pagãos convertidos, as pessoas que querem seguir Jesus são samaritanos. Lucas põe o acento sobre a abertura ecumênica de Jesus que aceita também os não judeus que querem ser discípulos.
Mateus 8,20: A resposta de Jesus ao doutor da Lei. A resposta de Jesus é igual seja em Mateus seja em Lucas, e é uma resposta muito exigente que não deixa dúvidas: “As raposas tem suas tocas e as aves dos céus tem seus ninhos; mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça”. Quem quiser ser discípulo de Jesus deve saber o que está fazendo. Deve examinar as exigências e calcular bem, antes de tomar uma decisão (cfr. Lc 14,28-32). “Do mesmo modo, portanto, se alguém de vós não renunciar a todas as suas posses, não pode ser meu discípulo” (Lc 14,33).

Mateus 8,21: Um discípulo pede para poder sepultar seu pai. Logo em seguida, alguém que já era seu discípulo, lhe pede a licença para sepultar seu pai, que acabava de falecer: “Senhor, permite-me que primeiro eu vá sepultar meu pai”. Com outras palavras, pede que Jesus atrasasse a travessia do lago após a sepultura do pai. Sepultar os pais era um dever sagrado dos filhos (cfr. Tb 4,3-4).
Mateus 8,22: A resposta de Jesus. Novamente, a resposta de Jesus é muito exigente. Jesus não atrasa sua viagem rumo à outra margem do lago e diz ao discípulo: “Segue-me deixa que os mortos sepultem os seus mortos”. Quando Elias chamou Eliseu lhe permitiu saudar os parentes (1Rs 19,20). Jesus é muito mais exigente. Para entender todo o alcance da resposta de Jesus é bom lembrar que a expressão “Deixa os mortos sepultar seus mortos” era um provérbio popular usado pelas pessoas para indicar que não era necessário gastar energias com coisas que não tinham futuro e que nada tinham a ver com a vida. Um provérbio assim não deve ser tomado literalmente. É preciso considerar o objetivo pelo qual foi usado. Assim, no nosso caso, por meio do provérbio Jesus acentua a exigência radical da vida nova à qual chama e que exige abandonar tudo para segui-lo. Seguir Jesus. Como também os rabinos da época, Jesus reúne discípulos e discípulas. Todos eles “seguem Jesus”. Seguir esta a palavra que se usava para indicar a relação entre o discípulo e o mestre.
Para os primeiros cristãos “Seguir Jesus” significava três coisas importantes relacionadas entre si: 
a) Imitar o exemplo do Mestre: Jesus era o modelo a ser imitado e a ser recriado na via do discípulo e da discípula (Jo 13,13-15). A convivência cotidiana permitia um confronto constante. Na "escola de Jesus" se aprendia só uma disciplina: o Reino, e este Reino se reconhecia na vida e na prática de Jesus. 
b) Participar do destino do Mestre: Quem seguia Jesus devia comprometer-se como ele a enfrentar as dificuldades e as provações (Lc 22,28), inclusive as perseguições (Mt 10,24-25) e a cruz (Lc 14,27). Devia estar disposto a morrer com ele (Jo 11,16).
c) Assumir em nós a vida de Jesus: Após a Páscoa, a luz da ressurreição, a vida de discípulo assume uma terceira dimensão: "Vivo, mas não sou eu, é Cristo quem vive em mim" (Gl 2,20). Trata-se da dimensão mística do ser discípulo, fruto da ação do Espírito. Os cristãos buscavam assumir em suas vidas o caminho de Jesus que morreu em defesa da vida e ressuscitou graças ao poder de Deus (Fl 3,10-11).

Para uma avaliação pessoal
1. Ser discípulo. Discípula, de Jesus. Seguir Jesus. Como estou vivendo a realidade de ser discípulo de Jesus?
2. As raposas tem suas tocas e as aves do céu seu ninho, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça. Como viver hoje esta exigência?

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