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quinta-feira, 31 de maio de 2012

Vento e fogo


Vento impetuoso nas águas primordiais:
organizando o caos, gerando o cosmo.
Vem recriar a criação poluída. Vem!

Sopro divino no jardim das origens:
animando a argila do solo,
consolando a humanidade doída.
Vem ressuscitar a vida. Vem!

Espírito do Javé na história:
formando o povo antigo,
organizando o novo povo.
Vem criar e recriar a Igreja. Vem!

Espírito de Deus fiel:
discernindo nos juízes e nos reis,
acompanhando o Messias.
Vem profetizar no império neoliberal. Vem!

Espírito do Deus da aliança no cativeiro:
revivendo montanhas de ossos secos,
ressuscitando a vida enterrada em sepultura.
Vem consolar o povo em aflição. Vem!

Espírito materno de Deus Pai:
gerando na Virgem o Emmanuel,
guiando o Libertador de Nazaré.
Vem acompanhar os seguidores
do Ressuscitado. Vem!

Fogo envaido do alto:
aquecendo o frio do medo,
abrindo o caminho nos entraves.
Vem encorajar a profecia. Vem!

Energia vital na sala de Jerusalém:
congregando na casa-comunidade,
enviando em missão além.
Vem jogar no caminho os do Caminho. Vem!

Vento e fogo de Pentecostes:
falando nas línguas dos outros,
ouvindo os sons das próprias culturas.
Vem orientar a inculturação na missão. Vem!

Espírito da diversidade e da comunhão:
confundindo o império unificador das línguas,
reconhecendo as identidades locais.
Vem tecer a fraternidade universal. Vem!

Espírito da festa no coração:
multiplicando as espigas para a colheita,
congregando o povo para o mutirão.
Vem fortalecer a rede da libertação. Vem!


Salvador Medina, imc

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Edith canta ao Espíto Santo


Quem és tu, luz, que me inundas
e clareias as trevas de meu coração? Tu me guias, qual mão carinhosa de mãe, se de ti me desprendo, não saberia caminhar
nem mais um passo.

Tu és o espaço, que cerca o meu ser
e em si me acolhe.
Saindo de ti, mergulho no abismo do nada, de onde tu me tiraste.

Tu estás, mais próximo a mim do que eu a mim mesma, e mais íntimo
do meu interior - no entanto, continuas intocável e incompreensível, arrebatando o que existe:
SANTO ESPÍRITO - ETERNO AMOR.

Não és tu o maná, que passa do coração do filho ao meu, comida dos anjos e dos santos?
Ele, que da morte para a vida se levantou, também a mim ressuscitou para a vida.
Arrancou-me do sono da morte, e nova vida Ele me dá de dia para dia.
Um dia sua plenitude indundar-me-á totalmente, vida de tua vida - sim, tu mesmo:
SANTO ESPÍRITO - ETERNA VIDA.

És tu o raio que estala do trono do juiz e irrompe na noite da alma,
que nunca se reconhece a si mesma.
Misericordioso-inexorável,
penetra-lhe os abismos sombrios,
e ela, assustada com a visão de si mesma, cede-lhe confiante o lugar - Santo temor, início daquela sabedoria, que vem das alturas
e nas alturas nos ancora fortemente -, tua realidade nos cria de novo:
SANTO ESPÍRITO - RAIO PENETRANTE.

És tu a canção do amor e santo temor, que ecoa eternamente
ao redor do trono de Deus, que une em si o puro som de todas as criaturas?
A sintonia que une os membros com a cabeça, nela cada um encontra feliz o sentido misterioso de seu ser
e flutua em júbilo, em tuas torrentes:
SANTO ESPÍRITO - ETERNO JÚBILO.

És tua a plenitude, a força do Espírito, pela qual o Cordeiro rompe os selos do livro da vida
por um eterno decreto de Deus.
Impelidos por Ti, os mensageiros do juízo galopam pelo mundo
e separam com espada afiada
o Reino do meio das trevas.
Então, tornar-se-ão novos o céu e a terra, e tudo aparecerá no devido lugar pelo teu sopro:
SANTO ESPÍRITO - FORÇA VENCEDORA.


Edith Stein - Pentecostes, 1942
Referência: Santas doutoras (As)

terça-feira, 29 de maio de 2012

A descoberta do belo


Vivo buscando o bem e o belo.
A descoberta da beleza,
assim como a própria arte,
nasce das profundezas do meu ser.

E é do profundo do meu ser
que brota a contemplação
da própria essência da vida, do belo,
e do Criador do universo.

A descoberta do belo desperta em mim
o entusiasmo, a energia fecunda
que é a própria vida.

Ao contemplar a vida fora de mim,
desperta em meu ser
a expressão máxima de outra vida.

Encanto-me diante da beleza de um pôr de sol que segue seu caminho, sorrindo,
como se rendesse homenagem
à eterna fonte de energia,
ao princípio criador, luminoso e ativo.

Fico extasiada ao admirar a perfeição
de um minúsculo inseto.
Quando o contemplo, a magia da natureza me envolve, me eleva, faz-me vibrar,
tornar-me melhor.

Eu canto.
Canto porque a beleza existe.
Canto porque ouço a harmonia dos sons.
Canto porque vejo a beleza nas flores.
Canto porque tudo isso vivem em mim.

Eu canto.
Canto porque o belo está no universo
e no coração das pessoas,
pois é ali que se encontra a beleza infinita que é o Criador.


Maria Ida Capellari, fsp

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Vinde Espírito Divino


Quando se deu o primeiro começo de tudo, por sobre o turbilhão das energias
originárias e dos elementos primordiais,
há muitos bilhões de anos, lá pairava o Espírito.

Quando se deu o novo começo da
humanidade com a entrada de Deus
na carne, lá atuava o Espírito,
cobrindo com sua sombra uma Mulher.

Quando se inaugurou o novíssimo Adão,
ressuscitado para a plenitude da vida, lá irrompia o Espírito vivificador.
Quando começou a primeira comunidade dos seguidores de Jesus, lá irradiava em línguas de fogo o Espírito Santo.

Quando começou o novo céu e a nova terra definitivos, lá gritava o Espírito dizendo "Vem"!
Começou o novo milênio e eis que o Espírito de todos os começos já o anima com sua presença de fogo e luz.

Por isso o século 21 será o século da espiritualidade, do encontro do espírito humano com o Espírito divino.
Será também o século do feminino,
que é a irradiação do Espírito no homem e na mulher.

Pelo feminino em nós captamos a presença inefável do Espírito na natureza, na mão estendida da criança, no olhar suplicante do pobre e no menor sinal da vida.

Venha, Espírito, cubra nossa Mãe Terra com sua sombra e espiritualize nossas vidas com o nascimento de Deus no coração.


Leonardo Boff

sábado, 26 de maio de 2012

Celebre cada dia...


Celebre cada dia...
suas riquezas, sua glória, sua dor, seu desapontamento, seu êxito, seu fracasso, seu entusiasmo, sua monotonia.

Celebre cada dia...
e saiba que você nunca viverá outro igual a ele.

O que quer que você escolha fazer no dia de hoje faça-o de todo o coração...
acreditando em tudo o que você é, e em tudo o que pode se tornar.

Pegue este dia...
e faça dele uma alegria que vale a pena viver, uma lembrança que vale a pena guardar, uma dádiva que vale a pena partilhar.

Pegue este dia...
ele é seu! Este é seu dia!

Deixe-o saudar você com todos os sonhos, as esperanças, as lembranças...
que você sempre almejou.

Que este dia possa surpreender, renovar, circundar você com alegria...
que este dia seja uma dádiva em si mesmo!

Quando cantar... cante alegremente.
Quando falar... fale corajosamente.
Quando sonhar... sonhe destemidamente.

Este é seu dia...
para sonhar um sonho novo em folha, cantar uma canção nova em folha, tocar um momento novo em folha.

Este é seu dia...
para ser melhor que você puder ser.

Nenhum sonho é grande demais para aquele que ousa segui-lo.

Nenhuma estrela está alta demais para alguém que ousa alcança-la.
Siga seus sonhos...
procure alcançar as estrelas!

Há um arco-íris pronto para você colorir e com coração à espera para você amar...
e tudo de que você precisa é a coragem para fazer aquilo com que está sonhando.


Rimberly Rinehart

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Uma flor rara

 


Havia uma jovem que tinha tudo: um marido maravilhoso, filhos perfeitos, um emprego que lhe pagava muitíssimo bem, uma família unida.

O estranho é que ela não conseguia conciliar tudo isso, o trabalho e os afazeres lhe ocupavam todo o tempo e a sua vida estava deficitária em algumas áreas.

Se o trabalho lhe consumia muito tempo, ela tirava dos filhos, se surgiam problemas, ela deixava de lado o marido...

E assim, as pessoas que ela amava eram sempre deixadas para depois. Até que um dia, seu pai, um homem muito sábio, lhe deu um presente: uma flor muito cara e raríssima, da qual havia um apenas exemplar em todo o mundo.

E disse a ela: - Filha, esta flor vai te ajudar muito mais do que você imagina! Você terá apenas que regá-la e podá-la de vez em quando, às vezes conversar um pouquinho com ela, e ela te dará em troca esse perfume maravilhoso e essas lindas flores.

A jovem ficou muito emocionada, afinal a flor era de uma beleza sem igual. Mas o tempo foi passando, os problemas surgiam, o trabalho consumia todo o seu tempo, e a sua vida, que continuava confusa, não lhe permitia cuidar da flor.

Ela chegava em casa, olhava a flor e as flores ainda estavam lá, não mostravam sinal de fraqueza ou morte, apenas estavam lá, lindas, perfumadas.

Então, ela passava direto. Até que um dia, sem mais nem menos, a flor morreu. Ela chegou em casa e levou um susto! Estava completamente morta, suas raízes estavam ressecadas, suas flores caídas e suas folhas amarelas.

A jovem chorou muito, e contou a seu pai o que havia acontecido. Seu pai então respondeu: - Eu já imaginava que isso aconteceria, e eu não posso te dar outra flor, porque não existe outra igual a essa, ela era única, assim como seus filhos, seu marido e sua família.

Todos são bênçãos que o Senhor te deu, mas você tem que aprender a regá-los, podá-los e dar atenção a eles, pois assim como a flor, os sentimentos também morrem.

Você se acostumou a ver a flor sempre lá, sempre florida, sempre perfumada, e se esqueceu de cuidar dela. Cuide das pessoas que você ama!


Autor desconhecido

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Maria e o poeta

 
Meio-dia.
Vejo a igreja aberta e entro.
Mas não é para rezar, ó Mãe, que estou aqui dentro.
Não tenho nada a pedir, nada para te dar.
Venho somente, Mãe, para te olhar...
Olhar-te, chorar de alegria, sabendo apenas isto: eu sou teu filho e tu estás aqui, Mãe de Jesus Cristo!

Ao menos por um momento, enquanto tudo pára, quero estar neste lugar em que estás, Maria.
Nada dizer, olhar simplesmente teu rosto,
e deixar o coração cantar a seu gosto.
Nada dizer, somente cantar,
porque o coração está transbordando...

Porque és bela, porque és imaculada,
a mulher na Graça enfim restituída,
a criatura na sua hora primeira
e em seu desabrochar final,
como saiu das mãos de Deus
na manhã de seu esplendor original.

Intata inefavelmente
porque és a Mãe de Jesus Cristo,
que é a verdade em teus braços,
e a única esperança e o único fruto.
Porque é meio-dia,
porque estás aí,
simplesmente porque és Maria,
simplesmente porque existes.


Paul Claudel

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Essa mulher, minha mãe


Essa mulher simples por mim querida;
humanamente santa e generosa.
Essa senhora tão maravilhosa,
horizonte e fonte da minha vida.

Bela como a aurora,
serena como a brisa,
pronta para servir e acolher,
amar e perdoar, consolar lágrimas
e compartilhar alegrias,
ocupada com seus afazeres,
dando broncas com seus sábios dizeres.

Essa mulher de fé inabalável,
mensageira do amor, rainha do lar.
Criatura de infinito coração,
capaz de repartir migalhas de pão
e de fazer milagres com suas virtudes,
sobretudo, com seu amor incondicional.

Essa mulher brilhante,
estrela-guia do meu coração errante.
Essa mulher conselheira e companheira
que carinhosamente chamo: minha mãe!


Luizinho Bastos

terça-feira, 22 de maio de 2012

Maria Rainha dos Apóstolos, segundo Alberione

Maria Rainha dos Apóstolos, segundo Alberione

O bem-aventurado Alberione viu Maria como o instrumento perfeito de Deus e, por conseguinte, como o ideal máximo de sua vida apostólica: "Maria correspondeu perfeitamente à sua missão, à sua vocação e aos desígnios de Deus.
Também nós fomos distinguidos com vocação especial e Deus nos envolveu em corrente tão grande de graças que fomos obrigados a nos render" (MV, 40). "Quando Deus encontra uma alma humilde e dócil à sua vontade como Maria Santíssima, serve-se dela na execução de seus desígnios de caridade e sabedoria. Ela deve, porém, ser dócil como o pincel na mão do artista, humilde como o trapo na mão da dona de casa" (UPS, I, 486).

Eis, portanto, Maria intimamente presente no centro da personalidade de "instrumento de Deus"
do padre Alberione, o qual notava que também tudo se desenvolveu em Maria partindo daquele centro. Por esta razão devia ter existido nela a composição indispensável das "duas vidas", num equilíbrio perfeito: "A Virgem bendita soube acolher e conciliar em si mesma os dois métodos de vida, soube unir mérito e "glória destes dois gêneros de vida. Foi a mais próxima de seu Filho e ao mesmo tempo a que mais do que qualquer outro colaborou para o dar ao mundo" (IA, II A, 98).

Bastam estas poucas alusões para compreendermos o valor central que o padre Alberione atribuía
à presença de Maria em sua vida e instituição: "A devoção a Maria - parte do espírito paulino
tem para nós dois fins - nossa santificação religiosa e o apostolado pastoral: chegar às almas" (Pr RA, 231).

A devoção a Maria nasceu nele inspirada pelas causas mais simples e comuns, isto é, a mãe, a família, as práticas devocionais do tempo, os santuários marianos de sua adolescência, como também as encíclicas de Leão XIII que exerceram notável influência na orientação consciente de sua juventude.

Quais são as linhas mestras da mariologia do padre Alberione?
Eram as que emanavam da consciência de sua missão e das necessidades de sua vida.
Tema fundamental era o de Maria Apóstola. O apostolado implica, de fato, um mandato ou missão (Maria eleita para dar o Cristo), dependência total em relação àquele que elege (vida de comunhão com Deus) e dedicação radical para realizar a missão da própria vida.

Em torno deste tema fundamental convergem todos os outros: Maria, Rainha dos Apóstolos,
vale dizer, o seu relacionamento com todos os chamados ao apostolado; Maria, a Mulher,
ponto sublime de referência para o ingresso amplo e nobre da mulher em novos campos de apostolado; Maria, a Adoradora (a primeira forma essencial de vida apostólica), e Maria, modelo de serviço e de amor para com os irmãos (a outra forma essencial da vida apostólica).

Pe. João Roatta, SSP (livro Mensagens Marianas do Padre Alberione)

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Amor e colo de mãe


Que a mulher seja um céu de ternura, aconchego e calor.
Que nenhuma mulher seja mais a mesma depois que gerou sua criança.
Que seja meio pata-choca, meio coruja e meio águia.
Pata-choca para viver pelos filhos, coruja para incentivá-los, águia para ensinar-lhes o valor das alturas.
Que seu colo tenha o tamanho da carência e da dor do filho.
Que as mães sejam sábias, serenas, exigentes e brincalhonas.

Nunca me esqueço daquela jovem mãe com um pequeno ao lado e uma barriga de sete meses. Dei-lhe o meu lugar na fila do sorveteiro, porque é bom ser cortês com toda mulher; mais ainda com a mulher que espera um filho e carrega outro...

Ela agradeceu, Insisti e ela disse: "Por favor, padre. Estou educando meu filho a saber esperar a vez dele. Se ele aprender a furar todas as filas só porque é menino, vai crescer errado.
Se eu precisar eu aceito, mas estamos bem...


Pe. Zezinho

sábado, 19 de maio de 2012

Nossa Senhora dos cuidados humanos


Mãe, me alegro tanto
ver o globo em tuas mãos!
Mas é globo muito pequeno
e temo que dentro dele
nossas grandes angústias
sofram muita redução.

Olho de novo e descubro:
o globo pequeno
tem justamente a virtude
de reduzir ao tamanho exato
os dramas que nos parecem imensos
e no entanto cabem e sobram
na concha de tuas mãos..


Dom Helder Câmara

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Nossa Senhora da Aliança


Jovem-Virgem, Índia-Branca, "Morenita" do Pepeyac: amiga de João Diego, Aparecida pra consolar e libertar.

Mulher das rosas e da compaixão, ventre do verdadeiro Sol; colo do anunciado Emmanuel, visitadora pressurosa da terra dos conquistados.

Hoje a Igreja escuta tua mensagem: os João Diego, astecas, incas e tupis são "dignos", o Criador, "o Senhor do perto e do junto", está-com-eles.
Ontem os indígenas econheceram tua identidade: Mãe misericordiosa de todas as nações, tu és compaixão, ajuda e proteção.

Contigo, mulher, a evangelização se torna integral e total, verdadeiro processo de consolação-libertação: amor de compaixão, em lugar de argumento e razão; "persuasão pacífica", em lugar de violência, temor e terror; ajuda e colaboração, em lugar de esmola e dominação; proteção solidária, em lugar de competição solidária.

Obrigado, amada Tonantzin, mulher de olhos misteriosos; obrigado, Senhor do céu, pela aliança com os filhos da terra; na Arca do velho Noé, navegamos rumo a " uma terra sem males"; vem conosco, vem navegar, Santa Maria, vem!


Salvador Medina

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Maria Naná negra


Maria, nossa mamãe, Naná negra,
tu contemplas teu filho.
Tu o cobres
com o teu manto.
Tu o levas às costas.
Tu o alimentas com teu leite...
E tu sabes...

Maria, nossa Mamãe, Naná negra,
tu o vês crescer.
Tu lhe preparas a sopa de amendoim.
tu lhe amassas a mandioca.
Tu lhe ensinas o caminho da fonte...
E tu sabes...

Maria, nossa Mamãe, Naná negra,
tu o deixas ir para longe.
Tu o escutas discutir com os homens.
Tu conheces as maravilhas que ele faz.
Tu o procuras e é para os outros...
E tu sabes...

Maria, nossa Mamãe, Naná negra,
tu te alegras pelo seu triunfo.
Tu agonizas com seu suor.
Tu te dilaceras nas suas chagas.
Tu morres na sua cruz...
E tu sabes...

Maria, nossa Mamãe, Naná negra,
Envolves teus filhos em teu manto.
Ensinas teus filhos o seu caminho.
Procura teus filhos com o olhar...
Porque tu sabes...

Que na cruz teu Filho
morreu pelos teus filhos,
Dancemos a alegria em tua Casa.
Maria, nossa Mamãe, Naná negra


Ntyama Ey

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Aquela voz...


Aquela VOZ, quem teve a felicidade de ouvi-la?
Era a voz do Cristo-Pastor: eco do paraíso, a trazer sobre a terra a harmonia do Reino da Paz perfeita, a espalhar as notas divinas da Pátria exclusiva do amor...

As "ovelhas" ou os fiéis de outrora devem ter-se arrepiado com as vibrações dela: não contaminadas pelo egoísmo, não adulteradas pelo medo, não deturpadas por impureza alguma...
Era a voz do Cristo-Pastor: eco do paraíso, a trazer sobre a terra a harmonia do Reino da Paz perfeita, a espalhar as notas divinas da Pátria exclusiva do amor...

Talvez, aquela VOZ poderia ser igual a tantas outras; confusa no meio de tantas outras.
Mas que importa?
Não era seu timbre que a fazia diferente:
eram as palavras por ela moduladas.
Não era seu sotaque que mais cativava: eram as mensagens que ela transmitia...

Aquela VOZ, nós também temos a ventura de ouvi-la, mesmo no meio da gritaria ensurdecedora no mundo moderno.
Porque Cristo não se fechou no mutismo, não mergulhou no isolamento.
Aliás, ele nem precisa de voz para se comunicar, uma vez que não fala aos ouvidos, e sim aos corações. Não fala por ruídos, e sim pelo silêncio.
Não fala pela força dos pulmões, e sim pelo vento suave de seu Espírito...

Trata-se de saber se nós ovelhas de Cristo do Século Vinte, somos capazes de sintonizar na onda da Voz do Mestre; e se estamos a fim de dar-lhe acolhida e prestar-lhe obediência...

Poderia ser a voz de um irmão a pedir socorro.
Poderia ser a linguagem de um acontecimento alegre ou triste.
Poderia ser uma palavra lida ou proclamada.
Poderia ser uma inspiração misteriosa captada no silêncioé sempre a voz do Mestre procurando das sinais de sua presença; querendo manifestar-nos seu amor; pedindo que aceitemos seus planos...

É possível que as vozes do egoísmo, do orgulho e da ambição tentem se disfarçar em voz de Cristo, a fim de arrastar-nos para a ruína.
Mas, as ovelhas do legítimo Pastor, saberão desmascará-las.

Só dando audiência àquela Voz que traz as vibrações do amor infinito e da vida eterna.


Virgilio Ciaccio

Maria-Jesus


Fanzina, pequena, mulher do meu povo
rosto de camponesa do interior
Pele queimada, rugas ligeiras no rosto sofrido
Passos firmes, pés decididos a caminhar

Por estradas distantes na direção da estrela da manhã dos pobres
Além das fronteiras de Estados e Impérios
Além das cercas e muros da morte!

Mãos a serviço sempre
Armas em punho no mutirão da terra livre
Liberta para sempre.

Presença fiel na casa onde o gemido se faz e onde a labutaé tanta que precisa das mãos de alguém disposto a servir.
Maria-enfeite-flor, trabalhando a alegria
a ser levantada, escudo, no tempo da dor.

Mulher segredo e mistério
É povo na carne, divina no sonho!
Projeto maior que seu ventre, mais vasto que a noite e o dia. É nela que a gente projeta os títulos e as tintas do amor filial.

Diante dela dobram-se os homens-poderes
E, como crianças, suspiram, suplicam e clamam!
Mulher que na voz traz os sons e suspiros da raça
Que se move e se arrasta no vale do pranto.

Ouvidos abertos de mãe que escuta a palavra do filho ensaiada ainda
Bem dentro da boca, lá no coração!

Maria que educa e se educa com o filho
menino-divino nos rumos do Reino
Projeto e Promessa, real já no hoje
De amor e justiça aos pobres
Pisados nos pés dos tiranos.

Maria-mulher, unida ao filho,
No corpo e na graça!
Os gêmeos de Deus,
Maria-Jesus


Zé Vicente
Referência: Tempos urgentes

terça-feira, 15 de maio de 2012

Maria mulher. Maria Mãe.


Quando penso em Maria, a mãe de Jesus, não me vem outra imagem senão a de mulher e mãe.
Ela está tão ligada ao mistério de Cristo e ao homem de hoje, que somente assim pode penetrar nos corações e nas vidas: sendo mulher e sendo mãe.

Penso em Maria muito igual a toda mulher de seu tempo, de nosso tempo. Em tudo semelhante a elas. Interiormente, porém, foi a única no mundo, pois teve o privilégio de ser imaculada.

Porque imaculada, diferente das outras. Com toda certeza foi uma mulher por excelência: completa, madura, forte e fiel. Como mulher, dividiu sua vida com José.

Como mulher, manteve-se em seu lugar, durante as dúvidas e incertezas de seu companheiro.
Seu ser estava tão ligado ao ser de Deus que a fé sofrida e vivida lhe confirmava a certeza da vitória.

Como mulher, sofreu e gozou.
Chorou e sorriu. Vibrou a amou.
Maria-mulher. Como nossas mães, esposas e irmãs. O que pensar de Maria como mulher-mãe?
Primeiro, a revelação do mistério.
A gravidez.
A dúvida e suspeita de José.
O nascimento do homem-Deus.
O cântico dos anjos.
Depois, o silêncio total.
Trinta anos com Jesus, na obscuridade.
Um filho como os outros. Um jovem que crescia e se tornava homem...

Mistério?
Sim. Mistério dos caminhos de Deus...
Qual foi o segredo da fortaleza de Maria? O que a sustentou em sua maternidade? A fé.

Maria-mulher: imaculada.
Maria-mãe: plena de graça.
A imaculada, a plena de graça, envolta no mistério de Deus.
A união íntima com esse Deus e a entrega total no sim da anunciação foram os impulsos que moveram a atitude interior da virgem-mãe.

Como mulher e mãe, acreditou e adorou seu Deus em todos os instantes da vida.
Acreditar e adorar é o que me ensina Maria-mulher, Maria-mãe do filho de Deus.


Maria Rogéria Botasso

Família


Pai, Mãe, filhas, filhos...
Solidão. Dor. Desamparo. Desamor?
Não sei bem!

Família:
Diálogo! Amor! Deus! Fé!
Diálogo: ponte para um recomeço
Enquanto se desfaz a dor da solidão.
Amor: Renovação cada amanhecer,
Na baila dos encontros mais profundos!
Deus: Motivação primeira, força, luz!
Fé: busca mútua do sentido da existência

Família:
Dom. Entrega. Espera.
Acertos e desacertos?
Para o amor tudo é possível
Na escola da convivência!

Família:
Humildade: escuta do outro,
Perdão e confiança!

Família:
Laços desfeitos? Fenda rompida?
Irmãos, amigos e amigas,
Comunidade de fé, grande ajuda.
Coragem! Para Deus nada é impossível!

Família:
Aconchego. Dor partilhada e calada.
Confiança em Deus! Elo seguro!


Celina Helena Weschenfelder

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Mãe grávida


Qual minúscula sementinha que,
lançada na terra fria do inverno,
se aquece no seio materno,
para brotar cheia de vigor
e mais bel na primavera.

"Como um botão de rosa
que aos poucos se abre à vida,
você, pequenina criança,
de mansinho chegou
para renovar a nossa esperança".

Menino ou menina,
pouco importa, você é
um dom do Senhor,
fruto maduro e chama ardente do amor
de duas almas amantes.

Pequenino ser pensante, você tem
apenas algumas semanas,
poucos milímetros de tamanho,
mas é cheio de energia,
com um coração pulsante.

O coração de sua mãe querida
pulsa junto com sua batida
para brindar uma nova vida.
Você é a criança tão desejada
e longamente aguardada.

Para você foram feitas muitas orações,
prontamente por Deus atendidas.
Ao Pai do céu agradecemos agora
pela alegria e pela emoção
que nos proporciona nesta hora.

Possa a Santa Mãe da Expectação,
Nossa senhora do Ó,
assistir de sua mãe a feliz gestação
e cobri-la com seu manto a todo momento,
até o seu feliz nascimento.


Mario Basacchi

sábado, 12 de maio de 2012

Mãe

Deixa-me acariciar teus cabelos,
secar tuas lágrimas, beijar teu ventre.

Tu és terra, úmida e quente,
és o vento, invisível e presente,
és o mar, intransponível e envolvente.

Quero fechar meus olhos no teu abraço,
sentir teu cheiro no meu cansaço.
Dormir, sonhar, acordar com tua presença,
seguir meu caminho com tua bênção.

Quem teve a idéia de te criar?
Certamente foi o lado de Deus carente
que tudo tem, mas, de mãe ausente,
que decidiu, então, dar-te de presente
a nós, seus filhos, para que tu nos acompanhes no exílio, para que nos acolha ao nascer e nos abras os céus ao morrer.

Meu Criador, o que tanto te comoveu?
Faltava algo no teu eu?
Ou foi de caso pensado
uma mãe ter-nos dado?


Maria Salete Interciso

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Mãe


Parabéns pelo seu jeito
amoroso de ser;
teimoso de fazer;
bendito de perdoar;

inigualável de recomeçar sempre;
carinhoso de acolher entre os braços;
confiante de apertar contra o coração;
incansável de trabalhar;

nobre de errar e reconhecer o erro;
íntegro para tomar atitudes francas e corajosas;
singelo de admoestar;
silencioso de chorar quando precisa;

feliz de sorrir quando necessário;
piedoso de rezar;
poderoso de superar-se diante dos obstáculos;
paciente para ouvir e aconselhar.

Parabéns, mãe, pelo seu jeito divino de amar.


Rivaldo Rodrigues Cavalcante