Os sinos recebiam as últimas lições antes do grande festival.
Insistia o mestre na canção do silêncio, dizendo-lhes que as grandes obras crescem no silêncio do coração de Deus que as presenteia aos homens também em silêncio.
E era esta a canção que eles deveriam levar ao mundo.
Finalmente, chegou o grande dia, todos os sinos a postos, teve início o festival.
Os minutos pareciam horas recheadas com a canção de cada um. Finda a apresentação, apressaram-se os párocos para escolher os sinos que brilhariam com as estrelas na noite mágica de Natal.
As escolhas recaíram sobre os sinos de aparência mais suntuosa e com o som mais festivo.
Ficando apenas um pequeno e velho sino relegado ao esquecimento, na apresentação não brilhava como os outros, sua canção fora quase um sussurro abafado pelo vozerio da multidão e o badalar dos demais sinos.
Ficaria ele esquecido não fora um pastor que por ali passava e resolvera levá-lo consigo a uma capela entre as colinas.
Naquela noite, quando uma estrela brilhou no céu, bimbalhou o pequeno sino com tanta alegria e intensidade que toda a aldeia parou para escutar, e, unindo suas vozes às dos pastores e Anjos do céu, alegres cantavam:
"Nasceu hoje para nós um Salvador, que é o Cristo Senhor!" (Lc 2,11).
Regina Célia Suppi
Nenhum comentário:
Postar um comentário