quarta-feira, 14 de setembro de 2011

O pão que Rosalba amassou (Texto de Amanda Gurgel)]

Nos membro do Terço dos Homens ficamos comovidos e solidários aos nossos professores amigos, vizinhos e familiares dos membros que tem algum parente professores como eu que tenho a minha mãe, como também outros que tem esposa, tia ou tio, primos e etc, não poderiam deixar de ser solidário e nos juntamos a eles e que após receber um email do nosso ministro Milton com esta matéria que se encontra logo a baixo, eu me sentir na obrigação de divulgar e fugir um pouco dos assuntos religiosos.

---------- Mensagem encaminhada ----------
De: Cícero Milton de azevedo Milton azevedo.ciceromilton@yahoo.com.br
Data: 14 de setembro de 2011 11:20
Assunto: Enc: [Fwd: O pão que Rosalba amassou (Texto de Amanda Gurgel)]
Para:


http://professoraamandagurgel.blogspot.com/
 
Quando ainda estávamos em greve, o Ministério Público Estadual e o Federal enviaram para as escolas estaduais do Rio Grande do Norte a recomendação de que ninguém, além dos alunos, poderia comer a merenda servida na escola. O aviso foi reiterado após a volta às aulas, e representantes das DIREDs foram convocad@s para uma advertência oficial: diretores de escola onde o “delito” fosse cometido poderiam sofrer processo administrativo e criminal.
O assunto virou manchete nos principais jornais do estado e, em todas as matérias, há sempre um representante do Poder Executivo ou do Judiciário para nos atacar, chegando inclusive a nos acusar de roubo de merenda. Diante da “polêmica” e da super exposição, o sentimento nas escolas tem sido de constrangimento e indignação.
De fato, professores (as) e funcionári@s se alimentarem com a merenda faz parte da rotina da escola. E antes de nos tratarem como “infratores”, é preciso ver que essa realidade apoia-se na dimensão concreta de nossas vidas, e só existe pelas restrições a que estamos submetid@s.
Qualquer pessoa que viva além de gabinetes, apoiado na realidade, e não apenas em peças judiciais burocráticas, percebe imediatamente porque @s professores comem na escola. Como falei na Assembleia Legislativa no dia 10 de maio, nós precisamos trabalhar dois ou três horários para garantir o próprio sustento e o de nossas famílias.
Ora, se @ professor (a) passa o dia correndo de uma escola para outra, em transportes extremamente precários, pressupõe-se que ele (a) não dispõe de tempo para ir em casa fazer uma refeição entre um turno e outro. A verdade é que, em muitos casos, a refeição não é feita nem em casa, nem na rua. Afinal, quem é @ professor (a) que nunca “flagrou” um (a) colega “almoçando” um pastel ou uma coxinha dentro de um ônibus, a caminho de uma das escolas em que trabalha?
Diante dessa consideração, há quem possa perguntar: “então porque não levam comida de casa?” e a resposta é de natureza prática: é inviável e até desumano submeter profissionais que já andam carregados de livros, diários e trabalhos a serem corrigidos ou devolvidos, a carregarem mais duas ou três refeições dentro da bolsa por obediência a uma lei elaborada por pessoas que nem precisam levar marmita na bolsa, nem andar de ônibus. É absurdo exigir dest@s heróis e heroínas que, após toda a jornada de trabalho na rua, ainda consigam administrar o tempo em casa entre planejar, corrigir, elaborar provas, dar atenção aos filhos, cozinhar e ainda ter que preparar a marmita do dia seguinte.
Também é importante dizer que, mesmo com essa jornada, muit@s trabalhadores (as) em educação ainda não alcançam a proeza de garantir o sustento de suas famílias com o salário que recebem, razão que determina outra característica da nossa categoria: o endividamento.
Essa realidade, aliás, vivida não só por professores (as), mas pela maioria d@s trabalhadores (as) brasileir@s comprova o fato de que nenhum trabalhador(a) tem condições de gastar com comida na rua o dia todo, todos os dias, e ainda garantir que haja comida em casa para o restante da família. Diriam ainda os bajuladores cruéis: “tanta gente que vive com um salário mínimo...”. A resposta a essa piada de mau gosto eu prefiro dar não com palavras, mas com um minuto de silêncio em respeito aos trabalhadores que sobrevivem no Brasil com um salário mínimo.
 
Falsa polêmica
A recomendação do Ministério Público, na prática, humilha e ridiculariza @s profissionais da educação. Independentemente da intenção do Judiciário, tem sido um prato cheio para os governantes. Assim, eles miram os trabalhadores, tentando nos colocar no banco dos réus, tentando dividir a comunidade escolar, jogar uns contra os outros, quando, na verdade, no interior das escolas, não existe polêmica alguma no que se refere à distribuição da merenda. Ela sempre foi distribuída a tod@s os segmentos, e isso nunca impediu ou limitou o acesso d@s alun@s à refeição, tanto que eles(as) mesm@s são @s primeir@s a discordar da recomendação.
Com a “polêmica” aberta pelo Ministério Público temas realmente importantes são deixados de lado, envoltos em fumaça. O piso nacional dos professores, por exemplo. Enquanto se discute o tal “cuscuz alegado”, que cheguei a lembrar naquela audiência, deixa-se de lado a responsabilidade sobre os salários, condições de trabalho, investimentos, o debate sobre o PNE... É o que desejam governantes que não priorizam a educação, como Rosalba ou Micarla.
Naturalmente, o Ministério Público de cada estado poderia mandar cumprir imediatamente a Lei do Piso Nacional que, mesmo sancionada na esfera federal, vem sendo sistematicamente descumprida pela maioria dos estados e municípios. Aliás, foi exigindo o cumprimento dessa lei, que muitas greves foram feitas em todo o Brasil. Greves que, por sinal, foram julgadas abusivas pelo próprio Poder Judiciário.
Se o Ministério Público não se ocupasse com questões que, definitivamente, não interferem na qualidade da educação, teria tempo para se dedicar a outros temas. Por exemplo, o sem número de turmas que ficam meses e até chegam a concluir um ano letivo sem professores (as) de determinadas disciplinas. Porque o Ministério Público não exige d@s governantes que garantam professores para todas as turmas, evitando o prejuízo aos alun@s?
Também teria tempo para ordenar a restituição e o confisco das mansões e dos carros de luxo de tod@s aqueles (as) que desviam dinheiro da merenda para comprar uísque e ração de cachorro, como em Alagoas. Teria tempo para se preocupar com desvios da educação, da saúde, inclusive da deputada corrupta Jacqueline Roriz, absolvida por seus pares. Teria tempo para garantir que a desnutrição, e todas as doenças dela decorrentes, fossem apenas uma lembrança.
Suspeito que o Judiciário esteja muito distante da realidade da população. Basta ver os ministros do STF, que acabaram de enviar pedido de reajustes que levariam o salário de cada um para R$ 32 mil. Imaginem os restaurantes que eles frequentam...
Ao insistir em discutir se @ professor (a) ou @ funcionári@ estão comendo a merenda, o Judiciário escolhe o lado errado. Sua recomendação é impossível de ser cumprida, pois choca-se com uma realidade de salários de R$ 930, tripla jornada de trabalho, quilômetros percorridos a pé ou em transportes precários, e, por isso mesmo, tem tudo para ser ignorada, e virar letra morta. Entre o que está escrito no papel e a vida real, prevalece sempre a vida real. @s miseráveis a quem a Constituição assegura o direito a alimentação, atendimento médico, moradia e segurança que o digam!

Respeito e dignidade
Dentro desse debate muitas questões tem sido levantadas, mas a principal vem sendo ignorada. O Ministério Público alega estar fazendo o seu papel, garantindo que o que está escrito no Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE seja cumprido. Em primeiro lugar, é necessário que façamos, mais uma vez, uma reflexão sobre a elaboração das nossas leis, programas, etc. e vejamos a que interesses eles atendem. Depois, é fundamental que tenhamos a consciência de que essas leis não são imutáveis, nem foram escritas por inspiração Divina, não admitindo questionamentos.
Não temos que empenhar esforços na busca por “atenuantes” para o nosso “delito”. Dizer que comemos restos, sobras, etc. só faz com que as sobras da nossa dignidade sejam jogadas de uma vez por todas na lata do lixo. A verdade sobre essa “polêmica” é uma só: se o PNAE apresenta uma visão distorcida, que considera que a escola é formada apenas pelos alunos, e não por alunos, professores (as) e funcionári@s, o erro está nele, e não em quem constrói o cotidianos das escolas.
A polêmica do cuscuz alegado é de natureza política e deve ser tratada como tal. Então, é necessário que @s deputad@s que, até agora, estão inertes diante de tamanho absurdo se posicionem, se manifestem. Se a lei está errada, cabe a eles consertá-la.
É justamente por ter a certeza de que não somos nós que estamos errad@s, que digo aos meus colegas que não se envergonhem nem se constranjam diante das acusações e ameaças. Mantenham a indignação e preparem-se para a luta. Não por um prato de comida, mas por dignidade, salário decente e condições de trabalho que abrangem, inclusive, o acesso a refeições na escola e, aliás, com qualidade bem superior à que temos hoje.
Às autoridades, peço que parem de difundir esse discurso demagógico de preocupação com a nutrição dos nossos alunos e a informação falaciosa de que a merenda servida aos trabalhadores (as) interfere na merenda servida a eles (as). Não pensem que conseguirão colocar os pais e noss@s alun@s contra nós, mesmo porque, em casa de pobre, o lema é: “onde come um, comem dois”. A vida aqui embaixo fala mais alto.

terço dos homens continua trazendo mais adeptos

O terço dos homens da matriz de Fátima continua recebendo a cada dia mais adeptos ,ontem muitos homens se fizeram presentes dentre eles o nosso amigo Salatiel Dantas do hospital do seridó que recebeu o convite de Genaldo Dantas também do HS,e membro  do terço dos homens, a capela de são Joaquim na boa passagem estava com um bom numero de membros , que são joaquim possa nos iluminar a cada dia.

Tríduo em honra as Chagas de São Francisco de Assis

A Ordem Terceira de São Francisco de Assis de Caicó em parceria com o Terço dos Homens da Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, realizará a partir desta quinta-feira dia 15 de Setembro mais um Tríduo em honra as Chagas de São Francisco de Assis.
Nosso 1º Encontro dia 15/09/11 será na Capela de São Judas Tadeu - Bairro Samanaú às 19:00 horas
Nosso 2º Encontro dia 16/09/11 - Capela de São Sebastião - Bairro Recreio às 19:00 horas
Nosso 3º Encontro dia 17/09/11 - Capela de Santa Luzia - Bairro Alto da Boa Vista às 18:00 horas
Convidamos todos para louvar e adorar a Jesus na Eucaristia a exemplo de São Francisco, que dedicou sua vida seguindo as pegadas de Cristo.

Visita a reforma da Igreja Matriz

Andei hoje pela manhã visitando o andamento da reforma da Igreja matriz de N. S. de Fátima no conjunto Vila do Príncipe, Zona Norte de Caicó e que já está bem adiantado o serviço, e para quem não pode ir acompanhar, temos alguma fotos tiradas agora apouco. Confira.









Mensagens do dia ( A diferença e a harmonia )


Os nativos daquela ilha viviam uma situação peculiar. Habitavam a parte montanhosa de seu espaço vital e só desciam à praia uma vez por dia, para buscarem o alimento.

Conta a lenda que a base da montanha, quase situava na estreita praia, era habitada por terríveis monstros marinhos.
Quando a maré estava baixa, por pouco tempo, os monstros se afastavam e rodeavam a pequena ilha com uivos ameaçadores.
Entretanto na maré baixa, os peixes que alimentavam os nativos pulavam na areia, o tempo exato de nova maré cheia, que sobrevinha ameaçadoramente naquele mar misterioso.

Era então que os jovens da tribo, na plenitude de seu vigor, recolhiam apressadamente a dádiva dos alimentos e os levavam para cozinhar.
Tudo era feito a uma enorme velocidade.
Cabia aos velhos da tribo cuidar das refeições.
E estes percorriam uma distância menor para cortarem lenha e prepararem o imenso fogão.

O feiticeiro da tribo observava que, por mais rápido que os jovens recolhessem os alimentos, as refeições sempre atrasavam.
Os jovens ficavam irados com a lentidão dos mais velhos e, estes, profundamente aborrecidos com o afoitamento dos mais jovens.
E o feiticeiro pensava: "quando o trabalho é coletivo, torna-se importante harmonizar as potencialidades de seus membros".

De que adianta correr, com todo o ímpeto da força, se a refeição só será servida no ritmo do mais fraco? E, assim, para todas as coisas.

No esforço coletivo, há coisas que se conseguem com determinação e outras com experiência. Quando se divide um trabalho, não há porque exigir produtividade padronizada, que só beneficia alguns.
Se cada qual ajustar, com sabedoria e compaixão, sua contribuição ao ritmo dos demais, então todos viverão como que numa sinfonia harmoniosa, com todos os acordes colaborando para a realização de uma verdadeira arte.

Dizem que, com o tempo, o feiticeiro da tribo domesticou os monstros do mar e esses passaram a ajudar os nativos, como se fosse bestas de carga.
Os monstros mais ágeis carregavam velozmente a lenha dos mais velhos e os monstros mas lentos carregavam enormes quantidades de peixes recolhidos pelos mais jovens.

E os desempenhos se inverteram. A lenha era acendida mais cedo e, quando os peixes chegavam, a brasa ardia já se havia extinguido.
Os mais velhos acusavam os mais jovens de lentidão.

O feiticeiro devolveu os monstros ao mar e os membros da tribo, cada qual compreendendo as possibilidades e limites dos demais, optaram por um respeito ao princípio da realidade, que só se torna acessível àqueles que são capazes de enxergar o ponto de vista dos demais.


José Tarcísio Amorim

O MARKETING DE PAULO DE TARSO (II) - Pe Zezinho scj

 Pe Zezinho scj

Marketing falso e combate ao marketing pecaminoso que exaltava demais a pessoa do pregador caracterizavam a pregação de Paulo de Tarso. Ele pedia que orassem por ele para que pregasse direito e sem exageros. Mostra aos coríntios o que era ser pregador da Palavra

...não dando nós escândalo em coisa alguma, para que o nosso ministério não seja censurado; (2 Cor 6, 3-10)

Antes, como ministros de Deus, tornando-nos recomendáveis em tudo; na muita paciência, nas aflições, nas necessidades, nas angústias, nos açoites, nas prisões, nos tumultos, nos trabalhos, nas vigílias, nos jejuns, na pureza, na ciência, na longanimidade, na benignidade, no Espírito Santo, no amor não fingido, na palavra da verdade, no poder de Deus, pelas armas da justiça, à direita e à esquerda, por honra e por desonra, por infâmia e por boa fama; fomos caluniados como enganadores quando éramos verdadeiros; como anônimos, quando todos sabiam quem éramos, como bananeira que já deu cacho, mortos para a notícia, mas estávamos bem vivos; fomos castigados, e não morremos; passamos por tristezas enormes, mas não perdemos a alegria; escolhemos ser pobres, mas enriquecemos a muitos; nada tínhamos e possuíamos tudo.


De Timóteo que já estava famoso na Igreja por sua juventude e pregações ele cobra moderação e prudência. E alerta:

Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério. (2 Tm 4, 5)

Sobre sua pregação Paulo afirmava:

O que levamos conosco é um tesouro, mas ele está em vasos de barro que somos nós. A excelência do poder seja de Deus, e não de nós. ( 2 Cor 4, 7) Porém, não nos gloriaremos fora da medida, mas na medida certa do que Deus nos deu, para chegarmos até vós; ( 2 Cor 10, 13)

Ele sabia do ensino de Jesus sobre isso de se vangloriar e se exaltar: quem o fizesse acabaria humilhado, mas quem fosse humilde seria devidamente exaltado. (Mt 23,12) Eram referências antecipadas ao marketing da fé que se pratica hoje nas mais diversas igrejas. Há que haver um limite além do qual nenhum pregador e nenhuma igreja devem passar. Se um pregador é excessivamente exaltado é porque o evangelho foi mal anunciado. Uma coisa é o cargo e outra, a pessoa. O pregador precisa saber a diferença entre anunciar a verdade e anunciar-se com falsas ou meias-verdades.

Mas em nada tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira, e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus. (At 20, 24)

http://www.padrezezinhoscj.com/

Comentários:online@paulinas.com.br  

Conheces a nossa busca - Pe. Zezinho, scj

 Pe. Zezinho, scj

Falo contigo, Deus, e invoco-te como Pai. Conheces nossa busca, nossas procuras e nossos encontros. Então, já sabes com que sinceridade te buscamos, o quanto te procuramos e o quanto já encontramos.

Conheces também as nossas perplexidades e os nossos limites. Sobre muitas coisas já temos certezas, sobre a maioria delas ainda tateamos, por isso, não tendo certezas palpáveis recorremos ao dom da fé, porque o justo vive mais da fé do que da certeza.

Tira, pois de nós o deslumbramento de crentes exaltados que garantem que viram e sabem mais do que os outros, que lhes deste a vitória, que ninguém os deterá. É conversa de quem avança por sobre os outros!

A nós que prezamos o respeito e a fraternidade, dá-nos mais vislumbres, para que, como Moisés, mesmo não sabendo exatamente quem eras, saibamos que eras Tu; como os três no Tabor saibamos não fazer alarde de nossas visões e vislumbres.

Não nos queres cegos pela tua luz nem, deslumbrados contigo. Queres que vejamos o suficiente para não perdermos contato com as realidades que iluminas. Liberta-nos de extremismos e fanatismos perigosos que levam o crente a proclamar apressadamente o que ainda não assimilou e a anunciar milagres que não aconteceram, visões que não teve porque nem sequer leu direito o teu santo livro e nem se debruçou o suficiente e por anos a fio sobre a Palavra que proclama.

Liberta-nos desse entusiasmo que tira do fiel a serenidade de quem procura e vai procurar a vida inteira, posto que és insondável e sempre há mais de ti para saber..

Não vendo nem tocando o mistério saibamos que há muito mais ser buscado, muito mais a ouvir e muito mais a estudar. Que saibamos por aí, dando receitas de medicinas espirituais cujo conteúdo não conhecemos, nem experimentamos e muito menos receitar nossas lentes para outro tipo de miopia. O que serve para nossos olhos pode não servir para os olhos de nosso irmão.

http://www.padrezezinhoscj.com/  
Comentários para: online@paulinas.com

Mensagens do dia, com Pe. Zezinho

A fé como produto
 Pe. Zezinho, scj


Religião deveria ser ágape e não fast food! A vida não deveria ser fast food. Para a pressa dos nossos dias inventaram igrejas com milagres e curas garantidas, rápidas e com dia e hora marcados. Os fiéis vão lá onde se fala o que desejam ouvir, se faz o que desejam ver e aceitam pagar por isso porque é religião que enche os olhos.

Vitrais, imagens e paredes em catequese visual não lhes dizem muita coisa. O que os convence é o gesto dramático do irmão cheio de poder que derruba um demônio, faz um coxo andar e um mudo falar. Estes sinais os convencem. O sinal da cruz, uma cruz na parede, uma pintura de Jesus perdoando nada lhes diz. A fé dramática encanta mais do que a fé kerigmática.

Mas quem vai dizer isso às massas que, no dizer de Jean Baubrillard no seu livro sobre o fim do social e o surgimento das massas (Á Sombra das Maiorias Silenciosas) e de Zygmunt Bauman no seu livro sobre a transformação das pessoas em mercadoria ( Vida Para Consumo) falma da perda de sentido e de referências e da compra e da venda de mensagens num mundo habitado por consumidores que descobriram também a religião de consumo. Numa esquina compram em dois minutos uma refeição já pronta e à sua espera, numa outra entram numa igreja e em poucos minutos presenciam um milagre ou uma expulsão de demônios. É a fé urgente a serviço da vida urgente.

Pregadores urgentes detectam em poucos minutos um anjo ou um demônio e acham uma resposta urgente garantindo que aquela resposta mudará a vida do fiel que adquirir aquela mensagem ou ir lá ouvir aquela pregação.

Criamos um mundo imediato de sapatos, roupas e comida prontos. Basta experimentar e pagar. O mundo ficou bem mais fácil. Como não poderia ser diferente alguém descobriu a religião com resposta rápida e garantida sem que voe precise aprender catecismo ou ler a Bíblia. Peque aquele trecho e pague os que o oferecem a você quando você precisar. Pronto! Problema resolvido. Semana que vem terá mais uma rodada de curas e milagres. Tiraram a decisão das mãos de Deus. Eles urgem com Deus, exortam e arrancam o milagre com suas preces intensas. Até publicam livros e panfletos de orações poderosas e infalíveis.

Ao fiel que entende que a vida e a fé não funcionam desta forma respondem que ele não tem fé, porque a Deus nada é impossível e para quem crê não existem barreiras.

E não faltam os palestristas que classificam a fé como produto. O fiel tem uma necessidade e o pregador tem uma resposta e uma solução, Vai ao livro ou conta uma história que anima o fiel a esperar pelo milagre.

Uma coisa porém é vender objetos que ajudem a estudar melhor e aprofundar a nossa fé e outra garantir que aquele objeto perfumado ou trazido de Roma ou de Jerusalém e aquele óleo com gotas de óleo da Terra Santa tem mais chance de faze ro milagre acontecer!

Perguntei a uma senhora jovem que falava das maravilhas do rosário perfumado que trouxera de Jerusalém, que diferença havia entre manipular aquelas contas e as de outro rosário brasileiro. A resposta dela foi digna de um livro de Bauman ou de Baudrillard. Disse que o que valia não era o sentido, mas o sentimento. Este, sim é a única coisa verdadeira da vida! Pedi licença e revidei dizendo que o rapaz que diante da multidão acabara de matar a namorada refém, se governara pelo seu sentimento e não pelo sentido do seu ato!

Ela perguntou onde eu estudara!... Nos mesmos livros que seu pregador preferido também estudara! Mas optei por anunciar uma fé que não tem respostas tão urgentes nem tão mercadológicas.

A dimensão mercadológica da fé assusta! Olhe as obras, ouça os apelos, calcule o rio de dinheiro que passa pelas igrejas, pergunte aonde vai tudo isso e depois reflita sobre o produto que ajuda a fé e sobre a fé que se vale do produto! O acento revelará a igreja e o pregador!

http://www.padrezezinhoscj.com/
Comentários para: online@paulinas.com.br

SANTO DO DIA

14/09
Exaltação da Santa Cruz
Foi no ano 335, por ocasião da dedicação de duas basílicas constantinianas de Jerusalém, a do Martyrium ou Ad Crucem no Gólgota, foi construída sobre o Monte do Gólgota, e a do Anástasis, isto é Ressurreição, foi construída no lugar em que Cristo Jesus foi sepultado e foi ressuscitado pelo poder de Deus, sendo celebrada pela primeira vez a festa em honra da Santa Cruz, estas basílicas foram construídas em Jerusalém por ordem de Constantino, filho de Santa Helena.

Quando a Santa Cruz foi exaltada ou apresentada aos fiéis. Encontrada por Santa Helena, foi roubada pelo rei persa Cosroe Parviz, durante a conquista da cidade Santa e a partir do seculo VII comemora-se a recuperação da preciosa relíquia pelo imperador Heráclio em 628. Os historiadores contam que o imperador levou a Santa Cruz às costas desde Tiberíades até Jerusalém, onde a entregou ao patriarca Zacaria, no dia 3 de maio de 630 tendo sido a Festa da Exaltação da Santa Cruz também a ser celebrada no Ocidente.

A celebração atual tem um significado bem maior do que o encontro pela piedosa mãe do imperador Constantino, Santa Helena. A festividade lembra aos cristãos o triunfo de Jesus, vencedor da morte e ressuscitado pelo poder de Deus. Cristo, encarnado na sua realidade concreta humano-divina, se submete voluntariamente à humilde condição de escravo (a cruz era o tormento reservado para os escravos) e o suplício infame transformou-se em glória perene. Assim a cruz torna-se o símbolo e o compêndio da religião cristã.
Santo Materno de Colônia
É conhecido apenas como o primeiro bispo da história cristã da cidade de Colônia, na Alemanha. Desde o século IV, se criou uma tradição cristã, na cidade de Trevire, na Alemanha, segundo a qual Materno teria vindo da Palestina. E não é só isso: o próprio apóstolo Pedro é que o teria enviado, para divulgar o Evangelho ao mundo germânico.

Essa tradição fazia de Trevire a primeira sede episcopal cristã da Alemanha e, portanto, dotada de jurisprudência sobre as demais, por uma questão de antigüidade.

A personagem de Materno, o Bispo de Colônia, é de fato muito importante para a história Igreja, que já estava liberta das perseguições externas, por obra do imperador Constantino. Mas a ela continuava exposta às divisões internas dos cristãos que, insistentemente, prejudicavam a si próprios.

Materno é um de seus pacificadores, convocado a deixar a Alemanha para resolver um grande conflito nascido no norte da África: o cisma donatista. Liderados pelo bispo Donato, esse grupo de radicais tinha uma visão extremamente elitista, era totalmente contrário às indulgências e pregava a segregação dos bons cristãos daqueles infiéis e traidores. Os donatistas consideravam traidores os cristãos que, por medo, durante a perseguição do imperador Diocleciano, haviam renegado a fé e entregue os Livros Sagrados às autoridades romanas. Inclusive, negavam-se a aceitar a re-inclusão dos sacerdotes que haviam agido desta maneira, bom como a inclusão de novos sacerdotes, caso também tivessem sido considerados, anteriormente, indignos. E por isto, os donatistas de Cartago, não reconhecem o novo Bispo Ceciliano, porque um dos Bispos que o consagraram havia renegado à fé, durante as perseguições.

Chamado para arbitrar o imperador Constantino, em 313, escreve ao Papa Melquior, de origem africana, para convocar o Bispo Ceciliano, bem como outros, favoráveis ou não à sua questão, para uma decisão final, imparcial. E ainda o informa que os Bispos: Materno da Alemanha, Retício e Martino da França já estavam a caminho de Roma. O imperador Constantino, obedecendo a suas conveniências políticas, promoveu um ato incisivo no colegiado eclesiástico, afiançando o caso africano também aos bispos da Alemanha e França.

Mais nada se sabe de Materno depois dessa importante missão em Roma, que se concluiu com a sentença favorável ao Bispo Ceciliano. Mas este cisma não terminou, mesmo contando também com notável presença de Santo Agostinho, Bispo de Hipona.

Entretanto, em Trevire, a fama de santidade de seu primeiro Bispo, faz a figura de Materno tomar vulto e a população começa a venerá-lo. Ao longo dos séculos, a Catedral de Trevire, que abriga as relíquias de Santo Materno, foi reconstruída e hoje podemos ver o grau de devoção dos fiéis estampado nos vitrais deste templo. Este culto foi autorizado pelo Vaticano, em conseqüência detesta devoção secular e, ainda presente nos fiéis, a data de sua tradicional festa litúrgica no dia 14 de setembro, foi mantida.

LITURGIA DIÁRIA

Dia: 14/09/2011
Primeira Leitura: Números 21, 4-9

EXALTAÇÃO DA SANTA CRUZ
(vermelho, glória, creio, prefácio próprio - ofício da festa)

Leitura do livro dos Números -  naqueles dias, 4os filhos de Israel partiram  do monte Hor na direção do mar Vermelho, para contornar a terra de Edom. 5Mas o povo perdeu a coragem no caminho, e começou a murmurar contra Deus e contra Moisés: "Por que, diziam eles, nos tirastes do Egito, para morrermos no deserto onde não há pão nem água? Estamos enfastiados deste miserável alimento." 6Então o Senhor enviou contra o povo serpentes ardentes, que morderam e mataram muitos. 7O povo veio a Moisés e disse-lhe: "Pecamos, murmurando contra o Senhor e contra ti. Roga ao Senhor que afaste de nós essas serpentes." Moisés intercedeu pelo povo, 8e o Senhor disse a Moisés: "Faze para ti uma serpente ardente e mete-a sobre um poste. Todo o que for mordido, olhando para ela, será salvo." 9Moisés fez, pois, uma serpente de bronze, e fixou-a sobre um poste. Se alguém era mordido por uma serpente e olhava para a serpente de bronze, conservava a vida. - Palavra do Senhor.


Salmo Responsorial(77)

REFRÃO: Das obras do Senhor, ó meu povo, não te esqueças!
1. Hino de Asaf. Escuta, ó meu povo, minha doutrina; às palavras de minha boca presta atenção. Abrirei os lábios, pronunciarei sentenças, desvendarei os mistérios das origens. - R.
2. Quando os feria, eles o procuravam, e de novo se voltavam para Deus. E se lembravam que Deus era o seu rochedo, e que o Altíssimo lhes era o salvador. - R.
3. Mas suas palavras enganavam, e lhe mentiam com a sua língua. Seus corações não falavam com franqueza, não eram fiéis à sua aliança. - R.
4. Mas ele, por compaixão, perdoava-lhes a falta e não os exterminava. Muitas vezes reteve sua cólera, não se entregando a todo o seu furor. - R.



Evangelho: João 3, 13-17


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo João - Naquele tempo, 13Ninguém subiu ao céu senão aquele que desceu do céu, o Filho do Homem que está no céu. 14Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim deve ser levantado o Filho do Homem, 15para que todo homem que nele crer tenha a vida eterna. 16Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. 17Pois Deus não enviou o Filho ao mundo para condená-lo, mas para que o mundo seja salvo por ele. - Palavra da salvação.

Comentário do Evangelho

A plenitude da condição humana

Este texto do evangelho é parte do discurso de Jesus, em continuidade com o diálogo com Nicodemos, apresentado pelo evangelista João. Jesus revela que a plenitude da condição humana não resulta da observância da Lei, mas passa pelo renascer no Espírito, no dom do amor, pelo qual se chega à vida eterna. O Filho do Homem desceu do céu para revelar seu amor ao mundo e será "levantado". O Filho do Homem é Jesus solidário com a humanidade. "Levantado" significa a humanidade elevada em sua dignidade por Jesus, e, também, Jesus levantado na cruz. A serpente de bronze atribuída a Moisés tornou-se objeto de idolatria e foi destruída pelo rei Ezequias (2Rs 18,4). João a associa com a cruz de Jesus. A cruz é a expressão do poder da morte ao alcance dos chefes deste mundo. A lembrança de Jesus na cruz nos faz conscientes de que os chefes do mundo, ainda hoje, têm este poder de morte e o exercem, enlouquecidos por suas ambições. Na nossa América Latina temos a lembrança dos que foram sacrificados por suas lutas a favor dos pobres e oprimidos. A humanidade é exaltada pelo dom da vida eterna na encarnação de Jesus, comunicando a todos seu amor libertador, pelo que foi crucificado.

José Raimundo Oliva

Oração
Pai, ao exaltar a cruz de teu Filho Jesus, quero abrir meu coração para que ela frutifique em mim, renovando minha disposição de ser totalmente fiel a ti.

O Evangelho do Dia ( Quarta-Feira )

Ano A - Dia: 14/09/2011


Exaltação da Santa Cruz
Leitura Orante

Jo 3,13-17

Ninguém subiu ao céu, a não ser o Filho do Homem, que desceu do céu.
- Assim como Moisés, no deserto, levantou a cobra de bronze numa estaca, assim também o Filho do Homem tem de ser levantado, para que todos os que crerem nele tenham a vida eterna. Porque Deus amou o mundo tanto, que deu o seu único Filho, para que todo aquele que nele crer não morra, mas tenha a vida eterna. Pois Deus mandou o seu Filho para salvar o mundo e não para julgá-lo.

Leitura Orante

Exaltamos a Santa cruz, traçando sobre nós o sinal da cruz e rezando:
- Em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. Amém.
- A todos nós, a paz de Deus, nosso Pai,
a graça e a alegria de Nosso Senhor Jesus Cristo,
no amor e na comunhão do Espírito Santo.
- Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!
Preparamo-nos para a Leitura, rezando, com todos os internautas:
Jesus Mestre, que dissestes:
"Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome,
eu aí estarei no meio deles",
ficai conosco, aqui reunidos (pela grande rede da internet),
para melhor meditar e comungar com a vossa Palavra.
Sois o Mestre e a Verdade:
iluminai-nos, para que melhor compreendamos
as Sagradas Escrituras.
Sois o Guia e o Caminho:
fazei-nos dóceis ao vosso seguimento.
Sois a Vida:
transformai nosso coração em terra boa,
onde a Palavra de Deus produza frutos
abundantes de santidade e missão.
(Bv. Alberione)

1. Leitura (Verdade)

O que diz o texto do dia?
Leio atentamente, na Biblia, o texto: Jo 3,13-17,e observo Nicodemos e Jesus que conversam, procuro compreender
Neste texto Jesus conversa com Nicodemos. Fala da cruz, diz que o Filho do Homem será levantado na cruz, como a cobra de bronze numa estaca. A diferença é que olhando para a serpente as pessoas se sentiam preservadas da morte repentina. Em Jesus crucificado todos têm a vida eterna.

2. Meditação (Caminho)

O que o texto diz para mim, hoje?
Qual o sentido da cruz para mim? Entro em diálogo com o texto. Reflito e atualizo. O que o texto me diz no momento? Quais são as cruzes do mundo de hoje? Em Aparecida, os bispos disseram: "Durante seu ministério, os discípulos não foram capazes de compreender que o sentido de sua vida selava o sentido de sua morte. Muito menos podiam compreender que, segundo o desígnio do Pai, a morte do Filho era fonte de vida fecunda para todos (cf. Jo 12,23-24). O mistério pascal de Jesus é o ato de obediência e amor ao Pai e de entrega por todos seus irmãos. Com esse ato, o Messias doa plenamente aquela vida que oferecia nos caminhos e aldeias da Palestina. Por seu sacrifício voluntário, o Cordeiro de Deus oferece sua vida nas mãos do Pai (cf. Lc 23,46), que o faz salvação "para nós" (1 Cor 1,30). Pelo mistério pascal, o Pai sela a nova aliança e gera um novo povo que tem por fundamento seu amor gratuito de Pai que salva." (DAp 143).

3.Oração (Vida)

O que o texto me leva a dizer a Deus?
Dois riscos - Padre Zezinho, scj
Feita de dois riscos é a minha cruz
Sem esses dois riscos não se tem Jesus
Um é vertical, o outro horizontal
O vertical eleva, o horizontal abraça
Feita de dois riscos é a minha cruz
Sem esses dois riscos não se tem Jesus
Feita de dois riscos é a minha fé
Sem esses dois riscos religião não é
Um é vertical, o outro horizontal
Um vai buscar na fonte
O outro é o aqueduto
Feita de dois riscos é a minha fé
Sem esses dois riscos religião não é
Feita de dois riscos é o meu caminhar
Sem esses dois riscos posso não chegar
Um é vertical, o outro horizontal
O vertical medita, o horizontal agita
Feita de dois riscos é o meu caminhar
Sem esses dois riscos posso não chegar.
Do CD No peito eu levo uma cruz - Coletânea Jornada Mundial da Juventude - Brasil 2013 - http://www.paulinas.org.br/loja/DetalheProduto.aspx?idProduto=9570

4.Contemplação (Vida e Missão)

Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Vou olhar o mundo e a vida com os olhos de Deus.Vou eliminar do meu modo de pensar e agir aquilo que não vem de Deus. Como Jesus na cruz, terei sempre no coração o perdão.

Bênção

- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
-Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

Ir. Patrícia Silva, fsp
**************************
Mês da Bíblia - setembro 2011.
Inspirado no livro do Êxodo.
Tema: "Travessia: passo a passo, o caminho se faz".
Lema: "Aproximai-vos do Senhor" (Ex 16,9).
Divulgue na sua comunidade. Lá você encontra também uma Maratona Bíblica.

Deus abençoe esta sua "travessia" no mês da Bíblia.
- Se você quiser receber o Evangelho do Dia, acesse o seguinte endereço e preencha o formulário de cadastro -

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Ajudar casais em crise é obra de misericórdia

Afirma um bispo espanhol


SAN SEBASTIÁN,  (ZENIT.org) – Os cristãos não podem permanecer indiferentes diante das rupturas matrimoniais e ajudar na reconciliação é uma das maiores “obras de misericórdia” necessárias na atualidade.
Esta foi a mensagem do bispo de San Sebastián, Dom José Ignacio Munilla, no último dia 8 de setembro, em uma Missa celebrada na catedral por ocasião da padroeira da cidade, a Virgen del Coro.
O prelado aludiu aos números fornecidos nessa semana pelo Instituto Espanhol de Política Familiar, segundo os quais atualmente 3 de cada 4 casamentos se rompem na Espanha.
Segundo o informe, em 2000, de cada 100 casamentos, produziam-se 47 rupturas, enquanto em 2010, de cada 100 casamentos, 75 acabavam em rupturas.
Em sua homilia, o prelado vasco pediu que não se minimizasse “a tragédia desses números”, pois “não se trata de meras estatísticas, já que, por trás destes dados frios se escondem dramas pessoais, vidas repletas de dor e também fracassadas, crianças desconcertadas, futuros incertos”.
“Vivemos em uma geração que conquistou grandes cotas de progresso; e não me refiro somente ao progresso tecnológico, mas também a muitas conquistas sociais. Mas, ao mesmo tempo, há um grande salto entre esse progresso técnico-social e a crise espiritual de que boa parte da população padece”, afirmou.
Dom Munilla garantiu que a sociedade atual sofre de “uma orfandade moral e espiritual notórias... O materialismo sufocante e a frivolidade generalizada fazem que estejamos mais necessitados de 'mãe' e de 'pai' que nunca”.
“De fato, as feridas afetivas são mais frequentes entre nós do que à primeira vista possam parecer – sublinhou. Caberia afirmar que, em nossos dias, esse ser humano que presume falsamente de autossuficiência está mais necessitado que nunca de ser acolhido com entranhas de misericórdia.”
Neste sentido, exortou os presentes a um “esforço paciente em prol da reagrupação das famílias rompidas”.
“A saúde do casal e a saúde da família estão especialmente necessitadas de 'misericórdia', isto é, da cura das feridas originadas por tantas rupturas – afirmou. Não existe maior ato de misericórdia que lutar pela unidade da família e ajudar o reencontro dos casais separados!”
“Não podemos permanecer com os braços cruzados enquanto nossos familiares, conhecidos e vizinhos fracassam em seus projetos matrimoniais. É importante que, na medida em que consideremos oportuno, nós nos ofereçamos como canais de comunicação.”
Também pediu aos políticos “iniciativas que favoreçam a estabilidade da família”. “É muito triste que se tenha chegado a identificar o conceito de 'mediação familiar' com os esforços a favor de uma ruptura pactada, ao invés de entender a mediação familiar como uma terapia para superar as dificuldades que colocam em perigo a unidade da família.”

Mensagens do dia ( Restam esperanças )


Vida é sonho
Projetado na esperança!
Vida: libertação das amarras
e abertura aos projetos
que se formam na esperança.
Na contramão da história
a esperança se abre
como no gesto simples
de um abraço
que acalenta a utopia.

Quando a esperança entrar,
traçando os rumos da história,
nada se perderá
nem se apagará.
A vida nova que surge
há de mostrar sua força
como um horizonte de luz.

Num futuro esperado
não desista de lutar.
A esperança sempre estará
abrindo seus braços,
dizendo com toda voz:
vale a pena lutar
pois a vida renascerá.


Maciel Pinheiro

O MARKETING DE PAULO DE TARSO - Pe Zezinho scj

 Pe Zezinho scj

Jeremias 14,14, Atos 14,14 e Mc 12,40 a meu ver, resumem bem o que deve ser a espiritualidade e o marketing de qualquer profeta e pregador cristão. Paulo nos dá profundas lições de como sermos dados em espetáculo, caso o sejamos. Jeremias combate os que usam o nome de Deus, buscando a fama através da religião e de maneira mentirosa. É antiético e blasfemo anunciar que Deus falou conosco, quando não falou. Não são poucos os que, num marketing fingido e falso assumem autoridade espiritual que não possuem, enganam o povo, puxando-o para seu templo ou grupo de Igreja com uma mentira colossal: Deus falou comigo esses dias... É instrumentalizar o nome de Deus para levar vantagens sociais ou econômicas. Quem faz isso é mau profeta. Em Marcos 12,40 Jesus avisa o que acontecerá com tais pregadores. Receberão castigo maior.

***

Contra os falsos videntes e suas falsas revelações Jeremias revelava. Deus falou com eles? Pois falou também comigo! Podem profetizar? Eu também vou profetizar a respeito deles!

E disse-me o SENHOR: Os profetas profetizam falsamente no meu nome; nunca os enviei, nem lhes dei ordem, nem lhes falei; visão falsa, e adivinhação, e vaidade, e o engano do seu coração é o que eles vos profetizam ( Jr 14,14)

Sobre os que usam do púlpito para mentir e conseguir fama e dinheiro diz Paulo a Timóteo ( cf 2 Tm 4,1-5)

Insisto contigo, diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, na sua vinda e no seu reino que há de julgar os vivos e os mortos, que pregues a Palavra, insistas a tempo e fora de tempo, retruques, repreendas, exortes, com toda a paciência e com doutrina. Virá tempo em que muitos não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências. Desviarão os ouvidos da verdade, voltando-se para as fábulas. Mas tu, sê sóbrio e sereno em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério.

Em Atos 14, 14-15 Paulo e Barnabé, ao serem tratados como semi-deuses e ídolos, jogam-se no meio do povo, rasgam suas vestes e protestam com veemência contra a idolatria de que são alvos.

Ouvindo, porém, isto, os apóstolos Barnabé e Paulo, rasgaram as suas vestes, e saltaram para o meio da multidão, clamando e dizendo: Senhores, por que fazeis essas coisas? Nós também somos homens como vós, sujeitos às mesmas paixões, e vos anunciamos que vos convertais dessas vaidades ao Deus vivo, que fez o céu, e a terra, o mar, e tudo quanto há neles. (continua)

http://www.padrezezinhoscj.com/
Comentários: online@paulinas.com.br

A graça de perseverar - Pe. Zezinho, scj

 Pe. Zezinho, scj

Volúvel é o ser humano. Não se fixa em muitas coisas. Muitas vezes se fixa é no pecado, no qual não deveria perseverar enquanto abandona e trai a virtude, esta sim, motivo para perseverar. Não poucas vezes, o casal começa com juras de amor e de carinho eterno. Vem a dificuldade e um deles desiste. Pai ou mãe chora de emoção com o nascimento do filho no hospital. Vem a dificuldade e, ele ou ela, acaba fugindo de casa, sem o filho por quem chorou no dia do nascimento.

O religioso se compromete, faz os votos. Vem a dificuldade e ele opta por outro caminho. Não agüentava mais aquele sacrifício. Descobriu que não estava pronto para tamanho peso. Assim, os que trocam de empresa, de profissão, de amor, de família! Todos eles seguiram outro caminho, ou porque o achavam melhor ou porque o outro estava difícil demais.

Ninguém pode condenar alguém porque mudou. Sem conhecer todos os porquês, não há como emitir um julgamento. Na verdade, jamais conheceremos todos os porquês de uma pessoa.

Fato é fato. A nossa é uma sociedade em que pouco se favorece o dom da perseverança. Pelo contrário, muitíssimas mensagens sugerem que se busque o novo. Embutido na proposta, o conselho de que quando as coisas ficam difíceis não faz sentido continuar ... É graça que se deve pedir.

http://www.padrezezinhoscj.com/
Comentários para: online@paulinas.com.br

Mensagens do dia, com Pe. Zezinho

A fé como produto
 Pe. Zezinho, scj


Em várias igrejas cristãs, mercê de uma catequese imediatista que privilegia o sentir, mais do que o estudar, o aprender e o compreender cresceu o número de pregadores que dicotomizam a fé entre o bem e o mal. Não há "pode ser" nem "talvez". Trabalham com o certo e o absoluto. Tudo é anjo ou demônio, tudo é oito ou oitenta, tudo é Deus e anti-Deus. Entre São Paulo e Rio de Janeiro há pelo menos vinte cidades onde se pode morar com razoável conforto. Quem achasse que só se pode morar ou em São ou no Rio de Janeiro demonstraria incapacidade de assimilar a realidade.

São eles que em plena televisão ou congresso, quando apaga a luz atribui o fato ao inimigo, quando volta a acender após as preces que um deles comanda atribuem a volta a luz aos anjos. Recentemente um pregador olhou insistentemente o relógio de pulso que parecia não funcionar. A invés de ignorar o fato, dramatizou. Pôs a culpa no maligno, tirou o relógio do pulso e o jogou para os bastidores. O maligno estaria prejudicando sua pregação ao fazer parar o seu relógio de pulso. Outro atribuiu a epidemia da dengue ao demônio da dengue que comandava os mosquitos para levarem a doença aos lares. Solenemente expulsou-o do Brasil.

Os fatos se multiplicam e se repetem. Pior em tudo é que muitos que assim fazem estudaram teologia, mas resolveram praticar uma fé mágica que vê anjos onde não há e demônios onde nunca houve. Supersimplificam a vida decidindo que o que prejudica os fiéis é do demônio e o que faz bem é dos anjos e do céu. Assim, o câncer é obra do demônio e a cura é obra do céu, exceto quando um deles fica enfermo. Aí, é provação do céu, porque o demônio não poderia ferir quem já é do Cristo.

Sua visão de Cristo foge à teologia num flagrante sinal de que não estudaram a matéria. Garantem que têm visões e revelações especiais e veiculam isso pela imprensa. Garantem curas que, não verificadas ficam por isso mesmo. E houve aquele que disse que somos cristãos porque somos filhos do Cristo. Disse também que amor filia é o mesmo que amor filial. Como ninguém contesta, tais pregações prosseguem.

Um dizia que o rock não pode ser musica cristã porque é som do demônio, outro afirmava que determinada canção muito cantada entre católico, se tocada de trás para frente era um louvor a satanás. E houve aquele que garantiu que Maria não tem poder nenhum porque ela está dormindo à espera da ressurreição, mas que seu pregador preferido opera milagres com um simples toque. Aleluia! O pregador daquela igreja está salvo e tem mais poder do que a mãe de Jesus que está morta e ainda não chegou ao céu! A conclusão é óbvia: para ele Jesus tem poder só na terra, mas não tem depois da morte porque é incapaz de levar até a mãe dele para o céu! Um trecho de Paulo lhe garante que o céu só se abrirá no ultimo dia da humanidade. Esqueceu os outros trechos da mesma Bíblia que falam de salvação imediata e que dizem que Jesus tem todo o poder no céu e na terra...

É claro que o fiel que vê alguém jogar fora óculos, cadeira de rodas e muletas ao som de uma prece escolherá esta igreja, e não a outra na qual o pegador manda pensar e diz que o milagre não tem hora nem lugar marcado para acontecer. Entre o milagre que pode acontecer, mas não se sabe quando porque é Deus quem decide operar e aquele que garantidamente acontece no culto das 20h e no do sábado, o fiel que busca resultado vai lá onde milagres acontecem ao comando de um pegador poderoso em obras e palavras.

O mundo sempre escolheu o imediato. Esperar é virtude que poucos cultivam. Também não esperam pelo céu. Porque sentar-se à espera de uma refeição que demoraria 30 minutos se ele pode encomendar um prato feito em dois ou três?

A fé do prato feito, imediata tomou conta de inúmeras igrejas. Do restaurante de comida boa, mas cujas refeições demoram, muitos mudam para o restaurante ao lado que servem na hora comida quentinha. Quem serve mais depressa ganha a freguesia. Exceto quando a freguesia descobre o valor do diálogo à mesa e sabe que refeição não é só questão de comer e saciar-se. Pode ser ágape! Mais do que comer é estar juntos!
Cont.
http://www.padrezezinhoscj.com/  
Comentários para: online@paulinas.com.br

SANTO DO DIA

13/09
Santo Maurílio de Angers
Maurílio nasceu na segunda metade do século IV, em Milão, na Itália. Na juventude viajou para a Gália, agora França, atraído pela fama do Bispo mais ilustre de sua época, Martinho de Tours.

Naquela época, a região da Gália, tinha muito pouco conhecimento do Evangelho. Já existiam vários Bispos destacados pelas cidades, mas o cristianismo era um fenômeno particularmente urbano e poucos camponeses tinham acesso aos ensinamentos. A finalidade da missão de Maurílio era essa. Após sua ordenação sacerdotal, saiu em missão para evangelizar os camponeses dos campos mais distantes das cidades.

Então, Maurílio se entregou, de corpo e alma, à vida de pregação, sempre pronto a ajudar os pobres e doentes. Seu esforço teve muito êxito, pois, em 423, chegou à sua região uma delegação de camponeses, que lhe pediram para ser o bispo de sua localidade. Maurílio recebeu então a sua consagração episcopal e iniciou um ministério que durou cerca de trinta anos.

Foi assim que Maurílio se tornou muito respeitado e amado pelos humildes lavradores. A voz da tradição popular nos conta as histórias de vários prodígios ocorridos por sua intercessão. Com isto ganhou fama de santidade, que foi passada ao longo do tempo, para as gerações cristãs.

O acontecimento que fez de Maurílio, se tornar padroeiro dos jardineiros, foi porque que pela sua demora em batizar um menino, este acabou falecendo sem o sacramento. Sentindo-se culpado, abandonou a diocese, foi para a Inglaterra, onde se transformou num jardineiro. Mas ele foi chamado de volta e aceitou continuar seu episcopado.

O Bispo Maurílio morreu em Angers, aos 13 de setembro de 453, na França, onde foi sepultado na igreja que recebeu seu nome. Em 1239 suas relíquias foram colocadas em uma nova urna, mas depois de muitos séculos acabaram se perdendo, em 1791, quando a igreja foi demolida. Entretanto, uma pequena parte foi salva e se encontra hoje sob a guarda da Catedral de Angers, da qual Santo Maurílio é o padroeiro, sendo celebrado no dia de sua morte.
São João Crisóstomo
São João Crisóstomo é, certamente, o mais conhecido dentre os padres da Igreja grega. Nasceu em Antioquia por volta do ano 349. Pertencia a uma família distinta. Após a morte de Antusa, sua mãe, retirou-se para o deserto, onde viveu por seis anos, monasticamente. Os dois últimos anos passou-os numa caverna, na mais completa solidão.

Em 386, foi ordenado sacerdote pelo bispo Flaviano. A esta altura compôs o excelente tratado sobre o sacerdócio, por causa da consagração episcopal do seu amigo e companheiro de estudos, D. Basílio Magno. Logo alcançou fama de grande pregador, cuja eloquência lhe valeu o título de "Crisóstomo", o que significa: "boca de ouro". Mais tarde tornou-se patriarca de Constantinopla.

Desenvolveu, então, uma pastoral sistematizada, com evangelização rural, criação de hospitais, sermões "de fogo" com que incriminava e advertia os fiéis, chamando-os à conversão. São Pio X proclamou-o patrono especial da eloquência sagrada. A sua produção literária (600 entre discursos e sermões) ultrapassa todos os escritores orientais e no Ocidente apenas se lhe pode comparar Santo Agostinho. O seu estilo junta a espiritualidade cristã com a elegância e forma helênicas.

As intrigas políticas levaram-no várias vezes ao exílio, onde morreu. Era o dia 14 de Setembro de 407. Somente em 438 os seus restos mortais foram transferidos de Comana do Ponto para Constantinopla. São João da "Boca de Ouro" deixou-nos vários escritos expondo a fé cristã e encorajando à vivência daquilo que Jesus ensinou.

"Porque se alguém procurasse considerar o que é um homem ainda envolto na carne e no sangue, ter o poder de se aproximar daquela feliz e imortal natureza, veria então quão grande é a honra que a graça do Espírito Santo concedeu aos sacerdotes. Pois por meio desses se exercem essas coisas e outras também nada inferiores, que dizem respeito à nossa dignidade e a nossa salvação.

A eles que habitam nessa terra e fazem nela sua morada, foi dado o encargo de administrar as coisas celestiais e receberam um poder que Deus não concedeu nem mesmo aos anjos e arcanjos, pois não foram a esses que foi dito: "Tudo o que ligardes sobre a terra, será ligado no Céu e tudo o que desligardes sobre a terra será também desligado no Céu" (Mt18,18). Os que dominam nesse mundo possuem também o poder de atar, porém somente os corpos; mas a atadura de que falamos, diz respeito à própria alma e penetra os Céus; e as coisas que aqui na terra, o fazem os sacerdotes, Deus as ratifica lá nos Céus confirmando a sentença de seus servos.

Afinal o que mais lhes foi dado, senão todo o poder celestial? "Aqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos" (Jo. 20,23). Que poder maior do que esse alguém poderia receber? O Pai entregou ao Filho todo o poder, porém vejo que todo esse poder o Filho colocou nas mãos dos sacerdotes. É como se já tivessem sido trasladados aos Céus e erguendo-se sobre a natureza humana, livres de nossas paixões, tivessem sido elevados a tão grande poder.

Imagine se um rei proporcionasse tal honra a um de seus súditos, o qual por sua vontade encarcerasse, ou pelo contrário, livrasse das prisões a quem bem entendesse, será que esse não seria visto como um fortunado e respeitado por todos? E aquele que recebeu de Deus um poder infinitamente maior, mais precioso ao Céu do que à terra, mais precioso à alma do que ao corpo, será que para alguns tal honra possa parecer algo tão insignificante que não mereça consideração ou que se possa depreciar o benefício? Longe de nós tal loucura!

De fato, seria sem dúvida uma grande loucura depreciar uma dignidade tão grande, sem a qual não podemos obter nem a salvação, nem os bens que nos foram propostos, porque ninguém pode entrar no Reino dos Céus se não for regenerado pela água e pelo espírito (Jo. 3,5). E aquele que não come a carne do Senhor e não bebe seu sangue, está excluído da vida eterna. Nenhuma dessas coisas se faz pelas mãos de qualquer outro,senão por aquelas santas mãos do sacerdote. Como poderá pois alguém, sem o auxílio desses, escapar do fogo do Inferno ou chegar à conquista das coroas que lhes estão reservadas?

Esses pois são a quem foram confiados os partos espirituais e encomendados os filhos que nascem pelo Batismo. Através desses, nos revestimos de Cristo e nos unimos ao Filho de Deus tornando-nos membros daquela bem-aventurada Cabeça, de forma que para nós, com justiça eles devem ser respeitados não apenas mais do que os poderosos e reis, mas até mesmo mais do que nossos próprios pais, porque esses nos geraram pelo sangue e pela vontade da carne, enquanto os sacerdotes são os autores do nosso nascimento para Deus, para aquela ditosa geração da verdadeira liberdade e da adoção de filhos segundo a graça."

São João Crisóstomo, Bispo, Confessor e Doutor da Igreja (+ Ponto, Ásia Menor, 407) Passou alguns anos como eremita solitário no deserto e depois foi sacerdote em Antioquia. Nomeado bispo e patriarca de Constantinopla, esforçou-se para moralizar o Clero, no qual havia desvios e escândalos, e chegou a depor bispos indignos. Denunciou também, corajosamente, abusos de autoridades civis.

Despertou, por tudo isso, antipatias em pessoas poderosas, tanto na ordem espiritual quanto na temporal. Foi, em conseqüência, duas vezes desterrado e morreu no exílio. Era amigo íntimo e tinha sido colega de estudos de Basílio Magno. Sua eloqüência extraordinária lhe valeu o título de Crisóstomo, que em grego significa "Boca de Ouro" e a designação, pelo Papa Pio X, como o patrono da eloqüência sagrada.

É considerado um dos quatro grandes Doutores da Igreja Oriental e deixou uma produção intelectual abundante e variada, composta de aproximadamente 600 sermões e discursos.

São João Crisóstomo, rogai por nós.

LITURGIA DIÁRIA

Dia: 13/09/2011
Primeira Leitura: 1º Timóteo 3, 1-13

SÃO JOÃO CRISÓSTOMO BISPO E DOUTOR
(branca, pref.comum ou dos pastores - ofício da memória)

Leitura da primeira carta de são Paulo a Timótio - 1Eis uma coisa certa: quem aspira ao episcopado, saiba que está desejando uma função sublime. 2Porque o bispo tem o dever de ser irrepreensível, casado uma só vez, sóbrio, prudente, regrado no seu proceder, hospitaleiro, capaz de ensinar. 3Não deve ser dado a bebidas, nem violento, mas condescendente, pacífico, desinteressado; 4deve saber governar bem a sua casa, educar os seus filhos na obediência e na castidade. 5Pois quem não sabe governar a sua própria casa, como terá cuidado da Igreja de Deus? 6Não pode ser um recém-convertido, para não acontecer que, ofuscado pela vaidade, venha a cair na mesma condenação que o demônio. 7Importa, outrossim, que goze de boa consideração por parte dos de fora, para que não se exponha ao desprezo e caia assim nas ciladas diabólicas. 8Do mesmo modo, os diáconos sejam honestos, não de duas atitudes nem propensos ao excesso da bebida e ao espírito de lucro; 9que guardem o mistério da fé numa consciência pura. 10Antes de poderem exercer o seu ministério, sejam provados para que se tenha certeza de que são irrepreensíveis. 11As mulheres também sejam honestas, não difamadoras, mas sóbrias e fiéis em tudo. 12Os diáconos não sejam casados senão uma vez, e saibam governar os filhos e a casa. 13E os que desempenharem bem este ministério, alcançarão honrosa posição e grande confiança na fé, em Jesus Cristo. - Palavra do Senhor.


Salmo Responsorial(100)

REFRÃO: Viverei na pureza do meu coração!
1. Salmo de Davi. Cantarei a bondade e a justiça. A vós, Senhor, salmodiarei. Pelo caminho reto quero seguir. Oh, quando vireis a mim? Caminharei na inocência de coração, no seio de minha família. - R.
2. Pelo caminho reto quero seguir. Oh, quando vireis a mim? Caminharei na inocência de coração, no seio de minha família. Não proporei ante meus olhos nenhum pensamento culpável. Terei horror àquele que pratica o mal, não será ele meu amigo. - R.
3. Exterminarei o que em segredo caluniar seu próximo. Não suportarei homem arrogante e de coração vaidoso. - R.
4. Meus olhos se voltarão para os fiéis da terra, para fazê-los habitar comigo. Será meu servo o homem que segue o caminho reto. - R.



Evangelho: Lucas 7, 11-17


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas - Naquele tempo, 11No dia seguinte dirigiu-se Jesus a uma cidade chamada Naim. Iam com ele diversos discípulos e muito povo. 12Ao chegar perto da porta da cidade, eis que levavam um defunto a ser sepultado, filho único de uma viúva; acompanhava-a muita gente da cidade. 13Vendo-a o Senhor, movido de compaixão para com ela, disse-lhe: Não chores! 14E aproximando-se, tocou no esquife, e os que o levavam pararam. Disse Jesus: Moço, eu te ordeno, levanta-te. 15Sentou-se o que estivera morto e começou a falar, e Jesus entregou-o à sua mãe. 16Apoderou-se de todos o temor, e glorificavam a Deus, dizendo: Um grande profeta surgiu entre nós: Deus voltou os olhos para o seu povo. 17A notícia deste fato correu por toda a Judéia e por toda a circunvizinhança. - Palavra da salvação.

Comentário do Evangelho



Com a expressão "em seguida", Lucas articula a cura do servo do centurião com esta cura do filho da viúva. Uma grande multidão com Jesus e seus discípulos aproxima-se de uma cidade amuralhada. Ao chegarem à porta, encontram outra grande multidão que sai da cidade para enterrar um morto. É a corrente da vida que vem inundar a cidade dos mortos. Esta narrativa de milagre diferencia-se da cura do servo do centurião romano, que a antecede. No caso do centurião a cura do servo resultou da "tão grande fé" por ele manifestada. Neste caso do filho da viúva de Naim, é Jesus quem toma a iniciativa. Jesus se faz próximo da viúva, com um gesto de misericórdia característica nas narrativas de Lucas. É a prática inspirada pela parábola do samaritano que cuida do homem espancado à beira da estrada (cf. 3 out). É a prática amorosa e misericordiosa de Jesus que lança sementes de fé entre todos aqueles que passaram a glorificar a Deus.

José Raimundo Oliva

Oração
Pai, torna-me sensível ao sofrimento e à dor de cada pessoa que encontro no meu caminho. Que a minha compaixão se demonstre com gestos concretos
Prática amorosa e misericordiosa de Jesus

O Evangelho do Dia ( Terça-Feira )

Ano A - Dia: 13/09/2011


Jesus ressuscita o filho de uma viúva
Leitura Orante

Lc 7,11-17

Pouco tempo depois Jesus foi para uma cidade chamada Naim. Os seus discípulos e uma grande multidão foram com ele. Quando ele estava chegando perto do portão da cidade, ia saindo um enterro. O defunto era filho único de uma viúva, e muita gente da cidade ia com ela. Quando o Senhor a viu, ficou com muita pena dela e disse:
- Não chore.
Então ele chegou mais perto e tocou no caixão. E os que o estavam carregando pararam. Então Jesus disse:
- Moço, eu ordeno a você: levante-se!
O moço sentou-se no caixão e começou a falar, e Jesus o entregou à mãe. Todos ficaram com muito medo e louvavam a Deus, dizendo:
- Que grande profeta apareceu entre nós! Deus veio salvar o seu povo!
Essas notícias a respeito de Jesus se espalharam por todo o país e pelas regiões vizinhas.

Leitura Orante

Preparo-me para a Leitura Orante, rezando a bênção bíblica:
A bênção do Deus de Sara, Abraão e Agar,
a bênção do Filho, nascido de Maria,
a bênção do Espírito Santo de amor,
que cuida com carinho,
qual mãe cuida da gente,
esteja sobre todos nós. Amém!
Em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. Amém.

1. Leitura (Verdade)

- O que a Palavra diz?
Leio de forma pausada e atenta, na Bíblia, a Palavra em Lc 7,11-17.
Na estrada, de Cafarnaum à Samaria, fica Naim. Jesus encontra, perto da cidade, este funeral: o filho único de uma viúva. O texto diz que Jesus "ficou com muita pena dela", da mãe. Primeiro, a consola: "Não chore!" Depois chegou mais perto do caixão e os que carregavam o defunto, pararam. E "tocou" o caixão. Em seguida, deu a ordem de vida: "Moço, eu ordeno a você: levante-se!" O moço sentou-se e começou a falar. Jesus o ressuscitou! E o entregou à sua mãe. O toque de Jesus com sua mão é um toque de vida. Acrescente-se a este gesto, a sua Palavra.

2. Meditação(Caminho)

- O que a Palavra diz para mim?
Posso me perguntar tantas coisas. Jesus, pela sua Palavra e pela Eucaristia é Deus conosco, "todos os dias", como garante ele próprio?( Cf Mt 28,20). Como acolho este "toque", mais que isso: esta vinda de Jesus a mim pela comunhão? Creio que ele pode ressuscitar aquilo que está fraco e até, de certa forma, morto em mim? Os Bispos na V Conferência, afirmaram: "Nossos povos não querem andar pelas sombras da morte. Têm sede de vida e de felicidade em Cristo. Buscam-no como fonte de vida. Desejam essa vida nova em Deus, para a qual o discípulo do Senhor nasce pelo batismo e renasce pelo sacramento da reconciliação. Procuram essa vida que se fortalece, quando é confirmada pelo Espírito de Jesus e quando o discípulo renova sua aliança de amor em Cristo, com o Pai e com os irmãos, em cada celebração eucarística. Acolhendo a Palavra de vida eterna e alimentados pelo Pão descido do céu, quer viver a plenitude do amor e conduzir todos ao encontro com Aquele que é o Caminho, a Verdade e a Vida." (DAp 350).

3. Oração (Vida)

- O que a Palavra me leva a dizer a Deus?
Rezo com o Salmista:
Senhor, tu me mostras o caminho que leva à vida.
A tua presença me enche de alegria e
Me traz felicidade para sempre. (Sl 16,11).

4. Contemplação(Vida/ Missão)

- Qual o meu novo olhar a partir da Palavra?
Hoje, nos momentos bons e também nos mais complicados terei esta certeza: Deus está aqui. O Senhor dirige a minha vida! Meu futuro está nas suas mãos. (Sl 16,5)

Bênção

- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
-Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.
Irmã Patrícia Silva, fsp
**************************
Mês da Bíblia - setembro 2011.
Inspirado no livro do Êxodo.
Tema: "Travessia: passo a passo, o caminho se faz".
Lema: "Aproximai-vos do Senhor" (Ex 16,9).
Divulgue na sua comunidade. Lá você encontra também uma Maratona Bíblica.

Deus abençoe esta sua "travessia" no mês da Bíblia.
- Se você quiser receber o Evangelho do Dia, acesse o seguinte endereço e preencha o formulário de cadastro -

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Mensagens do dia ( Novos céus e terra nova...)


Novos céus e terra nova...
Ainda será possível tal novidade,
no final de um novo milênio,
se o ser humano parece ter perdido a capacidade de sonhar,
de olhar para o alto e de acreditar no Outro?

Na alma de todo homem e de toda mulher, campo fértil onde o criador semeia o céu, habita há séculos a novidade que todo povo, geração, raça, cultura ou sabedoria procura desde sempre.

Filhos do homem somos, a novidade da criação.
Somos a diferença que ama e convite com os oceanos, as baleias, as árvores e os rios,
as flores e o ser humano...

Olhar para o alto significará "sair" de dentro de si até perder de vista a terra, brincar de esconder como o menino com a lua, sem medo do lume das estrelas, que desenham no firmamento de nossa história
uma eterna constelação de amor: o ser humano, sonho e terra do Deus da vida.

Louvar a tolerância é aceitar sair do próprio universo, para partir, como um navegador, em busca de mundos e céus novos e desconhecidos; como um apóstolo, anunciar que somente do outro despontará a fraternidade.

A você, criatura humana, tão igual e diferente, desejo boa viagem na "nova" vida, que o sonho torna-se, assim, real e possível nessa sua terra.


Pe. Rui da Silva Pedro
Do livro: Elogio da Tolerância - Paulinas

O LIVRO E O TECLADO - Pe Zezinho scj

 Pe Zezinho scj


Dias atrás, dizia-me um professor, afirmação confirmada por pelo menos quinze professores de outras matérias que seus alunos são rápidos de acesso e ruins de pesquisa. Vale dizer: correm para a WEB quando precisam de alguma informação, mas perderam a capacidade de manusear livros, folhear, anotar e saber o nome dos pensadores do seu tempo. Vem tudo resumido, reescrito, recortado e parcelado. O livro é inteiro, mas o verbete que buscam vem ruminado e parcelado. Parecem a dona de casa que nunca comprou um queijo, ou um pernil inteiro. Só os conhece em fatias.

Perguntei, esses dias, a acadêmicos em fim de curso os nomes de cinco filósofos e cinco teólogos modernos. Tiveram dificuldade de lembrar, embora soubessem. Admitiram que falta familiaridade com os pensadores do seu tempo. Não ficaram íntimos com os seus livros. A Internet não tem o mesmo fascínio de um livro à cabeceira ou no banco ao lado.

Existe hoje uma "geração www". Não procuram, não manuseiam, nem pesquisam. Digitam e a Internet vomita a informação, mas vomita em fatias. Quem aposenta um livro corre o risco de perder parte significativa do mundo da cultura. Nas duas meadas, acha um fio e perde o outro.

O que dizer sobre o uso da Internet e o manuseio dos livros? Que um não deveria dispensar o outro. Há temas que não se encontra em livros e há conteúdos que não se acha na Internet. Cabe aos professores motivar o aluno a freqüentar bibliotecas tanto quanto as lan-houses ou os cafés digitais, tenham estas casas o nome que tenham. Ensine-se aos jovens que a cultura do teclado não pode substituir a do manuseio das páginas. Há que se ter familiaridade com os dois, porque nem acabou nem acabará a era do livro, venha ele como vier no futuro e pelo visto a Internet veio para ficar.

Perde, e muito, o aluno que apenas se guia pela Internet, ainda que sonora e bem mais sofisticada. Num mundo digitalizado vale lembrar que o mesmo dedo que digita é o que ainda segura a caneta, manuseia o livro impresso e a revista de banca. Cabe aos pais e professores mostrar ao aluno a importância de saber quando desligar o computador para se ligar num livro.

http://www.padrezezinhoscj.com/
Comentários para: online@paulinas.com

Criou e continua criando - Pe. Zezinho, scj


 Pe. Zezinho, scj

Não me criou, está me criando.
Não me fez, está me fazendo.
Não me amou: está me amando!
Deus continua criando. Está aí uma expressão que pouca gente entende. Ficou o hábito de dizer que Deus criou. Paramos nisso. Parece que é uma coisa lá do passado e que depois de seis dias Ele cansou e está descansando até hoje. Nada mais errado. Deus não foi Criador. Ele é criador. Criou, está aperfeiçoando, criando crianças, velhinhos, vai criando vidas e mais vidas, cria a esperança e no-la dá, enche-nos de valores.
Deus cria até o fim de nossa vida e nos cria para o céu. Está criando vidas novas a cada detalhe. Tudo bem que é o ciclo da vida, mas Ele está ali. Está criando pensamentos, sentimentos e amores. Está esculpindo a moça bonita e o rapaz charmoso e atraente, mas também está esculpindo e criando a moça não tão bonita, mas cujos valores ultrapassam de longe o estético das outras. Além disso, o que é estético para nós nem sempre é estético para Deus. O belo tem outro significado em Deus. O belo Dele não tem que ser o nosso. Os padrões de beleza mudam até com a geografia.
A verdade é que Deus é essencialmente Criador. Não teria criado o Universo se não fosse Pai e Criador. Não foi uma brincadeira nem um gesto isolado. Faz parte da essência de Deus. A expressão "Deus me criou" é certa, mas logo a seguir, devemos acrescentar: "e continua me criando e eu sou grato para com Ele". Como Pai que é, põe filho no mundo e quando o filho tiver 50 anos ainda vai precisar dos pais. Criar é um ato. Continuar criando são muitos atos. Deus não seria criador se tivesse atuado uma só vez e feito uma só coisa. É criador porque, como diz Jesus, o "Pai está fazendo o seu trabalho eterno, até os dias de hoje e eu também estou trabalhando" (Jo 5,17).
A expressão Deus descansou é Bíblica e significa mais do que parar ou sentar-se para recuperar as forças. Deus não se cansa. A expressão Shabat (repouso), de onde vem a palavra Sábado, era utilizada com o objetivo de mostrar que Deus tomou um tempo para contemplar a sua obra e viu que era boa. Era didática. Propunha o louvor e a contemplação, para que o homem não caísse escravo do trabalho. Nós, humanos, precisamos de shabat, descansar das nossas correrias e tomar tempo para completar a obra que estamos fazendo, porque ela também é boa. Para judeus e cristãos, contudo, o trabalho é mais importante do que o descanso, a tal ponto que 85% da semana - seis dias - é para trabalhar e apenas 15% para descansar - um dia. Ou seja, 24 horas das 168 horas da semana.
A espiritualidade do trabalho e do repouso é profunda. Vem da noção de um Deus que trabalha. Não nos esqueçamos disso toda vez que falarmos do Deus Criador. Aquele que me criou não parou de criar, está criando astros, astros e astros e está me criando. Eu louvo o Deus que me criou e continua me criando e vai me criar até eu ir para o céu. E vai continuar a me criar lá no céu também. Não sei como, mas eu sei que o amor é criador e Ele vai continuar me amando no céu. Então haverá uma criação continuada por toda a eternidade. Pensemos nessas coisas. Aquele que não pára de amar, também não pára de criar. Não é tão difícil de entender, quando se sabe e entende o amor como algo não estático...

http://www.padrezezinhoscj.com/
Comentários para: online@paulinas.com.br

Mensagens do dia, com Pe. Zezinho

Mídia que deseduca
Pe. Zezinho, scj

Os comerciais de rádio e de televisão são criados para influenciar. Informam e motivam. Em geral, de maneira positiva como é o caso do aviso para aquele que bebe: não dirija. Vale dizer que o produto pode causar danos quando ingerido acima do limite.

Todos eles poderiam e deveriam educar, porque há crianças ou pessoas de pouco discernimento do outro lado, a ver e a ouvir. Há que se pensar nelas. Um simples comercial pode fazer a diferença quando quem o faz atenta para os detalhes. Num comercial, bonito até, que mostrava a sensibilidade do anunciante, uma criança sai rodando um pneu de uma garagem e percorre as ruas, absorto no pneu. Em nenhum momento a criança olha para a rua ou para os lados. Faltou a preocupação com as crianças do lado de lá. Um pai chamou-me a atenção para o fato. Seu menino fez o mesmo e, ao chamar-lhe a atenção por não ter pedido licença de brincar na rua e por não ter olhado para o lado, o pequeno de seis anos lembrou-lhe que o menino da televisão também não olhou...

Imaginemos o quadro. Se quem idealizou o comercial tivesse incluído estas cenas, teria lembrado às crianças que, se brincarem na rua, deverão olhar ao redor e tomar os devidos cuidados. Não tendo levado em conta esta possibilidade, haverá certamente outros meninos a repetirem a cena, para o susto de outros pais e mães.

Nós que escrevemos, fazemos reportagem ou publicidade não somos perfeitos, nem jamais o seremos. Em alguma linha, palavra ou imagem correremos o risco de dar sugestões erradas a um dos milhões de olhos que nos verão. Se pensarmos apenas no objetivo que nos propusemos e não e entendermos que haverá outros olhos e ouvidos no caminho podemos ser causadores de dor e de consternação. Crianças imitam. Todo mundo sabe disso!

Anunciar tem os seus riscos. Anúncio de cigarro, bebida, comida, esportes, religião precisa ser bem pensado. Alguns publicitários tomam o cuidado de pedir às famílias que não imitem seu comercial, ou que digam às crianças para não agirem daquela forma. Outros, nem tanto!

Um simples pneu rodado por um pequeno ator que não olhou para os lados, a seu modo pôs em risco alguns meninos em muitas cidades deste país. Se o publicitário tivesse mostrado que o menino do comercial olhou, parou e respeitou os veículos, teria feito um favor aos pais. Agora, pais e mães precisarão dizer aos seus pequenos: Não imitem aquele menino do pneu. Ele não olhou para os lados.

http://www.padrezezinhoscj.com/
Comentários para: online@paulinas.com.br