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domingo, 4 de maio de 2014

Maria, uma Mulher com passo dedicado

Estar na Escola da Mãe de Jesus, é tornar-se cada vez mais desapegado, pequeno e humilde.
Por Dom Roberto Francisco Ferreria Paz*
O mês de maio, trás como proposta a contemplação da Maria a Mãe de Jesus como modelo de fé e seguimento do Cristo. Toda sua vida foi uma peregrinação na esperança, acreditando firmemente nas promessas de Deus. Torna-se exemplo de mulher que quer com passo decidido alcançar sua vocação humana e cristã, trilhando o caminho da entrega, do serviço e da total disponibilidade.
Como apresenta o papa Paulo Vi, na Encíclica Marialis Cultus, Maria é modelo de mulher forte, profetisa de Israel, que não vacila em anunciar no Magnificat a ação do Deus fiel que exalta os humildes e os pobres e deixa os ricos de mãos vazias. Ela não se submete aos clichês do seu tempo que obrigavam a mulher a passividade e ao conformismo, pelo contrário, no seu sim faz acontecer um processo de libertação continua a serviço do Reino de Deus.
Ela vivenciou profundamente no acompanhamento de seu Filho, que a verdadeira realeza e senhorio consiste em praticar com fidelidade a vontade de Deus com humildade e colocando-se sempre como Jesus cingida para abraçar a bacia e a toalha, símbolos da doação e trabalho para o resgate dos irmãos. Um culto e uma espiritualidade mariana que não nos leva a conversão e a missão na comunidade, é certamente falsa e inautêntica uma vez que se afasta do caminho escolhido por Nossa Senhora para cumprir sua vocação.
A oração de Maria, cheia de silêncio amoroso e compassivo a aproximava do sofrimento e da dor de seus filhos prediletos, os pobres e necessitados como em Caná da Galiléia. Estar na Escola de Maria, é tornar-se cada vez mais desapegado, pequeno e humilde, indicando sempre a observância e a escuta da Palavra do seu Filho. Que aprendamos com Ela a estar ao pé da Cruz, oferecendo como sacrifício agradável a Deus, nossos projetos, desejos, e sentimentos, aceitando sempre o desígnio divino em nossa vida e missão. Que sejamos como Ela como afirmava São João Crisóstomo, barquinhos a vela dirigidos e conduzidos pelo vento impetuoso do Espirito Santo. Que neste mês consigamos crescer na mística de ser e viver como Maria, a aventura da fé, com ousadia e criatividade evangélicas, encarnando a Boa Nova do Ressuscitado em todos os ambientes e lugares. Deus seja louvado!
CNBB, 29-04-2014.

*Dom Roberto Francisco Ferreria Paz é bispo de Campos (RJ).

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Se Maria era Imaculada, por que se purificou no templo?




A leitora Ranny pediu que esclarecêssemos uma questão muito pertinente:


“Uma dúvida: Maria foi concebida sem pecado. Certo, eu creio nisso, amo minha Mãe Maria Santíssima. Porém, em Lc 2,22-24, houve a purificação de Maria, como isso se explica? Gostaria de sua explicação a respeito disso, pois se alguém me perguntar não saberei responder.”


Pois não, Ranny!

Em primeiro lugar, precisamos ter em mente que Nossa Senhora, como boa judia, cumpria todas as prescrições de sua religião. Nesse caso, a lei de Moisés dizia que toda mulher que tivesse parido deveria ir ao templo para se purificar. Não porque tivesse cometido qualquer pecado, mas somente porque derramou sangue.

Repare a seguir no texto da lei; fica claro que a mulher será purificada “do seu fluxo de sangue”.

“Quando uma mulher conceber e der à luz um menino, ficará impura durante sete dias e também durante a sua menstruação.

No oitavo dia, o prepúcio do menino será circuncidado; e, durante trinta e três dias, ela ainda se deverá purificar do seu sangue. Não poderá tocar nenhuma coisa consagrada, nem ir ao santuário, enquanto não terminar o tempo da sua purificação. (…)

Quando a mulher tiver terminado o período da sua purificação, seja por um menino, seja por uma menina, levará ao sacerdote, à entrada da tenda da reunião, um cordeiro de um ano para o holocausto, e um pombinho ou rola para o sacrifício pelo pecado. O sacerdote oferecê-los-á diante de Javé, realizará por ela o rito pelo pecado, e ela ficará purificada do seu fluxo de sangue.” (Lev 12,2-7)
Quando a mulher judia derramava sangue – devido ao parto ou à menstruação – ela ficava em estado de “impureza ritual”. Esse tipo de impureza também ocorria quando um homem tocava em um cadáver (óbvio que não há pecado nisso, afinal, é preciso dar digna sepultura aos mortos) ou quando se comia sem lavar as mãos. Então, nesse texto de Levítico, quando se diz “pecado”, é no sentido de impureza ritual, e não de ofensa a Deus.

Ainda que Nossa Senhora seja totalmente pura e não necessite de qualquer purificação ritual, ela dava o exemplo, sendo humilde e cumprindo o que a lei manda, como qualquer mulher do povo de Israel. A Virgem Maria e São José não levaram para o templo um cordeiro, mas sim um par de pombos. Isso indica claramente que eram pessoas pobres.

Há um episódio da vida de Jesus que é comparável a esse, da purificação de Sua Mãe, quando Ele pediu ao Seu primo para ser batizado… absurdo! O batismo de João requeria o arrependimento dos pecados, implicando no nascimento para uma nova vida em Deus. Ora, e acaso Jesus tinha pecado? Acaso não é Ele mesmo Deus, estando em plena comunhão com o Pai desde sempre? Batizá-lo parecia mesmo algo descabido, a princípio.

Tanto isso é verdade que João Batista ficou perplexo, e não queria batizá-lo de jeito nenhum. Entretanto, o bom Mestre desejava submeter-se ao batismo, do qual não precisava de modo algum, para nos ensinar um dos primeiros passos da Salvação. Ele estava nos dando o exemplo.

E pensar que tem muita gente por aí que se acha tão boa, mas tão boa, que diz que não precisa de religião… Legal! Enquanto isso, a Virgem judia e o próprio Deus feito Homem cumpriam humildemente os ritos, ainda que esses não lhe fossem necessários.
jesus_batismo
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sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Jesus Cristo nos deu a Virgem Maria

Depois de entregar-se inteiramente à vontade do Pai, Jesus Cristo nos deu a Virgem Maria por Mãe.
Do alto da cruz, Jesus Cristo nos deu Nossa Senhora por Mãe.
Deus amou o mundo até o extremo, por isso entregou seu Filho único a nós, para que por Ele tenhamos a vida eterna: “Pois Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna” (Jo 3, 16). O amor do Pai por nós foi tão extremo que entregou Jesus Cristo, da mesma substância que Ele, para pagar pelos nossos pecados no madeiro da cruz. Deus Pai entregou quem mais amava, o Seu Filho Jesus Cristo, por amor de nós, para que pelo Espírito tenhamos vida e a tenhamos em abundância (cf. Jo 10, 10).

Cristo entregou toda a sua existência pelo gênero humano, aniquilando-se assumindo a nossa condição (cf. Fl 2, 7). Nos dias de sua vida pública entregou-se inteiramente ao ensino, à pregação aos discípulos. Chegando o fim de seus dias, Jesus entregou-se ao sofrimento por amor a nós. Ele sofreu a flagelação, foi açoitado e recebeu uma coroa de espinhos (cf. Jo 19, 1-2). Ele era o homem das dores, experimentado nos sofrimentos (cf. Is 53, 3).

Na cruz, Jesus não tinha mais o que nos dar, pois sua vida estava totalmente entregue à vontade do Pai. Até mesmo suas vestes foram tomadas pelos guardas que o crucificaram (cf Jo 19, 23). No auge de sua dor, Cristo entregou-nos a sua Mãe, a Virgem Maria (cf. Jo 19, 26), que é carne da Sua carne. Como o Pai nos amou e nos deu o Seu Filho muito amado (cf. Mc 9, 7), Jesus nos deu aquela que ele mais amava neste mundo. Do alto da cruz, num último esforço, Jesus nos entregou Maria por nossa Mãe: “Mulher, eis aí teu filho” (Jo 19, 26).

Depois das provas extremas do amor do Pai, que nos deu Jesus, e do Filho nos dar a Virgem Maria por mãe, como não acolher Jesus Cristo em nossas vidas? Como rejeitar a sua Mãe santíssima? O próprio Cristo, que na cruz entregou a sua Mãe a João, dirige a nós as mesmas palavras: “eis a tua Mãe!” (Jo 19, 27). Façamos como o Discípulo amado e levemos Nossa Senhora para a nossa casa, para a nossa vida. Como os apóstolos e discípulos, nos unamos em oração com a Mãe do Senhor (cf. At 1, 14), pois como em Pentecostes (cf. At 2, 1ss), Jesus que nos dar também o Espírito Santo.

Assim, não tenhamos medo de acolher Jesus Cristo e a Virgem Maria em nossas vidas. Pois, Nossa Senhora e Seu Filho querem nos levar ao Pai, para a pátria celeste e definitiva. A felicidade eterna é o que todo coração humano deseja. Esta felicidade eterna que Jesus quer nos dar é estar com Deus Pai, Filho e Espírito Santo, no Reino dos Céus, por toda a eternidade. Mas, para alcançar a salvação, esse Reino precisa acontecer em primeiro lugar em nós. Maria nos foi dada para que o Reino de Deus aconteça em nosso interior, seja gerado em nós pelo Espírito Santo. Jesus Cristo é esse Reino de amor que Nossa Senhora quer gerar em nós, por isso, nos entreguemos inteiramente a ela, sem reservas, para que em nós seja formada as feições do seu Filho Jesus Cristo.

Fonte:http://blog.cancaonova.com/tododemaria/jesus-cristo-nos-deu-a-virgem-maria/