sexta-feira, 17 de julho de 2015

SANTO DO DIA - 17/07

17/07

Bem-aventurado Inácio de Azevedo e companheiros
Inácio de Azevedo nasceu em Portugal, no Porto, no ano de 1527, era filho de D.Emanuel e Dona Vielante, descendentes de famílias lusitanas ricas e nobres. Aos dezoito anos de idade, tornou-se administrador dos bens familiares.

Em 1548, após um retiro em Coimbra , decidiu-se pela vida religiosa, entrando na Companhia de Jesus, revelando-se excelente religioso, tendo sido nomeado reitor do Colégio Santo Antônio em Lisboa,antes mesmo de terminar o curso de teologia, tinha apenas 26 anos de idade. Após o termino do seu curso, foi mandado a Braga, para assessorar o bispo da cidade na reforma da Diocese. No ano de 1565, São Francisco Borja, confiou a Inácio a inspeção das missões das Índias e do Brasil, durando esta visita cerca de três anos. Em seu relatório, Inácio pedia reforços e São Francisco de Borja ordenou-lhe que recrutasse em Portugal e Espanha elementos para o Brasil. Após cinco meses de intensos preparativos religiosos, dia 5 de junho de 1570, Inácio e mais 39 companheiros, partiram no navio mercante São Tiago enquanto outros trinta companheiros seguiam em barcos de guerra.

Jacques Sourie, que partiu de La Rochelle para capturar os jesuítas, alcançou-os e após muita luta, foram dominados pelos calvinistas; Sourie declarou salvar a vida de todos os sobreviventes com exceção dos jesuítas; estes foram cruelmente degolados. O número de mártires chegou a quarenta, pois também foi degolado um postulante que havia sido recrutado durante a viagem.

O Bem-aventurado Inácio de Azevedo e seus quarenta companheiros de martírio eram nove espanhóis e os demais portugueses e o culto desses mártires foi confirmado pelo Papa IX em 1854.

Bartolomeu de Las Casas
Bartolomeu de Las Casas nasceu em Sevilha, na Espanha, no ano de 1474. Seu pai era um mercador da esquadra de Colombo, na segunda viagem ao novo continente. Estudou na Universidade de Salamanca, onde se graduou em Direito. Foi para a América como Conselheiro Legal do Governador, chegando em 15 de abril de 1502, na ilha Espanhola.

Como a maioria, Bartolomeu estava motivado pelo espírito aventureiro e explorador de riquezas, logo se adaptando ao estilo de vida influente dos colonizadores. No início, aceitou o ponto de vista convencional quanto à exploração da população indígena. Ele também participou dos ataques contra as tribos, e os escravizava em suas plantações.

Depois viajou para Roma, onde terminou os estudos e se ordenou sacerdote em 1507. A rainha Isabel, chamada "a católica", da Espanha, considerava a evangelização dos índios a justificativa mais importante para a expansão colonial. Insistia para que os sacerdotes e frades estivessem entre os primeiros a se fixarem na América. Em 1510, Bartolomeu de Las Casas retornou à ilha Espanhola, agora como missionário, para combater o tratamento cruel e desumano dado aos índios pelos colonizadores.

Para defender os índios no novo continente, Bartolomeu viajou várias vezes à Espanha, apelando aos oficiais do governo e a todos que quisessem ouvir. Desde que ingressou na vida religiosa dominicana, ele se dedicou à causa indígena em defesa da vida, da liberdade e dignidade. Lutou também para que tivessem direitos políticos, de povos livres e capazes de realizar uma nova sociedade, mais próxima do Evangelho.

A prioridade para Bartolomeu era a evangelização. Com este propósito viajou pela América Central fazendo um trabalho pioneiro, registrando tudo em seus diários. Foi perseguido pelos colonizadores espanhóis de São Domingos, Peru, Nicarágua, Guatemala e do México. Neste último país, foi nomeado Bispo aos setenta anos de idade, em 1544. Mas, ficou apenas três anos em Chiapas, sempre perseguido pelos espanhóis.

Em 1547, partiu da América para não mais voltar. Regressou à Espanha, continuando ali a defesa dos índios, onde corrigiu e publicou seus escritos, todos se contrapondo à política colonial. Porém, suas idéias foram contestadas, na América e também na Espanha. Tanto que, em 1552, suas obras foram censuradas e proibidas para a leitura.

Morreu aos noventa e dois anos de idade no Convento Dominicano de Atocha, no dia 17 de julho de 1566, em Madri, Espanha. Muito querido do povo mexicano, seu nome hoje é lembrado como um dos maiores humanistas e missionários da História do Cristianismo.
Santa Generosa e seus companheiros mártires
No século II da era cristã, Scili era uma pequena província romana do norte da África, não muito distante da capital Cartago, onde residia Saturnino, o procônsul designado pelo imperador Cômodo.

Ele governou o Império Romano por doze anos. Era um tirano cruel e vaidoso. Para se divertir usava roupas de gladiador e matava seus opositores desarmados no Anfiteatro Flávio, atualmente conhecido como Coliseu. Durante o seu reinado determinou que os cristãos voltassem a ser sacrificados.

A Cartago romana deveu seu resplendor principalmente ao Cristianismo, bem depressa aceito por seus habitantes. Consta que foi o apóstolo São Marcos que a evangelizou. Logo foi elevada à condição de diocese e se tornou a pátria de grandes Santos como Cipriano, Agostinho e muitos outros. Mas, também foi o local, onde inúmeros cristãos morreram martirizados, após serem julgados e condenados pelo procônsul Saturnino que obedecia as ordens de Roma.

Nessa ocasião, na pequena vila de Scili, doze fiéis professavam tranqüilos o cristianismo. Eram todos muito  humildes e foram denunciados pelo "crime" de serem cristãos. Então, foram simplesmente presos e levados pelos oficiais do procônsul à Cartago, para serem julgados.

Naquela cidade, no dia 17 de julho, na sala de audiências, Saturnino começou dizendo aos acusados que a religião dele mandava que os súditos jurassem pela "divindade" do Imperador e que se eles fizessem este juramento, o soberano os "perdoariam". E assim, foram todos interrogados, entre os quais Generosa. Eles confessaram a fé em Cristo e disseram que nenhum tipo de morte faria com que desistissem dela.

Outra vez, Saturnino ordenou que renegassem a fé cristã, para adorar o Imperador. Então Esperato, em nome de seus companheiros, respondeu que não reconheciam a divindade do Imperador e que serviriam unicamente a Deus, que era o Rei dos reis e o Senhor de todos os povos. Não temiam a ninguém, a não ser ao Senhor Deus, que está nos céus. E que desejavam continuar fiéis à Ele e perseverar na fé: sim, eram cristãos.

Diante de tão clara e direta confissão, o procônsul sentenciou: "Ordeno sejam lançados no cárcere, pregados em cepos e decapitados: Generosa, Vestina, Donata, Januária, Segunda, Esperato, Narzal, Citino, Vetúrio, Félix, Acelino e Letâncio que se declaram cristãos e se recusam tributar honra e reverencia ao Imperador".

Assim está descrito, o martírio de Santa Generosa e seus companheiros, no catálogo oficial dos Santos, também chamado Martirológio Romano. A veneração litúrgica de Santa Generosa é celebrada no dia de seu trânsito para a vida eterna.
Santa Maria Madalena Postel
No dia 28 de novembro de 1758 nasceu a filha primogênita do casal Postel, camponeses de uma rica fazenda em Barfleur, na Normandia, França. A criança foi batizada com o nome de Júlia Francisca Catarina, tendo como padrinho um rico proprietário.

Júlia Postel teve os estudos patrocinados pelo padrinho que, como seus pais, queria que seguisse a vida religiosa. Ela foi aluna interna do colégio da Abadia Real das Irmãs Beneditinas, em Volognes, onde se formou professora. No início, não pensou na vida religiosa, sua preocupação era com a grande quantidade de jovens que, devido a pobreza, estavam condenadas à ignorância e à inferioridade social.

De volta à sua aldeia natal, Júlia Postel, com determinação e dificuldade criou uma escola onde lecionava e catequizava crianças, jovens e adultos abandonados à ignorância, inclusive do próprio Clero da época, que  desconhecia a palavra "Pastoral". Era solicitada sempre pelos mais infelizes: pobres, órfãos, enfermos, idosos, viúvas, que a viam como uma mãe zelosa, protetora que não os abandonava, sempre cheia de fé em Cristo. Aos ricos pedia ajuda financeira e quando não tinha o suficiente ia pedir esmolas, pois a escola e as obras não podiam parar.

A Revolução Francesa chegou arrasadora, em 1789, declarando guerra e ódio ao trono e à Igreja, dispersando o Clero e reduzindo tudo a ruínas. Júlia Postel fechou a escola, mas, a pedido do bispo escondeu em sua casa os livros sagrados e o Santíssimo Sacramento e foi autorizada a ministrar a comunhão nos casos urgentes. Organizou missas clandestinas e instruiu grupos de catequistas para depois da Revolução. Sua vocação religiosa estava clara.

A paz com a Igreja foi restabelecida em 1802. Juntamente com duas colegas e a ajuda do padre Cabart, Júlia Postel fundou a Congregação das Filhas da Misericórdia, em Cherbourg. Ao proferir seus votos escolheu o nome de Maria Madalena. A princípio, a formação das religiosas ficou voltada para o ensino escolar e foi baseada nos mesmos princípios dos Irmãos das Escolas Cristãs, já que na época era grande essa necessidade. Estas religiosas aos poucos foram se espalhando por todo território francês. Depois, a pedido de Roma, a formação foi mudada, passando a servir como enfermeiras.

Em 1832, Madre Maria Madalena junto com suas Irmãs se estabeleceram nas ruínas da antiga Abadia Beneditina de Saint-Sauveur-le-Vicomte. Foi reconstruída com dificuldade e se tornou a Casa-mãe de congregação. Madre Maria Madalena Postel morreu com noventa anos de idade, em 16 de julho de 1846. A fama de sua santidade logo se espalhou pelo mundo cristão.

Foi beatificada em 1908, e depois canonizada pelo Papa Pio XI em 1925, está sepultada em Saint-Sauveur-le-Vicomte, França. A sua festa acontece no dia 17 de julho e a sua obra hoje se chama Congregação das Irmãs de Santa Maria Madalena Postel.
Santo Aleixo
Aleixo, filho único do senador Eufemiano, era italiano, nasceu em Roma, no ano de 350. Herdeiro de uma considerável fortuna, cresceu dentro da religião cristã. Desde a infância era famoso por sua natural caridade, possuindo todas as graças e virtudes. Os pais, como era costume na época, cuidaram do seu enlace com uma jovem de excelente família cristã e ele acabou se casando.

Porém, na noite de núpcias sem consumar a união, e após conversar com a esposa, abandonou tudo para se aproximar de Deus. Como peregrino, vagou de cidade em cidade até chegar em Edessa, na Síria, onde ficou por algum tempo. Vivia como um piedoso mendigo ao lado da Basílica do Apóstolo Tomé, repartindo com os pobres as esmolas que recebia. Diversos prodígios aconteciam com a sua presença, passou a ser chamado de "o homem de Deus" e venerado por sua santidade. Mas, teve de abandonar a cidade, porque desejava continuar no anonimato.

Retornou para a vida de peregrino. Sofreu tanto que ficou transfigurado. Quando chegou em Roma foi para a casa do pai e disse: "Tende compaixão deste pobre de Jesus Cristo e permita-me ficar em algum canto do palácio". Não tendo reconhecido o próprio filho, ele o acolheu e mandou que o levasse para cuidar da cocheira dos animais. Viveu assim durante dezessete anos, na cocheira do seu próprio palácio, sendo maltratado pelos seus próprios criados e sem ser identificado pelos pais.

Morreu em 17 de julho e foi colocado num cemitério comum para criados. Porém, antes de morrer, entregou um pergaminho ao criado que o socorreu, na qual revelava sua identidade. Os pais quando souberam, levaram o caso ao conhecimento do Bispo, que autorizou sua exumação. Aleixo foi levado então para um túmulo construído na propriedade do senador. A fama de sua história e de "homem de Deus" se espalhou entre os cristãos romanos e orientais, difundindo rapidamente o seu culto.

Segundo uma antiga tradição romana, a casa do senador ficava no Monte Aventino. Em 1217, durante a construção da igreja dedicada à Santo Bonifácio, neste local as relíquias de Santo Aleixo foram encontradas. Por este motivo, o Papa Honório III decidiu que ela seria dedicada à Santo Aleixo. Outro grande devoto deste Santo, foi o Bispo Sérgio de Damasco, que viveu em Roma no final do século X. Ele acabou fundando o Mosteiro de Santo Aleixo, destinado aos monges gregos.

No século XV, os Irmãos de Santo Aleixo o elegeram como patrono. Em 1817, a Congregação dos Sagrados Corações de Jesus e Maria o nomeou seu segundo patrono, como exemplo de paciência, humildade e de caridade a ser seguido. A Igreja manteve o dia de sua festa no dia 17 de julho, como sempre foi celebrada pela antiga tradição cristã.

quinta-feira, 16 de julho de 2015

LITURGIA DIÁRIA - 16/07/2015


Quinta-feira: 16/07/2015
Primeira Leitura: Zc 2,14-17

NOSSA SENHORA DO CARMO
(Branco - ofício do dia)



Leitura do Profeta Zacarias.

14“Rejubila, alegra-te, cidade de Sião, eis que venho para habitar no meio de ti, diz o Senhor. 15Muitas nações se aproximarão do Senhor, naquele dia, e serão o seu povo. Habitarei no meio de ti, e saberás que o Senhor dos exércitos me enviou a ti.
16O Senhor entrará em posse de Judá, como sua porção na terra santa, e escolherá de novo Jerusalém. 17Emudeça todo mortal diante do Senhor, ele acaba de levantar-se de sua santa habitação”.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.



Responsório (Lc 1,46-55)

— Bendita sejais, ó Virgem Maria; trouxestes no ventre a Palavra eterna!
— Bendita sejais, ó Virgem Maria; trouxestes no ventre a Palavra eterna!

— A minh’alma engrandece ao Senhor, e se alegrou o meu espírito em Deus, meu Salvador.
— Pois, ele viu a pequenez de sua serva, desde agora as gerações hão de chamar-me de bendita. O Poderoso fez por mim maravilhas e santo é o seu nome!
— Seu amor, de geração em geração, chega a todos os que o respeitam. Demonstrou o poder de seu braço, dispersou os orgulhosos.
— Derrubou os poderosos de seus tronos e os humildes exaltou. De bens saciou os famintos e despediu, sem nada, os ricos.
— Acolheu Israel, seu servidor, fiel ao seu amor, como havia prometido aos nossos pais, em favor de Abraão e de seus filhos, para sempre.


Evangelho (Mt 12,46-50)

— O Senhor esteja conosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 46enquanto Jesus estava falando às multidões, sua mãe e seus irmãos ficaram do lado de fora, procurando falar com ele. 47Alguém disse a Jesus: “Olha! Tua mãe e teus irmãos estão aí fora, e querem falar contigo”.
48Jesus perguntou àquele que tinha falado: “Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?” 49E, estendendo a mão para os discípulos, Jesus disse: “Eis minha mãe e meus irmãos. 50Pois todo aquele que faz a vontade do meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”.

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.

SANTO DO DIA - 16/07 (Nossa Senhora do Carmo)

16/07

Nossa Senhora do Carmo
Na história da Igreja, a ordem das Carmelitas é uma das mais antigas e tem como modelo e patriarca o Profeta Elias. O culto a Maria, honrada como a Bem-aventurada Virgem do Carmo. Na Sagrada Escritura fala-se da beleza do Monte Carmelo, onde o profeta Elias defendeu a fé do povo de Israel no Deus vivo e verdadeiro. "Em lembrança da visão que mostrou ao profeta a vinda desta Virgem sob a figura de uma pequena nuvem que saía da terra e se dirigia para o Carmelo (Cf.1Rs 18,20-45), os monges, no ano 93 da Encarnação do Filho de Deus, destruíram sua antiga casa e construíram uma capela no monte Carmelo, perto da fonte de Elias, em honra desta primeira Virgem voltada a Deus".

As gerações dos monges se sucederam através dos tempos e expulsos pelos sarracenos no século XIII, os monges que haviam recebido do patriarca de Jerusalém, Santo Alberto, então bispo de Vercelas, uma regra aprovada em 1226 pelo Papa Honório III, baseada no trabalho, na meditação das Escrituras, na devoção a Nossa Senhora, na vida contemplativa e mística, se voltaram ao Ocidente e aí fundaram vários mosteiros, superando várias dificuldades, podendo experimentar a proteção da Virgem. O superior geral nesta época, era São Simão Stock. Quando em suas orações pedia a Nossa Senhora proteção para a ordem dos Carmelitas dos perseguidores, a Mãe de Deus apareceu acompanhada de multidão de anjos, segurando nas mãos o escapulário da ordem e lhe disse: Eis o privilégio que dou a ti e a todos os filhos do Carmelo: todo o que for revestido deste hábito será salvo. Numa bula de 11 de fevereiro de 1950, o Papa Pio XII convidava a "pôr em primeiro lugar, entre as devoções marianas, o escapulário que está ao alcance de todos", entendido como veste mariana, esse é de fato ótimo símbolo da proteção da Mãe Celeste, o seu valor das orações da Igreja, da confiança e amor dos que o usam.

Oremos: Por intercessão de N.S.do Carmo protegei-nos de todos os perigos e dai-nos a graça de termos uma boa morte, não nos deixeis abandonados ao nosso egoísmo, indiferença, ódio e rancor. Protegei nossas famílias fazendo crescer em nossos corações o amor aos nossos irmãos. Amém.

Bartolomeu Fernandes dos Mártires
Bartolomeu nasceu em Lisboa, em maio de 1514. Era filho de Domingos Fernandes e de Maria Correia, ambos de famílias tradicionais, abastadas e nobres. O filho foi batizado com o nome do Santo Apóstolo na igreja de Nossa Senhora dos Mártires e, por serem seus devotos, incluíram também o "dos Mártires" para homenagear Maria.

Foi educado na corte portuguesa com muito requinte, recebeu sólida formação humanística e cristã. Cedo decidiu pela vida religiosa, ingressando na Ordem dos dominicanos em 1528. Fez o noviciado no mosteiro de Lisboa, onde se diplomou em filosofia e teologia. Desde sua graduação, em 1538 foi professor nos vários conventos da capital da corte, função que exerceu durante vinte anos.

É apresentado pela rainha Catarina para suceder o Arcebispo de Braga e o Papa Paulo IV confirma-o, em 1559. Bartolomeu aceitou essa dignidade por obediência ao seu prior provincial, o qual, o teria indicado antes à rainha, de quem era conselheiro e confessor.

Iniciou a sua atividade na vastíssima Arquidiocese, empreendendo uma atividade apostólica de ação multifacetada e de cunho reformador. Realizou incontáveis visitas pastorais; empenhou-se na evangelização do povo, para isso, publicou o "Catecismo ou doutrina cristã e práticas espirituais" que continua sendo editado. Atento e solicito à cultura e santificação do clero, instituiu aulas de teologia moral em vários locais da diocese e escreveu cerca de trinta obras doutrinais, cujas publicações atingiram o terceiro milênio. Uma que mereceu particular importância foi o "Stimulus Pastorum", distribuída aos Padres dos Concílios Vaticano I e II, e que foi editada mais de vinte vezes.

Esse empenho reformador o Bispo Bartolomeu dos Mártires imprimiu, também, em espaços estruturais e durante toda a sua vida. Em 1560 confiou aos Padres jesuítas o ensino públicos à cargo da Arquidiocese de Braga, que originou o excelente Colégio de São Paulo. No ano seguinte, construiu o convento da Santa Cruz, na cidade de Viana do Castelo.

Participou no Concílio de Trento, de 1561 a 1563, onde apresentou mais de duzentas e sessenta petições como síntese das interpelações de Reforma para a Igreja. Solidificou ainda mais a marca do grande reformador que era, quando no ano seguinte, efetuou em Braga um Sínodo Diocesano, e, depois de dois anos, um outro, Provincial.

Foi ele também que entre 1571 e1572 idealizou e iniciou a construção do Seminário Conciliar no Campo da Vinha. Nesse ano decidiu renunciar ao Arcebispado de Braga. Foi para o convento da Santa Cruz, onde se manteve recolhido, dedicando-se aos estudos eclesiásticos e a pregação, até morrer em 16 de julho de 1590. Reconhecido e aclamado pelo povo por sua santidade como pai dos pobres e dos enfermos, seu túmulo se encontra na antiga igreja dominicana em Viana do Castelo, Portugal.

O Papa João Paulo II o proclamou em 2001, Beato Bartolomeu Fernandes dos Mártires, no dia litúrgico de Santo Carlos Borromeu, com quem o Beato trabalhou arduamente na concretização dos objetivos do Concilio de Trento.

quarta-feira, 15 de julho de 2015

LITURGIA DIÁRIA - 15/07/2015


Quarta-feira: 15/07/2015
Primeira Leitura: Êx 3,1-6.9-12

SÃO BOA AVENTURA
(Branco - ofício do dia)



Leitura do Livro do Êxodo.

Naqueles dias, 1Moisés apascentava o rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote de Madiã. Levou um dia, o rebanho deserto adentro e chegou ao monte de Deus, o Horeb. 2Apareceu-lhe o anjo do Senhor numa chama de fogo, do meio de uma sarça. Moisés notou que a sarça estava em chamas, mas não se consumia, e disse consigo: 3“Vou aproximar-se desta visão extraordinária, para ver por que a sarça não se consome”. 4O Senhor viu que Moisés se aproximava para observar e chamou-o do meio da sarça dizendo: “Moisés! Moisés!” Ele respondeu: “Aqui estou”. 5E Deus disse: “Não te aproximes! Tira as sandálias dos pés, porque o lugar onde estás é uma terra santa”. 6E acrescentou: “Eu sou o Deus de teus pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó”. Moisés cobriu o rosto, pois temia olhar para Deus. 9E agora, o clamor dos filhos de Israel chegou até mim, e vi a opressão que os egípcios fazem pesar sobre eles. 10Mas vai, eu te envio ao Faraó, para que faças sair do Egito o meu povo, os filhos de Israel”. 11E Moisés disse a Deus: “Quem sou eu para ir ao Faraó e fazer sair os filhos de Israel do Egito?” 12Deus lhe disse: “Eu estarei contigo; e este será o sinal de que fui eu que te enviei: quando tiveres tirado do Egito o povo, vós servireis a Deus sobre esta montanha”.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.



Responsório (Sl 102,1-7)

— O Senhor é indulgente, é favorável.
— O Senhor é indulgente, é favorável.

— Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e todo o meu ser, seu santo nome! Bendize, ó minha alma, ao Senhor, não te esqueças de nenhum de seus favores!
— Pois ele te perdoa toda culpa, e cura toda a tua enfermidade; da sepultura ele salva a tua vida e te cerca de carinho e compaixão.
— O Senhor realiza obras de justiça e garante o direito aos oprimidos; revelou os seus caminhos a Moisés, e aos filhos de Israel, seus grandes feitos.


Evangelho (Mt 11,25-27)

— O Senhor esteja conosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

25Naquele tempo, Jesus pôs-se a dizer: “Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos. 26Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado. 27Tudo me foi entregue por meu Pai, e ninguém conhece o Filho, senão o Pai, e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar”

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.

SANTO DO DIA - 15/07

15/07
S. Boaventura
São Boaventura nasceu em Bagnorea, atualmente Bagnoregio, no ano de 1218. Tinha preferência pela Ordem fundada por São Francisco ingressou na Ordem, os filhos de São Francisco, à semelhança dos dominicanos, já estabelecido em Paris, Osford, Cambridge, Estrasburgo e outras universidades européias.

Um dia, Frei Egídio em sua simplicidade indagou ao Frei Boaventura como poderia salvar-se, se desconhecia a ciência teológica, que respondeu-lhe: "Se Deus dá ao homem somente a graça de poder amá-lo, isso basta... Uma simples velhinha poderá amar a Deus mais que um professor de teologia."

São Boaventura foi discípulo de Alexandre de Hales, em Paris, permanecendo nessa cidade inicialmente como professor de teologia e posteriormente como ministro geral dos Frades Menores,tendo sido eleito para este cargo com apenas trinta e seis anos de idade. Recusou a consagração episcopal várias vezes por humildade, mais foi eleito cardeal recebendo a sede de Albano Laziale.

São Tomás de Aquino e São Boaventura foram convidados pelo Papa Gregório X a prepararem o segundo Concílio de Lião, mas São Tomás de Aquino faleceu alguns meses antes da abertura do concílio que aconteceu em 7 de maio de 1274. A caridade é o fundamento da doutrina teológica que Frei Boaventura ensinou com sua palavra e escritos. O livro "O intinerário da mente para Deus" esta entre seus livros mais conhecidos.

Sempre colocava em seus escritos: Não basta a leitura sem a unção, não basta a especulação sem a devoção, não basta a pesquisa sem maravilhar-se; não basta a circuspeção sem o júbilo, o trabalho sem a piedade, a ciência sem a caridade, a inteligência sem a humanidade, o estudo sem a graça."

São Boaventura morreu no dia 15 de Julho do ano de 1274. 

terça-feira, 14 de julho de 2015

LITURGIA DIÁRIA - 14/07/2015


Terça-feira: 14/07/2015
Primeira Leitura: Êx 2,1-15a

SÃO CAMILO DE LÉLLIS
(Branco - ofício do dia)



Leitura do Livro do Êxodo.

Naqueles dias, 1um homem da família de Levi casou-se com uma mulher da mesma tribo, 2e ela concebeu e deu à luz um filho. Ao ver que era um belo menino, manteve-o escondido durante três meses. 3Mas não podendo escondê-lo por mais tempo, tomou uma cesta de junco, calafetou-a com betume e piche, pôs dentro dela a criança e deixou-a entre os caniços na margem do rio Nilo.
4A irmã do menino ficou a certa distância para ver o que ia acontecer. 5A filha do Faraó desceu para se banhar no rio, enquanto suas companheiras passeavam pela margem. Vendo, então, a cesta no meio dos caniços, mandou uma das servas apanhá-la. 6Abrindo a cesta, viu a criança: era um menino, que chorava. Ela compadeceu-se dele e disse: “É um menino dos hebreus”.
7A irmã do menino disse, então, à filha do Faraó: “Queres que te vá chamar uma mulher hebreia, que possa amamentar o menino?” 8A filha do Faraó respondeu: “Vai”. E a menina foi e chamou a mãe do menino.
9A filha do Faraó disse à mulher: “Leva este menino, amamenta-o para mim, e eu te pagarei o teu salário”. A mulher levou o menino e amamentou. 10Quando já estava crescido, ela o levou à filha do Faraó, que o adotou como filho e lhe deu o nome de Moisés, porque, disse ela, “eu o tirei das águas”.
11Um dia, quando já era adulto, Moisés saiu para visitar seus irmãos hebreus; viu sua aflição e como um egípcio maltratava um deles. 12Olhou para os lados e, não vendo ninguém, matou o egípcio e escondeu-o na areia.
13No dia seguinte, saiu de novo e viu dois hebreus brigando, e disse ao agressor: “Por que bates no teu companheiro?” 14E este replicou: “Quem te estabeleceu nosso chefe e nosso juiz? Acaso pretendes matar-me, como mataste o egípcio?” Moisés ficou com medo e disse consigo: “Com certeza, o fato se tornou conhecido”. 15aO Faraó foi informado do que aconteceu, e procurava matar Moisés. Mas este, fugindo da sua vista, parou na terra de Madiã.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.


Responsório (Sl 68)

— Humildes, procurai o Senhor Deus, e o vosso coração reviverá.
— Humildes, procurai o Senhor Deus, e o vosso coração reviverá.

— Na lama do abismo eu me afundo e não encontro um apoio para os pés. Nestas águas muito fundas vim cair, e as ondas já começam a cobrir-me!
— Por isso, elevo para vós minha oração, neste tempo favorável,
Senhor Deus! Respondei-me, pelo vosso imenso amor, pela vossa salvação que nunca falha!
— Pobre de mim, sou infeliz e sofredor! Que vosso auxílio me levante, Senhor Deus! Cantando eu louvarei o vosso nome e agradecido exultarei de alegria!
— Humildes, vede isto e alegrai-vos: o vosso coração reviverá, se procurardes o Senhor continuamente! Pois nosso Deus atende à prece dos seus pobres, e não despreza o clamor de seus cativos.


Evangelho (Mt 11,20-24)

— O Senhor esteja conosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 20Jesus começou a censurar as cidades onde fora realizada a maior parte de seus milagres, porque não se tinham convertido.
21“Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se os milagres que se realizaram no meio de vós, tivessem sido feitos em Tiro e Sidônia, há muito tempo elas teriam feito penitência, vestindo-se de cilício e cobrindo-se de cinza.
22Pois bem! Eu vos digo: no dia do julgamento, Tiro e Sidônia serão tratadas com menos dureza do que vós. 23E tu, Cafarnaum! Acaso serás erguida até o céu? Não! Serás jogada no inferno! Porque, se os milagres que foram realizados no meio de ti tivessem sido feitos em Sodoma, ela existiria até hoje! 24Eu, porém, vos digo: no dia do juízo, Sodoma será tratada com menos dureza do que vós!”

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.

SANTO DO DIA - 14/07

14/07
S. Camilo de Léllis
São Camilo de Léllis, nasceu em Bucchiánico de Chieti, seu pai era marquês, homem de armas e herdou do pai a coragem e a espada. Sempre ficava internado no hospital de São Thiago em Roma, buscando tratamento para um tumor, pagava a diária do hospital trabalhando de servente, pois o vício do jogo fê-lo perder todo o dinheiro que tinha. Colocou-se então a serviço dos capuchinhos e nesse período teve a graça da conversão e decidiu mudar de vida.

Ficou então como ajudante no hospital, servindo principalmente aos doentes mais repugnantes, ausentando-se apenas nos domingos de folga, que passava ao lado de São Felipe Néri, pelo qual foi influenciado na determinação da obra que estava para empreender.

No final do ano Santo de 1575, quando os poucos hospitais romanos mostravam-se insuficientes para atender todos os peregrinos necessitados de assistência que São Camilo de Léllis fundou a Congregação dos Ministros, ou seja, servidores dos enfermos que deveriam cuidar espiritualmente e corporalmente dos doentes. Passado dois anos, São Camilo foi ordenado sacerdote e continuou dirigindo por vinte anos seus religiosos. Sua dedicação aos doentes era tanta, que sempre repetia quando alguém queria tirá-lo do leito dos enfermos: "estou ocupado com nosso Senhor Jesus Cristo."

Seu exemplo é uma inspiração para nós no cuidade dos doentes e sofredores, num mundo cada vez mais tecnicizado e sem alma. Ficou célebre seu grito, junto aos profissionais da saúde de então, e que não perdeu sua atualidade após quase 4 séculos: " mais coração nas mãos, irmão". Ou seja, a competência profissional (mãos) tem que estar junto com a competência humana (coração). O amor busca a técnica e a ciência para melhor servir. Isto é humanizar! Para São Camilo o cuidado tem como medida a sensibilidade feminina quando diz: "Desejamos, com a graça de Deus, servir a todos os enfermos com aquele amor que uma mãe amorosa cuida de único filho enfermo".



O coração é o símbolo da sensibilidade e do amor humano. O coração de São Camilo que foi extraído do seu corpo na noite de sua passagem desta vida para a vida eterna (14 de julho de 1614) está preservado como relíquia, na Casa Geral dos Camilianos em Roma, no quarto em que São Camilo morreu e que posteriormente foi transformado num pequeno oratório.

Foi canonizado em 1746, em 1886 foi declarado patrono dos enfermos e dos hospitais.
Santa Catarina Tekakwitha
Kateri Tekakwitha, para nós Catarina, foi a primeira americana pele-vermelha a ter sua santidade reconhecida pela Igreja. Ela nasceu no ano de 1656, perto da cidade de Port Orange, no Canadá. Seu pai era o chefe indígena da nação Mohawks, um pagão. Enquanto sua mãe era uma índia cristã, catequizada pelos jesuítas, que fôra raptada e levada para outra tribo, onde teve de se unir à este chefe. Não pôde batizar a filha com nome da santa de sua devoção, mas era só por ele que a chamava: Catarina. O costume indígena determina que o chefe escolha o nome de todas as crianças de sua nação. Por isto, seu pai, escolheu Tekakwitha, que significa "aquela que coloca as coisas nos lugares", mostrando que ambas, consideradas estrangeiras, haviam sido totalmente aceitas por seu povo.

Viveu com os pais até os quatro anos, quando ficou órfã. Nesta ocasião, sobreviveu a uma epidemia de varíola, porém ficou parcialmente cega, com o rosto desfigurado pelas marcas da doença e a saúde enfraquecida por toda a vida. O novo chefe, que era seu tio, a acolheu e ela passou a ajudar a tia no cuidado da casa. Nesta residência pagã, sofreu pressões e foi muito maltratada.

Catarina, que havia sido catequizada pela mãe, amava Jesus e obedecia a moral cristã e rezava regularmente. Era vista contando as histórias de Jesus para as crianças e os idosos, que ficavam ao seu lado enquanto tecia, trabalho que executava apesar da pouca visão. Em 1675 soube que jesuítas estavam na região. Desejando ser batizada, foi ao encontro deles. Recebeu o Sacramento um ano depois, e o nome de Catarina Tekakwitha. Devido a sua fé era hostilizada, porque rejeitava as propostas de casamentos. Por este motivo, seu tio cada vez mais a ameaçava, com uma união. Quando a situação ficou insustentável, ela fugiu.

Procurou a Missão dos jesuítas de São Francisco Xavier, em Sault, perto de Montreal, onde foi acolhida e recebeu a Primeira Comunhão, dando um exemplo de extraordinária piedade.

Sempre discreta, se recolhia por longos períodos na floresta, onde, junto à uma cruz que ela havia traçado na casca de uma árvore, ficava em oração. Sem, entretanto, se descuidar das funções religiosas, do serviço da comunidade e da família que a hospedava. Em 1679, fez voto perpétuo de castidade, expressando o desejo de fundar um convento só para moças indígenas, mas seu guia espiritual não permitiu, em razão da sua delicada saúde.

Aos vinte e quatro anos, ela morreu no dia 17 de abril de 1680. Momentos antes de morrer, o seu rosto desfigurado, se tornou bonito e sem marcas, presenciado pelos jesuítas e algumas pessoas que a assistiam. O milagre e a fama de suas virtudes se espalhou rapidamente e possibilitou a conversão de muitos irmãos de sua raça. Catarina que amou, viveu e conservou o seu cristianismo, só com a ajuda da Graça, por muitos anos, se tornou conhecida em todas as nações indígenas como "o lírio dos Mohawks", que intercedia por seus pedidos de graças.

A sua existência curta e pura, como esta flor, conseguiu o que havia almejado: que as nações indígenas dos Estados Unidos e do Canadá conhecessem e vivessem a Paixão de Jesus Cristo.

O papa João Paulo II a nomeou padroeira da 17ª Jornada Mundial da Juventude realizada no Canadá em 2002, quando a beatificou. Ao lado de São Francisco de Assis, a Beata Caterina Takakwitha foi honrada pela Igreja com o título de "padroeira da ecologia e do meio ambiente". Sua festa ocorre no dia 14 de julho.
Santo Francisco Solano
Francisco era descendente de nobres, nasceu no dia 10 de março de 1549, em Montilla, na Andaluzia. Os pais, Mateus Sanches Solano e Ana Gimenez, cristãos fervorosos, muito cedo o enviou para o colégio dos jesuítas, que formariam seu caráter. Aos vinte anos, por inspiração e dons ordenou-se franciscano. A sua conduta exemplar logo o levou à cargos importantes dentro da Ordem, os quais logo abandonava. O que mais ansiava era ser um missionário. Mesmo não tendo uma retórica eloqüente, arrebatava seus ouvintes pela convicção na fé que professava.

Contudo teve de adiar por uns tempos a execução de seus planos de viajar, porque precisou socorrer sua própria pátria. Uma devastadora peste atacou a Espanha e ele logo pediu para ser aceito como enfermeiro. Tratando dos doentes, principalmente dos mais pobres, acabou contraindo a doença. Mas isso não o abateu. Assim que se recuperou voltou à cuidar deles.

Enfim, Francisco foi escalado para uma missão evangelizadora no novo continente latino-americano, embarcando em 1589. No caminho, já começaram a despontar os dons que marcariam toda sua existência. Os relatos informam que uma violenta tempestade atingiu o seu navio, que encalhou num banco de areia. A situação era muito crítica e poderia ser fatal para todos. Porém, com sua presença e palavra de fé acalmou as pessoas. Em vez de pânico, o que se viu foi brotar a confiança em Deus. Com isto, acabou batizando muitos passageiros e também os escravos negros que viajavam com eles. Logo depois, o que Francisco dissera aconteceu. Um outro navio os avistou e a salvo chegaram ao destino: Lima, no Peru.

Foram quinze anos de apostolado incansável, marcados pela caridade cristã e pela pregação da Palavra de Cristo. Francisco protagonizou vários acontecimentos que marcariam não só sua história, como a da própria Igreja. Tinha uma capacidade milagrosa para aprender as novas línguas e a cada tribo catequizava em seu próprio dialeto, conquistando os índios de maneira simples e tranqüila. Além disso, curou muitos doentes, apenas com o toque de seu cordão de franciscano. Livrou totalmente uma vasta região da praga dos gafanhotos. E fez brotar água num lugar seco e deserto, onde muitos doentes se curaram apenas por bebê-la, hoje conhecida como: "fonte de São Francisco Solano".

Enfim, percorreu os três mil quilômetros entre Lima e Tucumán, às margens do rio da Prata na Argentina, deixando um rastro de pagãos convertidos e feitos fantásticos. Mesmo viajando sem cessar, de missão em missão, como catequista, jamais abandonou a caridade e o cuidado com os doentes, características típicas de um frade.

Passou os últimos cinco anos de sua vida em Lima, reformando os conventos de sua Ordem e restaurando a disciplina franciscana que fora perdida. Aos sessenta e quatro anos, pela graça de seus dons, conheceu com antecedência a hora de sua morte. Preparou-se, assim, para sua chegada em 14 de julho de 1631.

Ele foi canonizado em 1726, pelo Papa Bento XIII. São Francisco Solano, também chamado de Apóstolo do Peru e Argentina, venerado como padroeiro dos missionários da América Latina, é festejado no dia de sua morte.
Santo Vladimir de Kiev
No final do século IX o povo russo começava a viver sob a influência do Cristianismo, depois da conversão da princesa e futura Santa Olga de Kiev. Em 945 o príncipe Igor, marido de Olga, foi assassinado e ela assumiu o trono como regente de Kiev, para o filho Esviatoslav de três anos.

Ela havia se tornado cristã, educando os filhos dentro da religião, mas não conseguiu que eles se convertessem. Assim quando o filho Esviatoslav assumiu o trono, o povo continuou vivendo no paganismo. Teve muitas esposas e concubinas, e muitos filhos legítimos e ilegítimos, todos pagãos. A religião cristã, em respeito a sua mãe, era apenas tolerada. Seu filho Vladimir era o neto de Olga. Ele nasceu no ano de 963, recebendo a educação pagã adequada para conduzir uma nação. Com a morte do pai em 972, o príncipe Vladimir hábil e audacioso começou a governar as terras que herdara, em 980. Guerreou contra o irmão que estava Kiev e o venceu, assumindo sozinho o trono do grão ducado russo.

Conquistou a Galícia, apaziguou uns e lutou contra outros povos estendendo os limites do seu domínio desde o mar Báltico até o Rio Bug. Tinha cinco esposas e muitas concubinas. Nas montanhas de Kiev ele ergueu templos pagãos nos quais oferecia os sacrifícios humanos aos ídolos, geralmente os líderes dos povos que derrotava. Nessa época no solo russo morreram alguns mártires por Cristo. Dentre eles estavam dois chefes variagis: Teodoro e João, parentes de sua avó Olga. As circunstâncias dessas mortes e a firmeza no testemunho da fé de ambos tocaram e impressionaram Vladimir, que começou a se interessar pelo cristianismo.

A mudança ocorreu de forma rápida, mas gradual. Primeiro ordenou aos sábios da corte que viajassem à diversos países para verificarem qual era a religião verdadeira. Em seguida chamou religiosos dos diversos países muçulmanos, judeus, budistas e cristãos. O próprio Vladimir questionou todos eles, ouvindo atento suas pregações. O que mais o impressionou foi o grego que pregou o Evangelho de Cristo. Os sábios voltaram tocados pela graça, com toda a manifestação de fé em Cristo que viram em Constantinopla, no templo de Sofia. Então eles disseram a Vladimir: "Se a religião de Cristo não fosse a verdadeira, então sua avó Olga, que era sábia não a teria aceitado".

Vladimir começou a estudar o Evangelho e foi batizado em 989. Logo em seguida recebeu o sacramento do matrimonio com a princesa Ana, filha de Basílio de Constantinopla. Desde então chegavam cada vez mais sacerdotes missionários que percorriam seus domínios catequizando o povo e ministrando o batismo. O cristianismo se consolidou ainda mais, quando se casou com a piedosa neta do imperador da Germânia, após o falecimento da princesa Ana.

O príncipe Vladimir de Kiev passou para a História da Igreja como o grande cristianizador da Rússia. Depois de batizado destruiu todos os ídolos e templos pagãos, construindo nos lugares: igrejas e mosteiros, todos abastecidos com os objetos da liturgia. Tornou-se um pai caridoso e piedoso, sendo chamado "o santo", pelos súditos ricos e pobres. Verdadeiro cristão respeitou e amou seu povo, sendo fiel a Jesus e a Igreja até a morte, em 15 de julho de 1015.

Essa data a Igreja manteve para celebrar Santo Vladimir de Kiev, elevado aos altares pelo povo, cujo culto foi confirmado depois por Roma. 

segunda-feira, 13 de julho de 2015

LITURGIA DIÁRIA - 13/07/2015


Segunda-feira: 13/07/2015
Primeira Leitura: Êx 1,8-14.22

15ª SEMANA DO TEMPO COMUM
(verde - ofício do dia)


Leitura do Livro do Êxodo.

Naqueles dias, 8surgiu um novo rei no Egito, que não tinha conhecido José, 9e disse a seu povo: “Olhai como o povo dos filhos de Israel é mais numeroso e mais forte do que nós. 10Vamos agir com prudência em relação a ele, para impedir que continue crescendo e, em caso de guerra, se una aos nossos inimigos, combata contra nós e acabe por sair do país”.
11Estabeleceram inspetores de obras, para que o oprimissem com trabalhos penosos; e foi assim que ele construiu para o Faraó as cidades-entrepostos de Pitom e Ramsés. 12Mas, quanto mais o oprimiam, tanto mais se multiplicava e crescia.
13Obcecados pelo medo dos filhos de Israel, os egípcios impuseram-lhes uma dura escravidão. 14E tornaram-lhes a vida amarga pelo pesado trabalho da preparação do barro e dos tijolos, com toda espécie de trabalhos dos campos e outros serviços que os levavam a fazer à força.
22O Faraó deu esta ordem a todo o seu povo: “Lançai ao rio Nilo todos os meninos hebreus recém-nascidos, mas poupai a vida das meninas”.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.


Responsório (Sl 123)

— Nosso auxílio está no nome do Senhor.
— Nosso auxílio está no nome do Senhor.

— Se o Senhor não estivesse a nosso lado, que o diga Israel neste momento; se o Senhor não estivesse a nosso lado, quando os homens investiram contra nós, com certeza nos teriam devorado no furor de sua ira contra nós.
— Então as águas nos teriam submergido, a correnteza nos teria arrastado, e então, por sobre nós teriam passado essas águas sempre mais impetuosas. Bendito seja o Senhor, que não deixou cairmos como presa de seus dentes!
— Nossa alma como um pássaro escapou do laço que lhe armara o caçador; o laço arrebentou-se de repente, e assim nós conseguimos libertar-nos. O nosso auxílio está no nome do Senhor, do Senhor que fez o céu e fez a terra!


Evangelho (Mt 10,34 –11,1)

— O Senhor esteja conosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 10,34“Não penseis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer a paz, mas sim a espada. 35De fato, vim separar o filho de seu pai, a filha de sua mãe, a nora de sua sogra.
36E os inimigos do homem serão os seus próprios familiares. 37Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim, não é digno de mim. Quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim, não é digno de mim. 38Quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim.
39Quem procura conservar a sua vida vai perdê-la. E quem perde a sua vida por causa de mim vai encontrá-la.40Quem vos recebe a mim recebe; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou. 41Quem recebe um profeta, por ser profeta, receberá a recompensa de profeta. E quem recebe um justo, por ser justo, receberá a recompensa de justo.
42Quem der, ainda que seja apenas um copo de água fresca, a um desses pequeninos, por ser meu discípulo, em verdade vos digo: não perderá a sua recompensa”. 11,1Quando Jesus acabou de dar essas instruções aos doze discípulos, partiu daí, a fim de ensinar e pregar nas cidades deles.

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.

domingo, 12 de julho de 2015

'Maria é um atalho para o Caminho'

Conheça o testemunho de Kélvia, a jovem que descobriu a beleza da Igreja Católica depois que se consagrou a Nossa Senhora.



"Assim que me consagrei à Mãe, fui cada vez mais me aproximando de Nosso Senhor Jesus". O testemunho abaixo é de Kélvia Portela Ambrozi, do Maranhão. Em poucas linhas, ela conta como recuperou a fé que tinha recebido na infância, graças à consagração a Nossa Senhora e à formação do site. "Eu achava que era católica, mas não sabia praticamente nada da Santa Igreja", ela escreve."Hoje, quanto mais eu estudo, mais eu amo a Santa Igreja Católica e não entendo como uma pessoa intelectualmente capaz pode ser de outra religião."


Salve Maria!

Bom dia, Padre Paulo Ricardo e equipe.

Muitos depoimentos são recebidos por vocês e eu gostaria de deixar o meu testemunho, no qual contarei um pouco da minha história.

Meu nome é Kélvia Portela Ambrozi, tenho 29 anos, nasci e moro no interior do Maranhão, sou casada há quase três anos, não temos filhos (ainda não fomos contemplados), sou dentista e venho de uma família católica muito tradicional, daquelas numerosas. Meus avós tiveram 17 filhos, dos quais duas mulheres se tornaram freiras. Minha irmã e eu fomos batizadas ainda bebês (meu irmão demorou um pouco mais, mas ainda na infância foi batizado), fizemos catequese desde crianças, primeira Comunhão, Comunhão solene etc. Não pudemos fazer a Crisma porque nos mudamos para São Luís para estudar. Lá fomos para uma escola Católica e concluímos o primeiro grau.

Com a ausência dos meus pais no dia-a-dia em São Luís, eu já não ia à Santa Missa com tanta frequência, deixei de confessar e fui me afastando cada vez mais da Igreja. Depois que concluí a faculdade voltei a morar na cidade dos meus pais, passei a ir mais à Missa (ainda não como antes), fiz a Crisma e, depois de oito anos de namoro, casei com meu esposo. Tudo estava muito bem na minha vida, mas eu sentia que faltava algo.

Um belo dia, vi no Facebook um aviso de que um grupo iria se reunir para a Consagração à Nossa Senhora. Aquele chamado foi tão forte que, graças a Deus, não deixei escapar. A cada semana em que nos reuníamos eu sentia que ali era o meu lugar. As coisas ditas sobre Nossa Senhora eram tão lindas que enchiam meu coração de amor. Durante as reuniões nos pediram que assistíssemos às suas aulas sobre a Consagração, e foi ali que eu tive o primeiro contato com o seu site.

Comecei a assistir às aulas e logo eu via outro vídeo interessante, depois outro, e depois outro. Às vezes, quando eu tinha tempo, passava literalmente o dia todo vendo suas aulas, e foi quando percebi que eu achava que era católica, mas não sabia praticamente nada da Santa Igreja. Estava tão longe que, até quando ia rezar o Credo na Missa, eu "pulava" a parte em que dizia "creio na Santa Igreja Católica", com medo de ofender a Deus, um pensamento absolutamente protestante que me envergonho de reconhecer, verdadeiramente influenciada pelas aulas de história que tive no ensino médio. Como eu disse anteriormente, apesar de vir de uma família católica, não conhecia a Santa Senhora e nem a Santíssima Igreja.

Impressionante como eu vejo um cuidado tão de perto de Nossa Senhora em vários aspectos e fases da minha vida. Assim que me consagrei à Mãe, fui cada vez mais me aproximando de Nosso Senhor Jesus. Lembro sempre do que Ela disse aos apóstolos em Jo2, 5: "Fazei tudo o que Ele vos disser". Como ouvi na consagração, Maria é um atalho para o Caminho e como isso é claro pra mim hoje!

Se eu pudesse dizer quais foram os erros durante a minha caminhada espiritual, eu diria que foram dois: uma catequese fraca, onde não aprendi sequer o que é o milagre da Santa Missa (aprendi durante a Consagração), e a preguiça, falta de vontade de estudar e buscar Deus depois de adulta. Hoje, quanto mais eu estudo, mais eu amo a Santa Igreja Católica e não entendo como uma pessoa intelectualmente capaz pode ser de outra religião.
Com esse meu depoimento, eu gostaria apenas de lhe dizer OBRIGADA. Hoje tenho muita pressa em amar a Deus e esperança de vê-lo face a face. Voltei a ler a Bíblia (coisa que não fazia desde criança), a ir à Santa Missa aos domingos, rezo o terço diariamente e estou sempre com Nosso Senhor Jesus Cristo e com a Mãe Santíssima no pensamento e coração. Hoje busco uma conversão diária e que só terminará quando eu estiver ao lado do Pai.

Nunca desista de nós, seu site chega mais longe do que o senhor imagina.
Fiquem com Deus.

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

LITURGIA DIÁRIA - 12/07/2015


Domingo: 12/07/2015
Primeira Leitura: Am 7,12-15

15ª DOMINGO DO TEMPO COMUM
(verde - ofício do dia)


Leitura da Profecia de Amós:

Naqueles dias, 12disse Amasias, sacerdote de Betel, a Amós: “Vidente, sai e procura refúgio em Judá, onde possas ganhar teu pão e exercer a profecia; 13mas em Betel não deverás insistir em profetizar, porque aí fica o santuário do rei e a corte do reino”.
14Respondeu Amós a Amasias, dizendo: “Não sou profeta nem sou filho de profeta; sou pastor de gado e cultivo sicômoros. 15O Senhor chamou-me, quando eu tangia o rebanho, e o Senhor me disse: ‘Vai profetizar para Israel, meu povo’”.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.


Responsório (Sl 84)

— Mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade, e a vossa salvação nos concedei!
— Mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade, e a vossa salvação nos concedei!

— Quero ouvir o que o Senhor irá falar:/ é a paz que ele vai anunciar./ Está perto a salvação dos que o temem,/ e a glória habitará em nossa terra.
— Mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade, e a vossa salvação nos concedei!
— A verdade e o amor se encontrarão,/ a justiça e a paz se abraçarão;/ da terra brotará a fidelidade,/ e a justiça olhará dos altos céus.
— O Senhor nos dará tudo o que é bom,/ e a nossa terra nos dará suas colheitas;/ a justiça andará na sua frente/ e a salvação há de seguir os passos seus.


Segunda Leitura (Ef 1,3-10)

Leitura da Carta de São Paulo aos Efésios:

3Bendito seja Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Ele nos abençoou com toda a bênção do seu Espírito em virtude de nossa união com Cristo, no céu.
4Em Cristo, ele nos escolheu, antes da fundação do mundo, para que sejamos santos e irrepreensíveis sob o seu olhar, no amor.
5Ele nos predestinou para sermos seus filhos adotivos por intermédio de Jesus Cristo, conforme a decisão da sua vontade, 6para o louvor da sua glória e da graça com que nos cumulou no seu Bem-amado.
7Pelo seu sangue, nós somos libertados. Nele, as nossas faltas são perdoadas, segundo a riqueza da sua graça,8que Deus derramou profusamente sobre nós, abrindo-nos a toda a sabedoria e prudência.
9Ele nos fez conhecer o mistério da sua vontade, o desígnio benevolente que de antemão determinou em si mesmo,10para levar à plenitude o tempo estabelecido e recapitular, em Cristo, o universo inteiro: tudo o que está nos céus e tudo o que está sobre a terra.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.


Evangelho (Mc 6,7-13)

— O Senhor esteja conosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Marcos.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 7Jesus chamou os doze, e começou a enviá-los dois a dois, dando-lhes poder sobre os espíritos impuros.
8Recomendou-lhes que não levassem nada para o caminho, a não ser um cajado; nem pão, nem sacola, nem dinheiro na cintura. 9Mandou que andassem de sandálias e que não levassem duas túnicas.
10E Jesus disse ainda: “Quando entrardes numa casa, ficai ali até vossa partida. 11Se em algum lugar não vos receberem, nem quiserem vos escutar, quando sairdes, sacudi a poeira dos pés, como testemunho contra eles!”
12Então os doze partiram e pregaram que todos se convertessem. 13Expulsavam muitos demônios e curavam numerosos doentes, ungindo-os com óleo.

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.

sábado, 11 de julho de 2015

LITURGIA DIÁRIA - 11/07/2015


Sábado: 11/07/2015
Primeira Leitura: Gn 49,29-32;50,15-26a

SÃO BENTO, ABADE
(Branco - ofício do dia)


Leitura do Livro do Gênesis.

Naqueles dias, Jacó transmitiu as suas ordens a seus filhos, dizendo: 49,29“Eu vou juntar-me ao meu povo; sepultai-me com meus pais na gruta de Macpela, que está no campo de Efron, o hitita, 30defronte de Mambré, no país de Canaã. É a gruta que Abraão comprou a Efron, o hitita, junto com o campo, como propriedade funerária. 31Lá foram sepultados Abraão e Sara, sua mulher, ali se sepultaram também Isaac e sua mulher Rebeca; e foi lá que sepultei Lia”.
32Quando Jacó acabou de dar suas instruções aos filhos, recolheu os pés sobre a cama e morreu; e foi reunido aos seus. 50,15Ao verem que seu pai tinha morrido, os irmãos de José disseram entre si: “Não aconteça que José se lembre da injúria que padeceu, e nos faça pagar todo o mal que lhe fizemos”.
16E mandaram dizer-lhe: “Teu pai, antes de morrer, ordenou-nos 17que te disséssemos estas palavras: ‘Peço-te que esqueças o crime de teus irmãos, e o pecado e a maldade que usaram contra ti’. Nós pedimos, pois, que perdoes o crime dos servos do Deus de teu pai”.
Ouvindo isto, José pôs-se a chorar. 18Vieram seus irmãos e prostraram-se diante dele, dizendo: “Somos teus servos”. 19Ele respondeu: “Não tenhais medo. Sou eu, porventura, Deus? 20Vós pensastes fazer mal contra mim. Deus, porém, converteu-o em bem, para dar vida a um povo numeroso, como vedes presentemente. 21Não temais: eu vos sustentarei e a vossos filhos”.
E assim os consolou, falando-lhes com doçura e mansidão. 22E José ficou morando no Egito, com toda a família de seu pai, e viveu cento e dez anos. 23José viu os filhos de Efraim até a terceira geração, e os filhos de Maquir, filho de Manassés, que José também recebeu sobre seus joelhos.
24José disse a seus irmãos: “Eu vou morrer. Deus vos visitará e vos fará subir deste país para a terra que ele jurou dar a Abraão, Isaac e Jacó”. 25Depois de tê-los feito jurar e de ter dito: ‘Quando Deus vos visitar, levai daqui os meus ossos convosco’, 26aJosé morreu, completando cento e dez anos de vida.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.


Responsório (Sl 104,1-7)

— Humildes, procurai o Senhor Deus, e o vosso coração reviverá.
— Humildes, procurai o Senhor Deus, e o vosso coração reviverá.

— Dai graças ao Senhor, gritai seu nome, anunciai entre as nações seus grandes feitos. Cantai, entoai salmos para ele, publicai todas as suas maravilhas.
— Gloriai-vos em seu nome que é santo, exulte o coração que busca a Deus. Procurai o Senhor Deus e seu poder, buscai constantemente a sua face.
— Descendentes de Abraão, seu servidor, e filhos de Jacó, seu escolhido, ele mesmo, o Senhor, é nosso Deus, vigoram suas leis em toda a terra.


Evangelho (Mt 10,24-33)

— O Senhor esteja conosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 24“O discípulo não está acima do mestre, nem o servo acima do seu senhor. 25Para o discípulo, basta ser como o seu mestre, e para o servo, ser como o seu senhor. Se ao dono da casa eles chamaram de Belzebu, quanto mais aos seus familiares!
26Não tenhais medo deles, pois nada há de encoberto que não seja revelado, e nada há de escondido que não seja conhecido. 27O que vos digo na escuridão, dizei-o à luz do dia; o que escutais ao pé do ouvido, proclamai-o sobre os telhados! 28Não tenhais medo daqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma! Pelo contrário, temei aquele que pode destruir a alma e o corpo no inferno!
29Não se vendem dois pardais por algumas moedas? No entanto, nenhum deles cai no chão sem o consentimento do vosso Pai. 30Quanto a vós, até os cabelos da cabeça estão todos contados. 31Não tenhais medo! Vós valeis mais do que muitos pardais.
32Portanto, todo aquele que se declarar a meu favor diante dos homens, também eu me declararei em favor dele diante do meu Pai que está nos céus. 33Aquele, porém, que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante do meu Pai que está nos céus.

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.

SANTO DO DIA - 11/07

11/07
S. Bento
Hoje comemoramos São Bento, nascido em Nórsia, na Úmbria, por volta do ano 480. Homem amante das coisas concretas e claras, Bento resumia sua Regra num lema eficaz: Ora e trabalha, restituindo à ascese cristã o caráter de contemplação e ação, conforme o espírito e a letra do Evangelho. Após concluir seus estudos em Roma, retirou-se para o monte Subíaco e se entregou à oração e à penitência. Ele é o fundador do importantíssimo mosteiro do Monte Cassino, onde escreveu ali sua famosa Regra como o verdadeiro monge devia ser - assim se lê no segundo capítulo da Regra: "Não soberbo, não violento, não comilão, não  dorminhoco, não preguiçoso, não murmurador, não detrator... mas casto, manso, zeloso, humilde, obediente".

Depois de meditações e penitências, teve breve estada entre os monges de Vicovaro, que o elegeram pior e depois tentaram desfazer-se dele, envenenando-lhe a bebida, pois estavam descontentes com a disciplina que lhes havia imposto. Com um grupo de jovens, emigrou para Nápoles, escolhendo sua morada no sopé da Montanha de Cassino, onde edificou o primeiro mosteiro, fechado dos quatro lados, como uma fortaleza e aberto à luz do alto como uma grande vasilha que recebe do céu a benéfica seiva para depois despejá-la no mundo. O emblema monástico, a cruz e o arado tornou-se a expressão deste novo modo de conceber a ascese cristã - oração e trabalho - para edificar espiritual e materialmente a nova sociedade, sobre as ruínas do mundo romano.

São Bento morreu no dia 21 de março do ano 547. Duzentos anos após a sua morte, a Regra beneditina havia espalhado pela Europa inteira, tornando-se forma de vida monástica durante toda a Idade Média. Em 1964, o Papa Paulo VI, declarava São Bento padroeiro principal da Europa, tributando desse modo justo reconhecimento ao santo a quem a civilização européia deve muito.

Oremos: A Cruz Sagrada seja minha luz, Não seja o dragão o meu guia, retira-te satanás. Nunca me aconselhes coisas vãs, e mau que tu me ofereces, bebe tu mesmo os teus venenos.
Santa Olga de Kiev
Olga, a primeira Santa russa inserida no Calendário católico bizantino, é considerada o elo entre a época pagã e a cristã, na história das populações eslavas. As fontes que a citam são numerosas e todas de relevância histórica. Delas aprendemos que Olga nasceu em 890 na aldeia Vybut, próxima de Pskov, e do rio Velika, Rússia. Era uma belíssima jovem típica daquela região. Em 903, quando o príncipe Igor a avistou logo quis se casar com ela, apesar de sua pouca idade. Na realidade Olga era filha do chefe dos Variagi, uma tribo normanda de origem escandinava, responsável por vários pontos estratégicos, pois se dedicavam à exploração do transporte e do comércio.

O seu casamento foi um símbolo concreto da fusão do povo russo com aquele variago, que ao final do século IX começava a viver sob a influência do Cristianismo. Em 945 o príncipe Igor, marido de Olga, foi assassinado e ela com um temperamento correto, mas violento, se vingou com firmeza. Mandou matar muitos chefes inimigos e para os sobreviventes, impôs tributos e taxas de todos os tipos.

Tornou-se a regente para o filho Esviatoslav de três anos de idade, governando Kiev com esperteza política e colocando o principado numa excelente condição financeira. Amada pelo povo que a reconhecia como justa e misericordiosa, mas também severa e inflexível. Educou o filho corretamente, mas não teve a felicidade de vê-lo se converter ao Cristianismo como ela tinha feito. Esta satisfação desfrutou de seu neto Vladimir que além de se tornar cristão e batizado, depois veio a ser o "batizador da Rússia", "novo apóstolo" e Santo da Igreja.

Olga tentou estreitar os laços com o sólido Império de Bizâncio, através do casamento de seu filho com uma princesa de lá. Em 957 viajou para Constantinopla, mas não obteve bons resultados, para desilusão dos cristãos e satisfação dos pagãos. Por isto, os cristãos buscavam apoio no imperador Otto I da Saxônia, que era católico. Em 959 eles lhe pediram que enviasse um Bispo para a Rússia, o qual ficou só três anos, pois foi expulso devido à revolta dos pagãos.

Olga rezava dia e noite pela conversão do filho e para o bem dos súditos. Ao terminar a regência, segundo as leis da época, se retirou para suas atividades privadas, dando continuidade às obras de seu apostolado e de missionária. Construiu algumas igrejas, inclusive a de madeira dedicada à Santa Sofia, em Kiev.

Viveu piamente e morreu com quase oitenta anos em 11 de julho de 969. Dela escreveu seu biógrafo: "antes do Batismo, a sua vida foi manchada por fraquezas e pecados, ela, mesmo assim se tornou Santa, certamente não pelo seu próprio merecimento, mas por um plano especial de Deus para o povo russo".

A veneração por Santa Olga começou durante o governo do seu neto Vladimir, que, em 996 mandou transferir as relíquias da avó para a igreja que mandara construir especialmente para recebe-las. O seu culto foi confirmado pela Igreja no Concílio Russo de 1574, mantendo a festa litúrgica no mesmo dia que ocorreu seu trânsito.