quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Três tipos de natal - Pe. Zezinho, scj


 Pe. Zezinho, scj


Verifica-se, cada dia com mais clareza, três propostas de Natal na sociedade em que vivemos. Uma é a dos industriais e comerciantes. Com eles está a mídia laica e os agentes de marketing. Fabricam e vendem produtos de Natal e seu garoto propaganda é um velhinho simpático, gorducho, barbas brancas, homem do gelo que vem da pseudo Lapônia com seu carro trenó puxado por renas voadoras, meio avô e meio magnata dos presentes. De bispo que era por volta do século quarto e que ainda é em alguns países com o nome de São Nicolau ou Santa Klaus, em outros tornou-se o Papai Natal ou Papai Noel. Ele tem uma sacola de presentes e realiza sonhos de milhões de crianças. Os adultos já sabem que ele é apenas um símbolo de bondade.

Preste atenção: o rádio e a televisão laicos privilegiam o velhinho. Não falam de quem nasceu, embora ainda falem de Natal; só não dizem Natal de quem. Apresentadores conseguem, por horas e dias a fio, falar da magia do Natal e do Papai Noel sem tocar uma só vez no nome do aniversariante que nasceu há cerca de 2010 ou 2014 anos atrás. Jesus teria nascido alguns anos antes do ano que, no nosso calendário, estabeleceram como o ano 1 de seu nascimento. Notem que escrevo no ano 2009.

Há, depois, o Natal de Jesus divulgado pela mídia religiosa, católicos, evangélicos, pentecostais. Acentuam o Cristo. Alguns deles enfocam o "Menino Jesus". Chegam a pedir que o menino Jesus, que nasce no dia 25 de dezembro, abençoe as famílias". Nada explicam. Passam a idéia de que, perto do fim de dezembro, Jesus volta a ser criancinha. Nem sequer explicam que é apenas um simbolismo, memória de mais de 2 mil anos atrás. Não ensinam que aquele menino não existe mais. Falam como se aquele criança de Belém ainda existisse.

Não oram a Jesus adulto, glorioso no Pai, que um dia foi menino. Seu Jesus que durante o ano é adulto, mas no Natal volta a ser menino. Invocam as bênçãos da criança que Jesus não é mais. Sua catequese não foi progressiva. Esquecem que ele se fez adolescente e jovem, morreu adulto, ressuscitou, ascendeu ao Pai, não voltou a ser criança e não entrou criança no céu. Também não voltará criança para julgar os vivos e os mortos. Enquanto a Igreja no seu catecismo prega um Jesus adulto que deu a vida pela humanidade, eles insistem em anunciar e a orar a um Jesus criancinha. Nem se dão conta do que fazem. Vejo e ouço isso todos os dias na mídia religiosa.

Finalmente há o terceiro Natal. É o dos evangelizados que pensam no que ouvem e lêem. Falam como quem pensou no que anuncia. Não oram ao Menino Jesus. Oram ao Jesus que um dia foi menino e hoje está no céu, gloriosamente adulto e Senhor, para que nos ensine a lidar com os problemas de nosso tempo. Ao festejar um nascimento acontecido há 20 século atrás, oram a quem veio para isso e pedem luzes em favor dos sofredores, do enfermos e dos machucado pela vida e de um mundo mais justo. Três tipos de Natal! Não seu qual foi o seu?

www.padrezezinhoscj.com
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