quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

O sentir e o saber - Pe. Zezinho, scj

 Pe. Zezinho, scj


Nem todo aquele que sabe, sente! Nem todo aquele que sente, sabe! Na catequese católica está claro que quem sabe precisa tentar viver o que sabe e quem sente precisa compreender melhor o que sente. Mas é muito mais fácil o acento no querer sentir do que no querer saber. São duas procuras.
O "vem Senhor, toca em mim, agora", seguido de olhos fechados, lágrimas, rosto mudado, corpo em semi-êxtase que se vê nos cultos e até na televisão mostra pessoas querendo sair de si mesmas, ou já fora de si mesmas. Bom? Louvável? Questionável? Questionador? Quando isto aconteceu no passado, deu no quê? Sentir Deus não deve supor discernimento? E discernimento não é querer saber? O que acontece quando alguém fica apenas nos sentir e não vai mais fundo para querer entender o que sentiu?

Há milhões de peixes nadando na direção das praias do sentir, há milhões de ovelhas indo para o seus cercados, milhões de fies atirando-se às águas do sentir e nadando na direção dos barcos do "eu sinto" após haverem deixado o " eu penso". Há quem sente, mas também raciocina. E há quem sente e não raciocina. É só ouvir o que dizem e ver que livros andam lendo! Pensar a fé continua essencial, quer o cristão sinta ou não sinta!

Se nós, que batemos na tecla do estudar e saber mais estamos perdendo? Não acho! Nem nós perdemos nem eles, os que não abrem nenhum livro além da Bíblia, vencem. Ainda somos maioria, mas isso não tem muita importância. Ventos mudam como acabaram de mudar nas ultimas décadas, ovelhas procuram pastos mais verdes, peixes procriam e novos peixes acham novos habitats.

A história sucede em ondas. Também a História da religiões. Estou numa barca do qual muitos pularam para navegar em outras. Eles acham que chegarão mais depressa. Eu também acho que chegarei, mas sem pressa. O estudo da fé não permite pressa de ver milagres. Nosso é o pedir, mas Só Deus tem o poder. E o tempo é dele e não nosso!

Deus que vê culturas a acentos sabe o que motiva cada um dos seus filhos. Eu sou dos que tentam conjugar mais o verbo entender do que sentir. Entender leva tempo. O sentir vem mais depressa. A Bíblia me diz que os dois caminhos podem dar certo. Vai depender das diástoles da cada coração. O que não dá certo nunca é o coração apressado ou em eterna sístole. O que o outro experimentou não conta. Conta o que o fiel e seu grupo experimentaram. Por isso lhes é difícil ver luz de Deus nos outros. Tudo tem o jeito deles: canções, publicações, celebrações, livros e revistas. Raramente abrem o que vem dos outros. É um dos frutos do excesso de sentir.

Em que direção nos levam nossos sentimentos e para onde nos leva a graça? Na mesma direção ou ela nos ensina a controlar nossos impulsos, inclusive os espirituais? O que é mais centrado: orar em palavras que todos entendem ou orar em línguas? O que disse Paulo sobre tal experiência?

Vitórias do pentecostalismo eu vejo. Seus templos estão cheios. Muitos cristãos foram para lá. Estão sentindo Jesus do jeito deles. Eu também o sinto do meu jeito. Quando oramos juntos, eles usam de usam de sons incompreensíveis e eu de sons compreensíveis. Se é assim que encontram luzes e consolo Deus seja louvado! Eu os encontro de outra maneira e, por isso, Deus também seja louvado!

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