domingo, 31 de março de 2013

Conselho do Dia


Este é o conselho que a Imitação de Cristo nos dá para hoje:
Bem-aventurado aquele a quem a verdade por si mesma ensina, não por figuras e vozes que passam, mas como em si é. Nossa opinião e nossos juízos muitas vezes nos enganam e pouco alcançam. De que serve a sutil especulação sobre questões misteriosas e obscuras, de cuja ignorância não seremos julgados? Grande loucura é descurarmos as coisas úteis e necessárias, entregando-nos, com avidez, às curiosas e nocivas. Temos olhos para não ver (Sl 113,13). (Dos ensinamentos da verdade). 

Fonte: Imitação de Cristo

Domingo da Páscoa - Ano C (Evangelho do dia)




João 20,1-9

1 No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo de Jesus,bem de madrugada, quando ainda estava escuro,e viu que a pedra tinha sido retirada do túmulo.2 Então ela saiu correndo e foi encontrar Simão Pedro e o outro discípulo,aquele que Jesus amava, e lhes disse:
'Tiraram o Senhor do túmulo, e não sabemos onde o colocaram.'3 Saíram, então, Pedro e o outro discípulo e foram ao túmulo.4 Os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais depressa que Pedroe chegou primeiro ao túmulo.5 Olhando para dentro, viu as faixas de linho no chão, mas não entrou.6 Chegou também Simão Pedro, que vinha correndo atrás, e entrou no túmulo.Viu as faixas de linho deitadas no chão7 e o pano que tinha estado sobre a cabeça de Jesus,não posto com as faixas, mas enrolado num lugar à parte.8 Então entrou também o outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo.Ele viu, e acreditou.9 De fato, eles ainda não tinham compreendido a Escritura,segundo a qual ele devia ressuscitar dos mortos.
 


Reflexão

1-2. Os quatro Evangelhos narram os primeiros tes­temunhos das santas mulheres e dos discípulos acerca da Ressurreição gloriosa de Cristo. Tais testemunhos refe­rem-se, num primeiro momento, à realidade do sepulcro vazio (cfr Mt 28,1-15; Mc 16,1 ss.; Lc 24,1-12). Depois rela­tarão diversas aparições de Jesus Ressuscitado.
Maria Madalena é uma das que assistiam o Senhor nas Suas viagens (Lc 8,1-3); junto com a Virgem Maria seguiu-O corajosamente até à Cruz (Ioh 19,25), e viu onde tinham depositado o Seu Corpo (Lc 23,55). Agora, uma vez passado o repouso obrigatório do Sábado, vai visitar o túmulo. No­temos o pormenor evangélico: «De manhãzinha, ainda es­curo»: o amor e a veneração fazem-na ir sem demora junto ao Corpo do Senhor.
4. O quarto Evangelho põe em realce que, ainda que fossem as mulheres, e em concreto Maria Madalena, as primeiras a chegar ao sepulcro, são os Apóstolos os pri­meiros a entrar e a perceber os pormenores externos que mostram que Cristo ressuscitou (o sepulcro vazio, os tecidos «caídos», o sudário à parte). Dar testemunho deste fato será ponto essencial da missão que lhes confiará Cristo: «Sereis Minhas testemunhas em Jerusalém… e até aos confins da terra» (Act 1,8; cfr Act 2,32).
5-7. João, que chegou antes — quiçá porque era mais jovem —, não entrou, por deferência para com Pedro. Isto insinua que já então Pedro era considerado como cabeça dos Apóstolos.
As palavras que emprega o Evangelista para descrever o que Pedro e ele viram no sepulcro vazio exprimem com vivo realismo a impressão que lhes causou o que ali encontraram, e como ficaram gravados na sua memória alguns porme­nores à primeira vista irrelevantes. As características que apresentava o sepulcro vazio foram até tal ponto significativas que os fizeram intuir de algum modo a Ressurreição do Senhor. Alguns termos que aparecem no relato necessitam de ser explicados; a simples tradução dificilmente pode exprimir todo o conteúdo.
«As ligaduras no chão»: O particípio grego que traduzimos por «caídas» ou «no chão» parece indicar que as ligaduras tinham ficado aplanadas, como vazias ao ressuscitar e desa­parecer dali o corpo de Jesus, como se Este tivesse saído dos tecidos e das ligaduras sem ser desenroladas, passando através delas (tal como entrou mais tarde no Cenáculo «estando fechadas as portas»). Por isso, os tecidos estavam «caídos», «planos»,«jacentes» segundo a tradução literal do grego, ao sair deles o Corpo de Jesus que os tinha mantido antes em forma avultada. Assim se compreende a admiração e a recordação indelével da testemunha. «O lençol… à parte, ainda enrolado para outro sítio»: A primeira observação é que o sudário, que tinha envolvido a cabeça, não estava em cima dos tecidos, mas ao lado. A se­gunda, mais surpreendente, é que, como os tecidos, conser­vava ainda a sua forma de envoltura, mas, de modo diferente daqueles, mantinha certa consistência de volume, à maneira de casquete, provavelmente devido ao endurecimento pro­duzido pelos unguentos. Tudo isso é o que parece indicar o correspondente particípio grego, que traduzimos por «en­rolado».
Destes pormenores na descrição do sepulcro vazio de­preende-se que o corpo de Jesus ressuscitou de maneira gloriosa, isto é, transcendendo as leis físicas. Não se tra­tava apenas da reanimação do corpo, como por exemplo, no caso de Lázaro, que necessitou de ser desligado das ligaduras e outros tecidos da mortalha para poder andar (cfr Ioh 11,44).
8-10. Como lhes tinha dito Maria Madalena, o Senhor não estava no sepulcro; mas os dois Apóstolos deram-se conta de que não podia tratar-se de um roubo, como ela supunha, pois viram que os tecidos e o sudário se encontravam colocados de um modo especial (cfr a nota a Ioh 20,5-7); ao vê-los assim começaram a compreender o que tantas vezes lhes tinha explicado o Mestre acerca da Sua Morte e Ressurreição (cfr Mt 16,21; Mc 8,31; Lc 9,22; etc.; cfr, além disso, as notas a Mt 12,39-40 e Lc 18,31-40).
O sepulcro vazio e os outros dados que o acompanham são sinais perceptíveis pelos sentidos; a Ressurreição, pelo contrário, ainda que possa ter efeitos comprováveis pela experiência, requer a fé para ser aceite. A Ressurreição de Cristo é um fato real e histórico: nova união do corpo e da alma de Jesus. Mas, sendo uma Ressurreição gloriosa — não como a de Lázaro—, que está muito acima do que pode­mos apreciar nesta vida, e supera, portanto, os limites da experiência sensível, requer-se uma ajuda especial de Deus — o dom da fé — para conhecer e aceitar com certeza este fato que, ao mesmo tempo que é histórico, é sobre­natural. Portanto, pode dizer-se com São Tomás de Aquino que «cada um dos argumentos de per si não bastaria para demonstrar a Ressurreição, mas, tomados em conjunto, manifestam-na suficientemente; sobretudo pelo testemunho da Sagrada Escritura (cfr especialmente Lc 24,25-27), pelo anúncio dos Anjos (cfr Lc 24,4-7) e pela palavra de Cristo confirmada com milagres» (cfr Ioh 3,13; Mt 16,21; 17,22; 20,18) (Suma Teológica, III, q.55, a. 6 ad 1).
Além das predições de Cristo acerca da Sua Paixão, Morte e Ressurreição (cfr Ioh 2,19; Mt 16,21; Mc 9,31; Lc 9,22), já no Antigo Testamento estava anunciado o triunfo glorioso do Messias e, de certo modo, a Sua Ressurreição (cfr Ps 16,9; Is 52,13; Os 6,2). Os Apóstolos começam a com­preender o verdadeiro sentido da Sagrada Escritura depois da Ressurreição do Senhor, e mais especialmente quando recebem o Espírito Santo, que ilumina plenamente as suas inteligências para compreender o conteúdo da Palavra de Deus. É de supor a surpresa e o alvoroço de todos os discí­pulos ao ouvir contar a Pedro e a João o que tinham visto no sepulcro.
“Ressuscitemos para a Vida Nova”
Somos testemunhas
Na celebração da Vigília Pascal recebemos um profundo ensinamento das leituras da Palavra de Deus que proclamaram a presença do Ressuscitado e nos deram o sentido de sua Ressurreição. Diversos foram os símbolos usados como o fogo, a luz, a água, o canto e a comunidade, para nos introduzir neste mistério. Fomos envolvidos pela renovação das promessas do Batismo e pela celebração da Eucaristia. Neste Domingo de Páscoa podemos cantar o “Aleluia”, pois o Pai ressuscitou Seu Filho e a nós que cremos Nele. Cristo, morrendo, destruiu a morte, ressurgindo deu-nos a vida (prefácio). Nós somos testemunhas do acontecimento da Ressurreição porque acolhemos o testemunho dos Apóstolos como Pedro afirma na casa de Cornélio: “E nós somos testemunhas de tudo o que Jesus fez na terra dos judeus e em Jerusalém. Eles O mataram, pregando-O numa cruz. Mas Deus o ressuscitou no terceiro dia, concedendo-lhe manifestar-se às testemunhas que Deus havia escolhido: a nós que comemos e bebemos com Jesus, depois que ressuscitou dos mortos” (At 10,40-41). São testemunhas de um Vivo. O contato com Jesus vivo, depois de ter passado pela morte e ressuscitado, deu aos apóstolos e aos discípulos força de anúncio e libertação de todos os males, como o fora o próprio Jesus que “ungido pelo Espírito e com poder, andou por toda parte fazendo o bem e curando a todos que estavam dominados pelo demônio” (38). Assim Pedro reconhece a presença do Espírito na casa de Cornélio, centurião romano. Ali mesmo reconheceu que a boa notícia é para todos. O Espírito é dado também aos pagãos. Por isso podem também receber o batismo. A Ressurreição é obra de Deus.
Não basta ver, é preciso crer
Os discípulos Pedro e João, ao anúncio de Madalena, correm ao túmulo. Pedro entrou no túmulo e viu. João viu e creu. É a fé na Ressurreição que garante o testemunho. É o Espírito que vai abrir a mente para que entendam. Ele está vivo. A mulher é a primeira testemunha, como a Igreja é a primeira a testemunhar que Cristo está vivo e a garantia de sua presença no meio de nós. O Espírito ensina que a fé na Ressurreição é garantia de vida eterna. Morrendo destruiu a morte, ressurgindo deu-nos a vida (prefácio). A nós também cabe não somente saber, mas crer, isto é, transformar a vida a partir dos frutos da Ressurreição que é a Vida Nova. Paulo insiste: “Se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto; … Aspirai às coisas celestes e não às coisas terrestres” (Cl 3,1-2). Crer significa um novo modo de viver. Não há fé só intelectual, mas gera o modo de vida. Ela conduz também ao anúncio da certeza da Ressurreição.
Vida escondida em Cristo
Fazemos parte da História da Salvação. A Ressurreição nos une a Cristo, como disse Paulo: “Vós morrestes e a vossa vida está escondida, com Cristo, em Deus” (Cl 3,3). Estar com a vida em Deus é o novo nascimento. A fé nos gera para Deus. Celebrando os mistérios pascais, chegamos à luz da Ressurreição. E a Igreja se renova e renasce (Oferendas). A mudança de conduta acontece quando nos abrimos à caridade. Tiramos as pedras da porta do sepulcro de nosso coração e manifestamos o Resuscitado. A Páscoa não é um acontecimento passado. Acontece em cada ato de amor. A festa da Páscoa acenda sempre em nós o desejo do Céu (Vigília). Não desanimar quando tudo parece perdido. Ninguém está perdido. A todos, em Cristo foram escancaradas as portas do Céu. Cada Eucaristia torna presente a Ressurreição. Por isso dizemos: fazendo memória da Ressurreição.
Na Vigília Pascal somos ensinados pela Palavra e pelos símbolos. Participamos do Mistério Pascal de Cristo. Renovamos o Batismo. Hoje podemos cantar o Aleluia vitorioso. Pai ressuscitou Seu Filho e a nós que cremos. Somos testemunhas porque acolhemos o testemunho dos apóstolos. O contato com Jesus vivo foi a força que levou os apóstolos ao anúncio aberto a todos, pois o Espírito foi dado também a eles.
Os discípulos, ao anúncio da Madalena, correm ao túmulo. Pedro entrou e viu e João viu e acreditou. Ele está vivo. A Igreja é a primeira a testemunhar que Cristo vive e garantir sua presença entre nós. O Espírito transforma a fé em garantia de vida eterna. Cabe a nós transformar a fé em frutos de vida nova.
Nossa vida está escondida com Cristo em Deus. É o novo nascimento. A mudança de conduta se dá quando nos abrimos à caridade. A Páscoa acontece em cada ato de amor. Ninguém está perdido, pois as portas do Céu foram escancaradas em Cristo. Em cada Eucaristia está presente a Ressurreição.
O morto está vivo!
É uma notícia que ninguém recebe. Jesus venceu a morte e nos abriu o caminho para a vida eterna com sua Vida na Ressurreição.
O convite da celebração de hoje é ressuscitar com Jesus. Com a Ressurreição de Jesus, nós também ressuscitamos para a Vida, mas continuamos na vida. Para completar esta Vida em nós, S. Paulo nos convida a andar na terra, mas com a cabeça no Alto, onde está Cristo.
Estar ressuscitado é buscar as coisas celestes. Não tira a gente do mundo, mas tira o mundo de dentro da gente. É dar sentido divino ao que vivemos na natureza que Deus nos deu.
Como Pedro e João, corremos ao túmulo para crer que Ele vive. É dia de alegria total, pois nosso Redentor redimiu a todos e nos abriu as portas do Paraíso. Com a Páscoa recebemos as maiores riquezas. Por que perder toda esta riqueza por tão poucas coisas?
Fonte: http://viverminhavocacao.blogspot.com.br/2013/03/domingo-da-pascoa-ano-c-evangelho-do-dia.html

LITURGIA DIÁRIA ( DOMINGO DE PÁSCOA) - 31/03/2013




Dia: 31/03/2013
Primeira Leitura: Atos dos Apóstolos 10, 34a.37-43

PÁSCOA DA RESSURREIÇÃO
(branco, glória, creio, prefácio da Páscoa I - I semana do saltério)


Livro dos Atos dos Apóstolos:

Naqueles dias, 34aPedro tomou a palavra e disse: 37“Vós sabeis o que aconteceu em toda a Judeia, a começar pela Galileia, depois do batismo pregado por João: 38como Jesus de Nazaré foi ungido por Deus com o Espírito Santo e com poder. Ele andou por toda a parte, fazendo o bem e curando a todos os que estavam dominados pelo demônio; porque Deus estava com ele.
39E nós somos testemunhas de tudo o que Jesus fez na terra dos judeus e em Jerusalém. Eles o mataram, pregando-o numa cruz.
40Mas Deus o ressuscitou no terceiro dia, concedendo-lhe manifestar-se 41não a todo o povo, mas às testemunhas que Deus havia escolhido: a nós, que comemos e bebemos com Jesus, depois que ressuscitou dos mortos.
42E Jesus nos mandou pregar ao povo e testemunhar que Deus o constituiu Juiz dos vivos e dos mortos.
43Todos os profetas dão testemunho dele: “Todo aquele que crê em Jesus recebe, em seu nome, o perdão dos pecados”.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.


Salmo (Salmos 117,1-2.16ab-17.22-23 (R.24))

— Este é o dia que o Senhor fez para nós: alegremo-nos e nele exultemos! 
— Este é o dia que o Senhor fez para nós: alegremo-nos e nele exultemos!

— Dai graças ao Senhor, porque ele é bom!/ ‘Eterna é a sua misericórdia!”/ A casa de Israel agora o diga:/ “Eterna é a sua misericórdia!”
— A mão direita do Senhor fez maravilhas,/ a mão direita do Senhor me levantou./ Não morrerei, mas, ao contrário, viverei/ para cantar as grandes obras do Senhor! 
— A pedra que os pedreiros rejeitaram/ tornou-se agora a pedra angular./ Pelo Senhor é que foi feito tudo isso:/ Que maravilhas ele fez a nossos olhos! 


Segunda leitura (Colossenses 3,1-4)

Carta de São Paulo apóstolo aos Colossenses: 

Irmãos: 1Se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, 2onde está Cristo, sentado à direita de Deus; aspirai às coisas celestes e não às coisas terrestres. 3Pois vós morrestes, e a vossa vida está escondida, com Cristo, em Deus. 
4Quando Cristo, vossa vida, aparecer em seu triunfo, então vós aparecereis também com ele, revestidos de glória. 

- Palavra do Senhor. 
- Graças a Deus.


Evangelho (João 20,1-9)

— O Senhor esteja convosco! 
— Ele está no meio de nós! 
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor!

1No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo de Jesus, bem de madrugada, quando ainda estava escuro, e viu que a pedra tinha sido tirada do túmulo. 
2Então ela saiu correndo e foi encontrar Simão Pedro e o outro discípulo, aquele que Jesus amava, e lhes disse: “Tiraram o Senhor do túmulo, e não sabemos onde o colocaram”. 
3Saíram, então, Pedro e o outro discípulo e foram ao túmulo. 4Os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais depressa que Pedro e chegou primeiro ao túmulo. 5Olhando para dentro, viu as faixas de linho no chão, mas não entrou. 
6Chegou também Simão Pedro, que vinha correndo atrás, e entrou no túmulo. Viu as faixas de linho deitadas no chão 7e o pano que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não posto com as faixas, mas enrolado num lugar à parte. 
8Então entrou também o outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo. Ele viu, e acreditou. 
9De fato, eles ainda não tinham compreendido a Escritura, segundo a qual ele devia ressuscitar dos mortos.

- Palavra da Salvação. 
- Glória a vós, Senhor.


sábado, 30 de março de 2013

PROGRAMAÇÃO DESTE SÁBADO SANTO EM NOSSA PÁROQUIA (DE ALELUIA)


Confira a programação
19h – Matriz de Nossa Senhora de Fátima
19h – Alto da Boa Vista
20h – Samanaú 

Conselho do Dia


Este é o conselho que a Imitação de Cristo nos dá para hoje:
Daí vem, ó meu Deus, que "segundo o homem interior me deleito em vossa lei" (Rom 7, 22), sabendo que vosso mandato é bom, justo e santo, que reprova todo mal e ensina que se deve fugir ao pecado. Segundo a carne, porém, estou escravizado à lei do pecado, pois obedeço mais à sensualidade que à razão. Daí vem que "tenho vontade de fazer o bem, mas não sei realizá-lo" (Rom 7, 18). Por isso faço muitos bons propósitos, mas faltando-me vossa graça que auxilie minha fraqueza, com o menor obstáculo desfaleço e desisto. Assim sucede que bem conheço o caminho da perfeição e vejo claramente o que devo fazer. Entretanto, oprimido com o peso da corrupção, não me elevo ao que é mais perfeito. 1. Oh! Como me é necessária, Senhor, vossa graça, para começar, continuar e completar o bem. Porque sem ela nada posso fazer, mas tudo posso em vós, se me confortar vossa graça, Ó graça verdadeiramente celestial, sem a qual nada valem os próprios merecimentos, nem apreço merecem os dons naturais! Nada valem diante de vós, Senhor, as artes e a riqueza, a formosura e a fortaleza, o engenho e a eloqüência - sem a graça. Porque os dons da natureza são comuns aos bons e aos maus; mas a graça ou caridade é peculiar dos escolhidos, porque os torna dignos da vida eterna. Tão excelente é esta graça, que nem o dom da profecia, nem o poder de fazer milagres, nem a mais alta contemplação tem valor algum sem ela. Nem mesmo a fé, nem a esperança, nem as outras virtudes vos agradam, sem a graça e sem a caridade. ( Da corrupção da natureza e da eficácia da graça divina)

Fonte: Imitação de Cristo

Sábado Santo - Vigília Pascal - Ano C



Ele não está aqui. Ressuscitou!
Lucas 24,1-12

1 No primeiro dia da semana, bem de madrugada,

as mulheres foram ao túmulo de Jesus, levando os perfumes que haviam preparado.
2 Elas encontraram a pedra do túmulo removida.
3 Mas ao entrar, não encontraram o corpo do Senhor Jesus
4 e ficaram sem saber o que estava acontecendo.
Nisso, dois homens com roupas brilhantes pararam perto delas.
5 Tomadas de medo, elas olhavam para o chão, mas os dois homens disseram:
'Por que estais procurando entre os mortos aquele que está vivo?
6 Ele não está aqui. Ressuscitou!
Lembrai-vos do que ele vos falou, quando ainda estava na Galiléia:
7 'O Filho do Homem deve ser entregue nas mãos dos pecadores,
ser crucificado e ressuscitar ao terceiro dia'.
8 Então as mulheres se lembraram das palavras de Jesus.
9 Voltaram do túmulo e anunciaram tudo isso aos Onze e a todos os outros.
10 Eram Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago.
Também as outras mulheres que estavam com elas contaram essas coisas aos apóstolos.
11 Mas eles acharam que tudo isso era desvairio, e não acreditaram.
12 Pedro, no entanto, levantou-se e correu ao túmulo.
Olhou para dentro e viu apenas os lençóis.
Então voltou para casa, admirado com o que havia acontecido.
 

Reflexão
 
"No primeiro dia da semana, bem de madrugada, as mulheres foram ao túmulo de Jesus, levando os perfumes que haviam preparado". (Lucas 24,1). Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago, quando chegaram ao local onde Jesus havia sido sepultado, viram que a pedra o tumulo havia sido removida, e o corpo de Jesus não estava lá. Dois homens de roupas brilhantes apareceram para elas e disseram: “Por que estais procurando entre os mortos aquele que está vivo?” “Ele não está aqui, ressuscitou! " (Lucas 24, 5.6) A tristeza dá lugar a alegria, a vida venceu a morte, a escuridão foi vencida pela luz. As mulheres são as portadoras da boa notícia, e foram até os onze contar o que acontecera. Porém, eles não acreditaram como as mulheres que Jesus havia ressuscitado. Pedro foi ao túmulo e vendo apenas os lençóis ficou admirado com o que viu. As palavras de Jesus agora faziam sentido, agora entendera, Ele está vivo.
 
Jesus está vivo! Ele ressuscitou! E junto com ele renascemos para uma vida nova. E é essa alegria, nesta noite de sábado que vamos reviver. A luz vence as trevas, e Jesus nos faz participantes de sua vitória sobre a morte. Esta noite é única, outra igual não há e não haverá. E como as mulheres do evangelho fizeram, devemos anunciar e comunicar a todos que Jesus ressuscitou dos mortos, Ele está vivo, no meio de nós, em cada um de nós. Jesus acompanha a cada um de nós sempre, e é essa fé, essa confiança que nos leva a acreditar que podemos lutar por um mundo melhor, acreditar que pessoas possam mudar, que a humanidade pode mudar. Nós somos responsáveis por essa mudança, somos os anunciadores da boa nova.
 
Jesus está junto do Pai, intercedendo por todos nós, ele não nos deixou, quando fomos batizados, recebemos seu Espírito Santo, por isso Cristo está e permanece em nós. Cristo também se faz presente e real na Eucaristia, no pão e no vinho. Então neste Sábado Santo, nesta noite de alegria, não existe mais tristeza, nossos pecados são perdoados, as lágrimas? Enxuguemos todas as lágrimas, a vida venceu a morte.
“Eis agora a Páscoa, nossa festa, em que o real Cordeiro se imolou: marcando nossas portas, nossas almas, com seu divino sangue nos salvou! Ó Noite de alegria verdadeira, que prostra o Faraó e ergue os hebreus, que une de novo ao céu a terra inteira, pondo na treva humana a luz de Deus!”
 
“Ó sublime mistério desta Noite Santa! Noite na qual revivemos o extraordinário evento da Ressurreição! Se Cristo tivesse permanecido prisioneiro do sepulcro, a humanidade e toda a criação, de certo modo, teriam perdido o próprio sentido. Mas Vós, Cristo, realmente ressuscitastes!” João Paulo II, Vigília Pascal, Vaticano, 19 de Abril de 2003.
 
 

A história da salvação converge para esse momento. Na cidade santa, representante da história salvífica, Deus manifesta sua grande ação salvadora, a morte e a ressurreição do Messias. Mas é preciso escutar as Escrituras para compreender a mensagem divina proferida pelos “anjos”: “Por que procurais o vivente entre os mortos? Não está aqui, mas ressuscitou”.
 
No primeiro dia da semana, dia da nova criação, Deus ressuscita Jesus. As mulheres que vão ao túmulo o encontram vazio e não entendem o que se passa. A boa-nova da ressurreição de Jesus não pode ser compreendida diante do túmulo vazio, mas somente mediante o anúncio divino. Os “homens com vestes resplandecentes” convidam as mulheres a rememorar o que Jesus havia ensinado a respeito de sua morte e ressurreição. Ao lembrarem-se das palavras do Mestre, as mulheres anunciam aos Onze e aos outros o acontecido no túmulo vazio. No entanto, eles não acreditam.
 
As mulheres representam o elo entre o túmulo aberto e as aparições do Ressuscitado. Essas aparições revelarão o sentido do sepulcro vazio, que não fala por si só, mas deve ser complementado pela palavra, mediante a experiência com o Ressuscitado, que explicará as Escrituras aos discípulos para que compreendam tudo o que devia acontecer.
 
Nesse relato, a mensagem central é mostrar que o Vivente não deve ser procurado no túmulo, entre os mortos. Porque o Deus da vida não podia abandonar seu Filho na região dos mortos. A morte de Jesus não foi sua derrota, e sim sua exaltação, seu êxodo para o Pai. Mas essa revelação vem de cima. E os discípulos só poderão anunciar a boa-nova da ressurreição de Jesus quando fizerem a experiência com o Ressuscitado. Eles deverão fazer a passagem da dúvida à certeza, da incredulidade à fé. E isso ocorrerá quando fizerem a experiência do encontro com o Vivente.
 
 
 
Comentário global das leituras: A graça venceu o pecado, o perdão venceu a violência!
 
As leituras de hoje têm como objetivo retomar a história da salvação.
Em primeiro lugar, Deus criou e mantém, com sua providência, a ordem da criação e a vitalidade de todos os seres. A beleza da criação provoca no ser humano a admiração por sua harmonia e estabilidade, levando-o à contemplação e à adoração do Criador. Mas a complexidade da criação também desperta o interesse do ser humano para conhecê-la e explorar os seus segredos, pois essa capacidade foi dada por Deus à humanidade. Contudo, o único ser do universo capaz de conhecer não pode prescindir da responsabilidade para com a preservação da obra de Deus.
 
O segundo passo da ação salvífica de Deus exige uma resposta do ser humano. Deus quis fazer aliança com a humanidade, e, para que isso se realize, faz-se necessária a firme decisão consciente do ser humano de aceitar o senhorio absoluto de Deus, mostrando em todos os momentos da vida que o ama acima de tudo.
 
Nesse relacionamento íntimo entre Deus e a humanidade, confiança e esperança estão sempre juntas. Ao entregar a própria vida nas mãos de Deus, o ser humano fica seguro de que não será decepcionado.
 
Exemplo disso são os hebreus que encontraram vida e liberdade quando tudo parecia perdido, pois o Senhor lhes deu a completa vitória sobre os inimigos. Deus estava empenhado em livrar de qualquer ameaça o povo da aliança e preservá-lo da destruição, ficando à frente dele na saída do Egito, na travessia do mar, no deserto e na terra prometida.
 
Apesar de todas as infidelidades do povo escolhido, Deus nunca o esqueceu nem deixou de tratá-lo com amor, sempre chamando Israel e renovando a aliança com ele. Assim, Deus foi agindo na história com o firme propósito de dar a salvação a todo ser humano. A humanidade, por sua vez, quase sempre respondeu a tão grande propósito com a rebeldia do pecado. Muitas vezes o ser humano reconheceu sua responsabilidade nas afrontas a Deus, pediu perdão e recomeçou a caminhada de fé. Outras vezes, o ser humano permaneceu na sua obstinação e orgulho contra o Senhor. Até que nos foi enviado o Salvador para plenificar a obra de redenção, que começou com a criação. Mesmo assim, o Filho de Deus foi rejeitado, sofrendo, por nossa culpa, a morte na cruz. Mas Deus o ressuscitou nesta noite grandiosa que hoje celebramos. Jesus Cristo, o Filho do Altíssimo, nossa páscoa e nossa ressurreição, garantia de nossa união definitiva com Deus.
 
PISTAS PARA REFLEXÃO
1. Várias situações podem fazer com que a páscoa não seja atuante em nossas vidas. Que situações poderiam ser essas?
2. Será que estamos conscientes de que a ressurreição de Jesus não é um prêmio que o Pai lhe deu por seu bom comportamento, como se faz com uma criança, mas que, na verdade, Cristo ressuscitou por nossa causa?
3. “Se Cristo não ressuscitou, vã é nossa fé” (1Cor 15,14.17). E, se nós não soubermos o significado da ressurreição de Cristo como garantia de nossa união definitiva com o Pai e da filiação divina que nos foi dada nesse mistério, vã continuará sendo a nossa fé, que nem mesmo poderá ser chamada de cristã.
Fonte: http://viverminhavocacao.blogspot.com.br/2013/03/sabado-santo-vigilia-pascal-ano-c.html

LITURGIA DIÁRIA - 30/03/2013



Dia: 30/03/2013
Primeira Leitura: Gênesis 1,1—2,2; Gênesis 22,1-18; Êx 14,15—15,1 
 
VIGÍLIA PASCAL
(branco, glória, prefácio da Páscoa I - ofício próprio)

Leitura do Livro do Gênesis: 

1No princípio Deus criou o céu e a terra. 
2A terra estava deserta e vazia, as trevas cobriam a face do abismo e o Espírito de Deus pairava sobre as águas.
3Deus disse: “Faça-se a luz!” E a luz se fez. 4Deus viu que a luz era boa e separou a luz das trevas. 5E à luz Deus chamou “dia” e às trevas, “noite”. Houve uma tarde e uma manhã: primeiro dia. 
6Deus disse: “Faça-se um firmamento entre as águas, separando umas das outras”. 7E Deus fez o firmamento, e separou as águas que estavam embaixo das que estavam em cima do firmamento. E assim se fez. 8Ao firmamento Deus chamou “céu”. Houve uma tarde e uma manhã: segundo dia. 
9Deus disse: “Juntem-se as águas que estão debaixo do céu num só lugar e apareça o solo enxuto!” E assim se fez. 10Ao solo enxuto Deus chamou “terra” e ao ajuntamento das águas, “mar”. E Deus viu que era bom. 
11Deus disse: “A terra faça brotar vegetação e plantas que deem semente, e árvores frutíferas que deem fruto segundo a sua espécie, que tenham nele a sua semente sobre a terra”. E assim se fez.
12E a terra produziu vegetação e plantas que trazem semente segundo a sua espécie, e árvores que dão fruto tendo nele a semente da sua espécie. E Deus viu que era bom.13Houve uma tarde e uma manhã: terceiro dia. 
14Deus disse: “Façam-se luzeiros no firmamento do céu, para separar o dia da noite. Que sirvam de sinais para marcar as festas, os dias e os anos, 15e que resplandeçam no firmamento do céu e iluminem a terra”. E assim se fez.
16Deus fez os dois grandes luzeiros: o luzeiro maior para presidir ao dia, e o luzeiro menor para presidir à noite, e as estrelas. 17Deus colocou-os no firmamento do céu para alumiar a terra, 18para presidir ao dia e à noite e separar a luz das trevas. E Deus viu que era bom.19E houve uma tarde e uma manhã: quarto dia. 
20Deus disse: “Fervilhem as águas de seres animados de vida e voem pássaros sobre a terra, debaixo do firmamento do céu”.
21Deus criou os grandes monstros marinhos e todos os seres vivos que nadam, em multidão, nas águas, segundo as suas espécies, e todas as aves, segundo as suas espécies. E Deus viu que era bom. 22E Deus os abençoou, dizendo: “Sede fecundos e multiplicai-vos e enchei as águas do mar, e que as aves se multipliquem sobre a terra”.23Houve uma tarde e uma manhã: quinto dia. 
24Deus disse: “Produza a terra seres vivos segundo as suas espécies, animais domésticos, répteis e animais selvagens, segundo as suas espécies”. E assim se fez.
25Deus fez os animais selvagens, segundo as suas espécies, os animais domésticos, segundo as suas espécies e todos os répteis do solo, segundo as suas espécies. E Deus viu que era bom.
26Deus disse: “Façamos o homem à nossa imagem e segundo a nossa semelhança, para que domine sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais de toda a terra, e sobre todos os répteis que rastejam sobre a terra”. 
27E Deus criou o homem à sua imagem, à imagem de Deus ele o criou: homem e mulher os criou. 28E Deus os abençoou e lhes disse: “Sede fecundos e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a! Dominai sobre os peixes do mar, sobre os pássaros do céu e sobre todos os animais que se movem sobre a terra”.
29E Deus disse: “Eis que vos entrego todas as plantas que dão semente sobre a terra, e todas as árvores que produzem fruto com sua semente, para vos servirem de alimento.30E a todos os animais da terra, e a todas as aves do céu, e a tudo o que rasteja sobre a terra e que é animado de vida, eu dou todos os vegetais para alimento”. E assim se fez. 
31E Deus viu tudo quanto havia feito, e eis que tudo era muito bom. Houve uma tarde e uma manhã: sexto dia. 
2,1E assim foram concluídos o céu e a terra com todo o seu exército. 2No sétimo dia, Deus considerou acabada toda a obra que tinha feito; e no sétimo dia descansou de toda a obra que fizera.

— Palavra do Senhor. 
— Graças a Deus! 


Segunda Leitura (Gn 22,1-18)

Leitura do Livro do Gênesis: 

Naqueles dias, 1Deus pôs Abraão à prova. Chamando-o, disse: Abraão!” E ele respondeu: “Aqui estou”. 2E Deus disse: “Toma teu filho único, Isaac, a quem tanto amas, dirige-te à terra de Moriá, e oferece-o ali em holocausto sobre um monte que eu te indicar”.
3Abraão levantou-se bem cedo, selou o jumento, tomou consigo dois dos seus servos e seu filho Isaac. Depois de ter rachado lenha para o holocausto, pôs-se a caminho, para o lugar que Deus lhe havia ordenado.
4No terceiro dia, Abraão, levantando os olhos, viu de longe o lugar. 5Disse, então, aos seus servos: “Esperai aqui com o jumento, enquanto eu e o menino vamos até lá. Depois de adorarmos a Deus, voltaremos a vós”.
6Abraão tomou a lenha para o holocausto e a pôs às costas do seu filho Isaac, enquanto ele levava o fogo e a faca. E os dois continuaram caminhando juntos. 7Isaac disse a Abraão: “Meu pai”.
— “Que queres, meu filho?”, respondeu ele. E o menino disse:
— “Temos o fogo e a lenha, mas onde está a vítima para o holocausto?” 8Abraão respondeu: “Deus providenciará a vítima para o holocausto, meu filho”. E os dois continuaram caminhando juntos.
9Chegados ao lugar indicado por Deus, Abraão ergueu um altar, colocou a lenha em cima, amarrou o filho e o pôs sobre a lenha em cima do altar. 10Depois, estendeu a mão, empunhando a faca para sacrificar o filho.
11E eis que o anjo do Senhor gritou do céu, dizendo: “Abraão! Abraão!” Ele respondeu: “Aqui estou!”. 12E o anjo lhe disse: “Não estendas a mão contra teu filho e não lhe faças nenhum mal! Agora sei que temes a Deus, pois não me recusaste teu filho único”.
13Abraão, erguendo os olhos, viu um carneiro preso num espinheiro pelos chifres; foi buscá-lo e ofereceu-o em holocausto no lugar do seu filho.
14Abraão passou a chamar aquele lugar: “O Senhor providenciará”. Donde até hoje se diz: “O monte onde o Senhor providenciará”.
15O anjo do Senhor chamou Abraão, pela segunda vez, do céu, 16e lhe disse: “Juro por mim mesmo — oráculo do Senhor —, uma vez que agiste deste modo e não me recusaste teu filho único, 17eu te abençoarei e tornarei tão numerosa tua descendência como as estrelas do céu e como as areias da praia do mar. Teus descendentes conquistarão as cidades dos inimigos. 18Por tua descendência serão abençoadas todas as nações da terra, porque me obedeceste”. 

— Palavra do Senhor. 
— Graças a Deus! 


Terceira Leitura (Êx 14,15—15,1)

Leitura do Livro do Êxodo: 

Naqueles dias: 15O Senhor disse a Moisés: “Por que clamas a mim por socorro? Dize aos filhos de Israel que se ponham em marcha. 16Quanto a ti, ergue a vara, estende o braço sobre o mar e divide-o, para que os filhos de Israel caminhem em seco pelo meio do mar.17De minha parte, endurecerei o coração dos egípcios, para que sigam atrás deles, e eu seja glorificado às custas do Faraó, e de todo o seu exército, dos seus carros e cavaleiros.18E os egípcios saberão que eu sou o Senhor, quando eu for glorificado às custas do Faraó, dos seus carros e cavaleiros”.
19Então, o anjo do Senhor, que caminhava à frente do acampamento dos filhos de Israel, mudou de posição e foi para trás deles; e com ele, ao mesmo tempo, a coluna de nuvem, que estava na frente, colocou-se atrás, 20inserindo-se entre o acampamento dos egípcios e o acampamento dos filhos de Israel. Para aqueles a nuvem era tenebrosa, para estes, iluminava a noite. Assim, durante a noite inteira, uns não puderam aproximar-se dos outros.
21Moisés estendeu a mão sobre o mar, e durante toda a noite o Senhor fez soprar sobre o mar um vento leste muito forte; e as águas se dividiram. 22Então, os filhos de Israel entraram pelo meio do mar a pé enxuto, enquanto as águas formavam como que uma muralha à direita e à esquerda.
23Os egípcios puseram-se a persegui-los, e todos os cavalos do Faraó, carros e cavaleiros os seguiram mar adentro.
24Ora, de madrugada, o Senhor lançou um olhar, desde a coluna de fogo e da nuvem, sobre as tropas egípcias e as pôs em pânico. 25Bloqueou as rodas dos seus carros, de modo que só a muito custo podiam avançar. Disseram, então, os egípcios: “Fujamos de Israel! Pois o Senhor combate a favor deles, contra nós”.
26O Senhor disse a Moisés: “Estende a mão sobre o mar, para que as águas se voltem contra os egípcios, seus carros e cavaleiros”.
27Moisés estendeu a mão sobre o mar e, ao romper da manhã, o mar voltou ao seu leito normal, enquanto os egípcios, em fuga, corriam ao encontro das águas, e o Senhor os mergulhou no meio das ondas.
28As águas voltaram e cobriram carros, cavaleiros e todo o exército do Faraó, que tinha entrado no mar em perseguição a Israel. Não escapou um só. 29Os filhos de Israel, ao contrário, tinham passado a pé enxuto pelo meio do mar, cujas águas lhes formavam uma muralha à direita e à esquerda.
30Naquele dia, o Senhor livrou Israel da mão dos egípcios, e Israel viu os egípcios mortos nas praias do mar, 31e a mão poderosa do Senhor agir contra eles. O povo temeu o Senhor, e teve fé no Senhor e em Moisés, seu servo. 15,1Então, Moisés e os filhos de Israel cantaram ao Senhor este cântico: 

- Palavra do Senhor. 
- Graças a Deus.



Salmo (Sl 103; Sl 15; Êxodo 15,1-6.17-18; Sl 117)



Salmo 103:

— Enviai o vosso Espírito, Senhor, e da terra toda a face renovai.
— Enviai o vosso Espírito, Senhor, e da terra toda a face renovai.

— Bendize, ó minha alma, ao Senhor!/ Ó meu Deus e meu Senhor, como sois grande!/ De majestade e esplendor vos revestis/ e de luz vos envolveis como num manto.
— A terra vós firmastes em suas bases,/ ficará firme pelos séculos sem fim;/ os mares a cobriam como um manto,/ e as águas envolviam as montanhas.
— Fazeis brotar em meio aos vales as nascentes/ que passam serpeando entre as montanhas;/ às suas margens vêm morar os passarinhos,/ entre os ramos eles erguem o seu canto.
— De vossa casa as montanhas irrigais,/ com vossos frutos saciais a terra inteira;/ fazeis crescer os verdes pastos para o gado/ e as plantas que são úteis para o homem.
— Quão numerosas, ó Senhor, são vossas obras,/ e que sabedoria em todas elas!/ Encheu-se a terra com as vossas criaturas!/ Bendize, ó minha alma, ao Senhor!

Salmo 15:

— Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio!
— Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio!

— Ó Senhor, sois minha herança e minha taça,/ meu destino está seguro em vossas mãos!/ Tenho sempre o Senhor ante meus olhos,/ pois se o tenho a meu lado não vacilo.
— Eis por que meu coração está em festa,/ minha alma rejubila de alegria,/ e até meu corpo no repouso está tranquilo;/ pois não haveis de me deixar entregue à morte,/ nem vosso amigo conhecer a corrupção.
— Vós me ensinais vosso caminho para a vida;/ junto a vós, felicidade sem limites,/ delícia eterna e alegria ao vosso lado!

Êxodo 15,1-6.17-18:

— Cantemos ao Senhor que fez brilhar a sua glória!
— Cantemos ao Senhor que fez brilhar a sua glória!

— Ao Senhor quero cantar, pois fez brilhar a sua glória:/ precipitou no Mar Vermelho o cavalo e o cavaleiro!/ O Senhor é minha força, é a razão do meu cantar,/ pois foi ele neste dia para mim libertação!
— Ele é meu Deus e o louvarei, Deus de meu pai, e o honrarei./ O Senhor é um Deus guerreiro; o seu nome é “Onipotente”./ Os soldados e os carros do Faraó jogou no mar;/ seus melhores capitães afogou no mar Vermelho,
— Afundaram como pedras e as ondas os cobriram./ Ó Senhor, o vosso braço é duma força insuperável!/ Ó Senhor, o vosso braço esmigalhou os inimigos!
— Vosso povo levareis e o plantareis em vosso Monte,/ no lugar que preparastes para a vossa habitação,/ no Santuário construído pelas vossas próprias mãos./ O Senhor há de reinar eternamente, pelos séculos!

Salmo 117:

— Aleluia! Aleluia! Aleluia!
— Aleluia! Aleluia! Aleluia!

— Dai graças ao Senhor, porque ele é bom!/ Eterna é a sua misericórdia!/ A casa de Israel agora o diga: “Eterna é a sua misericórdia!”
— A mão direita do Senhor fez maravilhas,/ a mão direita do Senhor me levantou,/ a mão direita do Senhor fez maravilhas!/ Não morrerei, mas ao contrário, viverei/ para cantar as grandes obras do Senhor!
— A pedra que os pedreiros rejeitaram/ tornou-se agora a pedra angular./ Pelo Senhor é que foi feito tudo isso:/ Que maravilhas ele fez a nossos olhos!


Segunda leitura (Romanos 6,3-11)

Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos:

Irmãos: 3Será que ignorais que todos nós, batizados em Jesus Cristo, é na sua morte que fomos batizados? 4Pelo batismo na sua morte, fomos sepultados com ele, para que, como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, assim também nós levemos uma vida nova.
5Pois, se fomos de certo modo identificados a Jesus Cristo por uma morte semelhante à sua, seremos semelhantes a ele também pela ressurreição.
6Sabemos que o nosso velho homem foi crucificado com Cristo, para que seja destruído o corpo de pecado, de maneira a não mais servirmos ao pecado. 7Com efeito, aquele que morreu está livre do pecado.
8Se, pois, morremos com Cristo, cremos que também viveremos com ele. 9Sabemos que Cristo ressuscitado dos mortos não morre mais; a morte já não tem poder sobre ele.10Pois aquele que morreu, morreu para o pecado uma vez por todas; mas aquele que vive, é para Deus que vive.
11Assim, vós também considerai-vos mortos para o pecado e vivos para Deus, em Jesus Cristo. 

- Palavra do Senhor. 
- Graças a Deus.


Evangelho (Lucas 24,1-12)

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor! 

1No primeiro dia da semana, bem de madrugada, as mulheres foram ao túmulo de Jesus, levando os perfumes que haviam preparado. 2Elas encontraram a pedra do túmulo removida. 3Mas, ao entrar, não encontraram o corpo do Senhor Jesus 4e ficaram sem saber o que estava acontecendo. Nisso, dois homens com roupas brilhantes pararam perto delas.
5Tomadas de medo, elas olhavam para o chão, mas os dois homens disseram: “Por que estais procurando entre os mortos aquele que está vivo? 6Ele não está aqui. Ressuscitou! Lembrai-vos do que ele vos falou, quando ainda estava na Galileia: 7‘O Filho do Homem deve ser entregue nas mãos dos pecadores, ser crucificado e ressuscitar ao terceiro dia’”. 
8Então as mulheres se lembraram das palavras de Jesus. 9Voltaram do túmulo e anunciaram tudo isso aos Onze e a todos os outros. 10Eram Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago. Também as outras mulheres que estavam com elas contaram essas coisas aos apóstolos. 11Mas eles acharam que tudo isso era desvario, e não acreditaram. 
12Pedro, no entanto, levantou-se e correu ao túmulo. Olhou para dentro e viu apenas os lençóis. Então voltou para casa, admirado com o que havia acontecido. 

- Palavra da Salvação. 
- Glória a vós, Senhor.




sexta-feira, 29 de março de 2013


Sexta-feira da Semana Santa - Paixão do Senhor


João 18,1-19,42
 
Naquele tempo:1 Jesus saiu com os discípulos para o outro lado da torrente do Cedron.Havia aí um jardim, onde ele entrou com os discípulos.2 Também Judas, o traidor, conhecia o lugar,
porque Jesus costumava reunir-se aí com os seus discípulos.3 Judas levou consigo um destacamento de soldadose alguns guardas dos sumos sacerdotes e fariseus,e chegou ali com lanternas, tochas e armas.4 Então Jesus, consciente de tudo o que ia acontecer,saiu ao encontro deles e disse: 'A quem procurais?'
5 Responderam: 'A Jesus, o nazareno'.Ele disse: 'Sou eu'. Judas, o traidor, estava junto com eles.6 Quando Jesus disse: 'Sou eu', eles recuaram e caíram por terra.7 De novo lhes perguntou: 'A quem procurais?'Eles responderam: 'A Jesus, o nazareno'.8 Jesus respondeu: 'Já vos disse que sou eu.Se é a mim que procurais, então deixai que estes se retirem'.
9 Assim se realizava a palavra que Jesus tinha dito:'Não perdi nenhum daqueles que me confiaste'.10 Simão Pedro, que trazia uma espada consigo,puxou dela e feriu o servo do sumo sacerdote,cortando-lhe a orelha direita. O nome do servo era Malco.11 Então Jesus disse a Pedro:'Guarda a tua espada na bainha. Não vou beber o cálice que o Pai me deu?'
 

12 Então, os soldados, o comandante e os guardas dosjudeus prenderam Jesus e o amarraram.13 Conduziram-no primeiro a Anás, que era o sogro deCaifás, o sumo sacerdote naquele ano.14 Foi Caifás que deu aos judeus o conselho: 'É preferível que um só morra pelo povo'.15 Simão Pedro e um outro discípulo seguiam Jesus.Esse discípulo era conhecido do sumo sacerdotee entrou com Jesus no pátio do sumo sacerdote.16 Pedro ficou fora, perto da porta.Então o outro discípulo, que era conhecido do sumo sacerdote, saiu,conversou com a encarregada da porta e levou Pedro para dentro.17 A criada que guardava a porta disse a Pedro:'Não pertences também tu aos discípulos desse homem?'Ele respondeu: 'Não'.18 Os empregados e os guardas fizeram uma fogueirae estavam-se aquecendo, pois fazia frio. Pedro ficou com eles, aquecendo-se.19 Entretanto, o sumo sacerdote interrogou Jesusa respeito de seus discípulos e de seu ensinamento.20 Jesus lhe respondeu: 'Eu falei às claras ao mundo. Ensinei sempre na sinagoga e no Templo, onde todos os judeus se reúnem. Nada falei às escondidas.
21 Por que me interrogas? Pergunta aos que ouviram o que falei; eles sabem o que eu disse.'
22 Quando Jesus falou isso, um dos guardas que ali estavadeu-lhe uma bofetada, dizendo: 'É assim que respondes ao sumo sacerdote?'23 Respondeu-lhe Jesus: 'Se respondi mal, mostra em quê;mas, se falei bem, por que me bates?'
24 Então, Anás enviou Jesus amarrado para Caifás, o sumo sacerdote.
 

25 Simão Pedro continuava lá, em pé, aquecendo-se. Disseram-lhe:'Não és tu, também, um dos discípulos dele?'Pedro negou: 'Não!'26 Então um dos empregados do sumo sacerdote, parente daquele a quem Pedro tinha cortado a orelha, disse: 'Será que não te vi no jardim com ele?'27 Novamente Pedro negou. E na mesma hora, o galo cantou.

28 De Caifás, levaram Jesus ao palácio do governador. Era de manhã cedo.Eles mesmos não entraram no palácio,para não ficarem impuros e poderem comer a páscoa.29 Então Pilatos saiu ao encontro deles e disse:'Que acusação apresentais contra este homem?'30 Eles responderam: 'Se não fosse malfeitor, não o teríamos entregue a ti!'31 Pilatos disse: 'Tomai-o vós mesmos e julgai-o de acordo com a vossa lei.'Os judeus lhe responderam: 'Nós não podemos condenar ninguém à morte'.32 Assim se realizava o que Jesus tinha dito,significando de que morte havia de morrer.33 Então Pilatos entrou de novo no palácio, chamou Jesus e perguntou-lhe:'Tu és o rei dos judeus?'34 Jesus respondeu: 'Estás dizendo isto por ti mesmo,ou outros te disseram isto de mim?'
  35 Pilatos falou: 'Por acaso, sou judeu?O teu povo e os sumos sacerdotes te entregaram a mim. Que fizeste?'.36 Jesus respondeu: 'O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus guardas lutariam para que eu não fosse entregue aos judeus.Mas o meu reino não é daqui.'
37 Pilatos disse a Jesus: 'Então tu és rei?'Jesus respondeu: 'Tu o dizes: eu sou rei. Eu nasci e vim ao mundo para isto:para dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz.'
38 Pilatos disse a Jesus: 'O que é a verdade?'Ao dizer isso, Pilatos saiu ao encontro dos judeus,e disse-lhes: 'Eu não encontro nenhuma culpa nele.39 Mas existe entre vós um costume, que pela Páscoa eu vos solte um preso.Quereis que vos solte o rei dos Judeus?'40 Então, começaram a gritar de novo: 'Este não, mas Barrabás!' Barrabás era um bandido.

19,1 Então Pilatos mandou flagelar Jesus.2 Os soldados teceram uma coroa de espinhos e colocaram-na na cabeça de Jesus.Vestiram-no com um manto vermelho,3 aproximavam-se dele e diziam:'Viva o rei dos judeus!' E davam-lhe bofetadas.4 Pilatos saíu de novo e disse aos judeus: 'Olhai, eu o trago aqui fora, diante de vós,para que saibais que não encontro nele crime algum.'5 Então Jesus veio para fora, trazendo a coroa de espinhos e o manto vermelho.Pilatos disse-lhes: 'Eis o homem!'6 Quando viram Jesus, os sumos sacerdotes e os guardas começaram a gritar:'Crucifica-o! Crucifica-o!'Pilatos respondeu: 'Levai-o vós mesmos para ocrucificar, pois eu não encontro nele crime algum.'7 Os judeus responderam: 'Nós temos uma Lei,e, segundo esta Lei, ele deve morrer, porque se fez Filho de Deus'.8 Ao ouvir estas palavras, Pilatos ficou com mais medo ainda.9 Entrou outra vez no palácio e perguntou a Jesus: 'De onde és tu?'Jesus ficou calado.10 Então Pilatos disse: 'Não me respondes?Não sabes que tenho autoridade para te soltar e autoridade para te crucificar?'11 Jesus respondeu: 'Tu não terias autoridade alguma sobre mim, se ela não te fosse dada do alto. Quem me entregou a ti, portanto, tem culpa maior.'
 

12 Por causa disso, Pilatos procurava soltar Jesus. Mas os judeus gritavam:'Se soltas este homem, não és amigo de César.Todo aquele que se faz rei, declara-se contra César'.13 Ouvindo estas palavras, Pilatos trouxe Jesus para fora e sentou-se no tribunal,no lugar chamado 'Pavimento', em hebraico 'Gábata'.14 Era o dia da preparação da Páscoa, por volta do meio-dia.Pilatos disse aos judeus: 'Eis o vosso rei!'15 Eles, porém, gritavam: 'Fora! Fora! Crucifica-o!'Pilatos disse: 'Hei de crucificar o vosso rei?'Os sumos sacerdotes responderam: 'Não temos outro rei senão César'.16 Então Pilatos entregou Jesus para ser crucificado, e eles o levaram.
 

17 Jesus tomou a cruz sobre si e saiu para o lugar chamado 'Calvário',em hebraico 'Gólgota'.18 Ali o crucificaram, com outros dois: um de cada lado, e Jesus no meio.19 Pilatos mandou ainda escrever um letreiroe colocá-lo na cruz; nele estava escrito: 'Jesus o Nazareno, o Rei dos Judeus'.20 Muitos judeus puderam ver o letreiro, porque o lugar em que Jesus foi crucificado ficava perto da cidade. O letreiro estava escrito em hebraico, latim e grego.21 Então os sumos sacerdotes dos judeus disseram a Pilatos:
'Não escrevas 'O Rei dos Judeus', mas sim o que ele disse: 'Eu sou o Rei dos judeus'.'22 Pilatos respondeu: 'O que escrevi, está escrito'.
 

23 Depois que crucificaram Jesus,
os soldados repartiram a sua roupa em quatro partes,uma parte para cada soldado.
Quanto à túnica, esta era tecida sem costura, em peça única de alto a baixo.24 Disseram então entre si: 'Não vamos dividir a túnica. Tiremos a sorte para ver de quem será'. Assim se cumpria a Escritura que diz: 'Repartiram entre si as minhas vestese lançaram sorte sobre a minha túnica'. Assim procederam os soldados.
25 Perto da cruz de Jesus, estavam de péa sua mãe, a irmó da sua mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena.26 Jesus, ao ver sua mãe e, ao lado dela, o discípulo queele amava, disse à mãe: 'Mulher, este é o teu filho'.
27 Depois disse ao discípulo: 'Esta é a tua mãe'.
Daquela hora em diante, o discípulo a acolheu consigo.
28 Depois disso, Jesus, sabendo que tudo estava consumado,e para que a Escritura se cumprisse até o fim, disse: 'Tenho sede'.
29 Havia ali uma jarra cheia de vinagre. 
Amarraram numa vara uma esponja embebida de vinagre e levaram-na à boca de Jesus.30 Ele tomou o vinagre e disse: 'Tudo está consumado'.
E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.

31 Era o dia da preparação para a Páscoa. Os judeus queriam evitar que os corpos ficassem na cruz durante o sábado, porque aquele sábado era dia de festa solene. Então pediram a Pilatos que mandasse quebrar as pernas aos crucificados e os tirasse da cruz.32 Os soldados foram e quebraram as pernas de um e depois do outroque foram crucificados com Jesus.33 Ao se aproximarem de Jesus, e vendo que já estavamorto, não lhe quebraram as pernas;34 mas um soldado abriu-lhe o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água.35 Aquele que viu, dá testemunho e seu testemunho é verdadeiro;
e ele sabe que fala a verdade, para que vós também acrediteis.36 Isso aconteceu para que se cumprisse a Escritura, que diz:
'Não quebrarão nenhum dos seus ossos'.37 E outra Escritura ainda diz: 'Olharão para aquele que transpassaram'.

38 Depois disso, José de Arimatéia, que era discípulo de Jesus - mas às escondidas, por medo dos judeus - pediu a Pilatos para tirar o corpo de Jesus.Pilatos consentiu. Então José veio tirar o corpo de Jesus.39 Chegou também Nicodemos, o mesmo que antes tinha ido a Jesus de noite.Trouxe uns trinta quilos de perfume feito de mirra e aloés.40 Então tomaram o corpo de Jesus e envolveram-no, com os aromas, em faixas de linho,como os judeus costumam sepultar.41 No lugar onde Jesus foi crucificado, havia um jardim e, no jardim, um túmulo novo,onde ainda ninguém tinha sido sepultado.42 Por causa da preparação da Páscoa, e como o túmuloestava perto, foi ali que colocaram Jesus.
 


REFLEXÃO 1:
 
JESUS SENHOR DE SUA SORTE. Queria propor juntar-nos com o espírito de Maria, sob a cruz de Jesus. Ela mulher forte que percorreu todo o significado deste acontecimento da paixão e morte do Senhor, nos ajudará a ter um olhar contemplativo sobre o Crucificado (Jo 19,25-27). Encontramo-nos no capítulo 19 do Evangelho de João, que começa com a cena da flagelação e da coroação de espinhos. Pilatos apresenta Jesus aos sumos sacerdotes e aos guardas: “Jesus Nazareno, o rei dos Judeus” que gritam sua morte na cruz (Jo 19,6). Começa assim para Jesus o caminho da cruz para o Gólgota, onde será crucificado. Na narração da paixão segundo João, Jesus se revela senhor de si mesmo, controlando assim tudo o que lhe acontece. O texto joanista é cheio de frases que indicam esta realidade teológica, de Jesus que oferece sua vida. Os acontecimentos da paixão Ele os sofre ativamente e não passivamente. Trazemos aqui apenas alguns exemplos sublinhando algumas frases e palavras. O leitor pode encontrar outras:
Então Jesus, conhecendo tudo o que ia suceder se adianta e lhes pergunta: “A quem procura?”. Responderam-Lhe: “Jesus de Nazaré!”. Disse-lhes: “Eu sou!”. Judas o que lhe entregara também estava com eles. Quando lhes disse: “Eu sou” retrocederam e caíram por terra. Perguntou-lhes de novo: “A quem procuram?”. Responderam-Lhe: “Jesus o Nazareno!”. Jesus respondeu “Já lhes disse que “eu sou”, deixem os outros irem”. Assim se cumprirá o que havia dito: “dos que me foram dados, nenhum se perdeu” (Jo 18,4-9).
 
“ENTÃO JESUS SAIU, LEVANDO A COROA DE ESPINHOS E O MANTO DE PÚRPURA” (Jo 19,15). Disse a Pilatos: “Não terias poder nenhum sobre mim, se não te fosse dado do alto” (Jo 19,11). Também sobre a cruz Jesus toma parte ativa em sua morte, ao se deixa matar como os ladrões aos quais são quebradas as pernas (Jo 19,31-33); ao contrário entrega seu espírito (Jo 19,30). São muito importantes os detalhes apontados pelo evangelista: “Jesus então, vendo sua Mãe e ali junto dela o discípulo a quem amava, disse a sua Mãe: Mulher, eis aí teu filho!. Em seguida disse ao discípulo: Eis ai tua Mãe!” (Jo 19,26-27). Estas simples palavras de Jesus têm o peso da revelação, palavras com as quais, Ele nos revela sua vontade: “eis ai teu filho”; “eis ai tua Mãe”. Palavras que nos enviam para aquelas pronunciadas por Pilatos: “Eis ai o Homem” (Jo 19,5). Aqui Jesus, a partir da cruz, seu trono, revela sua vontade e seu amor por todos nós. Ele é o cordeiro de Deus, o pastor que dá sua vida pelas ovelhas. Naquele momento, na cruz Ele faz nascer a Igreja, representada por sua mãe Maria, sua irmã, Maria de Cleófas e Maria Madalena com o discípulo amado (Jo 19,25).
 
DISCÍPULOS AMADOS E FIÉIS. O quarto evangelho especifica que estes discípulos “estavam junto à cruz” (Jo 25-26). Um detalhe de profundo significado. Só o quarto evangelho narra estas cinco pessoas estavam junto à cruz. Os outros evangelistas não especificam. Lucas, por exemplo, narra que todos aqueles que o conheciam o seguiam de longe (Lc 23,49). Também Mateus conta que muitas mulheres seguiam de longe estes acontecimentos. Estas mulheres haviam seguido Jesus desde a Galiliéia e lhe serviam. Porém, agora o seguiam de longe (Mt 27,55-56). Marcos como Mateus, não nos dá os nomes daqueles que de longe observavam a morte de Jesus (Mc 15,40-41). Só o quarto evangelho especifica que a Mãe de Jesus com outras mulheres e o discípulo amado “estavam junto à cruz”. Estavam ali, como servos diante de seu Senhor. Estão valorosamente presentes no momento em que Jesus declara que “tudo estava consumado” (Jo 19,30). A Mãe de Jesus está presente quando a “hora havia chegado”. Àquela hora pré-anunciada nas bodas de Caná (Jo 2,1ss). O quarto evangelho havia anotado também naquele momento que “a Mãe de Jesus estava ali” (Jo 2,1). Por isto, aquele que permanece fiel ao Senhor em sua sorte é o discípulo amado. O evangelista deixa no anonimato este discípulo de modo que qualquer um de nós possa ser refletido nele que conheceu os mistérios do Senhor, apoiando sua cabeça sobre o peito de Jesus durante a última ceia.
 
PARA REFLEXÃO PESSOAL
• Leia outra vez o texto do evangelho, e busque na Bíblia todos os textos citados na leitura. Tente encontrar outros textos paralelos que te ajudem a penetrar a fundo o texto d meditação.
• Com teu espírito, ajudado pela leitura orante do relato de João, visite os lugares da Paixão, pare diante do Calvário para aproveitar com Maria e o discípulo amado o acontecimento da Paixão.
• O que é que mais chamou tua atenção?
• Qual é o sentimento que provoca em você o relato da Paixão?
• O que é que significa para você o fato de que Jesus padece ativamente sua Paixão?
 
 
Reflexão 2:
 
A quem procurais? Eles responderam: Jesus o Nazareno” (18, 5);
Qual a razão de se procurar Jesus de Nazaré? Aqueles homens o procuravam para eliminá-lo, pois Jesus, assumir-se como Messias, parecia para aquelas pessoas algo de inaceitável. Parecia-lhes uma grande presunção, uma farsa a ser punida com pena máxima. Você já pensou a razão de procurar Jesus? Ou nunca pensou? Ou pensou só as vezes? Você procura Jesus só para resolver problemas, sentir-se bem, buscar uma realização pessoal muito fechada no seu mundinho? Mas, felizmente, no curso destes dois mil anos, há pessoas que procuram Jesus, pois acreditam no seu amor, na sua verdade, na sua missão e assumem, pela graça, a identidade de cristãos, isto é, discípulos amados do Senhor. E por serem amados, amam, isto é, dão a vida, gastam a vida fazendo o bem, iluminando, ajudando!
“Não vou beber o cálice que o Pai me deu?” (18, 11);
Beber o cálice! O cálice da ira de Deus, o cálice da sua justa indignação com o pecado humano, o mesmo que a humanidade deveria beber e assim, satisfazer a justiça divina. Mas, Ele o fez e quem aderir ao seu projeto, receberá o dom do Seu Espírito e a vida divina brilhará e resplandecerá em quem o aderir. Cumprem-se, assim, as palavras da Escritura: “É preferível que um só morra pelo povo” (18, 14); Você é daqueles que fogem dos problemas, das dores, dos desafios, da cruz? Ou assume, sem vitimismos tendo em vista um bem maior, isto é, completar na sua carne o que falta à paixão de Cristo?
“O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus guardas teriam lutado para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu reino não é daqui. (...). Jesus respondeu (a Pilatos): Tu o dizes: eu sou rei. Eu nasci e vim ao mundo para isto: para dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz” (18, 36.37b);
Venha a nós o vosso Reino, ensinou-nos Jesus a pedir! Este Reino é o que se encarna na história, mas não estaciona nas categorias de tempo e de espaço, mas as transcende, as ultrapassa. Jesus é Rei, é soberano, é o supremo, mas de forma alguma identificará a sua messianidade com as realidades presentes! Quantos equívocos de tantos do passado e do presente que acham que ao resolver os problemas sociais e políticos, promover humanamente as pessoas, o ideal do Reino foi atingido! O Reino não acontecerá se tais metas forem atingidas, mas o coração humano não aderir intimamente a Jesus, ao seu projeto salvífico, na realização plena de seus desígnios de amor e de poder. Nosso Senhor é a verdade e por isso quem o escuta, aderindo-O, plenifica-se, atinge a grande meta! Escutar sua voz, sim, para acolher sua Palavra santa e poderosa. Um escutar que está intrinsecamente ligado ao aderir incondicionalmente, existencialmente ao Mestre, seguindo-O, isto é, imitando-O. Qual a sua compreensão do Reino de Deus? É um reino de facilidades ou um Reino de compromisso, de felicidade autêntica vivida na oferta generosa da vida?
(disse Pilatos): “Olhai, eu o trago aqui fora, diante de vós, para que saibais que não encontro nele crime algum” (19, 4) .
Eis uma declaração da inocência de Nosso Senhor. Pilatos é iníquo, profundamente covarde, vende sua consciência em função de seus medos gerados pelo seu cargo, sua função. É permissivo ante a pressão da corja insana que o inquieta e pressiona. E eu, você, abrimos mão da verdade, da nossa adesão a Cristo em função de interesses pessoais, de seguranças humanas, de hesitações e medos oriundos do respeito humano? E você, condenou Jesus por medo, covardia, interesses humanos egoístas, mesquinharia besta?
“Não tinhas autoridade alguma sobre mim, se ela não te fosse dada do alto. Quem me entregou a ti, portanto, tem culpa maior” (19, 11);
Toda autoridade é dada do alto. Se não fosse dada do alto, tal autoridade não teria sido dada a Pilatos. Uma visão de fé, sem dúvida, geradora da submissão de Jesus. Ele sabe que por detrás das determinações da autoridade, os desígnios do Pai se cumprirão; mas uma constatação é preciso fazer, a saber, que todos quantos são revestidos de autoridade, são necessariamente chamados a responder por seus atos de modo muito particular. As autoridades: promoveram as pessoas plenamente, buscaram o bem delas ou as impediram ou criaram obstáculos para que elas fossem autenticamente felizes, se encontrassem com Deus e sua verdade libertadora, em suma, fossem salvas do pecado e libertadas do demônio? Você é obediente? Faz uma leitura sobrenatural do que lhe acontece? Como você interpreta a vida, os acontecimentos? Isso lhe deixa passivo ou comprometido em fazer o Reino de Deus acontecer?
“Eis o vosso rei!” (19, 15); (Disse Jesus para Maria): “Mulher eis o teu filho”. Depois disse ao discípulo: “Esta é tua mãe”. Dessa hora em diante o discípulo a acolheu consigo (19, 26b-27);
Uma das páginas mais preciosas! Maria é-nos dada na dor suprema da cruz! Ela, com sua sublime maternidade, faz-nos irmãos de Jesus! Ser filho de Maria é um jeito muito concreto de ser filho de Deus, pois Ela nos inserirá com grande fecundidade na vontade do Pai, cujo cumprimento ela tornou-se perita, especialista. Maria, a discípula, a Mãe, a intercessora, a auxiliadora, o modelo. Acolhê-la em casa tem um simbolismo forte, eloqüente, pois significa assumi-la na vida, na própria história, fazendo-se servo do Senhor, escravos da Palavra, empenhados decisivamente em fazer tudo o que Jesus nos disser. Nunca seremos gratos o suficiente a Jesus por ter-nos dada a sua Mãe para ser também nossa Mãe. Você se comporta como filho de Maria? Levou Maria para sua vida? Entendeu que o verdadeiro filho de Maria é um alguém que está aos pés da cruz, isto é, assume-se como um discípulo amado de Jesus?
“Tenho sede” (19, 28);
“Deus tem sede que tenhamos sede dele” (Agostinho). Sede do amor das criaturas, dirá Teresinha do Menino Jesus. Mais que sede de água que certamente foi grande também.
“Tudo está consumado”. E inclinando a cabeça, entregou o espírito” (19, 30);
Toda a obra do Pai estava cumprida. O servo obediente foi até o fim. Jesus pendente da cruz, símbolo máximo e eficaz da obediência incondicional a Deus. Que vemos? Só amor, amor imenso, infinito, radical, um amor louco, indescritível. É olhar e apaixonar-se, é amar e seguir o Mestre carregando também a nossa cruz, sendo crucificados com Ele, sepultados com Ele para com Ele ressurgir. Qual a medida de tua sede de Deus? É grande como a vontade de beber água naqueles dias bem quentes? Tua fome de Deus é grande quanto a vontade de comer algo quando o estomago ronca por não ter nada?
(...), mas um soldado abriu-lhe o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água” (19, 34);
Aqui nascemos, aqui vivemos, aqui amamos, aqui somos discípulos, daqui somos enviados e tornamo-nos missionários em seu nome e seu amor! O lado aberto de Jesus foi a fenda da rocha onde se esconderam os seus melhores amigos, os seus mais apaixonados discípulos, os seus mais ardentes missionários, os seus mais destemidos profetas, enfim, todas as almas esposas. É teu lugar!
“Não quebrarão nenhum dos seus ossos. E outra Escritura ainda diz: “Olharão para aquele que transpassaram” (19, 36-37);
Ele é o Cordeiro pascal e, por isso, nenhum osso lhe será quebrado. Sim, olharemos o traspassado. Contemplaremos e enxergaremos o seu amor incondicional, total. O onipotente fragilizou-se imensamente, o santíssimo assumiu as culpas dos pecadores, o perfeito e infinitamente são, deixou-se ferir e assumiu nossas dores. Nós O contemplamos! Com os olhos da fé, do amor, com os olhos interiores e deixamo-nos interpelar. Você olha pra Jesus crucificado? Que lições você colhe pra sua vida? Você consegue enxergar o amor de Deus lá na cruz? Além da dor, você contempla um grande AMOR?
No lugar onde Jesus foi crucificado, havia um jardim e, no jardim um túmulo novo, onde ainda ninguém tinha sido sepultado” (19, 41).
Um jardim. Lá no Éden, havia também um jardim: lá se consumou o pecado. Lá no túmulo, um jardim: lá se consumou a obediência. Começou um novo paraíso, inaugurado com o sepulcro que acolheu Quem matou a morte, quem está cheio de vida. Lembre-se das palavras de Paulo: "Pois vós morrestes, e a vossa vida está escondida, com Cristo, em Deus" (Cl 3, 3). O jardim é o lugar do sepulcro foi palco da ressurreição, encheu-se de luz e vazio ficou! A esperança salva!
 
 
 
Reflexão 3: As sete palavras de Cristo na Cruz
Ao estudarmos os quatro evangelhos, encontramos as sete palavras de Jesus Cristo que, no auge de sua agonia e dor nos faz refletir a perfeição com que cumpre sua missão:
 
1) Pai, perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem (Lc 23, 34)
Esta oração é para que Deus perdoe a ignorância daqueles que o crucificavam: os soldados romanos e a multidão que o acusava. Reflete e confirma uma exortação anterior de Jesus, quando instava a seus seguidores que amassem e perdoassem seus inimigos (Mt 5,44). Remete-nos a oração do Pai-nosso em que nós mesmos colocamos a condição para que o Pai perdoe as nossas faltas: "perdoai as nossos ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido".
 
2) "Em verdade eu te digo que hoje estarás comigo no Paraíso." (Lucas 23, 43)
São Lucas coloca no centro de sua narração o anúncio da salvação operada por Cristo, salvação que é a mais plena manifestação do amor de Deus. No diálogo de Cristo com o ladrão o que se deixa notar é o anseio de, mesmo na cruz, Jesus pregar a conversão e a salvação aos homens. Poderíamos nos perguntar: o Crucificado deveria salvar a quem nesse momento de extrema agonia? Humanamente responderíamos que era Ele mesmo, mas ele não salva a si mesmo, mas os pecadores que se convertem e confiam nele. Assim a cruz se torna local de transfiguração do rosto salvador de Deus. A salvação de Deus é operada não porque ele tira Jesus da cruz livrando-o da vergonha e da humilhação, mas pelo fato de permanecer mesmo nas horas mais extremas fiel ao amor. A salvação vem para aqueles que estão abertos aos planos de Deus: o primeiro ladrão se associou aos chefes e soldados, ele queria, assim como muitos judeus, uma manifestação espetacular de Jesus, já o segundo mostra numa atitude de piedade a confiança em Cristo. “O ‘lembra-te de mim’ é uma oração que, na tradição religiosa bíblica e judaica, os moribundos e os homens perseguidos pela desgraça dirigem a Deus”. Jesus é reconhecido por ele num momento de extrema humilhação e rebaixamento, num momento em que Jesus é visto como um “derrotado”. Jesus se dirige ao ladrão decidido: garante-lhe a salvação ainda hoje por causa desse lindo gesto de arrependimento e volta do coração ao Senhor. Da boca de Jesus crucificado é escutado o pronunciamento de salvação para todos aqueles que se convertem e se arrependem de seus pecados. Esse fato não é contraditório com a vida de Jesus, pois ele “veio procurar o que estava perdido, chamar os pecadores à conversão” (Lc 5, 32). “Não há situação humana de miséria e de pecado que exclua alguém da salvação; também para o bandido que morre por causa de seus delitos há esperança de futuro”.
 
3) "Mulher, eis aí teu filho; olha aí a tua mãe." (João 19,26-27).
Seguindo as últimas palavras de Jesus na cruz notamos uma presença no Gólgota de singular importância: a presença da mãe e do discípulo amado de Jesus. Maria é uma mulher forte, corajosa e confiante nos planos de Deus; se no dia da anunciação ela teve a alegria de o receber no seu ventre, agora ela o entrega novamente ao Pai. Na cruz de seu Filho “encerra” a missão de mãe terrena de Jesus, mas uma nova missão é assumida: simbolicamente a Igreja está presente no momento da crucificção através de Maria e João; Maria torna-se mãe do discípulo e de todos os discípulos. Ela agora é mãe da Igreja nascente e João representa cada cristão, de todas as épocas, que recebe a mãe do Senhor como sua mãe. “O último ato de Jesus antes de morrer tem sido formar o povo messiânico, fundar a Igreja na pessoa da mãe e do discípulo amado”. Por isso, na adoração da cruz na sexta-feira santa, as duas velas que ficam ao lado da Cruz para ser adorada simbolizam Maria e João que destemidamente estiveram sempre ao lado de Jesus.
 
4) "Deus, meu Deus, por que me abandonaste?" (Mt 27,46 e Mc 15,34).
Expressa o sentimento de total abandono experimentado por Jesus em seu sacrifício e a necessidade de enfrentar a agonia sem qualquer valimento, nem mesmo o divino, a fim de cumprir seu desígnio e realizar sua obra de salvação. O seu grito foi o extremo brado de toda a humanidade que, não raras vezes, se sente abandonada. Seu clamor ecoa toda a experiência da Antiga Aliança, onde vemos que muitas vezes os profetas e patriarcas também gritaram ao único Deus capaz de socorrê-los. Seu brado além de confirmar a verdade histórica mostra que não houve um abandono real por parte do Pai, mas sim uma sensação de abandono devido às circunstâncias extremas, pois, quanto mais amamos alguém e nele confiamos, mais atroz resulta a sensação de abandono.
 
5) "Tenho sede". (João 19,28)
Aqui fica patente a natureza humana de Jesus, não era uma reclamacão ou um pedido mas uma afirmação clara de que Ele era de carne osso, tinha fome sede como todos os humanos. E é por isso que Ele se compadece nós, pois Ele conhece todas as nossas dores (Hebreus 4:15 e 15). Sua sede, contudo, não fora saciada com água, mas com o acrimonioso vinagre dos nossos pecados. Experimentando o sabor final do pecado, sofre como se Ele fosse responsável por tudo o que houvesse acontecido. Sofre o abandono próprio dos pecadores. Ardendo em sede sofre não só as penas do pecado, mas também a culpa destes. Porém, sua ardente sede será saciada não com o amargo vinagre dos pecados por ele assumido, mas com água cândida da ressurreição que conduz a eternidade.
 
6) "Está consumado" (João 19,30)
Jesus declara que tudo o que devia ser feito foi cumprido, e é interpretada como um sinal de que a obra de salvação se tornará eficaz por intermédio de seu sacrifício em prol de todos os homens. A cena da morte é dominada pela idéia do cumprimento. Esta frase não quer dizer o fim de tudo, mas inicio de um todo salvífico que encerra com sua morte, inclusive e com ela inicia, exclusive. Vemos que a vontade do Pai foi realizada, em tudo perfeitamente. A cruz é momento no qual vemos a perfeita obediência de Jesus a vontade do Pai, a revelação do amor e a construção de uma comunhão. Pela obediência nos dá a salvação; pelo amor nos conduz a plenitude e pela comunhão nos faz o novo povo de Deus, que a partir de agora, não se perde na promessa, mas se encontra na efetivação plena do que Deus houvera prometido. A cruz torna-se assim, não um gesto como os outros, um cumprimento qualquer das Escrituras, mas o termo de toda a ação salvadora do pai para com os seus filhos. Sendo a cruz é a manifestação extremada de um amor infinito que o Pai e o filho possuem pela obra da criação.
 
7) "Pai, em tuas mãos entrego meu espírito". (Lucas 23,46)
Terminada sua agonia, Jesus se abandona aos cuidados de seu Pai e, assim fazendo, expira. Que coisa era consumada senão aquela que a profecia tanto tempo já havia predito? Santo Agostinho disse: “Uma vez que não permaneceu nada que, agora se devesse compreender antes de sua morte, e já que tinha o poder de dar a sua vida e retomá-la (Jo 10,18) fazendo se cumprir tudo aquilo que esperava que se cumprisse, abaixando a cabeça entrega o espírito.” Ao entregar o seu espírito, a obra do Pai foi levada a termo pelo sacrifício. Sacrifício este que, ao contrário dos sacrifícios da Antiga Aliança que eram oferecidos pelos homens e não mudavam sua realidade objetiva, torna-se agora sacrifício oferecido pelo próprio Pai que dá seu único Filho em sacrifício para consumar a obra da salvação, que nas palavras de Cristo expressa a majestade de sua missão consumada não somente em seus ditos, mas finalizada na eximia Cátedra de sua missão: a cruz!
 
Fonte: http://viverminhavocacao.blogspot.com.br/2013/03/sexta-feira-da-semana-santa-paixao-do.html