quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Morrer, a última obediência que nos torna mais humanos


.Na morte, é possível dizer ao Senhor: 'Pai, a vida que Tu me deste, eu te devolvo-a prontamente'.

Por Enzo Bianchi*
Morte, juízo, inferno, paraíso: assim soa a resposta do Catecismo à perguntas sobre a última realidade que aguarda todo o ser humano.

Nestes dias que precedem a memória dos mortos, gostaríamos de ler a morte como evento humano e cristão, sabendo que hoje vivemos uma atmosfera cultural que não quer mais saber dela. É até banal esta constatação: a morte é afastada, tornando-se a única realidade "obscena" que não deve ser vista, contemplada, considerada. Hoje queremos evitar ser testemunhas da morte, que, todavia, continua a estar presente na nossa vida familiar e em nosso círculo de relações. Acima de tudo, queremos evitar pensar sobre a nossa própria morte, o único evento certo que está diante de nós.

É significativo um convite feito por André Comte-Sponville a seus leitores, justamente num livro que quer ser uma "sabedoria" para todos: “Leitor, coragem! Para a morte há todo o tempo. Antes de tudo, empenha-te em viver!”. Não é por acaso que também o vocabulário da morte seja pouco frequentado. Há uma espécie de contenção em falar de " morto, morte"; prefere-se dizer : "Ele se foi. Passou para lá. Não está mais conosco”. Isso acontece também nos funerais que ainda se dizem cristãos, mas que muitas vezes, especialmente no caso de uma pessoa importante ou de uma desgraça pública, são "eventos" com toques de espetáculo. Neles, em vez de acolher o mistério da morte, fala-se sobre o defunto, dirigindo-se a ele como se ainda estivesse vivo, tenta-se quase uma reanimação do cadáver, talvez fazendo todos ouvir alguma palavra ou - se ele era um cantor - uma de suas canções. Assim se cancela a morte de nossas vidas e da perspectiva tão necessária na busca de um sentido, de uma direção para a qual a caminhar. Mas o que parece loucura é o fato de que, juntamente com esta remoção da morte, ocorre sua espetacularização nos meios de comunicação. Nestes a morte parece reinar, num fluxo de imagens que a exibem, mostram-na, insistindo sobre a mesma para “dar notícia” eficaz de catástrofes, guerras, torturas, homicídios... Nós não queremos ver a morte, mas desaceleramos o carro para olhar os efeitos de um acidente e ver as vítimas.

Acostumando-nos com as imagens da morte em cena acreditamos distanciar a possibilidade da nossa própria morte. Em suma, também para o cristão, a tentação é silenciar os novíssimos, esquecê-los e, entre eles, particularmente a morte. Porém, a morte continua a ter a última palavra sobre nós, pelo menos na realidade visível, continua a ser um fim que nos espera: é a única direção (sentido) da vida que não podemos mudar, porque a vida sempre vai rumo à morte. Martin Heidegger nesta leitura chegou a afirmar que o ser humano "vive para a morte".

A minha geração recebeu da grande tradição cristã, o conselho espiritual de exercitar-se para a morte, de preparar-se para o evento final, de viver a morte. A morte era um tema de meditação, não fúnebre, não dolorista, mas foi pensado como "hora" que nos espera, hora do juízo de Deus sobre cada um de nós, encontro com o rosto de Deus tão buscado. Na memória mortis havia uma tristeza, aquela de dever de morrer, havia o temor de Deus (o que é diferente do medo!), para o seu julgamento que é misericórdia, mas também de justiça; havia a consolação para o encontro definitivo com o Senhor, a vida eterna. Na memória da morte ocorria, sobretudo, exercitar-se em pensar que o próprio morrer deve ser um “ato". Isso me era de difícil compreensão quando eu era menino, mas depois, na maturidade, eu compreendi.

Para um cristão, a morte não pode ser um evento passivo: não é possível deixar-se morrer, mas é absolutamente necessário poder fazer um ato desse evento final ao qual não se pode fugir. Claro, na fé e, talvez também com muitas dúvidas e na angústia, mas é possível dizer ao Senhor: "Pai, a vida que Tu me deste e pela qual eu agradeço, eu te devolvo-a prontamente, eu te ofereço-a num sacrifício vivo (cf. Rm 12,1), esperando apenas a tua misericórdia". Deste modo a morte torna-se um ato, e assim morre-se em obediência, talvez acolhendo as palavras de alguém que acompanha os moribundos , que - se é inteligente - sabe dizer no momento certo: "Vai, vai para o Pai , em nome do Pai, que te criou, em nome do Filho que você resgatou , em nome do Espírito Santo santificou ". Talvez este fazer da morte um ato é o que nos perdoa nossos pecados , como afirmava com audácia Marco, o monaco ( final do século V- início do século VI ) .

Talvez seja a extrema possibilidade de obediência da fé (Rm 1,5; 16,26) para o cristão, que assim confessa crer na infinita misericórdia de Deus. Para criar uma predisposição que torna isso possível, é necessário que quem está doente seja advertido, se o quiser, de sua situação do homem ou a mulher às portas da morte, em fase terminal da vida. É uma operação delicada , que nem sempre deve ser feita, em todos os casos e para todos, mas só quando há uma maturidade de fé e então o crente que está morrendo deseja estar consciente da proximidade do encontro com o seu Senhor. A morte, então, torna-se “ação”, ato pontual, verdadeiro ato de “adoração” ao Criador, de reconhecimento de ser uma criatura querida por Deus no seu amor e que retorna para Deus, que é Amar para sempre (cf. 1 Jo 4, 8.16; 1 Cor 13,8). É nesta fé que o ser humano confessa não ser proprietário de sua própria vida e que não decidi seu próprio fim, mas acolhe-a dirigindo a Deus seu último respiro, o seu espírito (cf. Sl 31, 6 , Lc 23, 46).

Ao cristão, vale lembrar, não é pedido para sofrer e nem mesmo para acolher o sofrimento físico como se fosse desejado por Deus. Deus não nos pede nem mesmo para expiar os nossos pecados com tormentos físicos , porque só ele sabe como restaurar a justiça ofendemos e violamos com nossos pecados. É tarefa sua e não nossa: deixemos que Ele seja o Senhor em nossa vida e em nossa morte. Isto requer que os sofrimentos físicos sejam evitados, tanto quanto possível para o doente que está morrendo, de modo que ele possa atravessar a hora da morte simplesmente respondendo ao que é sua humanizar e que é o cumprimento da vontade de Deus: isto é, possa viver a doença e a morte continuando a amar aqueles que permanecem e acolhendo, por sua vez, ser amado. Nada mais.

Este é o último e definitivo mandamento: amar até o fim, até o fim ( cf. Jo 13,1), tanto quanto possível a um ser humano. A vida é um dom de Deus, na verdade é o dom de Deus por excelência, e este presente deve ser reconhecido e doado para aquele que é nosso Pai. Sim, hoje sobre o evento da morte - devemos dizer - se joga a fidelidade dos cristãos ao seu Senhor: os cristãos sabem, porque no batismo foram imersos na morte de seu Senhor, estão "com morto com Cristo", que com Cristo serão ressuscitados (cf. Rom 6,4-5.8, Col 2.12) e que esse telos está diante deles como uma promessa para quem persevera sempre, apesar de cair em pecado, no seguimento do Senhor . Precisamente por isso, não julgaremos os outros que não tem a luz da fé.

No entanto, pela humanização que diz respeito a todos, mostraremos e diremos que a morte pode ser um ato, o ato ápice da humanização percorrida com toda a vida. Já Platão falou da necessidade de meléte thanátou ( Fedro 81a ), de “exercitar-se no morrer ", e toda a tradição cristã pensou e indicou em que isto pode consistir.

A morte não pode ser privado do morrer e cada um de nós deve ter a coragem de dizer se si mesmo: "Eu vou morrer." Agora, na velhice, deve pensar mais sobre a morte, evento que pode ser o último grande ato de nossas vidas. Nenhum de nós pode prever sua própria morte, repentina ou após uma longa doença, seja na paz e mansidão de quem morre sem grave dor física ou no sofrimento daqueles que sofrem aflições que quase não se pode acalmar com medicamento.

Nenhum de nós pode saber, apesar das declarações feitas a respeito, se você morrerá na dúvida ou na fé. Não é por acaso que na oração mais simples e mais conhecido entre os católicos, a Ave-Maria, se pede (e isso acontece repetidamente no rosário): "Rogai por nós pecadores, agora e na hora da nossa morte". Pensar em ter na morte quem intercede por nós como uma mãe, e intercede junto no Cristo a quem nos encontramos, é um bom exercício para sentir a morte como uma irmã e louvar a Deus "através da nossa irmã a morte corporal".
Avvenire, 27-10-2012
*Enzo Bianchi é monge e prior da Comunidade de Bose.

Conselho do Dia

Este é o conselho que a Imitação de Cristo nos dá para hoje:


Senhor, meu Deus, não vos aparteis de mim, meu Deus dignai-vos socorrer-me (Sl 70,13). Pois me invadem vários pensamentos, e grandes temores afligem minha alma. Como escaparei ileso, como poderei vencê-los? ( Das quatro coisas que produzem grande paz)

Certamente estas palavras se referem a alguma necessidade sua. 
Mas isso só você saberá entender.


Fonte: Imitação de Cristo

SANTO DO DIA - 31/10/2013

31/10
Santa Mariana de Jesus
Mariana de Jesus de Paredes y Flores nasceu em Quito a 31 de outubro de 1618. Tinha um nome genuinamente sul-americano e uma fé genuinamente santa. Foi criada por uma cunhada católica e, desde os oito anos, começou a levar uma vida de fé e religiosidade. Com esta idade fez a primeira comunhão e, antes dos doze, já fizera também o voto de castidade perpétua.

A partir desta idade levou uma vida de penitência e oração que não deixou de ter lances surpreendentes, tão inesperados quanto a paixão espontânea de sua fé. Para nunca perder a humildade, por exemplo, Santa Mariana colocou em seu quarto um caixão de defunto, do seu tamanho, cercado por velas. Deitada nele, uma boneca pobremente vestida e uma caveira no lugar da cabeça, para lembrar-lhe sempre da inutilidade do orgulho e das vaidades. Outro exemplo: mandou pintar um quadro em que se via uma moça com metade do rosto muito bonito e a outra metade corroída por vermes.

Parecem atitudes de alguém triste e cheio de idéias fúnebres, mas, ao contrário, Mariana era a alegria em pessoa junto aos familiares. Tocava gaita, cantava, dançava, animava as festas e era o membro mais querido da família. Todos os dias assistia a uma ou mais missas, visitava pobres e doentes. Assim, alcançou muitas graças e milagres.

Mariana tentava esconder suas penitências e só quando seus pais adotivos perceberam que estava fraca, quase à beira da morte, é que souberam que há anos ela se alimentava apenas com as hóstias da comunhão. Salvou-se por milagre.

Sua vida de santidade continuou, sempre tratando dos doentes mais repugnantes e dos pobres mais sujos e abandonados. Quando uma peste avassaladora caiu sobre Quito, lá estava ela sempre presente e atuante. Finalmente caiu doente e não pôde mais deixar o quarto, sendo assistida nos últimos seis anos de vida, e nos últimos suspiros, por seu diretor espiritual, um irmão da Companhia de Jesus.

Santa Mariana de Jesus adoeceu e morreu no dia 26 de maio de 1644, logo depois de participar da Santa Missa e de haver recebido a Unção dos Enfermos. Tinha 26 anos. Santa Mariana de Jesus foi canonizada em 9 de julho de 1950.
Santo Afonso Rodrigues
Santo Afonso Rodrigues, nasceu em Segóvia, na Espanha, a 25 de Julho de 1533. Educado no colégio jesuíta de Alcalá, teve de abandonar os estudos para tomar o lugar do pai no próspero e remunerado comércio de tecidos. Aos 27 anos casou-se. Em 1567 sua esposa morreu, seguida pouco depois pelos filhos. Provado pela dor, privado de interesses materiais, descuidou do comércio e endividou-se. Voltou à escola freqüentando com pouco sucesso os cursos de gramática e de retórica na universidade de Valência. Afonso então fechou-se definitivamente aos testes escolásticos para procurar somente nos livros de devoção o alimento de que precisava sua alma.

Em 31 de janeiro de 1571 no noviciado dos jesuítas, como irmão leigo, ficou seis meses em Valência para terminar o noviciado. Foi enviado ao colégio de Monte Sion em Palmas de Majorca, a ilha imersa na paz solar e tranqüila do Mediterrâneo. No exercício do seu humilde trabalho cotidiano de porteiro, assumido com a paciência e dedicação pelo resto de sua vida, Afonso se mostrou afável, caridoso e serviçal com todos, exercendo profícuo apostolado entre os que, com sempre maior freqüência, paravam na portaria do colégio para receber o conforto de uma palavra sua. A fama de sua santidade e os carismas com que Deus o dotara tinham atraído à escola do humilde irmão leigo, que tivera de interromper os estudos universitários pelo seu pouco aproveitamento, numeroso grupo de discípulos.

Santo Afonso Rodrigues morreu a 30 de Outubro de 1617. Foi canonizado a 15 de Janeiro de 1888, juntamente com São João Berchmans, foi indicado como exemplo de tenra devoção Mariana, expressa com a recitação diária do Rosário e do Oficio da Imaculada, devoção que freqüentemente era compensada com amáveis e extraordinárias intervenções de Nossa Senhora na vida deste grande santo espanhol.

LITURGIA DIÁRIA - 31/10/2013


Dia: 31/10/2013
Primeira Leitura: Rm 8,31b-39


XXX SEMANA COMUM*
(verde - ofício do dia )


Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos.
Irmãos, 31bse Deus é por nós, quem será contra nós? 32Deus, que não poupou seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós, como não nos daria tudo junto com ele?33Quem acusará os escolhidos de Deus? Deus, que os declara justos? 34Quem condenará? Jesus Cristo, que morreu, mais ainda, que ressuscitou, e está, à direita de Deus, intercedendo por nós? 35Quem nos separará do amor de Cristo? Tribulação? Angústia? Perseguição? Fome? Nudez? Perigo? Espada? 36Pois é assim que está escrito: “Por tua causa somos entregues à morte, o dia todo; fomos tidos como ovelhas destinadas ao matadouro”. 37Mas, em tudo isso, somos mais que vencedores, graças àquele que nos amou!
38Tenho certeza de que nem a morte nem a vida, nem os anjos nem os poderes celestiais, nem o presente nem o futuro, nem as forças cósmicas, 39nem a altura nem a profundeza, nem outra criatura qualquer serão capazes de nos separar do amor de Deus por nós, manifestado em Cristo Jesus, nosso Senhor.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.


Responsório (Sl 108)


— Salvai-me, Senhor, segundo a vossa bondade!
— Salvai-me, Senhor, segundo a vossa bondade!

— Agi a meu favor, ó Senhor Deus, por amor do vosso nome, libertai-me, pois vossa lealdade é benfazeja! Necessitado e infeliz, eis o que sou, dentro de mim meu coração está ferido!
— Senhor, meu Deus, vinde ajudar-me e salvar-me, segundo vosso amor e compaixão. Para que nisso reconheçam vossa mão e saibam que sois vós que o fizestes!
— Celebrarei o meu Senhor em alta voz, em meio à multidão hei de louvá-lo. Pois ele defende o indigente e o salva daqueles que condenam sua alma.


Evangelho (Lc 13,31-35)


— O Senhor esteja conosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.

31Naquela hora, alguns fariseus aproximaram-se e disseram a Jesus: “Tu deves ir embora daqui, porque Herodes quer te matar”. 32Jesus disse: “Ide dizer a essa raposa: eu expulso demônios e faço curas hoje e amanhã; e no terceiro dia terminarei o meu trabalho. 33Entretanto, preciso caminhar hoje, amanhã e depois de amanhã, porque não convém que um profeta morra fora de Jerusalém.
34Jerusalém, Jerusalém! Tu que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes eu quis reunir teus filhos, como a galinha reúne os pintinhos debaixo das asas, mas tu não quiseste! 35Eis que vossa casa ficará abandonada. Eu vos digo: não me vereis mais, até que chegue o tempo em que vós mesmos direis: Bendito aquele que vem em nome do Senhor”.

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.ua boca.

O Evangelho do Dia - 31/10/2013

Ano C - DIA 31/10

O amor de Jesus por Jerusalém - Lc 13,31-35

Naquela hora, alguns fariseus aproximaram-se e disseram a Jesus: “Sai daqui, porque Herodes quer te matar”. Ele disse: “Ide dizer a essa raposa: eu expulso demônios e faço curas hoje e amanhã; e no terceiro dia chegarei ao termo. Entretanto, preciso caminhar hoje, amanhã e depois de amanhã, pois não convém que um profeta morra fora de Jerusalém. Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes eu quis reunir teus filhos, como a galinha reúne os pintainhos debaixo das asas, mas não quiseste! Vede, vossa casa ficará abandonada. Eu vos digo: não mais me vereis, até que chegue o tempo em que digais: ‘Bendito aquele que vem em nome do Senhor’”.


Leitura Orante

Oração Inicial


- A nós todos unidos na rede virtual,
a paz de Deus, nosso Pai,
a graça e a alegria de Nosso Senhor Jesus Cristo,
no amor e na comunhão do Espírito Santo.
- Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!

1- Leitura (Verdade)


O que diz o texto do dia?
Leio atentamente, na Bíblia, o texto: Lc 13,31-35, e observo o diálogo de Jesus com os fariseus.
A atitude dos fariseus pedindo a Jesus que vá embora porque Herodes quer matá-lo é atitude de quem quer intimidá-lo. O Mestre não admite este tipo de intimidação. E diz que embora, Herodes seja uma autoridade, é um “animalzinho”, uma raposa. Como a raposa está sempre à espreita de sua presa, mas isto não provoca a fuga de Jesus, como provocou o outro Herodes quando ele era bebê indefeso. Jesus tem clara a sua missão e nada o fará desistir. Morrerá quando a Deus aprouver. Os poderes humanos podem executar sem o saber os planos de Deus, mas não podem impedi-lo. Dirigindo-se a Jerusalém, o Mestre lamenta sua resistência a Deus, matando os profetas. A imagem da galinha ajuntando os pintinhos debaixo de suas asas é a imagem de Deus que quer proteger o seu povo. Mas, Jerusalém matou os profetas e matou Jesus. “A casa ficará completamente abandonada”, não porque O Messias a abandonou, mas porque ela não o acolheu.

2- Meditação (Caminho)


O que o texto diz para mim, hoje?
Hoje também há profetas, apóstolos e o próprio Jesus que se faz presente em nosso meio. Como os acolho?
Como são acolhidos pela sociedade, pela comunidade?
Há hoje pessoas que manipulam a verdade? E eu sou coerente com a verdade?
Vejo o que os bispos falaram na Conferência de Aparecida:
“Os fiéis leigos são “os cristãos que estão incorporados a Cristo pelo batismo, que formam o povo de Deus e participam das funções de Cristo: sacerdote, profeta e rei. Eles realizam, segundo sua condição, a missão de todo o povo cristão na Igreja e no mundo”. São “homens da Igreja no coração do mundo, e homens do mundo no coração da Igreja”. Sua missão própria e específica se realiza no mundo, de tal modo que, com seu testemunho e sua atividade, eles contribuam para a transformação das realidades e para a criação de estruturas justas segundo os critérios do Evangelho. “O espaço próprio de sua atividade evangelizadora é o mundo vasto e complexo da política, da realidade social e da economia, como também o da cultura, das ciências e das artes, da vida internacional, dos ‘mass media’, e outras realidades abertas à evangelização, como são o amor, a família, a educação das crianças e adolescentes, o trabalho profissional e o sofrimento”. Além disso, eles tem o dever de fazer crível a fé que professam, mostrando a autenticidade e coerência em sua conduta.” (DAp 209-210)

3- Oração (Vida)


O que o texto me leva a dizer a Deus?
Faço, num breve momento de silêncio, minha oração pessoal e depois, rezo com toda Igreja a
Oração de São Francisco de Assis
Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvida, que eu leve a fé;
Onde houver erro, que eu leve a verdade;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz.

Ó Mestre, fazei que eu procure mais
consolar, que ser consolado;
compreender, que ser compreendido;
amar, que ser amado.
Pois, é dando que se recebe,
é perdoando que se é perdoado,
e é morrendo que se vive para a vida eterna.

4- Contemplação (Vida e Missão)


Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Vou olhar o mundo e a vida com os olhos de Deus. Não me permitirei falsificar a verdade, mascará-la ou diminuí-la.

Bênção


- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém. 
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém. 
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém. 
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.


Ir. Patrícia Silva, fsp

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Conselho do Dia

Este é o conselho que a Imitação de Cristo nos dá para hoje:
Aquilo que o homem não pode emendar em si mesmo ou nos demais, deve-o tolerar com paciência, até que Deus disponha de outro modo. Considera que talvez seja melhor assim, para provar tua paciência, sem a qual não têm grande valor nossos méritos. Todavia, convém, nesses embaraços, pedir a Deus que te auxilie, para que os possas levar com seriedade. (Do sofrer os defeitos dos outros)

Certamente estas palavras se referem a alguma necessidade sua. 
Mas isso só você saberá entender.


Fonte: Imitação de Cristo

SANTO DO DIA - 30/10/2013

30/10
Restituta Kafka Irmã Maria Resoluta
No dia 1º de maio de 1894 nasceu Helene, filha de Anton e Maria Kafka na cidade de Bruno, atual República Checa. Naquele tempo a região se chamava Morávia que estava sob o governo do imperador austríaco Francisco José. No ano de 1896, a família Kafka se transferiu para Viena, capital do Império.

Helene concluiu os estudos com o diploma de enfermeira e o desejo de se tornar religiosa. Inicialmente ela se conformou com a negativa dos pais, mas ao completar vinte anos, ingressou na congregação das Franciscanas da Caridade Cristã, com a benção da família. Como religiosa adotou o nome de sua mãe e o de uma mártir do primeiro século. Assim passou a se chamar irmã Maria Restituta.

Porém, logo recebeu o apelido carinhoso de "irmã Resoluta", pelo modo cordial e decidido e por sua segurança e competência como enfermeira de sala cirúrgica e anestesista. No hospital de Modling, em Viena, a religiosa se tornou uma referência para os médicos, enfermeiras e especialmente para os doentes, aos quais soube comunicar com lucidez o amor pela vida, na alegria e na dor.

Irmã Restituta durante muitos anos serviu a Deus nos doentes, pelos quais se dedicou incansavelmente. Em março de 1938, Hitler mandou o exercito ocupar a Áustria. Viena se tornou uma das bases centrais do comando nazista alemão. Irmã Restituta se colocou logo contrária a toda aquela loucura desumana. Não teve receio de mostrar que sendo favorável à vida não apoiaria jamais ao nazismo de Hitler, fosse qual fosse o preço.

Por isto, quando os nazistas retiravam o Crucifixo também das salas de cirurgias, ela serenamente o recolocava no lugar, de cabeça erguida, desafiando o comando e os soldados nazistas. Como não se submetia e muito menos se "dobrava", os nazistas a eliminaram. Foi presa em 1942. Para ela, que era chamada irmã "Resoluta", a prisão se tornou uma espécie de lugar de graça, para honrar o nome com que se tinha consagrado: Restituta, aquela que foi restituída para Deus. Por isto, olhando para a força redentora da Cruz, sua consciência da Vida Eterna se tornou mais verdadeira no coração. A coragem que lhe era própria se tornou mais firme.

Irmã Resoluta esperou cinco meses na prisão para morrer. Em 30 de março de 1943, foi decapitada. Para as franciscanas mandou uma mensagem: "Por Cristo eu vivi, por Cristo desejo morrer". E na frente dos assassinos nazistas, antes que o carrasco levantasse a mão que a mataria, irmã Restituta disse ao capelão: "Padre, me faça na testa o sinal da Cruz".

O papa João Paulo II elevou a Irmã Maria Restituta Kafka ao altar para ser reverenciada como Beata no dia 30 de outubro, em 1998 em Viena, Áustria.

São Geraldo
São Geraldo, era natural de Placência e transferiu-se para Potenza. No Martirológio Romano, é fixada a memória de São Geraldo, bispo de Potenza, na Lucânia. Foi escolhido bispo por suas virtudes. Morreu apenas oito anos após sua escolha ao episcopado. Seu sucessor, Manfredo, escreveu-lhe uma vida. Mas existe outro Geraldo, também ele de Potenza, que teve fama bem superior ao bispo medieval. Trata-se de São Geraldo Majela, um dos santos mais populares da Itália meridional. E há motivo para esta popularidade: ele era invocado sobretudo pelas gestantes ou parturientes.

Sua vida esta repleta de privações, de sofrimentos, de humilhações, mas tudo está profundamente animado, finalizado com um encontro vivo e pessoal com Deus. São Geraldo em seu leito de morte podia afirmar não saber nem o que fosse uma tentação impura, tinha sobre a mulher uma concepção superior: olhava toda mulher como uma imagem de Nossa Senhora, "Louvor perene à Santíssima Trindade". Eram entusiasmos místicos de uma alma simples, mas cheia de amor espiritual. Exclamava frequentemente "Meu querido Deus, meu Espirito Santo", sentindo íntimos a ele a bondade e o amor infinitos de Deus.

LITURGIA DIÁRIA - 30/10/2013


Dia: 30/10/2013
Primeira Leitura: Rm 8,26-30


XXX SEMANA COMUM*
(verde - ofício do dia )


Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos.
Irmãos, 26também, o Espírito vem em socorro da nossa fraqueza. Pois nós não sabemos o que pedir, nem como pedir; é o próprio Espírito que intercede em nosso favor, com gemidos inefáveis.
27E aquele que penetra o íntimo dos corações sabe qual é a intenção do Espírito. Pois é sempre segundo Deus que o Espírito intercede em favor dos santos. 28Sabemos que tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados para a salvação, de acordo com o projeto de Deus. 29Pois aqueles que Deus contemplou com seu amor desde sempre, esses ele predestinou a ser conformes à imagem de seu Filho, para que este seja o primogênito numa multidão de irmãos. 30E aqueles que Deus predestinou, também os chamou. E aos que chamou, também os tornou justos; e aos que tornou justos, também os glorificou.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.


Responsório (Sl 12)


— Senhor, eu confiei na vossa graça!
— Senhor, eu confiei na vossa graça!

— Olhai, Senhor, meu Deus, e respondei-me! Não deixeis que se me apague a luz dos olhos e se fechem, pela morte, adormecidos! Que o inimigo não me diga: “Eu triunfei!” Nem exulte o opressor por minha queda.
— Uma vez que confiei no vosso amor! meu coração, por vosso auxílio, rejubile, e que eu vos cante pelo bem que me fizestes!


Evangelho (Lc 13,22-30)


— O Senhor esteja conosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 22Jesus atravessava cidades e povoados, ensinando e prosseguindo o caminho para Jerusalém. 23Alguém lhe perguntou: “Senhor, é verdade que são poucos os que se salvam?”
Jesus respondeu: 24“Fazei todo esforço possível para entrar pela porta estreita. Porque eu vos digo que muitos tentarão entrar e não conseguirão”. 25Uma vez que o dono da casa se levantar e fechar a porta, vós, do lado de fora, começareis a bater, dizendo: ‘Senhor, abre-nos a porta!’ Ele responderá: ‘Não sei de onde sois’.
26Então começareis a dizer: ‘Nós comemos e bebemos diante de ti, e tu ensinaste em nossas praças!’ 27Ele, porém, responderá: ‘Não sei de onde sois. Afastai-vos de mim todos vós que praticais a injustiça!’ 28Ali haverá choro
e ranger de dentes, quando virdes Abraão, Isaac e Jacó, junto com todos os profetas no Reino de Deus, e vós, porém, sendo lançados fora.
29Virão homens do oriente e do ocidente, do norte e do sul, e tomarão lugar à mesa no Reino de Deus. 30E assim há últimos que serão primeiros, e primeiros que serão últimos”.

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.

O Evangelho do Dia - 30/10/2013

Ano C - DIA 30/10

A porta estreita - Lc 13,22-30

Jesus atravessava cidades e povoados, ensinando e prosseguindo o caminho para Jerusalém. Alguém lhe perguntou: “Senhor, é verdade que são poucos os que se salvam?” Ele respondeu: “Esforçai-vos por entrar pela porta estreita. Pois eu vos digo que muitos tentarão entrar e não conseguirão. Uma vez que o dono da casa se levantar e fechar a porta, vós, do lado de fora, começareis a bater, dizendo: ‘Senhor, abre-nos a porta!’. Ele responderá: ‘Não sei de onde sois’. Então começareis a dizer: ‘Comemos e bebemos na tua presença, e tu ensinaste em nossas praças!’ Ele, porém, responderá: ‘Não sei de onde sois. Afastai-vos de mim, todos vós que praticais a iniquidade!’ E ali haverá choro e ranger de dentes, quando virdes Abraão, Isaac e Jacó, junto com todos os profetas, no Reino de Deus, enquanto vós mesmos sereis lançados fora. Virão muitos do oriente e do ocidente, do norte e do sul, e tomarão lugar à mesa no Reino de Deus. E assim há últimos que serão primeiros, e primeiros que serão últimos”.

Leitura Orante

Oração Inicial


Preparo-me para a Leitura Orante, rezando com todos os que se encontram neste espaço de oração:
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Creio, Senhor Jesus, que sou parte de seu Corpo.
Trindade Santíssima
- Pai, Filho, Espírito Santo -
presente e agindo na Igreja e na profundidade do meu ser.
Eu vos adoro, amo e agradeço.

1- Leitura (Verdade)


O que diz o texto do dia?
Leio atentamente o texto na Bíblia: Lc 13,22-30 - A porta estreita
A vida cristã não é possível para pessoas acomodadas e medíocres. É exigente. Jesus diz isto quando nos fala da porta estreita como caminho para a vida. Porta estreita é renunciar a algo que me parece prazeroso, mas de consequências negativas que podem prejudicar a mim ou a outras pessoas. Porta estreita pode ser fechar-me a propostas fascinantes mas que não são transparentes, ocultando corrupção, desvios, más intenções. Porta estreita pode ser renunciar a querer apenas me beneficiar, excluindo outras pessoas de participar de bens que Deus concedeu a todos. Porta estreita é manter-me em silêncio para não criticar nem julgar as pessoas com quem convivo. Jesus não fala de uma grande avenida. Ele próprio é o Caminho. Olhemos para sua prática e aprenderemos por onde devemos passar. Não mudemos de Caminho para não corrermos o risco de perder o endereço e assim, também nós nos perdermos. Nem nos deixemos fascinar pelas portas amplas e escancaradas. Elas podem ser atraentes, mas nos conduzir ao engano e não, a Deus.

2- Meditação (Caminho)


O que o texto diz para mim, hoje?
Fala-me Jesus de atitudes cristãs que deve assumir qualquer pessoa que é batizada, entre elas, eu. Nada de mediocridade.Seguir Jesus Cristo implica também a cruz. Os bispos, na V Conferência disseram: “Hoje se considera escolher entre caminhos que conduzem à vida ou caminhos que conduzem à morte (cf. Dt 30.15). Caminhos de morte são os que levam a dilapidar os bens que recebemos de Deus através daqueles que nos precederam na fé. São caminhos que traçam uma cultura sem Deus e sem seus mandamentos ou inclusive contra Deus, animada pelos ídolos do poder, da riqueza e do prazer efêmero, a qual termina sendo uma cultura contra o ser humano e contra o bem dos povos latino-americanos. Os caminhos de vida verdadeira e plena para todos, caminhos de vida eterna, são aqueles abertos pela fé que conduzem à “plenitude de vida que Cristo nos trouxe: com esta vida divina, também se desenvolve em plenitude a existência humana, em sua dimensão pessoal, familiar, social e cultural”. Essa é a vida que Deus nos participa por seu amor gratuito, porque “é o amor que dá a vida”. Estes caminhos frutificam nos dons de verdade e de amor que nos foram dados em Cristo, na comunhão dos discípulos e missionários do Senhor” (DAp 13).

3- Oração (Vida)


O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo, espontaneamente, e, se for pela manhã, faço a:
Oração da manhã
Senhor, nós te agradecemos por este dia.
Abrimos nossas portas e janelas para que tu possas
Entrar com tua luz.
Queremos que tu Senhor, definas os contornos de
Nossos caminhos,
As cores de nossas palavras e gestos,
A dimensão de nossos projetos,
O calor de nossos relacionamentos e o
Rumo de nossa vida.
Podes entrar, Senhor em nossas famílias.
Precisamos do ar puro de tua verdade.
Precisamos de tua mão libertadora para abrir
Compartimentos fechados.
Precisamos de tua beleza para amenizar
Nossa dureza.
Precisamos de tua paz para nossos conflitos.
Precisamos de teu contato para curar feridas.
Precisamos, sobretudo, Senhor, de tua presença
Para aprendermos a partilhar e abençoar!

4- Contemplação (Vida e Missão)


Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Meu novo olhar é atento aos ensinamentos de Jesus, à discernir no meu dia para escolher entre as portas que se abrirem, a porta estreita.

Bênção


- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.



Ir. Patricia Silva, fsp

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Conselho do Dia

Este é o conselho que a Imitação de Cristo nos dá para hoje:
Assim como não te bastariam todas as coisas sem mim, assim me não pode agradar o que sem ti me ofereces. Oferece-te a mim, dá-te todo a Deus, e será aceita a tua oblação. Olha como me ofereci todo ao Pai por ti, e dei-te todo o meu corpo e sangue em alimento, para ser todo teu e para que tu te tornasses meu. Se, porém, te apegares a ti mesmo, e não te ofereceres espontaneamente à minha vontade, não será completa tua oblação, nem perfeita a união entre nós. Portanto, a todas as tuas obras deve preceder o voluntário oferecimento de ti mesmo nas mãos de Deus, se desejas alcançar a liberdade e a graça. O motivo de haver tão poucos interiormente esclarecidos e livres é que muitos não sabem abnegar-se de todo a si mesmos. É imutável minha sentença: Quem não renunciar a tudo não poderá ser meu discípulo (Lc 14,33). Se desejas, pois, ser meu discípulo oferece-te a mim com todos os teus afetos. ( Da oblação de Cristo na cruz e da própria resignação)

Certamente estas palavras se referem a alguma necessidade sua. 
Mas isso só você saberá entender.


Fonte: Imitação de Cristo

SANTO DO DIA - 29/10/2013

29/10
São Caetano Errico
A cidade de Secondigliano, grande e populosa do norte de Nápoles, Itália, é mais conhecida como uma região de mafiosos do que de santos.

Os problemas dos seus habitantes são inúmeros. Dentre os principais está a "Camorra", uma facção da máfia, e outro que se chama degradação das estruturas, dos serviços e da consciência. Essa degradação é mais acentuada nas partes extremas da cidade, local predileto dos traficantes de drogas, mafiosos e das ganges.

Mas Secondigliano é também a terra de um santo. Trata-se do sacerdote Gaetano Errico, fundador da congregação "Missionários do Sagrado Coração de Jesus e de Maria", canonizado em Roma pelo papa João Paulo II, em 2002.

A estátua de padre Gaetano é bem visível e está posicionada para ser vista de qualquer ângulo da cidade. Com a mão direita, ele abençoa, e com a mão esquerda, empunha o crucifixo.

A sua figura é imponente, mas não apenas por se tratar de uma estátua. Padre Gaetano era realmente grande, alto e bem forte, um gigante na santidade e na figura humana.

Em 1791, Secondigliano era chamada de Casale Reggio da Cidade de Nápoles, uma planície com ar muito puro, porém muito úmido ao cair do sol. Quando nasceu, em 19 de outubro de 1791, seu pai pressentiu que nascia um futuro apóstolo do povo. O segundo de nove filhos, Gaetano entra com 16 anos no seminário e, em 23 de setembro de 1815, é ordenado sacerdote. A sua vida sacerdotal transcorrera toda nessa cidade, na igreja paroquial de São Cosme e Damião.

Em 1818, durante a pregação, tem uma aparição de Santo Afonso que lhe comunica que Deus o quer fundador de uma Congregação religiosa.

O início se dá com a construção de uma igreja dedicada à Nossa Senhora das Dores. Entre mil dificuldades, a igreja é construída e abençoada no ano de 1830. Apenas cinco anos mais tarde, a imagem de madeira de Nossa Senhora das Dores é adquirida e colocada no altar, onde permanece até hoje. Além da igreja, padre Gaetano se divide com o trabalho para a construção da casa que abrigaria a Congregação. Essa seria instituída em honra do sagrado coração de Jesus e Maria e que empenharia padre Gaetano até o fim, quando morre aos 69 anos, em 29 de outubro de 1860.

Padre Gaetano Errico foi homem de oração (passava horas ajoelhado na igreja ou no seu quarto diante da escrivaninha), de penitência, de constante serviço aos deveres espirituais (dedicava muito tempo às confissões), e materiais das pessoas de Secondigliano.

Hoje essa herança é distribuída através dos sacerdotes missionários dos sagrados corações. A memória e veneração ao padre Gaetano é ainda muito presente e forte na cidade. O trabalho social e espiritual criado em torno da Congregação é conhecido e testemunhado por todos da comunidade e de outras. Os sacerdotes e os voluntários leigos ajudam os carentes e excluídos para que reencontrem sua dignidade, com o mesmo espírito de padre Gaetano, ou seja, com seu grande amor ao ser humano, com o verdadeiro desejo aceso de sua reconstrução interior.

O culto e as graças atribuídas ao padre Gaetano se fez forte, vigoroso e rapidamente antes mesmo de estar em seu leito de morte. No interior da matriz da Congregação foi feito um Museu para abrigar as várias peças testemunhais, relatos escritos e relíquias legadas a ele ainda em vida, pelas graças alcançadas.

E hoje a comunidade secondigliana já está acostumada com a imagem de santo Gaetano, exposta no altar da igreja de Nossa Senhora das Dores. A exposição deveria ser temporária, até que a imagem fosse transferida para o Museu, mas o povo não quer se separar dela. Querem que fique lá, pois assim podem tocá-la sempre.
São Narciso
Os registros da Igreja revelam que na diocese de Jerusalém houve um Bispo que foi eleito com quase cem anos de idade. E que ele teria morrido com mais de cento e dezesseis anos. Um fato raro na História da Igreja Católica. Trata-se de Narciso que não era judeu e teria nascido no ano 96. A lembrança que se guardou dele é a de um homem austero, penitente, humilde, simples e puro. Também que desde a infância demonstrando apego à religião esperou a idade necessária para se tornar sacerdote.

Fez um trabalho tão admirável, amando os pobres e doentes, que a população logo o quis para conduzir a paróquia de São Tiago. Como Bispo, a idade não pesou, governou com firmeza e um longo período marcado por atuações importantes e vários milagres. Presidiu o Concilio onde se decidiu que a Páscoa devia cair no domingo. Conta-se que foi também na véspera de uma festa de Páscoa, que Narciso transformou água em azeite para acender as lamparinas da igreja que estavam secas.

Entretanto um fato marcou tragicamente a vida de Narciso. Ele foi caluniado, sob juramento, por três homens. Um deles disse que podia ser queimado vivo se estivesse mentindo. O outro, que podia ser coberto pela lepra se a acusação não fosse verdadeira. Já o terceiro empenhou a própria visão no que dizia. Embora perdoasse seus detratores, o inocente Bispo preferiu se retirar para o isolamento de um deserto. Mas não tardou para que os caluniadores recebessem seu castigo. Um morreu num incêndio no qual pereceu também toda sua família. O outro ficou leproso e o terceiro chorou tanto em público, arrependido do crime cometido, que ficou cego.

O Bispo Narciso não foi encontrado para reassumir seu cargo e todos pensaram que tinha morrido. Assim, dois outros Bispos o sucederam. Quando o segundo morreu, Narciso reapareceu na cidade. O povo o acolheu com aclamação e ele foi recolocado para liderar a diocese novamente.

A última notícia que temos desse Bispo de Jerusalém está numa carta escrita por Santo Alexandre, na qual cita que o longevo Bispo Narciso tinha completado cento e dezesseis anos, e, como ele, exortava para que a concórdia fosse mantida.

LITURGIA DIÁRIA - 29/10/2013


Dia: 29/10/2013
Primeira Leitura: Rm 8,18-25


XXX SEMANA COMUM*
(verde - ofício do dia )


Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos.
Irmãos, 18eu entendo que os sofrimentos do tempo presente nem merecem ser comparados com a glória que deve ser revelada em nós. 19De fato, toda a criação está esperando ansiosamente o momento de se revelarem os filhos de Deus. 20Pois a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua livre vontade, mas por sua dependência daquele que a sujeitou; 21também ela espera ser libertada da escravidão da corrupção e, assim, participar da liberdade e da glória dos filhos de Deus. 22Com efeito, sabemos que toda a criação, até o tempo presente, está gemendo como que em dores de parto.23E não somente ela, mas nós também, que temos os primeiros frutos do Espírito, estamos interiormente gemendo, aguardando a adoção filial e a libertação para o nosso corpo. 24Pois já fomos salvos, mas na esperança. Ora, o objeto da esperança não é aquilo que a gente está vendo; como pode alguém esperar o que já vê? 25Mas se esperamos o que não vemos, é porque o estamos aguardando mediante a perseverança.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.


Responsório (Sl 125)


— Maravilhas fez conosco o Senhor!
— Maravilhas fez conosco o Senhor!

— Quando o Senhor reconduziu nossos cativos, parecíamos sonhar; encheu-se de sorriso nossa boca, nossos lábios, de canções.
— Entre os gentios se dizia: “Maravilhas fez com eles o Senhor!” Sim, maravilhas fez conosco o Senhor, exultemos de alegria!
— Mudai a nossa sorte, ó Senhor, como torrentes no deserto. Os que lançam as sementes entre lágrimas, ceifarão com alegria.
— Chorando de tristeza sairão, espalhando suas sementes; cantando de alegria voltarão, carregando os seus feixes!


Evangelho (Lc 13,18-21)


— O Senhor esteja conosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 18Jesus dizia: “A que é semelhante o Reino de Deus, e com que poderei compará-lo? 19Ele é como a semente de mostarda, que um homem pega e atira no seu jardim. A semente cresce, torna-se uma grande árvore e as aves do céu fazem ninhos nos seus ramos”. 20Jesus disse ainda: “Com que poderei ainda comparar o Reino de Deus? 21Ele é como o fermento que uma mulher pega e mistura com três porções de farinha, até que tudo fique fermentado”.

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.