Permanecei no meu amor.
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos:9 Como meu Pai me amou, assim também eu vos amei.
Permanecei no meu amor.10 Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor,
assim como eu guardei os mandamentos do meu Pai e permaneço no seu amor.11 Eu eu vos disse isto, para que a minha alegria esteja em vós
e a vossa alegria seja plena.
Reflexão
A reflexão em torno da parábola da videira compreende os
versículos 1 a 17. Ontem meditamos os versículos 1 a 8. Hoje meditamos os
versículos 9 a 11. Depois de amanhã, o evangelho do dia salta os versículos 12 a
17 e retoma no versículo 18, que já traz outro assunto. Por isso, incluímos hoje
um breve comentário dos versículos 12 a 17, pois é nestes versículos que
desabrocha a flor e que a parábola da videira mostra toda a sua beleza.
O evangelho de hoje é de apenas três versículos, que dão continuidade ao evangelho de ontem e trazendo mais luz para aplicar a comparação da videira à vida das comunidades. A comunidade é como uma videira. Ela passa por momentos difíceis. É o momento da poda, momento necessário para que produza mais frutos.
O evangelho de hoje é de apenas três versículos, que dão continuidade ao evangelho de ontem e trazendo mais luz para aplicar a comparação da videira à vida das comunidades. A comunidade é como uma videira. Ela passa por momentos difíceis. É o momento da poda, momento necessário para que produza mais frutos.
João 15,9-11: Permanecer no amor, fonte
da perfeita alegria. Jesus permanece no amor do Pai
observando os mandamentos que dele recebeu. Nós permanecemos no amor de Jesus
observando os mandamentos que ele nos deixou. E devemos observá-los com a mesma
medida com que ele observou os mandamentos do Pai: “Se vocês obedecem aos meus mandamentos,
permanecerão no meu amor, assim como eu obedeci aos mandamentos do meu Pai e
permaneço no seu amor”. É nesta união de amor do Pai e de Jesus que está a
fonte da verdadeira alegria: “Eu
disse isso a vocês para que minha alegria esteja em vocês, e a alegria de vocês
seja completa”.
João 15,12-13: Amar os irmãos como ele
nos amou. O
mandamento de Jesus é um só: "amar-nos uns aos outros como ele nos amou!" (Jo
15,12). Jesus ultrapassa o Antigo Testamento. O critério antigo era: "Amarás o
teu próximo como a ti mesmo" (Lv 18,19). O novo critério é:
"Amai-vos uns aos outros como eu vos amei". Aqui ele disse aquela frase
que cantamos até hoje: "Prova de amor maior não há que doar a vida pelo
irmão!"
João
15,14-15 Amigos e não
empregados. "Vocês serão meus amigos se
praticarem o que eu mando", a
saber, a prática do amor até a doação total de si! Em seguida, Jesus coloca um
ideal altíssimo para a vida dos discípulos e das discípulas. Eles diz:
"Não chamo vocês de empregados mas
de amigos. Pois o empregado não sabe o que faz o seu patrão. Chamo vocês de
amigos, porque tudo que ouvi do meu Pai contei para vocês!" Jesus não tinha mais segredos
para os seus discípulos e suas discípulas. Tudo que ouviu do Pai contou para
nós! Este é o ideal bonito da vida em comunidade: chegarmos à total
transparência, ao ponto de não haver mais segredos entre nós e de podermos
confiar totalmente um no outro, de podermos partilhar a experiência que temos de
Deus e da vida e, assim, enriquecer-nos mutuamente. Os primeiros cristãos
conseguiram realizar este ideal durante alguns anos. Eles "eram um só coração e uma só alma" (At 4,32; 1,14;
2,42.46).
João 15,16-17: Foi Jesus que nos escolheu.
Não fomos nós que escolhemos Jesus. Foi ele que nos
encontrou, nos chamou e nos deu a missão de ir e dar fruto, fruto que permaneça.
Nós precisamos dele, mas ele também quer precisar de nós e do nosso trabalho
para poder continuar fazendo hoje o que fez para o povo na Galiléia. A última
recomendação: "Isto vos
mando: amai-vos uns aos outros!"
O Símbolo da Videira na Bíblia.
O povo da Bíblia cultivava
videiras e produzia bom vinho. A colheita da uva era uma festa, com cantos e
danças. Foi daí que se originou o cântico da vinha, usado pelo profeta Isaías.
Ele compara o povo de Israel com uma videira (Is 5,1-7; 27,2-5; Sl 80,9-19).
Antes dele, o profeta Oséias já tinha comparado Israel a uma vinha exuberante
que quanto mais produzia frutos, mais multiplicava suas idolatrias (Os 10,1).
Este tema foi também utilizado por Jeremias, que comparou Israel a uma vinha
bastarda (Jr 2,21), da qual seriam arrancados os ramos (Jr 5,10; 6,9). Jeremias
usa estes símbolos porque ele mesmo teve uma vinha que foi pisada e devastada
pelos invasores (Jr 12,10). Durante o cativeiro da Babilônia, Ezequiel usou o
símbolo da videira para denunciar a infidelidade do povo de Israel. Ele contou
três parábolas sobre a videira: 1) A videira queimada que já não serve mais para
coisa alguma (Ez 15,1-8); 2) A videira falsa plantada e protegida por duas
águias, símbolos dos reis da Babilônia e do Egito, inimigos de Israel (Ez
17,1-10). 3) A videira destruída pelo vento oriental, imagem do cativeiro da
Babilônia (Ez 19,10-14). A comparação da videira foi usada por Jesus em várias
parábolas: os trabalhadores da vinha (Mt 21,1-16); os dois filhos que devem
trabalhar na vinha (Mt 21,33-32); os que arrendaram uma vinha, não pagaram ao
dono, espancaram seus servos e mataram seu filho (Mt 21,33-45); a figueira
estéril plantada na vinha (Lc 13,6-9); a videira e os ramos (Jo
15,1-17).
Para confronto pessoal
1.
Somos amigos e não empregados. Como vivo isto no meu relacionamento com as
pessoas? Para confronto pessoal
2. Amar como Jesus nos amou. Como cresce em mim este ideal do amor?
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