Controvérsia sobre o jejum
O jejum era uma das mais simbólicas observâncias do judaísmo, as quais davam margem à hipocrisia da classe religiosa dirigente. Proclamavam-se fiéis observantes da Lei, mas faltava-lhes o amor para com o povo humilde e frágil. A tônica desta narrativa, também encontrada em Marcos e Lucas, é o questionamento sobre a observância do jejum. Em contraposição a esta tradicional observância, Jesus destaca que é chegado o momento do banquete nupcial, com a presença do noivo entre os convidados. Jesus usa esta expressiva imagem, tradicional no Antigo Testamento, para designar a alegria e felicidade e o desabrochar da vida que sua presença traz para seus discípulos.
As duas parábolas domésticas, sobre a roupa e sobre os odres, que são anexadas à narrativa como seu complemento, apresentam a chegada do Reino em uma dimensão revolucionária e não reformista: o velho sistema ideológico de dominação e poder não suporta a nova mensagem e a prática de Jesus, reveladoras do amor libertador e vivificante de Deus.
José Raimundo Oliva
Oração
Pai, dá-me suficiente bom senso para reconhecer o que corresponde ao projeto de Jesus, sem querer misturá-lo com esquemas incompatíveis com a novidade do Reino.
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