quinta-feira, 14 de junho de 2012

Como amar quem não vejo e odiar quem vejo? (Mt 5, 20-26)

Não matei, não roubei, por isso não tenho pecados. Infelizmente tem gente que ainda pensa assim. Se o pecado contra o próximo se resumisse em matar, acho que uns 80% da humanidade estaria salva. Porém, Jesus no Evangelho de hoje nos explica mais detalhes, que querem dizer que não basta evitar o ato de matar alguém, para poder nos escapar do pecado.
Para o Direito Penal, matar alguém é eliminar a vida de uma pessoa, para Jesus vai, além disso. Quando maltratamos, quando mal-dizemos, quando agredimos, será que não estamos tirando de certa forma a vida de alguém? Para Jesus não basta viver, é preciso viver em abundância, com dignidade, feliz e estar em conflito com os irmãos não é viver bem.
Temos o costume de procurar Deus em tudo e Ele está em tudo mesmo, sobretudo em nós, e se Ele está em cada um, logicamente está no meu próximo; como ferir alguém que tem o próprio Deus em si? De que vale meu ato de amor num altar, se faço mal ao próprio Cristo que vive em cada pessoa? Como amar a Deus que eu não vejo e não amar o meu irmão que eu posso ver? (Cf 1Jo 4,20)
O centro da vida é o Amor, pois é o vínculo que temos com o Pai e o Filho, manifestado em nós através do Espírito Santo; o ato maior, de dar a vida pelos amigos, deve ser lembrado a todo momento por nós, para da mesma forma agirmos com os nossos. Se amamos uns aos outros, permanecemos em Deus e Ele em nós.
Peçamos a Graça de amar sem medidas, de enxergar no outro a figura do Cristo. Que nosso agir e pensar seja revestido de misericórdia e compaixão, sabendo que matar é mais que tirar a vida de alguém, mas é tirar também sua alegria, sua dignidade, sua auto-estima.


Ana Luíza Medeiros

 

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