terça-feira, 1 de maio de 2012

Desculpe-me, Mãe!


Pelos pratos de sopa no seu peito,
pelas colheradas no seu olho, pelos beijos sujos de chocolate, pelas golfadas de leite no seu vestido de missa, desculpe, mãe.

Pelo seu vaso de flor preferido que eu quebrei, pela sua aliança que joguei no ralo, pelos sustos que lhe dei, um depois do outro, pelas noites que passei chorando e você acordada, desculpe, mãe.

Pelas palavras malcriadas do adolescente, que eu era. Pela ingratidão daquele dia em que a senhora pediu carinho e eu fugi.
Pelas mentiras que eu disse, sabendo que a feria. Pelas vezes em que a achei chata por pegar no meu pé. Desculpe, mãe.

Por ter voltado menos vezes do que devia, por achar, totalmente, que não tinha mais nada a aprender com a senhora. Por não entender o seu processo de envelhecimento, desculpe, mãe.

Acho que nunca conseguirei entender o que é ter mãe. Felizmente, você sabe o que é ser mãe. E é por isso que olho para você e com um imenso "desculpe", grito feliz o meu "obrigado". Eu nem sempre soube ser filho(a), felizmente, a senhora nunca se esqueceu de ser mãe.


Padre Zezinho,scj

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