segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Vovô natal e seus netinhos - Pe. Zezinho, scj

 Pe. Zezinho, scj


Genial! O vovô que, em alguns lugares seria o Bispo cristão Nicola, Saint Niklas, Santa Klaus, São Nicolau, Babbo Natale que dava presentes aos pobres por causa do Deus que se fez menino, acabou como Papa Noel, Papai Natal, Vovô Natal, Papai Noel e a festa agora é para ele e por causa dele posto que é dele que a mídia fala. As crianças já não sabem mais quem era o menino Jesus de Belém. Mas todas sabem que é Santa Klaus do Pólo Norte.

Pode ser bom e pode ser mau. E a avaliação depende da cabeça do pregador, do antropólogo, do sociólogo e do psicólogo de plantão. Dessublimar e depois ressublimar parece ser a ordem do dia e a marcha dos tempos. Assim, dessublimaram Jesus e sublimaram o Papai Noel. E todo mundo está feliz, porque nem uma criança, nem Deus que se fez menino viraram símbolo de comercio; nem um bispo dos primeiros séculos, nem um santo cristão entraram na ciranda de sonhos e de consumo. Criou-se um novo personagem calcado na imagem do bispo avô mas sem a mitra, secularizado, que chega voando de trenó e joga presentes pela chaminé ou pela janela. As crianças acordam e lá está o presente que pediram ao Papai Noel. Religião fica para quando crescerem. Agora elas querem sonho e magia. Então as crianças esperam o Vovô vestido de vermelho, com um saco de "pleseintes" com renas, sininhos e neve artificial. E daí? De onde ele vem é assim! Não é inocente? Não é melhor este mito do que o de um Deus que se fez menino para nos salvar?
O que sei é que anuncio Jesus e sua proposta de viver. E onde ainda acho um espaço vou às ruas e estádios anunciar que houve, um dia, um menino chamado Ieshuah, que nasceu pobre, cresceu pobre e morreu pobre e torturado numa cruz porque anunciou um outro jeito de viver em sociedade.

O que sei é que ele questionou o lucro e a supervalorização do dinheiro e do indivíduo. O que sei é que ele quis que protegêssemos a vida desde o primeiro ao último instante e que pessoa alguma fosse eliminada. Se alguém tivesse que morrer que fossem ele e que fossem seus seguidores. Matar, nunca!
Por isso, nós católicos o festejamos em Março dia 25, como embrião e a 25 de dezembro como bebê. E festejamos o nascimento de sua mãe a 8 de setembro e a concepção da menina Maria e 8 de dezembro. E lembramos a morte de Jesus e sua vitória e a morte dos seus santos e sua vitória. E oramos todos os dias a Maria que esteja conosco agora e na hora de nossa morte. Cremos que Maria está no céu estar no céu. Somos dessa linha de cristianismo que não acha que o fiel deve esperar dormindo por milhares de anos até o fim dos tempos para estar com Jesus no seu prometido céu. Cremos que o definitivo vem mais rápido, mercê da vida do menino e adulto que ele se tornou...


Então eu me debruço sobre o Natal católico e sobre o Natal sem Deus e percebo quanto teremos que pregar para que o mundo não se esqueça que um dia um menino pobre nascido em Belém, cresceu, morou em Nazaré e Cafarnaum e morreu em Jerusalém.

Enquanto isso nunca falo do menino Jesus, o menino Deus que vem. Ele já veio e não é mais menino. Falou do Deus que veio e há 20 séculos atrás se fez menino. Atualizo os dados e a festa e lembro que hoje se passam leis para separar mais depressa os casais, para permitir lares com duas mulheres ou dois homens na chefia; lembro que pressionam pelo direito de abortar um feto indesejado tudo sob os auspícios do governo para que a mulher não morra durante o aborto. O feto pode morrer limpinho, mas a mulher deve abortar em absoluto conforto.

É uma sociedade que de Natal tem muito pouco. É mais mortal do que natal! Nela, eu ainda posso pregar no rádio e na televisão, tanto quanto eles. Mas, se um dia, um deles estabelecer aqui uma ditadura e resolver controlar as mensagens dos templo, das rádios, dos jornais e da televisão pode ser que também aqui seja proibido falar de um segundo ou terceiro filho, de liberdade para crer e de liberdade para propor um novo jeito de produzir e consumir.

Leio História Geral e História Natural e sei o que acontece quando toda uma sociedade caminha sem pensar numa só direção. Penso nas baleias e golfinhos que encalham juntos aos milhares por seguirem líderes errados ou por pura pulsão de morte. Penso em MaoZeDong, Ho Chi Min, Hitler, Stalin, Fidel, Franco, Pinochet e Chaves. Eles quiseram uma sociedade não necessariamente mais justa, mas mais do jeito deles. Tinham o poder e o usaram.

Penso de novo nos grandes ídolos, grande mitos e grandes homens e, se o mundo pode anunciar com estardalhaços de publicidade um Papai Noel que todos os anos em dezembro passa alguns dias no meio das crianças, eu posso anunciar um Jesus que mora no meio de nós. Então, em todas as missas eu exclamo: "O Senhor esteja com vocês" E os que ainda são cristãos responde -"Ele já está" Percebo, então que ainda há cristãos na nossa sociedade. Nós ainda cremos em embriões, fetos, família de pai e mãe, ainda somos contra o aborto, contra divórcio a jato e ainda apostamos que os pobres podem mudar este mundo sem odiar os ricos e que os ricos podem fazer a diferença aplicando seu dinheiro em favor dos pobres.

http://www.padrezezinhoscj.com/
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