Pe. Zezinho, scj Onde é o onde de Deus? A pergunta faz sentido, porque todas as coisas se situam. Existe o onde do carro na avenida; se ele for para a calçada, lá já não é o onde desse carro. Existe o onde do avião; se ele pousar no aeroporto, lá é o seu onde; se pousar numa avenida ou numa clareira, lá não era o seu onde. O onde do navio é o mar. Se estiver em terra firme, então, não está no seu onde. As aves, os peixes, o ser humano, cada qual tem o seu onde. Até o nosso anel tem o seu onde. Ninguém o colocaria no calcanhar...
Tudo tem sua hora, seu tempo e seu lugar. São as contingências do existir no espaço e no tempo. Só Deus que a tudo transcende não precisa deste onde. Por isso, se quisermos saber onde fica o onde de Deus, precisamos imaginar o não lugar, porque Deus não está, para os nossos olhos, em lugar nenhum. Onde quer que possamos ir, poderemos lá encontrar os sinais da presença de Deus, mas não encontraremos Deus. Contudo, Ele nos encontrará lá, à procura dele.
É que o onde de Deus é infinito. Ele está em toda parte. Só que nossos olhos jamais o verão em qualquer parte, a não ser depois que morrermos, mergulhados Nele. Então o veremos com os olhos da alma e descobriremos que Deus não é objeto, não é matéria, não tem onde. Mas há uma verdade a respeito disso. Como Deus é aquele que é quem é, Ele está em si mesmo. E como Ele é infinito, Ele é o continente, aquele que contém e não é contido.
Difícil achar palavras para expressar que tudo pode caber dentro de Deus, mas Deus não cabe dentro do que existe. O conteúdo de Deus está por toda parte. Mas não podemos cair no panteísmo de achar que Deus é um pouco de tudo. Deus não é tudo. Deus não é o mal, nem o pecado, nem a injustiça. Falaremos sobre isso...
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Referência: Diante do presépio - Pe. Zezinho
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